Etiologia
O aparato da valva mitral consiste em folhetos anterior e posterior, cordas tendíneas, músculos papilares anterolateral e posteromedial e anel mitral. Além disso, ele também inclui o miocárdio atrial e ventricular. A disfunção da valva mitral pode ser resultado de aberrações em qualquer parte do seu aparato, por causas mecânicas, traumáticas, infecciosas, degenerativas, congênitas ou metabólicas.
A RM pode ser primária ou secundária e ser aguda ou crônica. A RM primária é consequência de doença degenerativa de um ou mais componentes da valva mitral; a RM secundária é consequência da dilatação do anel e da distorção do aparato subvalvar secundária à remodelação e à disfunção do ventrículo esquerdo, geralmente associadas a cardiomiopatia ou doença arterial coronariana.[1]
As causas típicas da RM aguda incluem endocardite infecciosa, disfunção isquêmica ou ruptura do músculo papilar, febre reumática aguda e dilatação aguda do ventrículo esquerdo em decorrência de miocardite ou isquemia.[4]
As causas comuns da RM crônica incluem aquelas já mencionadas, bem como a degeneração mixomatosa dos folhetos mitrais ou cordas tendíneas, o prolapso da valva mitral e o aumento do anel mitral.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Prolapso do folheto P2 da valva mitral: visualização 2DDo acervo de Prakash P. Punjabi [Citation ends].[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Prolapso do folheto P2 da valva mitral: visualização 3DDo acervo de Prakash P. Punjabi [Citation ends].
Fisiopatologia
A regurgitação mitral (RM) crônica pode ser leve ou moderada e pode permanecer assintomática por muitos anos; porém, conforme ela evolui para a forma grave, ocorre hipertrofia cardíaca excêntrica, que causa o alongamento da fibras miocárdicas e o aumento do volume diastólico final do ventricular esquerdo. Esse é um mecanismo compensatório que permite um aumento do volume sistólico total para manter o débito cardíaco adequado. Além disso, o aumento atrial e ventricular esquerdo acomoda o volume regurgitante com uma pressão de enchimento menor, evitando a congestão pulmonar. Nesse estágio da doença, que pode durar de 7 a 10 anos, os pacientes são geralmente assintomáticos. No final, a sobrecarga de volume prolongada resulta em disfunção ventricular esquerda e aumento do diâmetro sistólico final do ventrículo esquerdo. No entanto, mesmo nessa fase da doença, a fração de ejeção do ventrículo esquerdo geralmente permanece acima de 50% a 60%.[5]
Classificação
RM primária
Uma consequência de doença degenerativa de um ou mais componentes da valva mitral.[1]
RM secundária
Uma consequência da dilatação do anel e distorção do aparato subvalvar secundária a remodelamento e disfunção do ventrículo esquerdo, geralmente associada a cardiomiopatia ou doença arterial coronariana.[1]
Regurgitação mitral (RM) aguda
Resultado de ruptura aguda dos folhetos da valva mitral, das cordas tendíneas ou dos músculos papilares após um infarto do miocárdio, trauma, endocardite infecciosa, febre reumática ou outras causas que provocam o rompimento repentino do aparato da valva mitral causando súbitas mudanças na hemodinâmica e sintomas.
Não há um limite de classificação real entre a aguda e a crônica, porque a RM aguda ocorre subitamente, segundos após a ruptura do músculo papilar ou das cordas, e causa sintomas imediatos.
RM crônica
Ocorre ao longo de vários anos e resulta em sobrecarga de volume e disfunção ventricular esquerda.
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