Novo episódio de fibrilação atrial
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Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
hemodinamicamente instável
cardioversão por corrente contínua (CC)
Usada imediatamente se o paciente estiver hemodinamicamente instável com dor torácica, dispneia, tontura ou síncope, hipotensão e frequência cardíaca rápida.
A cardioversão por corrente contínua (CC) é realizada sob anestesia geral de curta duração e envolve a aplicação de choque elétrico sincronizado com a atividade intrínseca do coração pela detecção da onda R do ECG (isto é, sincronizado). A saída de energia para cardioversão bem-sucedida de fibrilação atrial (FA) inicial varia de 200 J a no máximo 400 J, dependendo do tamanho corporal e da presença de outras comorbidades clínicas. A energia mais baixa de 100 J pode ser usada como nível inicial no uso de energia bifásica.
Para pacientes com FA hemodinamicamente instável, o início da anticoagulação não deve protelar a cardioversão por corrente contínua (CC). É razoável considerar a administração de heparina não fracionada em bolus intravenoso seguida por infusão, ou heparina de baixo peso molecular ou anticoagulante oral de ação direta, e continuá-la após a cardioversão, a menos que haja contraindicação.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com
hemodinamicamente estável com trombo atrial esquerdo ou presença de trombo desconhecida/duração da FA desconhecida
controle da frequência cardíaca com betabloqueadores e/ou bloqueadores dos canais de cálcio
A terapia de controle da frequência cardíaca é necessária até que a cardioversão seja bem-sucedida.
Os betabloqueadores e bloqueadores dos canais de cálcio não di-hidropiridínicos (isto é, diltiazem ou verapamil) retardam a condução dos impulsos cardíacos no nó atrioventricular e, consequentemente, reduzem a frequência ventricular.
A administração intravenosa pode ser necessária para um controle rápido da frequência ventricular. Além disso, em caso de efeitos hemodinâmicos adversos, a infusão pode ser imediatamente descontinuada.
Os betabloqueadores são especialmente úteis quando a FA inicial está associada a infarto agudo do miocárdio ou angina, ou quando a FA inicial é desencadeada após exercício.
O esmolol é útil nos pacientes com risco de complicações de betabloqueio, especialmente aqueles com doença reativa das vias aéreas, disfunção ventricular esquerda e/ou doença vascular periférica.
Os bloqueadores dos canais de cálcio não di-hidropiridínicos são úteis no controle de frequência ventricular, na ausência de pré-excitação. Eles oferecem um controle de frequência razoável e melhoram os sintomas relacionados à FA, em comparação com os betabloqueadores.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com Eles são preferíveis nos pacientes com doença pulmonar crônica em que pode ocorrer broncoespasmo com os betabloqueadores.
Os dois grupos de medicamentos podem causar bradicardia grave, bloqueio atrioventricular, assistolia, insuficiência cardíaca ou hipotensão.
Se o controle da frequência cardíaca for inadequado com a monoterapia, poderá ser usada uma combinação de betabloqueador e bloqueador dos canais de cálcio. Além disso, a identificação e o tratamento de qualquer fator desencadeante potencial de um novo episódio de FA é muito importante, pois a taxa e as medidas de controle do ritmo têm menor probabilidade de sucesso, se o fator desencadeante agudo persistir.[48]Chyou JY, Barkoudah E, Dukes JW, et al. Atrial fibrillation occurring during acute hospitalization: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2023 Apr 11;147(15):e676-98. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000001133 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36912134?tool=bestpractice.com
[ Escore de fibrilação atrial CHA(2)DS(2)-VASc para o risco de AVC Opens in new window ]
Opções primárias
esmolol: 500 microgramas/kg por via intravenosa como dose de ataque, seguidos por infusão de 50-300 microgramas/kg/minuto
ou
metoprolol: 2.5 a 5 mg em bolus intravenoso inicialmente, pode-se repetir a cada 5 minutos até um total de 3 doses; 25-200 mg por via oral (liberação imediata) duas vezes ao dia
ou
propranolol: 1 mg por via intravenosa inicialmente, pode-se repetir a cada 2 minutos até um total de 3 doses; 10-40 mg por via oral (liberação imediata) três a quatro vezes ao dia
ou
atenolol: 25-100 mg por via oral uma vez ao dia
ou
nadolol: 10-240 mg por via oral uma vez ao dia
ou
bisoprolol: 2.5 a 10 mg por via oral uma vez ao dia
ou
carvedilol: 3.125 a 25 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
diltiazem: 0.25 mg/kg em bolus intravenoso inicialmente, pode-se administrar um segundo bolus de 0.35 mg/kg após 15 minutos, se necessário, seguido por infusão de 5-15 mg/hora; 120-360 mg por via oral (liberação prolongada) uma vez ao dia
ou
verapamil: 5-10 mg em bolus intravenoso inicialmente, pode-se administrar um segundo e um terceiro bolus de 5-10 mg após 15-30 minutos, seguidos por infusão de 5-20 mg/hora; 180-480 mg por via oral (liberação prolongada) uma vez ao dia
anticoagulação ou oclusão do apêndice atrial esquerdo
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A anticoagulação é recomendada em todos os pacientes com FA, por causa do alto risco de eventos tromboembólicos. As principais opções de anticoagulação são um antagonista da vitamina K, como a varfarina, ou um anticoagulante oral direto (AOD), como a dabigatrana, a rivaroxabana, a apixabana ou a edoxabana. Os AODs são aprovados para a prevenção do AVC e têm um perfil de efeitos colaterais mais favorável que o dos antagonistas da vitamina K nos pacientes com FA não valvar.
Nos pacientes com FA que são candidatos para anticoagulação e não apresentam estenose mitral reumática moderada-grave ou valva mecânica cardíaca, recomendam-se os AODs em vez da varfarina para reduzir o risco de mortalidade, AVC, embolia sistêmica e hemorragia intracraniana.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com
Os AODs devem ser utilizados com cautela nos pacientes com comprometimento renal. Se um AOD for adequado, dependendo do grau de comprometimento renal e da indicação de uso, poderá ser necessário um ajuste de dose. Consulte as informações de prescrição para obter orientação específica sobre a utilização em pacientes com comprometimento renal.
AODs não devem ser usados em pacientes com valvas protéticas mecânicas ou estenose mitral moderada a grave, por causa do aumento do risco de AVC, ataque cardíaco e coágulo sanguíneo nesses pacientes, nem devem ser usados em combinação com heparina (inclusive heparina de baixo peso molecular), derivados da heparina ou varfarina.[115]Alpert JS. Take-home messages from the recently updated AHA/ACC guidelines for atrial fibrillation. Am J Med. 2019 Dec;132(12):1363-4. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31401166?tool=bestpractice.com Os pacientes com diabetes correm risco de complicações do diabetes quando tratados com anticoagulantes orais; este risco parece ser menor com AODs do que com antagonistas da vitamina K. A dabigatrana tem preferência, por sua eficácia e menores taxas de efeitos adversos neste grupo de pacientes.[136]Jin H, Zhu K, Wang L, et al. A network meta-analysis of non-vitamin K antagonist oral anticoagulants versus warfarin in patients with atrial fibrillation and diabetes mellitus. Acta Cardiol. 2021 Nov;76(9):960-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33432890?tool=bestpractice.com [137]Huang HK, Liu PP, Lin SM, et al. Diabetes-related complications and mortality in patients with atrial fibrillation receiving different oral anticoagulants: a nationwide analysis. Ann Intern Med. 2022 Apr;175(4):490-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35157495?tool=bestpractice.com
Em pacientes elegíveis para uso de AODs, inicie a terapia concomitante de varfarina e heparina e mantenha a heparina até que os níveis de varfarina sejam terapêuticos (INR 2-3). A anticoagulação com varfarina na INR-alvo deve ser mantida por 3-4 semanas antes de se tentar a cardioversão.
A anticoagulação deve ser estabelecida antes e recomenda-se que seja mantida por, pelo menos, 4 semanas após a cardioversão, e pode ser necessária por mais tempo em alguns pacientes.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com [48]Chyou JY, Barkoudah E, Dukes JW, et al. Atrial fibrillation occurring during acute hospitalization: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2023 Apr 11;147(15):e676-98. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000001133 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36912134?tool=bestpractice.com
No cenário da FA, o apêndice atrial esquerdo pode desempenhar um papel na estase sanguínea e na formação de coágulos e, consequentemente, ser uma fonte de êmbolos.[17]Katsanos AH, Kamel H, Healey JS, et al. Stroke prevention in atrial fibrillation: looking forward. Circulation. 2020 Dec 15;142(24):2371-88. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIRCULATIONAHA.120.049768 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33315494?tool=bestpractice.com Embora a anticoagulação oral seja o padrão de assistência para reduzir o risco de AVC isquêmico nos pacientes com FA, ela é contraindicada para alguns pacientes devido a um excesso de risco de sangramentos importantes.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com
A oclusão do apêndice atrial esquerdo pode ser considerada uma alternativa para a prevenção do AVC nos pacientes com risco moderado a alto de AVC (escore CHA₂DS₂-VASc ≥2) quando houver contraindicações absolutas ao uso de anticoagulantes (devido a uma causa não reversível), ou o risco de sangramento superar os benefícios.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com [2]Hindricks G, Potpara T, Dagres N, et al. 2020 ESC Guidelines for the diagnosis and management of atrial fibrillation developed in collaboration with the European Association for Cardio-Thoracic Surgery (EACTS). Eur Heart J. 2021 Feb 1;42(5):373-498. https://academic.oup.com/eurheartj/article/42/5/373/5899003?login=false [11]National Institute for Health and Care Excellence. Atrial fibrillation: diagnosis and management. Jun 2021 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng196 [140]Glikson M, Wolff R, Hindricks G, et al. EHRA/EAPCI expert consensus statement on catheter-based left atrial appendage occlusion - an update. Europace. 2020 Feb 1;22(2):184. https://academic.oup.com/europace/article/22/2/184/5557705 Para obter mais informações sobre esse tratamento, consulte Fibrilação atrial estabelecida.
Opções primárias
dabigatrana: 150 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
apixabana: 2.5 a 5 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
edoxabana: 60 mg por via oral uma vez ao dia
ou
rivaroxabana: 20 mg por via oral uma vez ao dia
ou
heparina: siga as diretrizes do protocolo local para dosagem, mantenha o tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) entre 45-60 segundos
ou
enoxaparina: 1 mg/kg por via subcutânea a cada 12 horas
--E--
varfarina: 2-10 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, ajustar a dose de acordo com INR
Mais varfarinaA dose inicial pode ser calculada usando-se uma ferramenta online que leva em conta as características dos pacientes e/ou informações de genótipo CYP2C9/VKORC1 (se disponível). WarfarinDosing.org Opens in new window
cardioversão elétrica ou farmacológica após 3-4 semanas de anticoagulação
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A cardioversão só deve ser feita quando o paciente estiver estabilizado na anticoagulação com INR-alvo de 2 a 3 por 3-4 semanas e após uma ecocardiografia transesofágica (ETE) repetida, se disponível, para confirmar o trombo atrial esquerdo. Se não for possível realizar uma ETE, o paciente deverá ser tratado como se para supostos trombos, devendo-se seguir as recomendações para trombos no átrio esquerdo confirmados.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Ecocardiografia transesofágica mostrando coágulo no apêndice atrial esquerdo. AE, átrio esquerdo; AAE, apêndice atrial esquerdo; VE, ventrículo esquerdoDo acervo de Dr. Bharat Kantharia [Citation ends].
A cardioversão elétrica por corrente contínua é rápida, segura e eficiente.
Os agentes de classe IC (flecainida, propafenona) apresentam maior mortalidade nos pacientes com doença arterial coronariana (DAC) e são contraindicados nos pacientes com DAC e disfunção cardíaca. A FA pode ser convertida para flutter atrial que pode ocorrer com rápida frequência ventricular.
Há fortes evidências da eficácia da flecainida para a conversão farmacológica (razão de chances [RC] 24.7; IC de 95% 9.0 a 68.3). Há uma alta taxa de conversão, de cerca de 70% a 3 horas após o tratamento e de até 90% a 8 horas.[159]Miller MR, McNamara RL, Segal JB, et al. Efficacy of agents for pharmacologic conversion of atrial fibrillation and subsequent maintenance of sinus rhythm: a meta-analysis of clinical trials. J Fam Pract. 2000 Nov;49(11):1033-46. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11093570?tool=bestpractice.com
Há também fortes evidências da eficácia da propafenona para a conversão farmacológica (RC 4.6; IC de 95% 2.6 a 8.2). Há altas taxas de conversão, de até 76% a 8 horas após o tratamento.[159]Miller MR, McNamara RL, Segal JB, et al. Efficacy of agents for pharmacologic conversion of atrial fibrillation and subsequent maintenance of sinus rhythm: a meta-analysis of clinical trials. J Fam Pract. 2000 Nov;49(11):1033-46. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11093570?tool=bestpractice.com
Os agentes de classe III (incluindo amiodarona e ibutilida) são menos eficazes que os agentes de classe IC na conversão para o ritmo sinusal.
Para melhorar o sucesso da restauração do ritmo sinusal e sua manutenção, especialmente em pacientes com FA persistente, pode-se considerar o pré-tratamento com amiodarona 1-6 semanas antes da cardioversão elétrica.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com [160]Um KJ, McIntyre WF, Healey JS, et al. Pre- and post-treatment with amiodarone for elective electrical cardioversion of atrial fibrillation: a systematic review and meta-analysis. Europace. 2019 Jun 1;21(6):856-63. https://academic.oup.com/europace/article/21/6/856/5380134 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30875422?tool=bestpractice.com
A ibutilida prolonga a repolarização do tecido atrial ampliando a corrente despolarizante de entrada lenta de Na+ na fase de platô da repolarização. Até 70% de todas as conversões ocorrem dentro de 20 minutos de infusão. Há fortes evidências de eficácia da conversão farmacológica (RC 29.1; IC de 95% de 9.8 a 86.1). As taxas de conversão ficam entre 33% e 45% nos primeiros 70 minutos. Como a meia-vida da ibutilida é de 3 a 6 horas, recomenda-se um período de observação prolongado nos pacientes que tenham recebido ibutilida.[159]Miller MR, McNamara RL, Segal JB, et al. Efficacy of agents for pharmacologic conversion of atrial fibrillation and subsequent maintenance of sinus rhythm: a meta-analysis of clinical trials. J Fam Pract. 2000 Nov;49(11):1033-46. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11093570?tool=bestpractice.com
A anticoagulação deve continuar por pelo menos 4 semanas após a cardioversão.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com [48]Chyou JY, Barkoudah E, Dukes JW, et al. Atrial fibrillation occurring during acute hospitalization: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2023 Apr 11;147(15):e676-98. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000001133 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36912134?tool=bestpractice.com
Opções primárias
flecainida: peso corporal <70 kg: 200 mg por via oral em dose única; peso corporal ≥70 kg: 300 mg por via oral em dose única
ou
propafenona: peso corporal <70 kg: 450 mg por via oral em dose única; peso corporal ≥70 kg: 600 mg por via oral em dose única
ou
amiodarona: 150 mg por via intravenosa inicialmente ao longo de 10 minutos, seguidos por infusão de 1 mg/minuto por 6 horas e depois infusão de 0,5 mg/minuto por 18 horas; 600-800 mg/dia por via oral administrados em 2-3 doses fracionadas até uma dose de ataque total de até 10 g, seguido por 200 mg por via oral uma vez ao dia
Mais amiodaronaOs regimes posológicos podem variar para a amiodarona; consulte a orientação local para obter mais informações.
ou
ibutilida: peso corporal <60 kg: 0.01 mg/kg por via intravenosa em dose única; peso corporal de adultos ≥60 kg: 1 mg por via intravenosa em dose única; pode-se repetir a dose após 10 minutos em caso de ausência de resposta
controle de frequência cardíaca com betabloqueador, digoxina ou amiodarona
Betabloqueadores, a digoxina ou a amiodarona podem ser utilizados para o controle de frequência cardíaca em pacientes com FA e insuficiência cardíaca.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com [21]Gorenek B, Halvorsen S, Kudaiberdieva G, et al. Atrial fibrillation in acute heart failure: A position statement from the Acute Cardiovascular Care Association and European Heart Rhythm Association of the European Society of Cardiology. Eur Heart J Acute Cardiovasc Care. 2020 Jun;9(4):348-57. https://academic.oup.com/ehjacc/article/9/4/348/5950241 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31976747?tool=bestpractice.com Estes medicamentos podem ser utilizados em combinação ou como monoterapia.
A escolha do(s) agente(s) farmacológico(s) em pacientes com insuficiência cardíaca é ditada pelo grau de insuficiência cardíaca e pelo tipo de insuficiência cardíaca (isto é, fração de ejeção [FE] reduzida ou preservada). Medicamentos que potencialmente acentuam a contratilidade cardíaca são, portanto, evitados. Assim, bloqueadores dos canais de cálcio, que podem ser usados na insuficiência cardíaca (IC) com FE preservada, não são recomendados em pacientes com FE reduzida (insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida [ICFER]). Betabloqueadores, como carvedilol, metoprolol e bisoprolol, recomendados para IC em pacientes com FE reduzida e preservada, também podem ser usados para o controle de frequência cardíaca.
A digoxina não é considerada um agente de primeira linha para o propósito de controle da frequência cardíaca, mas pode ser útil nos pacientes com insuficiência cardíaca. Um estudo explorou se o uso de digoxina estava associado independentemente ao aumento da mortalidade em pacientes com FA; em comparação com os participantes controle com escore correspondente, o risco de morte e morte súbita foi significativamente maior nos novos usuários de digoxina.[110]Lopes RD, Rordorf R, De Ferrari GM, et al; ARISTOTLE Committees and Investigators. Digoxin and mortality in patients with atrial fibrillation. J Am Coll Cardiol. 2018 Mar 13;71(10):1063-74. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0735109718301037?via%3Dihub http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29519345?tool=bestpractice.com Em pacientes com FA que recebem digoxina, o risco de morte foi independentemente relacionado à concentração sérica de digoxina e foi mais alto em pacientes com concentrações ≥1.54 nmol/L (1.2 ng/mL).[110]Lopes RD, Rordorf R, De Ferrari GM, et al; ARISTOTLE Committees and Investigators. Digoxin and mortality in patients with atrial fibrillation. J Am Coll Cardiol. 2018 Mar 13;71(10):1063-74. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0735109718301037?via%3Dihub http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29519345?tool=bestpractice.com
Além disso, a identificação e o tratamento de qualquer fator desencadeante potencial de novo episódio de FA é muito importante, pois a taxa e as medidas de controle do ritmo têm menor probabilidade de sucesso, se o fator desencadeante agudo persistir.[48]Chyou JY, Barkoudah E, Dukes JW, et al. Atrial fibrillation occurring during acute hospitalization: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2023 Apr 11;147(15):e676-98. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000001133 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36912134?tool=bestpractice.com
Opções primárias
carvedilol: 3.125 a 25 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
metoprolol: 2.5 a 5 mg em bolus intravenoso inicialmente, pode-se repetir a cada 5 minutos até um total de 3 doses; 25-200 mg por via oral (liberação imediata) duas vezes ao dia
ou
bisoprolol: 2.5 a 10 mg por via oral uma vez ao dia
ou
digoxina: 0.25 a 0.5 mg por via intravenosa como dose de ataque, seguidos por 0.25 mg a cada 6 horas (máximo de 1.5 mg/24 horas), em seguida 0.0625 a 0.25 mg por via oral uma vez ao dia
ou
amiodarona: 150-300 mg por via intravenosa como dose de ataque, seguidos por infusão de 10-50 mg/hora por 24 horas, em seguida 100-200 mg por via oral uma vez ao dia
Mais amiodaronaOs regimes posológicos podem variar para a amiodarona; consulte a orientação local para obter mais informações.
anticoagulação ou oclusão do apêndice atrial esquerdo
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A anticoagulação é recomendada em todos os pacientes com FA, por causa do alto risco de eventos tromboembólicos. As principais opções de anticoagulação são um antagonista da vitamina K, como a varfarina, ou um anticoagulante oral direto (AOD), como a dabigatrana, a rivaroxabana, a apixabana ou a edoxabana. Os AODs são aprovados para a prevenção do AVC e têm um perfil de efeitos colaterais mais favorável que o dos antagonistas da vitamina K nos pacientes com FA não valvar.
Nos pacientes com FA que são candidatos para anticoagulação e não apresentam estenose mitral reumática moderada-grave ou valva mecânica cardíaca, recomendam-se os AODs em vez da varfarina para reduzir o risco de mortalidade, AVC, embolia sistêmica e hemorragia intracraniana.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com
Os AODs devem ser utilizados com cautela nos pacientes com comprometimento renal. Se um AOD for adequado, dependendo do grau de comprometimento renal e da indicação de uso, poderá ser necessário um ajuste de dose. Consulte as informações de prescrição para obter orientação específica sobre a utilização em pacientes com comprometimento renal.
AODs não devem ser usados em pacientes com valvas protéticas mecânicas ou estenose mitral moderada a grave, por causa do aumento do risco de AVC, ataque cardíaco e coágulo sanguíneo nesses pacientes, nem devem ser usados em combinação com heparina (inclusive heparina de baixo peso molecular), derivados da heparina ou varfarina.[115]Alpert JS. Take-home messages from the recently updated AHA/ACC guidelines for atrial fibrillation. Am J Med. 2019 Dec;132(12):1363-4. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31401166?tool=bestpractice.com
Os pacientes com diabetes correm risco de complicações do diabetes quando tratados com anticoagulantes orais; este risco parece ser menor com AODs do que com antagonistas da vitamina K. A dabigatrana tem preferência, por sua eficácia e menores taxas de efeitos adversos neste grupo de pacientes.[136]Jin H, Zhu K, Wang L, et al. A network meta-analysis of non-vitamin K antagonist oral anticoagulants versus warfarin in patients with atrial fibrillation and diabetes mellitus. Acta Cardiol. 2021 Nov;76(9):960-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33432890?tool=bestpractice.com [137]Huang HK, Liu PP, Lin SM, et al. Diabetes-related complications and mortality in patients with atrial fibrillation receiving different oral anticoagulants: a nationwide analysis. Ann Intern Med. 2022 Apr;175(4):490-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35157495?tool=bestpractice.com
Em pacientes elegíveis para uso de AODs, inicie a terapia concomitante de varfarina e heparina e mantenha a heparina até que os níveis de varfarina sejam terapêuticos (INR 2-3). A anticoagulação com varfarina na INR-alvo deve ser mantida por 3-4 semanas antes de se tentar a cardioversão.
A anticoagulação deve ser estabelecida antes e deve ser mantida por pelo menos 4 semanas após a cardioversão, e pode ser necessária por mais tempo em alguns pacientes.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com [48]Chyou JY, Barkoudah E, Dukes JW, et al. Atrial fibrillation occurring during acute hospitalization: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2023 Apr 11;147(15):e676-98. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000001133 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36912134?tool=bestpractice.com
No cenário da FA, o apêndice atrial esquerdo pode desempenhar um papel na estase sanguínea e na formação de coágulos e, consequentemente, ser uma fonte de êmbolos.[17]Katsanos AH, Kamel H, Healey JS, et al. Stroke prevention in atrial fibrillation: looking forward. Circulation. 2020 Dec 15;142(24):2371-88. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIRCULATIONAHA.120.049768 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33315494?tool=bestpractice.com Embora a anticoagulação oral seja o padrão de assistência para reduzir o risco de AVC isquêmico nos pacientes com FA, ela é contraindicada para alguns pacientes devido ao excessivo risco de sangramentos importantes.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com
A oclusão do apêndice atrial esquerdo pode ser considerada uma alternativa para a prevenção do AVC nos pacientes com risco moderado a alto de AVC (escore CHA₂DS₂-VASc ≥2) quando houver contraindicações absolutas ao uso de anticoagulantes (devido a uma causa não reversível), ou o risco de sangramento superar os benefícios.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com [2]Hindricks G, Potpara T, Dagres N, et al. 2020 ESC Guidelines for the diagnosis and management of atrial fibrillation developed in collaboration with the European Association for Cardio-Thoracic Surgery (EACTS). Eur Heart J. 2021 Feb 1;42(5):373-498. https://academic.oup.com/eurheartj/article/42/5/373/5899003?login=false [11]National Institute for Health and Care Excellence. Atrial fibrillation: diagnosis and management. Jun 2021 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng196 [140]Glikson M, Wolff R, Hindricks G, et al. EHRA/EAPCI expert consensus statement on catheter-based left atrial appendage occlusion - an update. Europace. 2020 Feb 1;22(2):184. https://academic.oup.com/europace/article/22/2/184/5557705 Para obter mais informações sobre esse tratamento, consulte Fibrilação atrial estabelecida.
Opções primárias
dabigatrana: 150 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
apixabana: 2.5 a 5 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
edoxabana: 60 mg por via oral uma vez ao dia
ou
rivaroxabana: 20 mg por via oral uma vez ao dia
ou
heparina: siga as diretrizes do protocolo local para dosagem, mantenha o tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) entre 45-60 segundos
ou
enoxaparina: 1 mg/kg por via subcutânea a cada 12 horas
--E--
varfarina: 2-10 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, ajustar a dose de acordo com INR
Mais varfarinaA dose inicial pode ser calculada usando-se uma ferramenta online que leva em conta as características dos pacientes e/ou informações de genótipo CYP2C9/VKORC1 (se disponível). WarfarinDosing.org Opens in new window
cardioversão elétrica ou farmacológica após 3-4 semanas de anticoagulação
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A cardioversão só deve ser feita quando o paciente estiver estabilizado na anticoagulação com INR-alvo de 2 a 3 por 3-4 semanas e após uma ecocardiografia transesofágica (ETE) repetida, se disponível, para confirmar o trombo atrial esquerdo. Se não for possível realizar uma ETE, o paciente deverá ser tratado como se para supostos trombos, devendo-se seguir as recomendações para trombos confirmados do átrio esquerdo.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Ecocardiografia transesofágica mostrando coágulo no apêndice atrial esquerdo. AE, átrio esquerdo; AAE, apêndice atrial esquerdo; VE, ventrículo esquerdoDo acervo de Dr. Bharat Kantharia [Citation ends].
A cardioversão elétrica por corrente contínua é rápida, segura e eficiente.
Os agentes de classe III (incluindo amiodarona e ibutilida) são menos eficazes que os agentes de classe IC na conversão para o ritmo sinusal.
Para melhorar o sucesso da restauração do ritmo sinusal e sua manutenção, especialmente em pacientes com FA persistente, pode-se considerar o pré-tratamento com amiodarona 1-6 semanas antes da cardioversão elétrica.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com [160]Um KJ, McIntyre WF, Healey JS, et al. Pre- and post-treatment with amiodarone for elective electrical cardioversion of atrial fibrillation: a systematic review and meta-analysis. Europace. 2019 Jun 1;21(6):856-63. https://academic.oup.com/europace/article/21/6/856/5380134 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30875422?tool=bestpractice.com
A ibutilida prolonga a repolarização do tecido atrial ampliando a corrente despolarizante de entrada lenta de Na+ na fase de platô da repolarização. Até 70% de todas as conversões ocorrem dentro de 20 minutos de infusão. Há fortes evidências de eficácia da conversão farmacológica (RC 29.1; IC de 95% de 9.8 a 86.1). As taxas de conversão ficam entre 33% e 45% nos primeiros 70 minutos. Como a meia-vida da ibutilida é de 3 a 6 horas, recomenda-se um período de observação prolongado nos pacientes que tenham recebido ibutilida.[159]Miller MR, McNamara RL, Segal JB, et al. Efficacy of agents for pharmacologic conversion of atrial fibrillation and subsequent maintenance of sinus rhythm: a meta-analysis of clinical trials. J Fam Pract. 2000 Nov;49(11):1033-46. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11093570?tool=bestpractice.com
A anticoagulação deve ser estabelecida antes da cardioversão, e recomenda-se que seja mantida por pelo menos 4 semanas após a cardioversão.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com [48]Chyou JY, Barkoudah E, Dukes JW, et al. Atrial fibrillation occurring during acute hospitalization: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2023 Apr 11;147(15):e676-98. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000001133 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36912134?tool=bestpractice.com
Opções primárias
amiodarona: 150 mg por via intravenosa inicialmente ao longo de 10 minutos, seguidos por infusão de 1 mg/minuto por 6 horas e depois infusão de 0,5 mg/minuto por 18 horas; 600-800 mg/dia por via oral administrados em 2-3 doses fracionadas até uma dose de ataque total de até 10 g, seguido por 200 mg por via oral uma vez ao dia
Mais amiodaronaOs regimes posológicos podem variar para a amiodarona; consulte a orientação local para obter mais informações.
ou
ibutilida: peso corporal <60 kg: 0.01 mg/kg por via intravenosa em dose única; peso corporal de adultos ≥60 kg: 1 mg por via intravenosa em dose única; pode-se repetir a dose após 10 minutos em caso de ausência de resposta
hemodinamicamente estável sem trombo no átrio esquerdo: início dos sintomas <48 horas
controle da frequência cardíaca com betabloqueadores e/ou bloqueadores dos canais de cálcio
A terapia de controle da frequência cardíaca é necessária até que a cardioversão seja bem-sucedida.
Os betabloqueadores e bloqueadores dos canais de cálcio não di-hidropiridínicos (isto é, diltiazem ou verapamil) retardam a condução dos impulsos cardíacos no nó atrioventricular e, consequentemente, reduzem a frequência ventricular.
A administração intravenosa pode ser necessária para um controle rápido da frequência ventricular. Além disso, em caso de efeitos hemodinâmicos adversos, a infusão pode ser imediatamente descontinuada.
Os betabloqueadores são especialmente úteis quando a FA inicial está associada a infarto agudo do miocárdio ou angina, ou quando a FA inicial é desencadeada após exercício.
O esmolol é útil nos pacientes com risco de complicações de betabloqueio, especialmente aqueles com doença reativa das vias aéreas, disfunção ventricular esquerda e/ou doença vascular periférica.
Os bloqueadores dos canais de cálcio não di-hidropiridínicos são úteis no controle de frequência ventricular, na ausência de pré-excitação. Eles oferecem um controle de frequência razoável e melhoram os sintomas relacionados à FA, em comparação com os betabloqueadores.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com Eles são preferíveis nos pacientes com doença pulmonar crônica em que pode ocorrer broncoespasmo com os betabloqueadores.
Os dois grupos de medicamentos podem causar bradicardia grave, bloqueio atrioventricular, assistolia, insuficiência cardíaca ou hipotensão.
Se o controle da frequência cardíaca for inadequado com a monoterapia, poderá ser usada uma combinação de betabloqueador e bloqueador dos canais de cálcio. Além disso, a identificação e o tratamento de qualquer fator desencadeante potencial de um novo episódio de FA é muito importante, pois a taxa e as medidas de controle do ritmo têm menor probabilidade de sucesso, se o fator desencadeante agudo persistir.[48]Chyou JY, Barkoudah E, Dukes JW, et al. Atrial fibrillation occurring during acute hospitalization: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2023 Apr 11;147(15):e676-98. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000001133 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36912134?tool=bestpractice.com
[ Escore de fibrilação atrial CHA(2)DS(2)-VASc para o risco de AVC Opens in new window ]
Opções primárias
esmolol: 500 microgramas/kg por via intravenosa como dose de ataque, seguidos por infusão de 50-300 microgramas/kg/minuto
ou
metoprolol: 2.5 a 5 mg em bolus intravenoso inicialmente, pode-se repetir a cada 5 minutos até um total de 3 doses; 25-200 mg por via oral (liberação imediata) duas vezes ao dia
ou
propranolol: 1 mg por via intravenosa inicialmente, pode-se repetir a cada 2 minutos até um total de 3 doses; 10-40 mg por via oral (liberação imediata) três a quatro vezes ao dia
ou
atenolol: 25-100 mg por via oral uma vez ao dia
ou
nadolol: 10-240 mg por via oral uma vez ao dia
ou
bisoprolol: 2.5 a 10 mg por via oral uma vez ao dia
ou
carvedilol: 3.125 a 25 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
diltiazem: 0.25 mg/kg em bolus intravenoso inicialmente, pode-se administrar um segundo bolus de 0.35 mg/kg após 15 minutos, se necessário, seguido por infusão de 5-15 mg/hora; 120-360 mg por via oral (liberação prolongada) uma vez ao dia
ou
verapamil: 5-10 mg em bolus intravenoso inicialmente, pode-se administrar um segundo e um terceiro bolus de 5-10 mg após 15-30 minutos, seguidos por infusão de 5-20 mg/hora; 180-480 mg por via oral (liberação prolongada) uma vez ao dia
cardioversão elétrica ou farmacológica
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Pacientes com baixo risco tromboembólico que apresentam FA inicial dentro de 48 horas podem submeter-se a uma cardioversão imediata sem necessidade de anticoagulação. Não há diferença significativa em termos de desfecho entre a cardioversão de CC e a farmacológica. O momento certo da cardioversão em pacientes hemodinamicamente estáveis e minimamente sintomáticos é um tema de pesquisa. Alguns estudos sugerem não haver nenhum benefício na cardioversão precoce em comparação com uma abordagem do tipo "esperar para ver"; outros sugerem que os desfechos são melhores quando a cardioversão é realizada precocemente.[111]Pope MK, Hall TS, Schirripa V, et al. Cardioversion in patients with newly diagnosed non-valvular atrial fibrillation: observational study using prospectively collected registry data. BMJ. 2021 Oct 27;375:e066450. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8548918 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34706884?tool=bestpractice.com [112]Pluymaekers NAHA, Dudink EAMP, Luermans JGLM, et al. Early or delayed cardioversion in recent-onset atrial fibrillation. N Engl J Med. 2019 Apr 18;380(16):1499-1508. https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMc1906729 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30883054?tool=bestpractice.com
A cardioversão elétrica por corrente contínua é rápida, segura e eficiente.
Os agentes de classe IC (flecainida, propafenona) apresentam maior mortalidade nos pacientes com doença arterial coronariana (DAC) e são contraindicados nos pacientes com DAC e disfunção cardíaca. A FA pode ser convertida para flutter atrial que pode ocorrer com rápida frequência ventricular.
Há fortes evidências da eficácia da flecainida para a conversão farmacológica (razão de chances [RC] 24.7; IC de 95% 9.0 a 68.3). Há uma alta taxa de conversão, de cerca de 70% a 3 horas após o tratamento e de até 90% a 8 horas.[159]Miller MR, McNamara RL, Segal JB, et al. Efficacy of agents for pharmacologic conversion of atrial fibrillation and subsequent maintenance of sinus rhythm: a meta-analysis of clinical trials. J Fam Pract. 2000 Nov;49(11):1033-46. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11093570?tool=bestpractice.com
Há também fortes evidências da eficácia da propafenona para a conversão farmacológica (RC 4.6; IC de 95% 2.6 a 8.2). Há altas taxas de conversão, de até 76% a 8 horas após o tratamento.[159]Miller MR, McNamara RL, Segal JB, et al. Efficacy of agents for pharmacologic conversion of atrial fibrillation and subsequent maintenance of sinus rhythm: a meta-analysis of clinical trials. J Fam Pract. 2000 Nov;49(11):1033-46. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11093570?tool=bestpractice.com
Os agentes de classe III (incluindo amiodarona e ibutilida) são menos eficazes que os agentes de classe IC na conversão para o ritmo sinusal.
Para melhorar o sucesso da restauração do ritmo sinusal e sua manutenção, especialmente em pacientes com FA persistente, pode-se considerar o pré-tratamento com amiodarona 1-6 semanas antes da cardioversão elétrica.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com [160]Um KJ, McIntyre WF, Healey JS, et al. Pre- and post-treatment with amiodarone for elective electrical cardioversion of atrial fibrillation: a systematic review and meta-analysis. Europace. 2019 Jun 1;21(6):856-63. https://academic.oup.com/europace/article/21/6/856/5380134 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30875422?tool=bestpractice.com
A ibutilida prolonga a repolarização do tecido atrial ampliando a corrente despolarizante de entrada lenta de Na+ na fase de platô da repolarização. Até 70% de todas as conversões ocorrem dentro de 20 minutos de infusão. Há fortes evidências de eficácia da conversão farmacológica (RC 29.1; IC de 95% de 9.8 a 86.1). As taxas de conversão ficam entre 33% e 45% nos primeiros 70 minutos. Como a meia-vida da ibutilida é de 3 a 6 horas, recomenda-se um período de observação prolongado nos pacientes que tenham recebido ibutilida.[159]Miller MR, McNamara RL, Segal JB, et al. Efficacy of agents for pharmacologic conversion of atrial fibrillation and subsequent maintenance of sinus rhythm: a meta-analysis of clinical trials. J Fam Pract. 2000 Nov;49(11):1033-46. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11093570?tool=bestpractice.com
O vernacalanto, bloqueador do canal de sódio e bloqueador ultrarrápido do canal de potássio com efeitos atriais seletivos, foi recomendado para aprovação pela European Medicines Agency para cardioversão rápida de FA inicial para o ritmo sinusal em adultos (≤7 dias para pacientes não cirúrgicos; ≤3 dias para pacientes cirúrgicos).[145]Roy D, Pratt CM, Torp-Pedersen C, et al; Atrial Arrhythmia Conversion Trial Investigators. Vernakalant hydrochloride for rapid conversion of atrial fibrillation: a phase 3, randomized, placebo-controlled trial. Circulation. 2008 Mar 25;117(12):1518-25. http://circ.ahajournals.org/cgi/content/full/117/12/1518 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18332267?tool=bestpractice.com [146]Kowey PR, Dorian P, Mitchell LB, et al; Atrial Arrhythmia Conversion Trial Investigators. Vernakalant hydrochloride for the rapid conversion of atrial fibrillation after cardiac surgery: a randomized, double-blind, placebo-controlled trial. Circ Arrhythm Electrophysiol. 2009 Dec;2(6):652-9. http://circep.ahajournals.org/content/2/6/652.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19948506?tool=bestpractice.com [147]Camm AJ, Capucci A, Hohnloser SH, et al; AVRO Investigators. A randomized active-controlled study comparing the efficacy and safety of vernakalant to amiodarone in recent-onset atrial fibrillation. J Am Coll Cardiol. 2011 Jan 18;57(3):313-21. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S073510971004413X?via%3Dihub http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21232669?tool=bestpractice.com Antes do seu uso, verifique as contraindicações; o paciente deve estar adequadamente hidratado, e deve-se usar monitoramento hemodinâmico e por ECG. A infusão pode ser seguida pela cardioversão com CC, se necessário.
Opções primárias
flecainida: peso corporal <70 kg: 200 mg por via oral em dose única; peso corporal ≥70 kg: 300 mg por via oral em dose única
ou
propafenona: peso corporal <70 kg: 450 mg por via oral em dose única; peso corporal ≥70 kg: 600 mg por via oral em dose única
ou
amiodarona: 150 mg por via intravenosa inicialmente ao longo de 10 minutos, seguidos por infusão de 1 mg/minuto por 6 horas e depois infusão de 0,5 mg/minuto por 18 horas; 600-800 mg/dia por via oral administrados em 2-3 doses fracionadas até uma dose de ataque total de até 10 g, seguido por 200 mg por via oral uma vez ao dia
Mais amiodaronaOs regimes posológicos podem variar para a amiodarona; consulte a orientação local para obter mais informações.
ou
ibutilida: peso corporal <60 kg: 0.01 mg/kg por via intravenosa em dose única; peso corporal de adultos ≥60 kg: 1 mg por via intravenosa em dose única; pode-se repetir a dose após 10 minutos em caso de ausência de resposta
ou
vernacalanto: 3 mg/kg em infusão intravenosa ao longo de 10 minutos inicialmente, seguida por 15 minutos de observação, seguida por 2 mg/kg em infusão intravenosa ao longo de 10 minutos se necessário
controle da frequência cardíaca com betabloqueadores e/ou bloqueadores dos canais de cálcio
A terapia de controle da frequência cardíaca é necessária até que a cardioversão seja bem-sucedida.
Os betabloqueadores e bloqueadores dos canais de cálcio não di-hidropiridínicos (isto é, diltiazem ou verapamil) retardam a condução dos impulsos cardíacos no nó atrioventricular e, consequentemente, reduzem a frequência ventricular.
A administração intravenosa pode ser necessária para um controle rápido da frequência ventricular. Além disso, em caso de efeitos hemodinâmicos adversos, a infusão pode ser imediatamente descontinuada.
Os betabloqueadores são especialmente úteis quando a FA inicial está associada a infarto agudo do miocárdio ou angina, ou quando a FA inicial é desencadeada após exercício.
O esmolol é útil nos pacientes com risco de complicações de betabloqueio, especialmente aqueles com doença reativa das vias aéreas, disfunção ventricular esquerda e/ou doença vascular periférica.
Os bloqueadores dos canais de cálcio não di-hidropiridínicos são úteis no controle de frequência ventricular, na ausência de pré-excitação. Eles oferecem um controle de frequência razoável e melhoram os sintomas relacionados à FA, em comparação com os betabloqueadores.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com Eles são preferíveis nos pacientes com doença pulmonar crônica em que pode ocorrer broncoespasmo com os betabloqueadores.
Os dois grupos de medicamentos podem causar bradicardia grave, bloqueio atrioventricular, assistolia, insuficiência cardíaca ou hipotensão.
Se o controle da frequência cardíaca for inadequado com a monoterapia, poderá ser usada uma combinação de betabloqueador e bloqueador dos canais de cálcio. Além disso, a identificação e o tratamento de qualquer fator desencadeante potencial de um novo episódio de FA é muito importante, pois a taxa e as medidas de controle do ritmo têm menor probabilidade de sucesso, se o fator desencadeante agudo persistir.[48]Chyou JY, Barkoudah E, Dukes JW, et al. Atrial fibrillation occurring during acute hospitalization: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2023 Apr 11;147(15):e676-98. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000001133 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36912134?tool=bestpractice.com
[ Escore de fibrilação atrial CHA(2)DS(2)-VASc para o risco de AVC Opens in new window ]
Opções primárias
esmolol: 500 microgramas/kg por via intravenosa como dose de ataque, seguidos por infusão de 50-300 microgramas/kg/minuto
ou
metoprolol: 2.5 a 5 mg em bolus intravenoso inicialmente, pode-se repetir a cada 5 minutos até um total de 3 doses; 25-200 mg por via oral (liberação imediata) duas vezes ao dia
ou
propranolol: 1 mg por via intravenosa inicialmente, pode-se repetir a cada 2 minutos até um total de 3 doses; 10-40 mg por via oral (liberação imediata) três a quatro vezes ao dia
ou
atenolol: 25-100 mg por via oral uma vez ao dia
ou
nadolol: 10-240 mg por via oral uma vez ao dia
ou
bisoprolol: 2.5 a 10 mg por via oral uma vez ao dia
ou
carvedilol: 3.125 a 25 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
diltiazem: 0.25 mg/kg em bolus intravenoso inicialmente, pode-se administrar um segundo bolus de 0.35 mg/kg após 15 minutos, se necessário, seguido por infusão de 5-15 mg/hora; 120-360 mg por via oral (liberação prolongada) uma vez ao dia
ou
verapamil: 5-10 mg em bolus intravenoso inicialmente, pode-se administrar um segundo e terceiro bolus de 5-10 mg após 15-30 minutos, seguido por infusão de 5-20 mg/hora; 180-480 mg por via oral (liberação prolongada) uma vez ao dia
cardioversão elétrica ou farmacológica + heparina
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A heparina intravenosa (tempo de tromboplastina parcial ativada [TTPa] de 45-60 segundos) ou a heparina subcutânea de baixo peso molecular deve ser iniciada antes da cardioversão. Não há diferença significativa em termos de desfecho entre a cardioversão de CC e a farmacológica. O momento certo da cardioversão em pacientes hemodinamicamente estáveis e minimamente sintomáticos é um tema de pesquisa. Alguns estudos sugerem não haver nenhum benefício na cardioversão precoce em comparação com uma abordagem do tipo "esperar para ver"; outros sugerem que os desfechos são melhores quando a cardioversão é realizada precocemente.[111]Pope MK, Hall TS, Schirripa V, et al. Cardioversion in patients with newly diagnosed non-valvular atrial fibrillation: observational study using prospectively collected registry data. BMJ. 2021 Oct 27;375:e066450. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8548918 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34706884?tool=bestpractice.com [112]Pluymaekers NAHA, Dudink EAMP, Luermans JGLM, et al. Early or delayed cardioversion in recent-onset atrial fibrillation. N Engl J Med. 2019 Apr 18;380(16):1499-1508. https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMc1906729 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30883054?tool=bestpractice.com
A cardioversão elétrica por corrente contínua é rápida, segura e eficiente.
Os agentes de classe IC (flecainida, propafenona) apresentam maior mortalidade nos pacientes com doença arterial coronariana (DAC) e são contraindicados nos pacientes com DAC e disfunção cardíaca. A FA pode ser convertida para flutter atrial que pode ocorrer com rápida frequência ventricular.
Há fortes evidências da eficácia da flecainida para a conversão farmacológica (razão de chances [RC] 24.7; IC de 95% 9.0 a 68.3). Há uma alta taxa de conversão, de cerca de 70% a 3 horas após o tratamento e de até 90% a 8 horas.[159]Miller MR, McNamara RL, Segal JB, et al. Efficacy of agents for pharmacologic conversion of atrial fibrillation and subsequent maintenance of sinus rhythm: a meta-analysis of clinical trials. J Fam Pract. 2000 Nov;49(11):1033-46. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11093570?tool=bestpractice.com
Há também fortes evidências da eficácia da propafenona para a conversão farmacológica (RC 4.6; IC de 95% 2.6 a 8.2). Há altas taxas de conversão, de até 76% a 8 horas após o tratamento.[159]Miller MR, McNamara RL, Segal JB, et al. Efficacy of agents for pharmacologic conversion of atrial fibrillation and subsequent maintenance of sinus rhythm: a meta-analysis of clinical trials. J Fam Pract. 2000 Nov;49(11):1033-46. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11093570?tool=bestpractice.com
Os agentes de classe III (incluindo amiodarona e ibutilida) são menos eficazes que os agentes de classe IC na conversão para o ritmo sinusal.
Para melhorar o sucesso da restauração do ritmo sinusal e sua manutenção, especialmente em pacientes com FA persistente, pode-se considerar o pré-tratamento com amiodarona 1-6 semanas antes da cardioversão elétrica.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com [160]Um KJ, McIntyre WF, Healey JS, et al. Pre- and post-treatment with amiodarone for elective electrical cardioversion of atrial fibrillation: a systematic review and meta-analysis. Europace. 2019 Jun 1;21(6):856-63. https://academic.oup.com/europace/article/21/6/856/5380134 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30875422?tool=bestpractice.com
A ibutilida prolonga a repolarização do tecido atrial ampliando a corrente despolarizante de entrada lenta de Na+ na fase de platô da repolarização. Até 70% de todas as conversões ocorrem dentro de 20 minutos de infusão. Há fortes evidências de eficácia da conversão farmacológica (RC 29.1; IC de 95% de 9.8 a 86.1). As taxas de conversão ficam entre 33% e 45% nos primeiros 70 minutos. Como a meia-vida da ibutilida é de 3 a 6 horas, recomenda-se um período de observação prolongado nos pacientes que tenham recebido ibutilida.[159]Miller MR, McNamara RL, Segal JB, et al. Efficacy of agents for pharmacologic conversion of atrial fibrillation and subsequent maintenance of sinus rhythm: a meta-analysis of clinical trials. J Fam Pract. 2000 Nov;49(11):1033-46. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11093570?tool=bestpractice.com
Opções primárias
flecainida: peso corporal <70 kg: 200 mg por via oral em dose única; peso corporal ≥70 kg: 300 mg por via oral em dose única
ou
propafenona: peso corporal <70 kg: 450 mg por via oral em dose única; peso corporal ≥70 kg: 600 mg por via oral em dose única
ou
amiodarona: 150 mg por via intravenosa inicialmente ao longo de 10 minutos, seguidos por infusão de 1 mg/minuto por 6 horas e depois infusão de 0,5 mg/minuto por 18 horas; 600-800 mg/dia por via oral administrados em 2-3 doses fracionadas até uma dose de ataque total de até 10 g, seguido por 200 mg por via oral uma vez ao dia
Mais amiodaronaOs regimes posológicos podem variar para a amiodarona; consulte a orientação local para obter mais informações.
ou
ibutilida: peso corporal <60 kg: 0.01 mg/kg por via intravenosa em dose única; peso corporal de adultos ≥60 kg: 1 mg por via intravenosa em dose única; pode-se repetir a dose após 10 minutos em caso de ausência de resposta
--E--
heparina: siga as diretrizes do protocolo local para dosagem, mantenha o tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) entre 45-60 segundos
ou
enoxaparina: 1 mg/kg por via subcutânea a cada 12 horas
anticoagulação ou oclusão do apêndice atrial esquerdo
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A anticoagulação é recomendada em todos os pacientes com FA, por causa do alto risco de eventos tromboembólicos. As principais opções de anticoagulação são um antagonista da vitamina K, como a varfarina, ou um anticoagulante oral direto (AOD), como a dabigatrana, a rivaroxabana, a apixabana ou a edoxabana. Os AODs são aprovados para a prevenção do AVC e têm um perfil de efeitos colaterais mais favorável que o dos antagonistas da vitamina K nos pacientes com FA não valvar.
Nos pacientes com FA que são candidatos para anticoagulação e não apresentam estenose mitral reumática moderada-grave ou valva mecânica cardíaca, recomendam-se os AODs em vez da varfarina para reduzir o risco de mortalidade, AVC, embolia sistêmica e hemorragia intracraniana.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com
Os AODs devem ser utilizados com cautela nos pacientes com comprometimento renal. Se um AOD for adequado, dependendo do grau de comprometimento renal e da indicação de uso, poderá ser necessário um ajuste de dose. Consulte as informações de prescrição para obter orientação específica sobre a utilização em pacientes com comprometimento renal.
AODs não devem ser usados em pacientes com valvas protéticas mecânicas ou estenose mitral moderada a grave, por causa do aumento do risco de AVC, ataque cardíaco e coágulo sanguíneo nesses pacientes, nem devem ser usados em combinação com heparina (inclusive heparina de baixo peso molecular), derivados da heparina ou varfarina.[115]Alpert JS. Take-home messages from the recently updated AHA/ACC guidelines for atrial fibrillation. Am J Med. 2019 Dec;132(12):1363-4. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31401166?tool=bestpractice.com
Os pacientes com diabetes correm risco de complicações do diabetes quando tratados com anticoagulantes orais; este risco parece ser menor com AODs do que com antagonistas da vitamina K. A dabigatrana tem preferência, por sua eficácia e menores taxas de efeitos adversos neste grupo de pacientes.[136]Jin H, Zhu K, Wang L, et al. A network meta-analysis of non-vitamin K antagonist oral anticoagulants versus warfarin in patients with atrial fibrillation and diabetes mellitus. Acta Cardiol. 2021 Nov;76(9):960-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33432890?tool=bestpractice.com [137]Huang HK, Liu PP, Lin SM, et al. Diabetes-related complications and mortality in patients with atrial fibrillation receiving different oral anticoagulants: a nationwide analysis. Ann Intern Med. 2022 Apr;175(4):490-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35157495?tool=bestpractice.com
Em pacientes elegíveis para uso de AODs, inicie a terapia concomitante de varfarina e heparina e mantenha a heparina até que os níveis de varfarina sejam terapêuticos (INR 2-3). A anticoagulação com varfarina na INR-alvo deve ser mantida por 3-4 semanas antes de se tentar a cardioversão.
A anticoagulação deve ser mantida por pelo menos 4 semanas após a cardioversão e pode ser necessária por mais tempo em alguns pacientes.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com [48]Chyou JY, Barkoudah E, Dukes JW, et al. Atrial fibrillation occurring during acute hospitalization: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2023 Apr 11;147(15):e676-98. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000001133 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36912134?tool=bestpractice.com
No cenário da FA, o apêndice atrial esquerdo pode desempenhar um papel na estase sanguínea e na formação de coágulos e, consequentemente, ser uma fonte de êmbolos.[17]Katsanos AH, Kamel H, Healey JS, et al. Stroke prevention in atrial fibrillation: looking forward. Circulation. 2020 Dec 15;142(24):2371-88. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIRCULATIONAHA.120.049768 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33315494?tool=bestpractice.com Embora a anticoagulação oral seja o padrão de assistência para reduzir o risco de AVC isquêmico nos pacientes com FA, ela é contraindicada para alguns pacientes devido ao excessivo risco de sangramentos importantes.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com
A oclusão do apêndice atrial esquerdo pode ser considerada uma alternativa para a prevenção do AVC nos pacientes com risco moderado a alto de AVC (escore CHA₂DS₂-VASc ≥2) quando houver contraindicações absolutas ao uso de anticoagulantes (devido a uma causa não reversível), ou o risco de sangramento superar os benefícios.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com [2]Hindricks G, Potpara T, Dagres N, et al. 2020 ESC Guidelines for the diagnosis and management of atrial fibrillation developed in collaboration with the European Association for Cardio-Thoracic Surgery (EACTS). Eur Heart J. 2021 Feb 1;42(5):373-498. https://academic.oup.com/eurheartj/article/42/5/373/5899003?login=false [11]National Institute for Health and Care Excellence. Atrial fibrillation: diagnosis and management. Jun 2021 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng196 [140]Glikson M, Wolff R, Hindricks G, et al. EHRA/EAPCI expert consensus statement on catheter-based left atrial appendage occlusion - an update. Europace. 2020 Feb 1;22(2):184. https://academic.oup.com/europace/article/22/2/184/5557705 Para obter mais informações sobre esse tratamento, consulte Fibrilação atrial estabelecida.
Opções primárias
dabigatrana: 150 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
apixabana: 2.5 a 5 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
edoxabana: 60 mg por via oral uma vez ao dia
ou
rivaroxabana: 20 mg por via oral uma vez ao dia
ou
varfarina: 2-10 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, ajustar a dose de acordo com INR
Mais varfarinaA dose inicial pode ser calculada usando-se uma ferramenta online que leva em conta as características dos pacientes e/ou informações de genótipo CYP2C9/VKORC1 (se disponível). WarfarinDosing.org Opens in new window
controle de frequência cardíaca com betabloqueador, digoxina ou amiodarona
Os pacientes com insuficiência cardíaca são considerados com alto risco de tromboembolismo. Podem estar presentes outros fatores de risco, incluindo idade ≥75 anos, cardiopatia estrutural, diabetes, hipertensão, doença reumática cardíaca, valvas cardíacas protéticas ou história de tromboembolismo prévio ou fração de ejeção do ventrículo esquerdo ≤35%.
Betabloqueadores, a digoxina ou a amiodarona podem ser utilizados para o controle de frequência cardíaca em pacientes com FA e insuficiência cardíaca.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com [21]Gorenek B, Halvorsen S, Kudaiberdieva G, et al. Atrial fibrillation in acute heart failure: A position statement from the Acute Cardiovascular Care Association and European Heart Rhythm Association of the European Society of Cardiology. Eur Heart J Acute Cardiovasc Care. 2020 Jun;9(4):348-57. https://academic.oup.com/ehjacc/article/9/4/348/5950241 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31976747?tool=bestpractice.com Estes medicamentos podem ser utilizados em combinação ou como monoterapia.
A escolha do(s) agente(s) farmacológico(s) em pacientes com insuficiência cardíaca é ditada pelo grau de insuficiência cardíaca e pelo tipo de insuficiência cardíaca (isto é, fração de ejeção [FE] reduzida ou preservada). Medicamentos que potencialmente acentuam a contratilidade cardíaca são, portanto, evitados. Assim, bloqueadores dos canais de cálcio, que podem ser usados na insuficiência cardíaca (IC) com FE preservada, não são recomendados em pacientes com FE reduzida (insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida [ICFER]). Betabloqueadores, como carvedilol, metoprolol e bisoprolol, recomendados para IC em pacientes com FE reduzida e preservada, também podem ser usados para o controle de frequência cardíaca.
A digoxina não é considerada um agente de primeira linha para o propósito de controle da frequência cardíaca, mas pode ser útil nos pacientes com insuficiência cardíaca. Um estudo explorou se o uso de digoxina estava associado independentemente ao aumento da mortalidade em pacientes com FA; em comparação com os participantes controle com escore correspondente, o risco de morte e morte súbita foi significativamente maior nos novos usuários de digoxina.[110]Lopes RD, Rordorf R, De Ferrari GM, et al; ARISTOTLE Committees and Investigators. Digoxin and mortality in patients with atrial fibrillation. J Am Coll Cardiol. 2018 Mar 13;71(10):1063-74. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0735109718301037?via%3Dihub http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29519345?tool=bestpractice.com Em pacientes com FA que recebem digoxina, o risco de morte foi independentemente relacionado à concentração sérica de digoxina e foi mais alto em pacientes com concentrações ≥1.54 nmol/L (1.2 ng/mL).[110]Lopes RD, Rordorf R, De Ferrari GM, et al; ARISTOTLE Committees and Investigators. Digoxin and mortality in patients with atrial fibrillation. J Am Coll Cardiol. 2018 Mar 13;71(10):1063-74. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0735109718301037?via%3Dihub http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29519345?tool=bestpractice.com
Além disso, a identificação e o tratamento de qualquer fator desencadeante potencial de novo episódio de FA é muito importante, pois a taxa e as medidas de controle do ritmo têm menor probabilidade de sucesso, se o fator desencadeante agudo persistir.[48]Chyou JY, Barkoudah E, Dukes JW, et al. Atrial fibrillation occurring during acute hospitalization: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2023 Apr 11;147(15):e676-98. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000001133 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36912134?tool=bestpractice.com
Opções primárias
carvedilol: 3.125 a 25 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
metoprolol: 2.5 a 5 mg em bolus intravenoso inicialmente, pode-se repetir a cada 5 minutos até um total de 3 doses; 25-200 mg por via oral (liberação imediata) duas vezes ao dia
ou
bisoprolol: 2.5 a 10 mg por via oral uma vez ao dia
ou
digoxina: 0.25 a 0.5 mg por via intravenosa como dose de ataque, seguidos por 0.25 mg a cada 6 horas (máximo de 1.5 mg/24 horas), em seguida 0.0625 a 0.25 mg por via oral uma vez ao dia
ou
amiodarona: 150-300 mg por via intravenosa como dose de ataque, seguidos por infusão de 10-50 mg/hora por 24 horas, em seguida 100-200 mg por via oral uma vez ao dia
Mais amiodaronaOs regimes posológicos podem variar para a amiodarona; consulte a orientação local para obter mais informações.
cardioversão elétrica ou farmacológica + heparina
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A heparina intravenosa (tempo de tromboplastina parcial ativada [TTPa] de 45-60 segundos) ou a heparina subcutânea de baixo peso molecular deve ser iniciada antes da cardioversão. Não há diferença significativa em termos de desfecho entre a cardioversão de CC e a farmacológica. O momento certo da cardioversão em pacientes hemodinamicamente estáveis e minimamente sintomáticos é um tema de pesquisa. Alguns estudos sugerem não haver nenhum benefício na cardioversão precoce em comparação com uma abordagem do tipo "esperar para ver"; outros sugerem que os desfechos são melhores quando a cardioversão é realizada precocemente.[111]Pope MK, Hall TS, Schirripa V, et al. Cardioversion in patients with newly diagnosed non-valvular atrial fibrillation: observational study using prospectively collected registry data. BMJ. 2021 Oct 27;375:e066450. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8548918 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34706884?tool=bestpractice.com [112]Pluymaekers NAHA, Dudink EAMP, Luermans JGLM, et al. Early or delayed cardioversion in recent-onset atrial fibrillation. N Engl J Med. 2019 Apr 18;380(16):1499-1508. https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMc1906729 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30883054?tool=bestpractice.com
A cardioversão elétrica por corrente contínua é rápida, segura e eficiente.
Os agentes de classe III (incluindo amiodarona e ibutilida) são menos eficazes que os agentes de classe IC na conversão para o ritmo sinusal.
Para melhorar o sucesso da restauração do ritmo sinusal e sua manutenção, especialmente em pacientes com FA persistente, pode-se considerar o pré-tratamento com amiodarona 1-6 semanas antes da cardioversão elétrica.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com [160]Um KJ, McIntyre WF, Healey JS, et al. Pre- and post-treatment with amiodarone for elective electrical cardioversion of atrial fibrillation: a systematic review and meta-analysis. Europace. 2019 Jun 1;21(6):856-63. https://academic.oup.com/europace/article/21/6/856/5380134 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30875422?tool=bestpractice.com
A ibutilida prolonga a repolarização do tecido atrial ampliando a corrente despolarizante de entrada lenta de Na+ na fase de platô da repolarização. Até 70% de todas as conversões ocorrem dentro de 20 minutos de infusão. Há fortes evidências de eficácia da conversão farmacológica (RC 29.1; IC de 95% de 9.8 a 86.1). As taxas de conversão ficam entre 33% e 45% nos primeiros 70 minutos. Como a meia-vida da ibutilida é de 3 a 6 horas, recomenda-se um período de observação prolongado nos pacientes que tenham recebido ibutilida.[159]Miller MR, McNamara RL, Segal JB, et al. Efficacy of agents for pharmacologic conversion of atrial fibrillation and subsequent maintenance of sinus rhythm: a meta-analysis of clinical trials. J Fam Pract. 2000 Nov;49(11):1033-46. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11093570?tool=bestpractice.com
Opções primárias
amiodarona: 150 mg por via intravenosa inicialmente ao longo de 10 minutos, seguidos por infusão de 1 mg/minuto por 6 horas e depois infusão de 0,5 mg/minuto por 18 horas; 600-800 mg/dia por via oral administrados em 2-3 doses fracionadas até uma dose de ataque total de até 10 g, seguido por 200 mg por via oral uma vez ao dia
Mais amiodaronaOs regimes posológicos podem variar para a amiodarona; consulte a orientação local para obter mais informações.
ou
ibutilida: peso corporal <60 kg: 0.01 mg/kg por via intravenosa em dose única; peso corporal de adultos ≥60 kg: 1 mg por via intravenosa em dose única; pode-se repetir a dose após 10 minutos em caso de ausência de resposta
--E--
heparina: siga as diretrizes do protocolo local para dosagem, mantenha o tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) entre 45-60 segundos
ou
enoxaparina: 1 mg/kg por via subcutânea a cada 12 horas
anticoagulação ou oclusão do apêndice atrial esquerdo
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A anticoagulação é recomendada em todos os pacientes com FA, por causa do alto risco de eventos tromboembólicos. As principais opções de anticoagulação são um antagonista da vitamina K, como a varfarina, ou um anticoagulante oral direto (AOD), como a dabigatrana, a rivaroxabana, a apixabana ou a edoxabana. Os AODs são aprovados para a prevenção do AVC e têm um perfil de efeitos colaterais mais favorável que o dos antagonistas da vitamina K nos pacientes com FA não valvar.
Nos pacientes com FA que são candidatos para anticoagulação e não apresentam estenose mitral reumática moderada-grave ou valva mecânica cardíaca, recomendam-se os AODs em vez da varfarina para reduzir o risco de mortalidade, AVC, embolia sistêmica e hemorragia intracraniana.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com
Os AODs devem ser utilizados com cautela nos pacientes com comprometimento renal. Se um AOD for adequado, dependendo do grau de comprometimento renal e da indicação de uso, poderá ser necessário um ajuste de dose. Consulte as informações de prescrição para obter orientação específica sobre a utilização em pacientes com comprometimento renal.
AODs não devem ser usados em pacientes com valvas protéticas mecânicas ou estenose mitral moderada a grave, por causa do aumento do risco de AVC, ataque cardíaco e coágulo sanguíneo nesses pacientes, nem devem ser usados em combinação com heparina (inclusive heparina de baixo peso molecular), derivados da heparina ou varfarina.[115]Alpert JS. Take-home messages from the recently updated AHA/ACC guidelines for atrial fibrillation. Am J Med. 2019 Dec;132(12):1363-4. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31401166?tool=bestpractice.com
Os pacientes com diabetes correm risco de complicações do diabetes quando tratados com anticoagulantes orais; este risco parece ser menor com AODs do que com antagonistas da vitamina K. A dabigatrana tem preferência, por sua eficácia e menores taxas de efeitos adversos neste grupo de pacientes.[136]Jin H, Zhu K, Wang L, et al. A network meta-analysis of non-vitamin K antagonist oral anticoagulants versus warfarin in patients with atrial fibrillation and diabetes mellitus. Acta Cardiol. 2021 Nov;76(9):960-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33432890?tool=bestpractice.com [137]Huang HK, Liu PP, Lin SM, et al. Diabetes-related complications and mortality in patients with atrial fibrillation receiving different oral anticoagulants: a nationwide analysis. Ann Intern Med. 2022 Apr;175(4):490-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35157495?tool=bestpractice.com
Em pacientes elegíveis para uso de AODs, inicie a terapia concomitante de varfarina e heparina e mantenha a heparina até que os níveis de varfarina sejam terapêuticos (INR 2-3). A anticoagulação com varfarina na INR-alvo deve ser mantida por 3-4 semanas antes de se tentar a cardioversão.
A anticoagulação deve ser mantida por pelo menos 4 semanas após a cardioversão e pode ser necessária por mais tempo em alguns pacientes.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com [48]Chyou JY, Barkoudah E, Dukes JW, et al. Atrial fibrillation occurring during acute hospitalization: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2023 Apr 11;147(15):e676-98. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000001133 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36912134?tool=bestpractice.com
No cenário da FA, o apêndice atrial esquerdo pode desempenhar um papel na estase sanguínea e na formação de coágulos e, consequentemente, ser uma fonte de êmbolos.[17]Katsanos AH, Kamel H, Healey JS, et al. Stroke prevention in atrial fibrillation: looking forward. Circulation. 2020 Dec 15;142(24):2371-88. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIRCULATIONAHA.120.049768 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33315494?tool=bestpractice.com Embora a anticoagulação oral seja o padrão de assistência para reduzir o risco de AVC isquêmico nos pacientes com FA, ela é contraindicada para alguns pacientes devido ao excessivo risco de sangramentos importantes.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com
A oclusão do apêndice atrial esquerdo pode ser considerada uma alternativa para a prevenção do AVC nos pacientes com risco moderado a alto de AVC (escore CHA₂DS₂-VASc ≥2) quando houver contraindicações absolutas ao uso de anticoagulantes (devido a uma causa não reversível), ou o risco de sangramento superar os benefícios.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com [2]Hindricks G, Potpara T, Dagres N, et al. 2020 ESC Guidelines for the diagnosis and management of atrial fibrillation developed in collaboration with the European Association for Cardio-Thoracic Surgery (EACTS). Eur Heart J. 2021 Feb 1;42(5):373-498. https://academic.oup.com/eurheartj/article/42/5/373/5899003?login=false [11]National Institute for Health and Care Excellence. Atrial fibrillation: diagnosis and management. Jun 2021 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng196 [140]Glikson M, Wolff R, Hindricks G, et al. EHRA/EAPCI expert consensus statement on catheter-based left atrial appendage occlusion - an update. Europace. 2020 Feb 1;22(2):184. https://academic.oup.com/europace/article/22/2/184/5557705 Para obter mais informações sobre esse tratamento, consulte Fibrilação atrial estabelecida.
Opções primárias
dabigatrana: 150 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
apixabana: 2.5 a 5 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
edoxabana: 60 mg por via oral uma vez ao dia
ou
rivaroxabana: 20 mg por via oral uma vez ao dia
ou
varfarina: 2-10 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, ajustar a dose de acordo com INR
Mais varfarinaA dose inicial pode ser calculada usando-se uma ferramenta online que leva em conta as características dos pacientes e/ou informações de genótipo CYP2C9/VKORC1 (se disponível). WarfarinDosing.org Opens in new window
hemodinamicamente estável sem trombo no átrio esquerdo: início dos sintomas ≥48 horas
controle da frequência cardíaca com betabloqueadores e/ou bloqueadores dos canais de cálcio
A terapia de controle da frequência cardíaca é necessária até que a cardioversão seja bem-sucedida.
Os betabloqueadores e bloqueadores dos canais de cálcio não di-hidropiridínicos (isto é, diltiazem ou verapamil) retardam a condução dos impulsos cardíacos no nó atrioventricular e, consequentemente, reduzem a frequência ventricular.
A administração intravenosa pode ser necessária para um controle rápido da frequência ventricular. Além disso, em caso de efeitos hemodinâmicos adversos, a infusão pode ser imediatamente descontinuada.
Os betabloqueadores são especialmente úteis quando a FA inicial está associada a infarto agudo do miocárdio ou angina, ou quando a FA inicial é desencadeada após exercício.
O esmolol é útil nos pacientes com risco de complicações de betabloqueio, especialmente aqueles com doença reativa das vias aéreas, disfunção ventricular esquerda e/ou doença vascular periférica.
Os bloqueadores dos canais de cálcio não di-hidropiridínicos são úteis no controle de frequência ventricular, na ausência de pré-excitação. Eles oferecem um controle de frequência razoável e melhoram os sintomas relacionados à FA, em comparação com os betabloqueadores.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com Eles são preferíveis nos pacientes com doença pulmonar crônica em que pode ocorrer broncoespasmo com os betabloqueadores.
Os dois grupos de medicamentos podem causar bradicardia grave, bloqueio atrioventricular, assistolia, insuficiência cardíaca ou hipotensão.
Se o controle da frequência cardíaca for inadequado com a monoterapia, poderá ser usada uma combinação de betabloqueador e bloqueador dos canais de cálcio. Além disso, a identificação e o tratamento de qualquer fator desencadeante potencial de um novo episódio de FA é muito importante, pois a taxa e as medidas de controle do ritmo têm menor probabilidade de sucesso, se o fator desencadeante agudo persistir.[48]Chyou JY, Barkoudah E, Dukes JW, et al. Atrial fibrillation occurring during acute hospitalization: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2023 Apr 11;147(15):e676-98. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000001133 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36912134?tool=bestpractice.com
[ Escore de fibrilação atrial CHA(2)DS(2)-VASc para o risco de AVC Opens in new window ]
Opções primárias
esmolol: 500 microgramas/kg por via intravenosa como dose de ataque, seguidos por infusão de 50-300 microgramas/kg/minuto
ou
metoprolol: 2.5 a 5 mg em bolus intravenoso inicialmente, pode-se repetir a cada 5 minutos até um total de 3 doses; 25-200 mg por via oral (liberação imediata) duas vezes ao dia
ou
propranolol: 1 mg por via intravenosa inicialmente, pode-se repetir a cada 2 minutos até um total de 3 doses; 10-40 mg por via oral (liberação imediata) três a quatro vezes ao dia
ou
atenolol: 25-100 mg por via oral uma vez ao dia
ou
nadolol: 10-240 mg por via oral uma vez ao dia
ou
bisoprolol: 2.5 a 10 mg por via oral uma vez ao dia
ou
carvedilol: 3.125 a 25 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
diltiazem: 0.25 mg/kg em bolus intravenoso inicialmente, pode-se administrar um segundo bolus de 0.35 mg/kg após 15 minutos, se necessário, seguido por infusão de 5-15 mg/hora; 120-360 mg por via oral (liberação prolongada) uma vez ao dia
ou
verapamil: 5-10 mg em bolus intravenoso inicialmente, pode-se administrar um segundo e terceiro bolus de 5-10 mg após 15-30 minutos, seguido por infusão de 5-20 mg/hora; 180-480 mg por via oral (liberação prolongada) uma vez ao dia
heparina
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A heparina (não fracionada ou de baixo peso molecular) deve ser iniciada, e a cardioversão deve ser protelada até que o paciente esteja estabilizado em uso de heparina um com tempo de tromboplastina parcial ativada de 45-60 segundos.
Opções primárias
heparina: siga as diretrizes do protocolo local para dosagem, mantenha o tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) entre 45-60 segundos
ou
enoxaparina: 1 mg/kg por via subcutânea a cada 12 horas
cardioversão elétrica ou farmacológica depois de estabilizada a anticoagulação com heparina
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A cardioversão pode ser feita depois que a heparina tiver sido estabelecida, desde que o ecocardiograma transesofágico seja negativo. Não há diferença significativa em termos de desfecho entre a cardioversão de CC e a farmacológica. O momento certo da cardioversão em pacientes hemodinamicamente estáveis e minimamente sintomáticos é um tema de pesquisa. Alguns estudos sugerem não haver nenhum benefício na cardioversão precoce em comparação com uma abordagem do tipo "esperar para ver"; outros sugerem que os desfechos são melhores quando a cardioversão é realizada precocemente.[111]Pope MK, Hall TS, Schirripa V, et al. Cardioversion in patients with newly diagnosed non-valvular atrial fibrillation: observational study using prospectively collected registry data. BMJ. 2021 Oct 27;375:e066450. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8548918 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34706884?tool=bestpractice.com [112]Pluymaekers NAHA, Dudink EAMP, Luermans JGLM, et al. Early or delayed cardioversion in recent-onset atrial fibrillation. N Engl J Med. 2019 Apr 18;380(16):1499-1508. https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMc1906729 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30883054?tool=bestpractice.com
A cardioversão elétrica por corrente contínua é rápida, segura e eficiente.
Os agentes de classe IC (flecainida, propafenona) apresentam maior mortalidade nos pacientes com doença arterial coronariana (DAC) e são contraindicados nos pacientes com DAC e disfunção cardíaca. A FA pode ser convertida para flutter atrial que pode ocorrer com rápida frequência ventricular.
Há fortes evidências da eficácia da flecainida para a conversão farmacológica (razão de chances [RC] 24.7; IC de 95% 9.0 a 68.3). Há uma alta taxa de conversão, de cerca de 70% a 3 horas após o tratamento e de até 90% a 8 horas.[159]Miller MR, McNamara RL, Segal JB, et al. Efficacy of agents for pharmacologic conversion of atrial fibrillation and subsequent maintenance of sinus rhythm: a meta-analysis of clinical trials. J Fam Pract. 2000 Nov;49(11):1033-46. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11093570?tool=bestpractice.com
Há também fortes evidências da eficácia da propafenona para a conversão farmacológica (RC 4.6; IC de 95% 2.6 a 8.2). Há altas taxas de conversão, de até 76% a 8 horas após o tratamento.[159]Miller MR, McNamara RL, Segal JB, et al. Efficacy of agents for pharmacologic conversion of atrial fibrillation and subsequent maintenance of sinus rhythm: a meta-analysis of clinical trials. J Fam Pract. 2000 Nov;49(11):1033-46. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11093570?tool=bestpractice.com
Os agentes de classe III (incluindo amiodarona e ibutilida) são menos eficazes que os agentes de classe IC na conversão para o ritmo sinusal.
Para melhorar o sucesso da restauração do ritmo sinusal e sua manutenção, especialmente em pacientes com FA persistente, pode-se considerar o pré-tratamento com amiodarona 1–6 semanas antes da cardioversão elétrica.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com [160]Um KJ, McIntyre WF, Healey JS, et al. Pre- and post-treatment with amiodarone for elective electrical cardioversion of atrial fibrillation: a systematic review and meta-analysis. Europace. 2019 Jun 1;21(6):856-63. https://academic.oup.com/europace/article/21/6/856/5380134 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30875422?tool=bestpractice.com
A ibutilida prolonga a repolarização do tecido atrial ampliando a corrente despolarizante de entrada lenta de Na+ na fase de platô da repolarização. Até 70% de todas as conversões ocorrem dentro de 20 minutos de infusão. Há fortes evidências de eficácia da conversão farmacológica (RC 29.1; IC de 95% de 9.8 a 86.1). As taxas de conversão ficam entre 33% e 45% nos primeiros 70 minutos. Como a meia-vida da ibutilida é de 3 a 6 horas, recomenda-se um período de observação prolongado nos pacientes que tenham recebido ibutilida.[159]Miller MR, McNamara RL, Segal JB, et al. Efficacy of agents for pharmacologic conversion of atrial fibrillation and subsequent maintenance of sinus rhythm: a meta-analysis of clinical trials. J Fam Pract. 2000 Nov;49(11):1033-46. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11093570?tool=bestpractice.com
Opções primárias
flecainida: peso corporal <70 kg: 200 mg por via oral em dose única; peso corporal ≥70 kg: 300 mg por via oral em dose única
ou
propafenona: peso corporal <70 kg: 450 mg por via oral em dose única; peso corporal ≥70 kg: 600 mg por via oral em dose única
ou
amiodarona: 150 mg por via intravenosa inicialmente ao longo de 10 minutos, seguidos por infusão de 1 mg/minuto por 6 horas e depois infusão de 0,5 mg/minuto por 18 horas; 600-800 mg/dia por via oral administrados em 2-3 doses fracionadas até uma dose de ataque total de até 10 g, seguido por 200 mg por via oral uma vez ao dia
Mais amiodaronaOs regimes posológicos podem variar para a amiodarona; consulte a orientação local para obter mais informações.
ou
ibutilida: peso corporal <60 kg: 0.01 mg/kg por via intravenosa em dose única; peso corporal de adultos ≥60 kg: 1 mg por via intravenosa em dose única; pode-se repetir a dose após 10 minutos em caso de ausência de resposta
controle da frequência cardíaca com betabloqueadores e/ou bloqueadores dos canais de cálcio
A terapia de controle da frequência cardíaca é necessária até que a cardioversão seja bem-sucedida.
Os betabloqueadores e bloqueadores dos canais de cálcio não di-hidropiridínicos (isto é, diltiazem ou verapamil) retardam a condução dos impulsos cardíacos no nó atrioventricular e, consequentemente, reduzem a frequência ventricular.
A administração intravenosa pode ser necessária para um controle rápido da frequência ventricular. Além disso, em caso de efeitos hemodinâmicos adversos, a infusão pode ser imediatamente descontinuada.
Os betabloqueadores são especialmente úteis quando a FA inicial está associada a infarto agudo do miocárdio ou angina, ou quando a FA inicial é desencadeada após exercício.
O esmolol é útil nos pacientes com risco de complicações de betabloqueio, especialmente aqueles com doença reativa das vias aéreas, disfunção ventricular esquerda e/ou doença vascular periférica.
Os bloqueadores dos canais de cálcio não di-hidropiridínicos são úteis no controle de frequência ventricular, na ausência de pré-excitação. Eles oferecem um controle de frequência razoável e melhoram os sintomas relacionados à FA, em comparação com os betabloqueadores.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com Eles são preferíveis nos pacientes com doença pulmonar crônica em que pode ocorrer broncoespasmo com os betabloqueadores.
Os dois grupos de medicamentos podem causar bradicardia grave, bloqueio atrioventricular, assistolia, insuficiência cardíaca ou hipotensão.
Se o controle da frequência cardíaca for inadequado com a monoterapia, poderá ser usada uma combinação de betabloqueador e bloqueador dos canais de cálcio. Além disso, a identificação e o tratamento de qualquer fator desencadeante potencial de um novo episódio de FA é muito importante, pois a taxa e as medidas de controle do ritmo têm menor probabilidade de sucesso, se o fator desencadeante agudo persistir.[48]Chyou JY, Barkoudah E, Dukes JW, et al. Atrial fibrillation occurring during acute hospitalization: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2023 Apr 11;147(15):e676-98. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000001133 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36912134?tool=bestpractice.com
[ Escore de fibrilação atrial CHA(2)DS(2)-VASc para o risco de AVC Opens in new window ]
Opções primárias
esmolol: 500 microgramas/kg por via intravenosa como dose de ataque, seguidos por infusão de 50-300 microgramas/kg/minuto
ou
metoprolol: 2.5 a 5 mg em bolus intravenoso inicialmente, pode-se repetir a cada 5 minutos até um total de 3 doses; 25-200 mg por via oral (liberação imediata) duas vezes ao dia
ou
propranolol: 1 mg por via intravenosa inicialmente, pode-se repetir a cada 2 minutos até um total de 3 doses; 10-40 mg por via oral (liberação imediata) três a quatro vezes ao dia
ou
atenolol: 25-100 mg por via oral uma vez ao dia
ou
nadolol: 10-240 mg por via oral uma vez ao dia
ou
bisoprolol: 2.5 a 10 mg por via oral uma vez ao dia
ou
carvedilol: 3.125 a 25 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
diltiazem: 0.25 mg/kg em bolus intravenoso inicialmente, pode-se administrar um segundo bolus de 0.35 mg/kg após 15 minutos, se necessário, seguido por infusão de 5-15 mg/hora; 120-360 mg por via oral (liberação prolongada) uma vez ao dia
ou
verapamil: 5-10 mg em bolus intravenoso inicialmente, pode-se administrar um segundo e um terceiro bolus de 5-10 mg após 15-30 minutos, seguido por 5-20 mg/hora; 180-480 mg por via oral (liberação prolongada) uma vez ao dia
anticoagulação ou oclusão do apêndice atrial esquerdo
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A anticoagulação é recomendada em todos os pacientes com FA, por causa do alto risco de eventos tromboembólicos. As principais opções de anticoagulação são um antagonista da vitamina K, como a varfarina, ou um anticoagulante oral direto (AOD), como a dabigatrana, a rivaroxabana, a apixabana ou a edoxabana. Os AODs são aprovados para a prevenção do AVC e têm um perfil de efeitos colaterais mais favorável que o dos antagonistas da vitamina K nos pacientes com FA não valvar.
Nos pacientes com FA que são candidatos para anticoagulação e não apresentam estenose mitral reumática moderada-grave ou valva mecânica cardíaca, recomendam-se os AODs em vez da varfarina para reduzir o risco de mortalidade, AVC, embolia sistêmica e hemorragia intracraniana.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com
Os AODs devem ser utilizados com cautela nos pacientes com comprometimento renal. Se um AOD for adequado, dependendo do grau de comprometimento renal e da indicação de uso, poderá ser necessário um ajuste de dose. Consulte as informações de prescrição para obter orientação específica sobre a utilização em pacientes com comprometimento renal.
AODs não devem ser usados em pacientes com valvas protéticas mecânicas ou estenose mitral moderada a grave, por causa do aumento do risco de AVC, ataque cardíaco e coágulo sanguíneo nesses pacientes, nem devem ser usados em combinação com heparina (inclusive heparina de baixo peso molecular), derivados da heparina ou varfarina.[115]Alpert JS. Take-home messages from the recently updated AHA/ACC guidelines for atrial fibrillation. Am J Med. 2019 Dec;132(12):1363-4. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31401166?tool=bestpractice.com
Os pacientes com diabetes correm risco de complicações do diabetes quando tratados com anticoagulantes orais; este risco parece ser menor com AODs do que com antagonistas da vitamina K. A dabigatrana tem preferência, por sua eficácia e menores taxas de efeitos adversos neste grupo de pacientes.[136]Jin H, Zhu K, Wang L, et al. A network meta-analysis of non-vitamin K antagonist oral anticoagulants versus warfarin in patients with atrial fibrillation and diabetes mellitus. Acta Cardiol. 2021 Nov;76(9):960-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33432890?tool=bestpractice.com [137]Huang HK, Liu PP, Lin SM, et al. Diabetes-related complications and mortality in patients with atrial fibrillation receiving different oral anticoagulants: a nationwide analysis. Ann Intern Med. 2022 Apr;175(4):490-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35157495?tool=bestpractice.com
Em pacientes elegíveis para uso de AODs, inicie a terapia concomitante de varfarina e heparina e mantenha a heparina até que os níveis de varfarina sejam terapêuticos (INR 2-3). A anticoagulação com varfarina na INR-alvo deve ser mantida por 3-4 semanas antes de se tentar a cardioversão.
A anticoagulação deve ser estabelecida antes e recomenda-se que seja mantida por, pelo menos, 4 semanas após a cardioversão, e pode ser necessária por mais tempo em alguns pacientes.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com [48]Chyou JY, Barkoudah E, Dukes JW, et al. Atrial fibrillation occurring during acute hospitalization: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2023 Apr 11;147(15):e676-98. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000001133 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36912134?tool=bestpractice.com
No cenário da FA, o apêndice atrial esquerdo pode desempenhar um papel na estase sanguínea e na formação de coágulos e, consequentemente, ser uma fonte de êmbolos.[17]Katsanos AH, Kamel H, Healey JS, et al. Stroke prevention in atrial fibrillation: looking forward. Circulation. 2020 Dec 15;142(24):2371-88. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIRCULATIONAHA.120.049768 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33315494?tool=bestpractice.com Embora a anticoagulação oral seja o padrão de assistência para reduzir o risco de AVC isquêmico nos pacientes com FA, ela é contraindicada para alguns pacientes devido ao excessivo risco de sangramentos importantes.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com
A oclusão do apêndice atrial esquerdo pode ser considerada uma alternativa para a prevenção do AVC nos pacientes com risco moderado a alto de AVC (escore CHA₂DS₂-VASc ≥2) quando houver contraindicações absolutas ao uso de anticoagulantes (devido a uma causa não reversível), ou o risco de sangramento superar os benefícios.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com [2]Hindricks G, Potpara T, Dagres N, et al. 2020 ESC Guidelines for the diagnosis and management of atrial fibrillation developed in collaboration with the European Association for Cardio-Thoracic Surgery (EACTS). Eur Heart J. 2021 Feb 1;42(5):373-498. https://academic.oup.com/eurheartj/article/42/5/373/5899003?login=false [11]National Institute for Health and Care Excellence. Atrial fibrillation: diagnosis and management. Jun 2021 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng196 [140]Glikson M, Wolff R, Hindricks G, et al. EHRA/EAPCI expert consensus statement on catheter-based left atrial appendage occlusion - an update. Europace. 2020 Feb 1;22(2):184. https://academic.oup.com/europace/article/22/2/184/5557705 Para obter mais informações sobre esse tratamento, consulte Fibrilação atrial estabelecida.
Opções primárias
dabigatrana: 150 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
apixabana: 2.5 a 5 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
edoxabana: 60 mg por via oral uma vez ao dia
ou
rivaroxabana: 20 mg por via oral uma vez ao dia
ou
heparina: siga as diretrizes do protocolo local para dosagem, mantenha o tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) entre 45-60 segundos
ou
enoxaparina: 1 mg/kg por via subcutânea a cada 12 horas
--E--
varfarina: 2-10 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, ajustar a dose de acordo com INR
Mais varfarinaA dose inicial pode ser calculada usando-se uma ferramenta online que leva em conta as características dos pacientes e/ou informações de genótipo CYP2C9/VKORC1 (se disponível). WarfarinDosing.org Opens in new window
cardioversão elétrica ou farmacológica após 3-4 semanas de anticoagulação
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A cardioversão só deve ser feita quando o paciente estiver estabilizado na anticoagulação com INR-alvo de 2 a 3 por 3-4 semanas.
A cardioversão elétrica por corrente contínua é rápida, segura e eficiente.
Os agentes de classe IC (flecainida, propafenona) apresentam maior mortalidade nos pacientes com doença arterial coronariana (DAC) e são contraindicados nos pacientes com DAC e disfunção cardíaca. A FA pode ser convertida para flutter atrial que pode ocorrer com rápida frequência ventricular.
Há fortes evidências da eficácia da flecainida para a conversão farmacológica (razão de chances [RC] 24.7; IC de 95% 9.0 a 68.3). Há uma alta taxa de conversão, de cerca de 70% a 3 horas após o tratamento e de até 90% a 8 horas.[159]Miller MR, McNamara RL, Segal JB, et al. Efficacy of agents for pharmacologic conversion of atrial fibrillation and subsequent maintenance of sinus rhythm: a meta-analysis of clinical trials. J Fam Pract. 2000 Nov;49(11):1033-46. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11093570?tool=bestpractice.com
Há também fortes evidências da eficácia da propafenona para a conversão farmacológica (RC 4.6; IC de 95% 2.6 a 8.2). Há altas taxas de conversão, de até 76% a 8 horas após o tratamento.[159]Miller MR, McNamara RL, Segal JB, et al. Efficacy of agents for pharmacologic conversion of atrial fibrillation and subsequent maintenance of sinus rhythm: a meta-analysis of clinical trials. J Fam Pract. 2000 Nov;49(11):1033-46. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11093570?tool=bestpractice.com
Os agentes de classe III (incluindo amiodarona e ibutilida) são menos eficazes que os agentes de classe IC na conversão para o ritmo sinusal.
Para melhorar o sucesso da restauração do ritmo sinusal e sua manutenção, especialmente em pacientes com FA persistente, pode-se considerar o pré-tratamento com amiodarona 1-6 semanas antes da cardioversão elétrica.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com [160]Um KJ, McIntyre WF, Healey JS, et al. Pre- and post-treatment with amiodarone for elective electrical cardioversion of atrial fibrillation: a systematic review and meta-analysis. Europace. 2019 Jun 1;21(6):856-63. https://academic.oup.com/europace/article/21/6/856/5380134 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30875422?tool=bestpractice.com
A ibutilida prolonga a repolarização do tecido atrial ampliando a corrente despolarizante de entrada lenta de Na+ na fase de platô da repolarização. Até 70% de todas as conversões ocorrem dentro de 20 minutos de infusão. Há fortes evidências de eficácia da conversão farmacológica (RC 29.1; IC de 95% de 9.8 a 86.1). As taxas de conversão ficam entre 33% e 45% nos primeiros 70 minutos. Como a meia-vida da ibutilida é de 3 a 6 horas, recomenda-se um período de observação prolongado nos pacientes que tenham recebido ibutilida.[159]Miller MR, McNamara RL, Segal JB, et al. Efficacy of agents for pharmacologic conversion of atrial fibrillation and subsequent maintenance of sinus rhythm: a meta-analysis of clinical trials. J Fam Pract. 2000 Nov;49(11):1033-46. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11093570?tool=bestpractice.com
A anticoagulação deve continuar por pelo menos 4 semanas após a cardioversão.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com [48]Chyou JY, Barkoudah E, Dukes JW, et al. Atrial fibrillation occurring during acute hospitalization: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2023 Apr 11;147(15):e676-98. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000001133 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36912134?tool=bestpractice.com
Opções primárias
flecainida: peso corporal <70 kg: 200 mg por via oral em dose única; peso corporal ≥70 kg: 300 mg por via oral em dose única
ou
propafenona: peso corporal <70 kg: 450 mg por via oral em dose única; peso corporal ≥70 kg: 600 mg por via oral em dose única
ou
amiodarona: 150 mg por via intravenosa inicialmente ao longo de 10 minutos, seguidos por infusão de 1 mg/minuto por 6 horas e depois infusão de 0,5 mg/minuto por 18 horas; 600-800 mg/dia por via oral administrados em 2-3 doses fracionadas até uma dose de ataque total de até 10 g, seguido por 200 mg por via oral uma vez ao dia
Mais amiodaronaOs regimes posológicos podem variar para a amiodarona; consulte a orientação local para obter mais informações.
ou
ibutilida: peso corporal <60 kg: 0.01 mg/kg por via intravenosa em dose única; peso corporal de adultos ≥60 kg: 1 mg por via intravenosa em dose única; pode-se repetir a dose após 10 minutos em caso de ausência de resposta
controle de frequência cardíaca com betabloqueador, digoxina ou amiodarona
Os pacientes com insuficiência cardíaca são considerados com alto risco de tromboembolismo. Podem estar presentes outros fatores de risco, incluindo idade ≥75 anos, cardiopatia estrutural, diabetes, hipertensão, doença reumática cardíaca, valvas cardíacas protéticas ou história de tromboembolismo prévio ou fração de ejeção do ventrículo esquerdo ≤35%.
Betabloqueadores, a digoxina ou a amiodarona podem ser utilizados para o controle de frequência cardíaca em pacientes com FA e insuficiência cardíaca.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com Estes medicamentos podem ser utilizados em combinação ou como monoterapia.
A escolha do(s) agente(s) farmacológico(s) em pacientes com insuficiência cardíaca é ditada pelo grau de insuficiência cardíaca e pelo tipo de insuficiência cardíaca (isto é, fração de ejeção [FE] reduzida ou preservada). Medicamentos que potencialmente acentuam a contratilidade cardíaca são, portanto, evitados. Assim, bloqueadores dos canais de cálcio, que podem ser usados na insuficiência cardíaca (IC) com FE preservada, não são recomendados em pacientes com FE reduzida (insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida [ICFER]). Betabloqueadores, como carvedilol, metoprolol e bisoprolol, recomendados para IC em pacientes com FE reduzida e preservada, também podem ser usados para o controle de frequência cardíaca.
A digoxina não é considerada um agente de primeira linha para o propósito de controle da frequência cardíaca, mas pode ser útil nos pacientes com insuficiência cardíaca. Um estudo explorou se o uso de digoxina estava associado independentemente ao aumento da mortalidade em pacientes com FA; em comparação com os participantes controle com escore correspondente, o risco de morte e morte súbita foi significativamente maior nos novos usuários de digoxina.[110]Lopes RD, Rordorf R, De Ferrari GM, et al; ARISTOTLE Committees and Investigators. Digoxin and mortality in patients with atrial fibrillation. J Am Coll Cardiol. 2018 Mar 13;71(10):1063-74. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0735109718301037?via%3Dihub http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29519345?tool=bestpractice.com Em pacientes com FA que recebem digoxina, o risco de morte foi independentemente relacionado à concentração sérica de digoxina e foi mais alto em pacientes com concentrações ≥1.54 nmol/L (1.2 ng/mL).[110]Lopes RD, Rordorf R, De Ferrari GM, et al; ARISTOTLE Committees and Investigators. Digoxin and mortality in patients with atrial fibrillation. J Am Coll Cardiol. 2018 Mar 13;71(10):1063-74. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0735109718301037?via%3Dihub http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29519345?tool=bestpractice.com
Além disso, a identificação e o tratamento de qualquer fator desencadeante potencial de novo episódio de FA é muito importante, pois a taxa e as medidas de controle do ritmo têm menor probabilidade de sucesso, se o fator desencadeante agudo persistir.[48]Chyou JY, Barkoudah E, Dukes JW, et al. Atrial fibrillation occurring during acute hospitalization: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2023 Apr 11;147(15):e676-98. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000001133 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36912134?tool=bestpractice.com
Opções primárias
carvedilol: 3.125 a 25 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
metoprolol: 2.5 a 5 mg em bolus intravenoso inicialmente, pode-se repetir a cada 5 minutos até um total de 3 doses; 25-200 mg por via oral (liberação imediata) duas vezes ao dia
ou
bisoprolol: 2.5 a 10 mg por via oral uma vez ao dia
ou
digoxina: 0.25 a 0.5 mg por via intravenosa como dose de ataque, seguidos por 0.25 mg a cada 6 horas (máximo de 1.5 mg/24 horas), em seguida 0.0625 a 0.25 mg por via oral uma vez ao dia
ou
amiodarona: 150-300 mg por via intravenosa como dose de ataque, seguidos por infusão de 10-50 mg/hora por 24 horas, e então 100-200 mg por via oral uma vez ao dia
Mais amiodaronaOs regimes posológicos podem variar para a amiodarona; consulte a orientação local para obter mais informações.
anticoagulação ou oclusão do apêndice atrial esquerdo
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A anticoagulação é recomendada em todos os pacientes com FA, por causa do alto risco de eventos tromboembólicos. As principais opções de anticoagulação são um antagonista da vitamina K, como a varfarina, ou um anticoagulante oral direto (AOD), como a dabigatrana, a rivaroxabana, a apixabana ou a edoxabana. Os AODs são aprovados para a prevenção do AVC e têm um perfil de efeitos colaterais mais favorável que o dos antagonistas da vitamina K nos pacientes com FA não valvar.
Nos pacientes com FA que são candidatos para anticoagulação e não apresentam estenose mitral reumática moderada-grave ou valva mecânica cardíaca, recomendam-se os AODs em vez da varfarina para reduzir o risco de mortalidade, AVC, embolia sistêmica e hemorragia intracraniana.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com
Os AODs devem ser utilizados com cautela nos pacientes com comprometimento renal. Se um AOD for adequado, dependendo do grau de comprometimento renal e da indicação de uso, poderá ser necessário um ajuste de dose. Consulte as informações de prescrição para obter orientação específica sobre a utilização em pacientes com comprometimento renal.
AODs não devem ser usados em pacientes com valvas protéticas mecânicas ou estenose mitral moderada a grave, por causa do aumento do risco de AVC, ataque cardíaco e coágulo sanguíneo nesses pacientes, nem devem ser usados em combinação com heparina (inclusive heparina de baixo peso molecular), derivados da heparina ou varfarina.[115]Alpert JS. Take-home messages from the recently updated AHA/ACC guidelines for atrial fibrillation. Am J Med. 2019 Dec;132(12):1363-4. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31401166?tool=bestpractice.com
Os pacientes com diabetes correm risco de complicações do diabetes quando tratados com anticoagulantes orais; este risco parece ser menor com AODs do que com antagonistas da vitamina K. A dabigatrana tem preferência, por sua eficácia e menores taxas de efeitos adversos neste grupo de pacientes.[136]Jin H, Zhu K, Wang L, et al. A network meta-analysis of non-vitamin K antagonist oral anticoagulants versus warfarin in patients with atrial fibrillation and diabetes mellitus. Acta Cardiol. 2021 Nov;76(9):960-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33432890?tool=bestpractice.com [137]Huang HK, Liu PP, Lin SM, et al. Diabetes-related complications and mortality in patients with atrial fibrillation receiving different oral anticoagulants: a nationwide analysis. Ann Intern Med. 2022 Apr;175(4):490-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35157495?tool=bestpractice.com
Em pacientes elegíveis para uso de AODs, inicie a terapia concomitante de varfarina e heparina e mantenha a heparina até que os níveis de varfarina sejam terapêuticos (INR 2-3). A anticoagulação com varfarina na INR-alvo deve ser mantida por 3-4 semanas antes de se tentar a cardioversão.
A anticoagulação deve ser estabelecida antes e recomenda-se que seja mantida por, pelo menos, 4 semanas após a cardioversão, e pode ser necessária por mais tempo em alguns pacientes.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com [48]Chyou JY, Barkoudah E, Dukes JW, et al. Atrial fibrillation occurring during acute hospitalization: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2023 Apr 11;147(15):e676-98. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000001133 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36912134?tool=bestpractice.com
No cenário da FA, o apêndice atrial esquerdo pode desempenhar um papel na estase sanguínea e na formação de coágulos e, consequentemente, ser uma fonte de êmbolos.[17]Katsanos AH, Kamel H, Healey JS, et al. Stroke prevention in atrial fibrillation: looking forward. Circulation. 2020 Dec 15;142(24):2371-88. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIRCULATIONAHA.120.049768 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33315494?tool=bestpractice.com Embora a anticoagulação oral seja o padrão de assistência para reduzir o risco de AVC isquêmico nos pacientes com FA, ela é contraindicada para alguns pacientes devido a um excesso de risco de sangramentos importantes.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com
A oclusão do apêndice atrial esquerdo pode ser considerada uma alternativa para a prevenção do AVC nos pacientes com risco moderado a alto de AVC (escore CHA₂DS₂-VASc ≥2) quando houver contraindicações absolutas ao uso de anticoagulantes (devido a uma causa não reversível), ou o risco de sangramento superar os benefícios.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com [2]Hindricks G, Potpara T, Dagres N, et al. 2020 ESC Guidelines for the diagnosis and management of atrial fibrillation developed in collaboration with the European Association for Cardio-Thoracic Surgery (EACTS). Eur Heart J. 2021 Feb 1;42(5):373-498. https://academic.oup.com/eurheartj/article/42/5/373/5899003?login=false [11]National Institute for Health and Care Excellence. Atrial fibrillation: diagnosis and management. Jun 2021 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng196 [140]Glikson M, Wolff R, Hindricks G, et al. EHRA/EAPCI expert consensus statement on catheter-based left atrial appendage occlusion - an update. Europace. 2020 Feb 1;22(2):184. https://academic.oup.com/europace/article/22/2/184/5557705 Para obter mais informações sobre esse tratamento, consulte Fibrilação atrial estabelecida.
Opções primárias
dabigatrana: 150 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
apixabana: 2.5 a 5 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
edoxabana: 60 mg por via oral uma vez ao dia
ou
rivaroxabana: 20 mg por via oral uma vez ao dia
ou
heparina: siga as diretrizes do protocolo local para dosagem, mantenha o tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) entre 45-60 segundos
ou
enoxaparina: 1 mg/kg por via subcutânea a cada 12 horas
--E--
varfarina: 2-10 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, ajustar a dose de acordo com INR
Mais varfarinaA dose inicial pode ser calculada usando-se uma ferramenta online que leva em conta as características dos pacientes e/ou informações de genótipo CYP2C9/VKORC1 (se disponível). WarfarinDosing.org Opens in new window
cardioversão elétrica ou farmacológica após 3-4 semanas de anticoagulação
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A cardioversão só deve ser feita quando o paciente estiver estabilizado na anticoagulação com INR-alvo de 2 a 3 por 3-4 semanas.
A cardioversão elétrica por corrente contínua é rápida, segura e eficiente.
Os agentes de classe III (incluindo amiodarona e ibutilida) são menos eficazes que os agentes de classe IC na conversão para o ritmo sinusal.
Para melhorar o sucesso da restauração do ritmo sinusal e sua manutenção, especialmente em pacientes com FA persistente, pode-se considerar o pré-tratamento com amiodarona 1-6 semanas antes da cardioversão elétrica.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com [160]Um KJ, McIntyre WF, Healey JS, et al. Pre- and post-treatment with amiodarone for elective electrical cardioversion of atrial fibrillation: a systematic review and meta-analysis. Europace. 2019 Jun 1;21(6):856-63. https://academic.oup.com/europace/article/21/6/856/5380134 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30875422?tool=bestpractice.com
A ibutilida prolonga a repolarização do tecido atrial ampliando a corrente despolarizante de entrada lenta de Na+ na fase de platô da repolarização. Até 70% de todas as conversões ocorrem dentro de 20 minutos de infusão. Há fortes evidências de eficácia da conversão farmacológica (RC 29.1; IC de 95% de 9.8 a 86.1). As taxas de conversão ficam entre 33% e 45% nos primeiros 70 minutos. Como a meia-vida da ibutilida é de 3 a 6 horas, recomenda-se um período de observação prolongado nos pacientes que tenham recebido ibutilida.[159]Miller MR, McNamara RL, Segal JB, et al. Efficacy of agents for pharmacologic conversion of atrial fibrillation and subsequent maintenance of sinus rhythm: a meta-analysis of clinical trials. J Fam Pract. 2000 Nov;49(11):1033-46. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11093570?tool=bestpractice.com
A anticoagulação deve continuar por pelo menos 4 semanas após a cardioversão.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com [48]Chyou JY, Barkoudah E, Dukes JW, et al. Atrial fibrillation occurring during acute hospitalization: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2023 Apr 11;147(15):e676-98. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000001133 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36912134?tool=bestpractice.com
Opções primárias
amiodarona: 150 mg por via intravenosa inicialmente ao longo de 10 minutos, seguidos por infusão de 1 mg/minuto por 6 horas e depois infusão de 0,5 mg/minuto por 18 horas; 600-800 mg/dia por via oral administrados em 2-3 doses fracionadas até uma dose de ataque total de até 10 g, seguido por 200 mg por via oral uma vez ao dia
Mais amiodaronaOs regimes posológicos podem variar para a amiodarona; consulte a orientação local para obter mais informações.
ou
ibutilida: peso corporal <60 kg: 0.01 mg/kg por via intravenosa em dose única; peso corporal de adultos ≥60 kg: 1 mg por via intravenosa em dose única; pode-se repetir a dose após 10 minutos em caso de ausência de resposta
hemodinamicamente estável sem trombo no átrio esquerdo: assintomática
observação
A maioria dos casos de FA inicial é revertida espontaneamente ao ritmo sinusal. Os casos que geralmente revertem de forma espontânea o fazem nas primeiras 24 horas.[109]Prystowsky EN, Benson DW Jr, Fuster V, et al. Management of patients with atrial fibrillation: a statement for healthcare professionals from the Subcommittee on Electrocardiography and Electrophysiology, American Heart Association. Circulation. 1996 Mar 15;93(6):1262-77. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/01.cir.93.6.1262 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8653857?tool=bestpractice.com
Os pacientes devem ser observados para verificar se a FA apresenta resolução espontaneamente.
Além disso, a identificação e o tratamento de qualquer fator desencadeante potencial de um novo episódio de FA é muito importante, pois a taxa e as medidas de controle do ritmo têm menor probabilidade de sucesso, e é menos provável que a FA apresente remissão espontânea, se o fator desencadeante agudo persistir.[48]Chyou JY, Barkoudah E, Dukes JW, et al. Atrial fibrillation occurring during acute hospitalization: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2023 Apr 11;147(15):e676-98. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000001133 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36912134?tool=bestpractice.com
[ Escore de fibrilação atrial CHA(2)DS(2)-VASc para o risco de AVC Opens in new window ]
controle da frequência cardíaca com betabloqueadores e/ou bloqueadores dos canais de cálcio
Se a FA não se resolver espontaneamente, será necessária uma terapia de controle da frequência cardíaca até que a cardioversão seja bem-sucedida. No entanto, as estratégias de controle da frequência e do ritmo têm desfechos clínicos comparáveis em muitos pacientes com FA; recomenda-se a tomada de decisão compartilhada com o paciente.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com
Os betabloqueadores e bloqueadores dos canais de cálcio não di-hidropiridínicos (isto é, diltiazem ou verapamil) retardam a condução dos impulsos cardíacos no nó atrioventricular e, consequentemente, reduzem a frequência ventricular.
A administração intravenosa pode ser necessária para um controle rápido da frequência ventricular. Além disso, em caso de efeitos hemodinâmicos adversos, a infusão pode ser imediatamente descontinuada.
Os betabloqueadores são especialmente úteis quando a FA inicial está associada a infarto agudo do miocárdio ou angina, ou quando a FA inicial é desencadeada após exercício.
O esmolol é útil nos pacientes com risco de complicações de betabloqueio, especialmente aqueles com doença reativa das vias aéreas, disfunção ventricular esquerda e/ou doença vascular periférica.
Os bloqueadores dos canais de cálcio não di-hidropiridínicos são úteis no controle de frequência ventricular, na ausência de pré-excitação. Eles oferecem um controle de frequência razoável e melhoram os sintomas relacionados à FA, em comparação com os betabloqueadores.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com Eles são preferíveis nos pacientes com doença pulmonar crônica em que pode ocorrer broncoespasmo com os betabloqueadores.
Os dois grupos de medicamentos podem causar bradicardia grave, bloqueio atrioventricular, assistolia, insuficiência cardíaca ou hipotensão.
Se o controle da frequência cardíaca for inadequado com a monoterapia, poderá ser usada uma combinação de betabloqueador e bloqueador dos canais de cálcio.
[ Escore de fibrilação atrial CHA(2)DS(2)-VASc para o risco de AVC Opens in new window ]
Opções primárias
esmolol: 500 microgramas/kg por via intravenosa como dose de ataque, seguidos por infusão de 50-300 microgramas/kg/minuto
ou
metoprolol: 2.5 a 5 mg em bolus intravenoso inicialmente, pode-se repetir a cada 5 minutos até um total de 3 doses; 25-200 mg por via oral (liberação imediata) duas vezes ao dia
ou
propranolol: 1 mg por via intravenosa inicialmente, pode-se repetir a cada 2 minutos até um total de 3 doses; 10-40 mg por via oral (liberação imediata) três a quatro vezes ao dia
ou
atenolol: 25-100 mg por via oral uma vez ao dia
ou
nadolol: 10-240 mg por via oral uma vez ao dia
ou
bisoprolol: 2.5 a 10 mg por via oral uma vez ao dia
ou
carvedilol: 3.125 a 25 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
diltiazem: 0.25 mg/kg em bolus intravenoso inicialmente, pode-se administrar um segundo bolus de 0.35 mg/kg após 15 minutos, se necessário, seguido por infusão de 5-15 mg/hora; 120-360 mg por via oral (liberação prolongada) uma vez ao dia
ou
verapamil: 5-10 mg em bolus intravenoso inicialmente, pode-se administrar um segundo e terceiro bolus de 5-10 mg após 15-30 minutos, seguido por infusão de 5-20 mg/hora; 180-480 mg por via oral (liberação prolongada) uma vez ao dia
anticoagulação
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A anticoagulação deve ser estabelecida antes da cardioversão (nos pacientes que precisam de cardioversão) e mantida por pelo menos 4 semanas, e pode ser necessária por mais tempo em alguns pacientes.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com [48]Chyou JY, Barkoudah E, Dukes JW, et al. Atrial fibrillation occurring during acute hospitalization: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2023 Apr 11;147(15):e676-98. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000001133 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36912134?tool=bestpractice.com
As principais opções de anticoagulação são um antagonista da vitamina K, como a varfarina, ou um anticoagulante oral direto (AOD), como a dabigatrana, a rivaroxabana, a apixabana ou a edoxabana. Os AODs são aprovados para a prevenção do AVC e têm um perfil de efeito colateral mais favorável que o dos antagonistas da vitamina K em pacientes com FA não valvar.
Nos pacientes com FA que são candidatos para anticoagulação e não apresentam estenose mitral reumática moderada-grave ou valva mecânica cardíaca, recomendam-se os AODs em vez da varfarina para reduzir o risco de mortalidade, AVC, embolia sistêmica e hemorragia intracraniana.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com
Os AODs devem ser utilizados com cautela nos pacientes com comprometimento renal. Se um AOD for adequado, dependendo do grau de comprometimento renal e da indicação de uso, poderá ser necessário um ajuste de dose. Consulte as informações de prescrição para obter orientação específica sobre a utilização em pacientes com comprometimento renal.
AODs não devem ser usados em pacientes com valvas protéticas mecânicas ou estenose mitral moderada a grave, por causa do aumento do risco de AVC, ataque cardíaco e coágulo sanguíneo nesses pacientes, nem devem ser usados em combinação com heparina (inclusive heparina de baixo peso molecular), derivados da heparina ou varfarina.[115]Alpert JS. Take-home messages from the recently updated AHA/ACC guidelines for atrial fibrillation. Am J Med. 2019 Dec;132(12):1363-4. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31401166?tool=bestpractice.com
Os pacientes com diabetes correm risco de complicações do diabetes quando tratados com anticoagulantes orais; este risco parece ser menor com AODs do que com antagonistas da vitamina K. A dabigatrana tem preferência, por sua eficácia e menores taxas de efeitos adversos neste grupo de pacientes.[136]Jin H, Zhu K, Wang L, et al. A network meta-analysis of non-vitamin K antagonist oral anticoagulants versus warfarin in patients with atrial fibrillation and diabetes mellitus. Acta Cardiol. 2021 Nov;76(9):960-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33432890?tool=bestpractice.com [137]Huang HK, Liu PP, Lin SM, et al. Diabetes-related complications and mortality in patients with atrial fibrillation receiving different oral anticoagulants: a nationwide analysis. Ann Intern Med. 2022 Apr;175(4):490-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35157495?tool=bestpractice.com
Em pacientes elegíveis para uso de AODs, inicie a terapia concomitante de varfarina e heparina e mantenha a heparina até que os níveis de varfarina sejam terapêuticos (INR 2-3). A anticoagulação com varfarina na INR-alvo deve ser mantida por 3-4 semanas antes de se tentar a cardioversão.
Opções primárias
dabigatrana: 150 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
apixabana: 2.5 a 5 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
edoxabana: 60 mg por via oral uma vez ao dia
ou
rivaroxabana: 20 mg por via oral uma vez ao dia
ou
heparina: siga as diretrizes do protocolo local para dosagem, mantenha o tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) entre 45-60 segundos
ou
enoxaparina: 1 mg/kg por via subcutânea a cada 12 horas
--E--
varfarina: 2-10 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, ajustar a dose de acordo com INR
Mais varfarinaA dose inicial também pode ser calculada usando uma ferramenta online que leva em conta as características do pacientes e/ou informações de genótipo CYP2C9/VKORC1 (se disponível). WarfarinDosing.org Opens in new window
cardioversão elétrica ou farmacológica
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Se a FA não apresentar resolução espontânea, a cardioversão só deverá ser feita quando o paciente estiver estabilizado na anticoagulação. Se houver evidências de trombo no AE à ETE ou se a presença de trombo for desconhecida ou a duração da FA for desconhecida ou tiver 48 horas ou mais, todos os pacientes elegíveis deverão, de preferência, começar a tomar um AOD por pelo menos 3-6 semanas; depois disso, o exame de imagem, como a ETE, deve ser repetido para descartar trombo intracardíaco antes da cardioversão eletiva.
Não há diferença significativa em termos de desfecho entre a cardioversão por CC e a farmacológica. O momento certo da cardioversão nos pacientes hemodinamicamente estáveis e minimamente sintomáticos é um tópico para pesquisa. Alguns estudos sugerem não haver nenhum benefício pela cardioversão precoce em comparação com uma abordagem do tipo "esperar para ver"; outros sugerem que os desfechos são melhores quando a cardioversão é realizada precocemente.[111]Pope MK, Hall TS, Schirripa V, et al. Cardioversion in patients with newly diagnosed non-valvular atrial fibrillation: observational study using prospectively collected registry data. BMJ. 2021 Oct 27;375:e066450. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8548918 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34706884?tool=bestpractice.com [112]Pluymaekers NAHA, Dudink EAMP, Luermans JGLM, et al. Early or delayed cardioversion in recent-onset atrial fibrillation. N Engl J Med. 2019 Apr 18;380(16):1499-1508. https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMc1906729 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30883054?tool=bestpractice.com
A cardioversão elétrica por corrente contínua é rápida, segura e eficiente.
Os agentes de classe IC (flecainida, propafenona) apresentam maior mortalidade nos pacientes com doença arterial coronariana (DAC) e são contraindicados nos pacientes com DAC e disfunção cardíaca. A FA pode ser convertida para flutter atrial que pode ocorrer com rápida frequência ventricular.
Há fortes evidências da eficácia da flecainida para a conversão farmacológica (razão de chances [RC] 24.7; IC de 95% 9.0 a 68.3). Há uma alta taxa de conversão, de cerca de 70% a 3 horas após o tratamento e de até 90% a 8 horas.[159]Miller MR, McNamara RL, Segal JB, et al. Efficacy of agents for pharmacologic conversion of atrial fibrillation and subsequent maintenance of sinus rhythm: a meta-analysis of clinical trials. J Fam Pract. 2000 Nov;49(11):1033-46. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11093570?tool=bestpractice.com
Há também fortes evidências da eficácia da propafenona para a conversão farmacológica (RC 4.6; IC de 95% 2.6 a 8.2). Há altas taxas de conversão, de até 76% a 8 horas após o tratamento.[159]Miller MR, McNamara RL, Segal JB, et al. Efficacy of agents for pharmacologic conversion of atrial fibrillation and subsequent maintenance of sinus rhythm: a meta-analysis of clinical trials. J Fam Pract. 2000 Nov;49(11):1033-46. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11093570?tool=bestpractice.com
Os agentes de classe III (incluindo amiodarona e ibutilida) são menos eficazes que os agentes de classe IC na conversão para o ritmo sinusal.
Para melhorar o sucesso da restauração do ritmo sinusal e sua manutenção, especialmente em pacientes com FA persistente, pode-se considerar o pré-tratamento com amiodarona 1-6 semanas antes da cardioversão elétrica.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com [160]Um KJ, McIntyre WF, Healey JS, et al. Pre- and post-treatment with amiodarone for elective electrical cardioversion of atrial fibrillation: a systematic review and meta-analysis. Europace. 2019 Jun 1;21(6):856-63. https://academic.oup.com/europace/article/21/6/856/5380134 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30875422?tool=bestpractice.com
A ibutilida prolonga a repolarização do tecido atrial ampliando a corrente despolarizante de entrada lenta de Na+ na fase de platô da repolarização. Até 70% de todas as conversões ocorrem dentro de 20 minutos de infusão. Há fortes evidências de eficácia da conversão farmacológica (RC 29.1; IC de 95% de 9.8 a 86.1). As taxas de conversão ficam entre 33% e 45% nos primeiros 70 minutos. Como a meia-vida da ibutilida é de 3 a 6 horas, recomenda-se um período de observação prolongado nos pacientes que tenham recebido ibutilida.[159]Miller MR, McNamara RL, Segal JB, et al. Efficacy of agents for pharmacologic conversion of atrial fibrillation and subsequent maintenance of sinus rhythm: a meta-analysis of clinical trials. J Fam Pract. 2000 Nov;49(11):1033-46. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11093570?tool=bestpractice.com
Opções primárias
flecainida: peso corporal <70 kg: 200 mg por via oral em dose única; peso corporal ≥70 kg: 300 mg por via oral em dose única
ou
propafenona: peso corporal <70 kg: 450 mg por via oral em dose única; peso corporal ≥70 kg: 600 mg por via oral em dose única
ou
amiodarona: 150 mg por via intravenosa inicialmente ao longo de 10 minutos, seguidos por infusão de 1 mg/minuto por 6 horas e depois infusão de 0,5 mg/minuto por 18 horas; 600-800 mg/dia por via oral administrados em 2-3 doses fracionadas até uma dose de ataque total de até 10 g, seguido por 200 mg por via oral uma vez ao dia
Mais amiodaronaOs regimes posológicos podem variar para a amiodarona; consulte a orientação local para obter mais informações.
ou
ibutilida: peso corporal <60 kg: 0.01 mg/kg por via intravenosa em dose única; peso corporal de adultos ≥60 kg: 1 mg por via intravenosa em dose única; pode-se repetir a dose após 10 minutos em caso de ausência de resposta
anticoagulação ou oclusão do apêndice atrial esquerdo
Os pacientes com risco tromboembólico mais elevado devem receber anticoagulação imediata.
As principais opções de anticoagulação são um antagonista da vitamina K, como a varfarina, ou um anticoagulante oral direto (AOD), como a dabigatrana, a rivaroxabana, a apixabana ou a edoxabana. Os AODs são aprovados para a prevenção do AVC e têm um perfil de efeito colateral mais favorável que o dos antagonistas da vitamina K em pacientes com FA não valvar.
Nos pacientes com FA que são candidatos para anticoagulação e não apresentam estenose mitral reumática moderada-grave ou valva mecânica cardíaca, recomendam-se os AODs em vez da varfarina para reduzir o risco de mortalidade, AVC, embolia sistêmica e hemorragia intracraniana.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com Se o escore CHA₂DS₂-VASc for ≥2, todos os pacientes elegíveis deverão iniciar preferencialmente com um AOD.
Os AODs devem ser utilizados com cautela nos pacientes com comprometimento renal. Se um AOD for adequado, dependendo do grau de comprometimento renal e da indicação de uso, poderá ser necessário um ajuste de dose. Consulte as informações de prescrição para obter orientação específica sobre a utilização em pacientes com comprometimento renal.
AODs não devem ser usados em pacientes com valvas protéticas mecânicas ou estenose mitral moderada a grave, por causa do aumento do risco de AVC, ataque cardíaco e coágulo sanguíneo nesses pacientes, nem devem ser usados em combinação com heparina (inclusive heparina de baixo peso molecular), derivados da heparina ou varfarina.[115]Alpert JS. Take-home messages from the recently updated AHA/ACC guidelines for atrial fibrillation. Am J Med. 2019 Dec;132(12):1363-4. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31401166?tool=bestpractice.com
Os pacientes com diabetes correm risco de complicações do diabetes quando tratados com anticoagulantes orais; este risco parece ser menor com AODs do que com antagonistas da vitamina K. A dabigatrana tem preferência, por sua eficácia e menores taxas de efeitos adversos neste grupo de pacientes.[136]Jin H, Zhu K, Wang L, et al. A network meta-analysis of non-vitamin K antagonist oral anticoagulants versus warfarin in patients with atrial fibrillation and diabetes mellitus. Acta Cardiol. 2021 Nov;76(9):960-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33432890?tool=bestpractice.com [137]Huang HK, Liu PP, Lin SM, et al. Diabetes-related complications and mortality in patients with atrial fibrillation receiving different oral anticoagulants: a nationwide analysis. Ann Intern Med. 2022 Apr;175(4):490-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35157495?tool=bestpractice.com
Em pacientes elegíveis para uso de AODs, inicie a terapia concomitante de varfarina e heparina e mantenha a heparina até que os níveis de varfarina sejam terapêuticos (INR 2-3). A anticoagulação com varfarina na INR-alvo deve ser mantida por 3-4 semanas antes de se tentar a cardioversão.
A anticoagulação é mantida por pelo menos 4 semanas após a cardioversão (nos pacientes que precisam de cardioversão), e pode ser necessária por mais tempo em alguns pacientes.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com [48]Chyou JY, Barkoudah E, Dukes JW, et al. Atrial fibrillation occurring during acute hospitalization: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2023 Apr 11;147(15):e676-98. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000001133 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36912134?tool=bestpractice.com
No cenário da FA, o apêndice atrial esquerdo pode desempenhar um papel na estase sanguínea e na formação de coágulos e, consequentemente, ser uma fonte de êmbolos.[17]Katsanos AH, Kamel H, Healey JS, et al. Stroke prevention in atrial fibrillation: looking forward. Circulation. 2020 Dec 15;142(24):2371-88. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIRCULATIONAHA.120.049768 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33315494?tool=bestpractice.com Embora a anticoagulação oral seja o padrão de assistência para reduzir o risco de AVC isquêmico nos pacientes com FA, ela é contraindicada para alguns pacientes devido ao excessivo risco de sangramentos importantes.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com
A oclusão do apêndice atrial esquerdo pode ser considerada uma alternativa para a prevenção do AVC nos pacientes com risco moderado a alto de AVC (escore CHA₂DS₂-VASc ≥2) quando houver contraindicações absolutas ao uso de anticoagulantes (devido a uma causa não reversível), ou o risco de sangramento superar os benefícios.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com [2]Hindricks G, Potpara T, Dagres N, et al. 2020 ESC Guidelines for the diagnosis and management of atrial fibrillation developed in collaboration with the European Association for Cardio-Thoracic Surgery (EACTS). Eur Heart J. 2021 Feb 1;42(5):373-498. https://academic.oup.com/eurheartj/article/42/5/373/5899003?login=false [11]National Institute for Health and Care Excellence. Atrial fibrillation: diagnosis and management. Jun 2021 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng196 [140]Glikson M, Wolff R, Hindricks G, et al. EHRA/EAPCI expert consensus statement on catheter-based left atrial appendage occlusion - an update. Europace. 2020 Feb 1;22(2):184. https://academic.oup.com/europace/article/22/2/184/5557705 Para obter mais informações sobre esse tratamento, consulte Fibrilação atrial estabelecida.
Opções primárias
dabigatrana: 150 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
apixabana: 2.5 a 5 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
edoxabana: 60 mg por via oral uma vez ao dia
ou
rivaroxabana: 20 mg por via oral uma vez ao dia
ou
heparina: siga as diretrizes do protocolo local para dosagem, mantenha o tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) entre 45-60 segundos
ou
enoxaparina: 1 mg/kg por via subcutânea a cada 12 horas
--E--
varfarina: 2-10 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, ajustar a dose de acordo com INR
Mais varfarinaA dose inicial pode ser calculada usando-se uma ferramenta online que leva em conta as características dos pacientes e/ou informações de genótipo CYP2C9/VKORC1 (se disponível). WarfarinDosing.org Opens in new window
observação
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A maioria dos casos de FA inicial é revertida espontaneamente ao ritmo sinusal. Os casos que geralmente revertem de forma espontânea o fazem nas primeiras 24 horas.[109]Prystowsky EN, Benson DW Jr, Fuster V, et al. Management of patients with atrial fibrillation: a statement for healthcare professionals from the Subcommittee on Electrocardiography and Electrophysiology, American Heart Association. Circulation. 1996 Mar 15;93(6):1262-77. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/01.cir.93.6.1262 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8653857?tool=bestpractice.com
Os pacientes devem ser observados para verificar se a FA apresenta resolução espontaneamente.
Além disso, a identificação e o tratamento de qualquer fator desencadeante potencial de um novo episódio de FA é muito importante, pois a taxa e as medidas de controle do ritmo têm menor probabilidade de sucesso, e é menos provável que a FA apresente remissão espontânea, se o fator desencadeante agudo persistir.[48]Chyou JY, Barkoudah E, Dukes JW, et al. Atrial fibrillation occurring during acute hospitalization: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2023 Apr 11;147(15):e676-98. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000001133 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36912134?tool=bestpractice.com
controle da frequência cardíaca com betabloqueadores e/ou bloqueadores dos canais de cálcio
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Se a FA não apresentar resolução espontânea, será necessária terapia de controle da frequência cardíaca até que a cardioversão seja bem-sucedida.
Os betabloqueadores e bloqueadores dos canais de cálcio não di-hidropiridínicos (isto é, diltiazem ou verapamil) retardam a condução dos impulsos cardíacos no nó atrioventricular e, consequentemente, reduzem a frequência ventricular.
A administração intravenosa pode ser necessária para um controle rápido da frequência ventricular. Além disso, em caso de efeitos hemodinâmicos adversos, a infusão pode ser imediatamente descontinuada.
Os betabloqueadores são especialmente úteis quando a FA inicial está associada a infarto agudo do miocárdio ou angina, ou quando a FA inicial é desencadeada após exercício.
O esmolol é útil nos pacientes com risco de complicações de betabloqueio, especialmente aqueles com doença reativa das vias aéreas, disfunção ventricular esquerda e/ou doença vascular periférica.
Os bloqueadores dos canais de cálcio não di-hidropiridínicos são úteis no controle de frequência ventricular, na ausência de pré-excitação. Eles oferecem um controle de frequência razoável e melhoram os sintomas relacionados à FA, em comparação com os betabloqueadores.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com Eles são preferíveis nos pacientes com doença pulmonar crônica em que pode ocorrer broncoespasmo com os betabloqueadores.
Os dois grupos de medicamentos podem causar bradicardia grave, bloqueio atrioventricular, assistolia, insuficiência cardíaca ou hipotensão.
Se o controle da frequência cardíaca for inadequado com a monoterapia, poderá ser usada uma combinação de betabloqueador e bloqueador dos canais de cálcio.
[ Escore de fibrilação atrial CHA(2)DS(2)-VASc para o risco de AVC Opens in new window ]
Opções primárias
esmolol: 500 microgramas/kg por via intravenosa como dose de ataque, seguidos por infusão de 50-300 microgramas/kg/minuto
ou
metoprolol: 2.5 a 5 mg em bolus intravenoso inicialmente, pode-se repetir a cada 5 minutos até um total de 3 doses; 25-200 mg por via oral (liberação imediata) duas vezes ao dia
ou
propranolol: 1 mg por via intravenosa inicialmente, pode-se repetir a cada 2 minutos até um total de 3 doses; 10-40 mg por via oral (liberação imediata) três a quatro vezes ao dia
ou
atenolol: 25-100 mg por via oral uma vez ao dia
ou
nadolol: 10-240 mg por via oral uma vez ao dia
ou
bisoprolol: 2.5 a 10 mg por via oral uma vez ao dia
ou
carvedilol: 3.125 a 25 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
diltiazem: 0.25 mg/kg em bolus intravenoso inicialmente, pode-se administrar um segundo bolus de 0.35 mg/kg após 15 minutos, se necessário, seguido por infusão de 5-15 mg/hora; 120-360 mg por via oral (liberação prolongada) uma vez ao dia
ou
verapamil: 5-10 mg em bolus intravenoso inicialmente, pode-se administrar um segundo e um terceiro bolus de 5-10 mg após 15-30 minutos, seguidos por infusão de 5-20 mg/hora; 180-480 mg por via oral (liberação prolongada) uma vez ao dia
cardioversão elétrica ou farmacológica
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Se a FA não se resolver espontaneamente, a cardioversão só deverá ser feita quando o paciente estiver estabilizado na anticoagulação. Se houver evidências de trombo no AE à ETE, ou se a presença de trombo for desconhecida ou a duração da FA for desconhecida ou tiver 48 horas ou mais, todos os pacientes elegíveis deverão, de preferência, começar a tomar um AOD por pelo menos 3-6 semanas; depois disso, o exame de imagem, como a ETE, deve ser repetido para descartar um trombo intracardíaco antes da cardioversão eletiva.
A cardioversão elétrica por corrente contínua é rápida, segura e eficiente.
Os agentes de classe IC (flecainida, propafenona) apresentam maior mortalidade nos pacientes com doença arterial coronariana (DAC) e são contraindicados nos pacientes com DAC e disfunção cardíaca. A FA pode ser convertida para flutter atrial que pode ocorrer com rápida frequência ventricular.
Há fortes evidências da eficácia da flecainida para a conversão farmacológica (razão de chances [RC] 24.7; IC de 95% 9.0 a 68.3). Há uma alta taxa de conversão, de cerca de 70% a 3 horas após o tratamento e de até 90% a 8 horas.[159]Miller MR, McNamara RL, Segal JB, et al. Efficacy of agents for pharmacologic conversion of atrial fibrillation and subsequent maintenance of sinus rhythm: a meta-analysis of clinical trials. J Fam Pract. 2000 Nov;49(11):1033-46. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11093570?tool=bestpractice.com
Há também fortes evidências da eficácia da propafenona para a conversão farmacológica (RC 4.6; IC de 95% 2.6 a 8.2). Há altas taxas de conversão, de até 76% a 8 horas após o tratamento.[159]Miller MR, McNamara RL, Segal JB, et al. Efficacy of agents for pharmacologic conversion of atrial fibrillation and subsequent maintenance of sinus rhythm: a meta-analysis of clinical trials. J Fam Pract. 2000 Nov;49(11):1033-46. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11093570?tool=bestpractice.com
Os agentes de classe III (incluindo amiodarona e ibutilida) são menos eficazes que os agentes de classe IC na conversão para o ritmo sinusal.
Para melhorar o sucesso da restauração do ritmo sinusal e sua manutenção, especialmente em pacientes com FA persistente, pode-se considerar o pré-tratamento com amiodarona 1-6 semanas antes da cardioversão elétrica.[1]Joglar JA, Chung MK, Armbruster AL, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2024 Jan 2;149(1):e1-156. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001193 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38033089?tool=bestpractice.com [160]Um KJ, McIntyre WF, Healey JS, et al. Pre- and post-treatment with amiodarone for elective electrical cardioversion of atrial fibrillation: a systematic review and meta-analysis. Europace. 2019 Jun 1;21(6):856-63. https://academic.oup.com/europace/article/21/6/856/5380134 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30875422?tool=bestpractice.com
A ibutilida prolonga a repolarização do tecido atrial ampliando a corrente despolarizante de entrada lenta de Na+ na fase de platô da repolarização. Até 70% de todas as conversões ocorrem dentro de 20 minutos de infusão. Há fortes evidências de eficácia da conversão farmacológica (RC 29.1; IC de 95% de 9.8 a 86.1). As taxas de conversão ficam entre 33% e 45% nos primeiros 70 minutos. Como a meia-vida da ibutilida é de 3 a 6 horas, recomenda-se um período de observação prolongado nos pacientes que tenham recebido ibutilida.[159]Miller MR, McNamara RL, Segal JB, et al. Efficacy of agents for pharmacologic conversion of atrial fibrillation and subsequent maintenance of sinus rhythm: a meta-analysis of clinical trials. J Fam Pract. 2000 Nov;49(11):1033-46. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11093570?tool=bestpractice.com
Opções primárias
flecainida: peso corporal <70 kg: 200 mg por via oral em dose única; peso corporal ≥70 kg: 300 mg por via oral em dose única
ou
propafenona: peso corporal <70 kg: 450 mg por via oral em dose única; peso corporal ≥70 kg: 600 mg por via oral em dose única
ou
amiodarona: 150 mg por via intravenosa inicialmente ao longo de 10 minutos, seguidos por infusão de 1 mg/minuto por 6 horas e depois infusão de 0,5 mg/minuto por 18 horas; 600-800 mg/dia por via oral administrados em 2-3 doses fracionadas até uma dose de ataque total de até 10 g, seguido por 200 mg por via oral uma vez ao dia
Mais amiodaronaOs regimes posológicos podem variar para a amiodarona; consulte a orientação local para obter mais informações.
ou
ibutilida: peso corporal <60 kg: 0.01 mg/kg por via intravenosa em dose única; peso corporal de adultos ≥60 kg: 1 mg por via intravenosa em dose única; pode-se repetir a dose após 10 minutos em caso de ausência de resposta
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