A cirurgia é a base para doença localizada e pode levar à cura.[63]National Cancer Comprehensive Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: kidney cancer [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
A maior detecção de massas renais pequenas (definidas como lesões renais <4 cm) em consequência do uso mais disseminado das modalidades de exames de imagem sensíveis pode estar aumentando o limiar para uma intervenção cirúrgica.
A doença localmente avançada continua representando desafios cirúrgicos para alcançar a ressecção completa do tumor, o que cria um risco maior para uma recidiva tanto local quanto sistemicamente. A terapia sistêmica preferida para pacientes com CCR de células claras é um inibidor de tirosina quinase (TKI de receptores do fator de crescimento endotelial vascular [VEGFRs]) associado a um inibidor de checkpoint imunológico.[84]Quhal F, Mori K, Bruchbacher A, et al. First-line immunotherapy-based combinations for metastatic renal cell carcinoma: a systematic review and network meta-analysis. Eur Urol Oncol. 2021 Mar 20 [Epub ahead of print].
https://euoncology.europeanurology.com/article/S2588-9311(21)00045-6/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33757737?tool=bestpractice.com
Modelos prognósticos são usados em pacientes com doença metastática para diferenciar entre grupos de pacientes com desfechos diferentes. Os grupos de risco dos modelos do Memorial Sloan Kettering Cancer Center (MSKCC) e International Metastatic Renal Cell Carcinoma Database Consortium (IMDC) são classificados da seguinte maneira:[76]Heng DY, Xie W, Regan MM, et al. External validation and comparison with other models of the International Metastatic Renal-Cell Carcinoma Database Consortium prognostic model: a population-based study. Lancet Oncol. 2013 Feb;14(2):141-8.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4144042
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23312463?tool=bestpractice.com
Favorável: 0 fatores de prognóstico
Intermediário: 1-2 fatores de prognóstico
Desfavorável: ≥3 fatores de prognóstico
Massas renais pequenas/CCR em estádio inicial (estádios 1, 2)
Há várias estratégias de manejo disponíveis para massas renais clinicamente localizadas suspeitas para CCR: vigilância ativa, nefrectomia radical, nefrectomia parcial (poupadora de néfrons) e ablação térmica.[1]American Urological Association. Renal mass and localized renal cancer: evaluation, management, and follow up. 2021 [internet publication].
https://www.auanet.org/guidelines/guidelines/renal-mass-and-localized-renal-cancer-evaluation-management-and-follow-up
[5]Richard PO, Violette PD, Bhindi B, et al. Canadian Urological Association guideline: management of small renal masses - full-text. Can Urol Assoc J. 2022 Feb;16(2):E61-75.
https://www.doi.org/10.5489/cuaj.7763
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35133268?tool=bestpractice.com
[63]National Cancer Comprehensive Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: kidney cancer [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
As taxas de sobrevida específicas para câncer são muito altas para os tumores de estádios 1 e 2 em todas as modalidades de tratamento (com uma sobrevida média de 5 anos específica para câncer de 95%).[1]American Urological Association. Renal mass and localized renal cancer: evaluation, management, and follow up. 2021 [internet publication].
https://www.auanet.org/guidelines/guidelines/renal-mass-and-localized-renal-cancer-evaluation-management-and-follow-up
[85]Pierorazio PM, Johnson MH, Patel HD, et al. Management of renal masses and localized renal cancer: systematic review and meta-analysis. J Urol. 2016 Oct;196(4):989-99.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5593254
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27157369?tool=bestpractice.com
Vigilância ativa
Há evidências de que massas renais pequenas (principalmente aquelas <2 cm) têm mais probabilidade de ser benignas (até 46% naquelas <1 cm, e 25% naquelas <2 cm).[3]Mattar K, Jewett MA. Watchful waiting for small renal masses. Curr Urol Rep. 2008 Jan;9(1):22-5.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18366970?tool=bestpractice.com
[5]Richard PO, Violette PD, Bhindi B, et al. Canadian Urological Association guideline: management of small renal masses - full-text. Can Urol Assoc J. 2022 Feb;16(2):E61-75.
https://www.doi.org/10.5489/cuaj.7763
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35133268?tool=bestpractice.com
As massas renais pequenas acompanhadas por vigilância mostraram um crescimento lento (<0.2 a 0.3 cm/ano) e eram mais propensas a serem benignas ou, se malignas, menos propensas a gerarem metástase; é incerto se essas lesões de crescimento mais lento são mais propensas a serem de histologia papilar ou cromofóbica se, de fato, forem um CCR.[3]Mattar K, Jewett MA. Watchful waiting for small renal masses. Curr Urol Rep. 2008 Jan;9(1):22-5.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18366970?tool=bestpractice.com
[4]Jewett MA, Zuniga A. Renal tumor natural history: the rationale and role for active surveillance. Urol Clin North Am. 2008 Nov;35(4):627-34; vii.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18992616?tool=bestpractice.com
A taxa de crescimento, todavia, não pode ser usada como um preditor absoluto de patologia benigna versus maligna, pois o CCR também pode demonstrar pouco ou nenhum crescimento.[86]Crispen PL, Viterbo R, Boorjian SA, et al. Natural history, growth kinetics, and outcomes of untreated clinically localized renal tumors under active surveillance. Cancer. 2009 Jul 1;115(13):2844-52.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19402168?tool=bestpractice.com
Em geral, massas <3.5 cm, mesmo se há probabilidade de um CCR, apresentam baixo potencial metastático ao longo de 2 a 3 anos.
A vigilância ativa das massas renais pequenas (principalmente aquelas <3 cm) em pacientes mais velhos com comorbidade significativa, expectativa de vida limitada e/ou alto risco cirúrgico pode ser a estratégia mais adequada.[1]American Urological Association. Renal mass and localized renal cancer: evaluation, management, and follow up. 2021 [internet publication].
https://www.auanet.org/guidelines/guidelines/renal-mass-and-localized-renal-cancer-evaluation-management-and-follow-up
[2]Escudier B, Porta C, Schmidinger M, et al. Renal cell carcinoma: ESMO clinical practice guidelines for diagnosis, treatment, and follow-up. Ann Oncol. 2019 May;30(5):706-20.
https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(19)31157-3/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30788497?tool=bestpractice.com
[6]Finelli A, Ismaila N, Bro B, et al. Management of small renal masses: American Society of Clinical Oncology clinical practice guideline. J Clin Oncol. 2017 Feb 20;35(6):668-80.
https://ascopubs.org/doi/10.1200/JCO.2016.69.9645?url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori%3Arid%3Acrossref.org&rfr_dat=cr_pub++0pubmed
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28095147?tool=bestpractice.com
Imagem abdominal com TC, RNM ou ultrassonografia deve ser realizada pelo menos uma vez ao ano em pacientes submetidos à vigilância ativa.[87]American College of Radiology. ACR appropriateness criteria: post-treatment follow-up and active surveillance of clinically localized renal cell carcinoma. 2021 [internet publication].
https://acsearch.acr.org/docs/69365/Narrative
Uma análise de riscos e benefícios bem comunicada específica para as circunstâncias individuais do paciente deve fazer parte da ferramenta de tomada de decisão do paciente.[1]American Urological Association. Renal mass and localized renal cancer: evaluation, management, and follow up. 2021 [internet publication].
https://www.auanet.org/guidelines/guidelines/renal-mass-and-localized-renal-cancer-evaluation-management-and-follow-up
[5]Richard PO, Violette PD, Bhindi B, et al. Canadian Urological Association guideline: management of small renal masses - full-text. Can Urol Assoc J. 2022 Feb;16(2):E61-75.
https://www.doi.org/10.5489/cuaj.7763
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35133268?tool=bestpractice.com
A vigilância das massas renais pequenas não é recomendada para pacientes mais jovens e em boas condições clínicas com massas operáveis.[1]American Urological Association. Renal mass and localized renal cancer: evaluation, management, and follow up. 2021 [internet publication].
https://www.auanet.org/guidelines/guidelines/renal-mass-and-localized-renal-cancer-evaluation-management-and-follow-up
Cirurgia
A nefrectomia radical aberta historicamente tem sido o tratamento de primeira escolha para pessoas neste grupo de pacientes que são candidatos cirúrgicos (uma biópsia pode ser indicada antes da cirurgia para estabelecer a presença de malignidade, especialmente em candidatos cirúrgicos de alto risco). A nefrectomia laparoscópica revela desfechos comparáveis aos das técnicas abertas, mesmo para tumores grandes, sendo preferida se tecnicamente possível. As abordagens laparoscópicas transperitoneal e retroperitoneal foram avaliadas.[88]Fan X, Xu K, Lin T, et al. Comparison of transperitoneal and retroperitoneal laparoscopic nephrectomy for renal cell carcinoma: a systematic review and meta-analysis. BJU Int. 2013 Apr;111(4):611-21.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23106964?tool=bestpractice.com
O uso de técnicas laparoscópicas assistidas por robô demonstra ser promissor no estudo inicial, mas requer avaliação por pesquisa contínua.[89]Masson-Lecomte A, Bensalah K, Seringe E, et al. A prospective comparison of surgical and pathological outcomes obtained after robot-assisted or pure laparoscopic partial nephrectomy in moderate to complex renal tumours: results from a French multicentre collaborative study. BJU Int. 2013 Feb;111(2):256-63.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23279002?tool=bestpractice.com
[90]Xia L, Wang X, Xu T, et al. Systematic review and meta-analysis of comparative studies reporting perioperative outcomes of robot-assisted partial nephrectomy versus open partial nephrectomy. J Endourol. 2017 Sep;31(9):893-909.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27305835?tool=bestpractice.com
A adrenalectomia ipsilateral não é mais recomendada se a glândula não estiver envolvida em estudos de imagem pré-operatórios.[91]Weight CJ, Mulders PF, Pantuck AJ, et al. The role of adrenalectomy in renal cancer. Eur Urol Focus. 2016 Feb;1(3):251-57.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28723393?tool=bestpractice.com
A nefrectomia parcial/cirurgia poupadora de néfrons só era realizada previamente em paciente com um único rim, ou se houvesse preocupações sobre a função renal contralateral; no entanto, agora ela é amplamente recomendada quando for clinicamente viável, especialmente para tumores/massas renais <4 cm, a fim de preservar mais função renal em longo prazo. As evidências sobre desfecho oncológico que comparam a nefrectomia completa à cirurgia poupadora de néfrons não mostram nenhuma diferença na sobrevida específica para câncer; no entanto, há evidência de que a nefrectomia radical (comparada à cirurgia poupadora de néfrons) agrava os desfechos de função renal, o que pode ter consequências não cancerígenas para a saúde.[85]Pierorazio PM, Johnson MH, Patel HD, et al. Management of renal masses and localized renal cancer: systematic review and meta-analysis. J Urol. 2016 Oct;196(4):989-99.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5593254
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27157369?tool=bestpractice.com
[92]Kim SP, Thompson RH, Boorjian SA, et al. Comparative effectiveness for survival and renal function of partial and radical nephrectomy for localized renal tumors: a systematic review and meta-analysis. J Urol. 2012 Jul;188(1):51-7.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22591957?tool=bestpractice.com
[93]Van Poppel H, Da Pozzo L, Albrecht W, et al. A prospective, randomised EORTC intergroup phase 3 study comparing the oncologic outcome of elective nephron-sparing surgery and radical nephrectomy for low-stage renal cell carcinoma. Eur Urol. 2011 Apr;59(4):543-52.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21186077?tool=bestpractice.com
Quando tecnicamente possível, deve-se empreender esforços para realizar a cirurgia poupadora de néfrons como o padrão de cuidado em relação à nefrectomia radical no CCR inicial.[1]American Urological Association. Renal mass and localized renal cancer: evaluation, management, and follow up. 2021 [internet publication].
https://www.auanet.org/guidelines/guidelines/renal-mass-and-localized-renal-cancer-evaluation-management-and-follow-up
[2]Escudier B, Porta C, Schmidinger M, et al. Renal cell carcinoma: ESMO clinical practice guidelines for diagnosis, treatment, and follow-up. Ann Oncol. 2019 May;30(5):706-20.
https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(19)31157-3/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30788497?tool=bestpractice.com
No entanto, no contexto de alta complexidade do tumor, nenhuma doença renal crônica ou proteinúria preexistente, rim contralateral normal (taxa de filtração glomerular basal predita >45 ml/min/1.73 m²), a nefrectomia radical ainda deve ser considerada.[1]American Urological Association. Renal mass and localized renal cancer: evaluation, management, and follow up. 2021 [internet publication].
https://www.auanet.org/guidelines/guidelines/renal-mass-and-localized-renal-cancer-evaluation-management-and-follow-up
[85]Pierorazio PM, Johnson MH, Patel HD, et al. Management of renal masses and localized renal cancer: systematic review and meta-analysis. J Urol. 2016 Oct;196(4):989-99.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5593254
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27157369?tool=bestpractice.com
A cirurgia poupadora de néfrons pode ser particularmente importante para pacientes com tumores multifocais ou bilaterais (especialmente aqueles com síndromes hereditárias e risco de CCR contínuo), para manter a função renal pelo máximo tempo possível. Existe alguma evidência inicial de que a terapia neoadjuvante com agentes moleculares (inibidores de tirosina quinase) pode ser útil para diminuir tumores para uma possível cirurgia poupadora de néfrons ou técnicas ablativas; no entanto, essa possibilidade permanece experimental.[94]Kroon BK, de Bruijn R, Prevoo W, et al. Probability of downsizing primary tumors of renal cell carcinoma by targeted therapies is related to size at presentation. Urology. 2013 Jan;81(1):111-5.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23153934?tool=bestpractice.com
[95]Hatiboglu G, Hohenfellner M, Arslan A, et al. Effective downsizing but enhanced intratumoral heterogeneity following neoadjuvant sorafenib in patients with non-metastatic renal cell carcinoma. Langenbecks Arch Surg. 2017 Jun;402(4):637-44.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28012035?tool=bestpractice.com
Terapia adjuvante
A terapia adjuvante pode ser considerada para alguns pacientes com CCR que têm risco aumentado de recorrência após a nefrectomia. Para pacientes selecionados com CCR em estádio 2 com tumores de grau 4, o pembrolizumabe adjuvante pode ser uma opção.[63]National Cancer Comprehensive Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: kidney cancer [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
[96]National Institute for Health and Care Excellence. Pembrolizumab for adjuvant treatment of renal cell carcinoma. Oct 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ta830
Os médicos devem discutir os potenciais riscos e benefícios com o paciente antes de tomarem uma decisão compartilhada sobre tratamento adjuvante.[63]National Cancer Comprehensive Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: kidney cancer [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
A participação em um protocolo clínico que esteja estudando a terapia adjuvante pode ser uma opção alternativa para os pacientes submetidos a uma nefrectomia.
Técnicas ablativas
Embora a cirurgia continue sendo o padrão de cuidado para pacientes com CCR em estádio inicial, as técnicas localmente ablativas são abordagens alternativas para tumores pequenos.[1]American Urological Association. Renal mass and localized renal cancer: evaluation, management, and follow up. 2021 [internet publication].
https://www.auanet.org/guidelines/guidelines/renal-mass-and-localized-renal-cancer-evaluation-management-and-follow-up
[2]Escudier B, Porta C, Schmidinger M, et al. Renal cell carcinoma: ESMO clinical practice guidelines for diagnosis, treatment, and follow-up. Ann Oncol. 2019 May;30(5):706-20.
https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(19)31157-3/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30788497?tool=bestpractice.com
[85]Pierorazio PM, Johnson MH, Patel HD, et al. Management of renal masses and localized renal cancer: systematic review and meta-analysis. J Urol. 2016 Oct;196(4):989-99.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5593254
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27157369?tool=bestpractice.com
[97]Salagierski M, Wojciechowska A, Zając K, et al. The role of ablation and minimally invasive techniques in the management of small renal masses. Eur Urol Oncol. 2018 Oct;1(5):395-402.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31158078?tool=bestpractice.com
As técnicas mais comumente utilizadas são a ablação por radiofrequência (ARF) e a crioablação. A morte das células tumorais na ARF é causada pela coagulação provocada por uma corrente de alta frequência. Na crioablação, a morte das células é obtida por congelamento local. As evidências mostram que a ablação local para massas renais pequenas pode gerar desfechos oncológicos favoráveis para as massas tumorais <3 cm de tamanho, com a crioablação mostrando um melhor controle local, menor risco de metástase e menor necessidade de repetição dos tratamentos.[98]Kunkle DA, Uzzo RG. Cryoablation or radiofrequency ablation of the small renal mass: a meta-analysis. Cancer. 2008 Nov 15;113(10):2671-80.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2704569
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18816624?tool=bestpractice.com
A ablação local também pode ser útil para os pacientes cuja função renal precisar ser preservada (por exemplo, em risco de lesões múltiplas na síndrome de Von Hippel-Lindau ou aqueles com rim unilateral), ou para aqueles pacientes não considerados como bons candidatos cirúrgicos devido a comorbidades.[2]Escudier B, Porta C, Schmidinger M, et al. Renal cell carcinoma: ESMO clinical practice guidelines for diagnosis, treatment, and follow-up. Ann Oncol. 2019 May;30(5):706-20.
https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(19)31157-3/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30788497?tool=bestpractice.com
A as técnicas ablativas térmicas, como ablação por radiofrequência e crioablação, são consideradas uma alternativa à cirurgia para massas renais pequenas.[1]American Urological Association. Renal mass and localized renal cancer: evaluation, management, and follow up. 2021 [internet publication].
https://www.auanet.org/guidelines/guidelines/renal-mass-and-localized-renal-cancer-evaluation-management-and-follow-up
A radioterapia estereotáxica corporal (SBRT) é considerada uma terapia ablativa e pode ser uma opção alternativa para não candidatos à cirurgia.[63]National Cancer Comprehensive Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: kidney cancer [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
CCR localmente avançado (estádio 3)
O padrão de cuidados para candidatos cirúrgicos com CCR localmente avançado é a nefrectomia radical.[2]Escudier B, Porta C, Schmidinger M, et al. Renal cell carcinoma: ESMO clinical practice guidelines for diagnosis, treatment, and follow-up. Ann Oncol. 2019 May;30(5):706-20.
https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(19)31157-3/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30788497?tool=bestpractice.com
A invasão da veia cava inferior (VCI) pode representar um desafio técnico, mas a resposta à doença durável ainda é possível com técnicas cirúrgicas avançadas.[99]Haidar GM, Hicks TD, El-Sayed HF, et al. Treatment options and outcomes for caval thrombectomy and resection for renal cell carcinoma. J Vasc Surg Venous Lymphat Disord. 2017 May;5(3):430-36.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28411712?tool=bestpractice.com
O manejo do CCR com trombo tumoral na VCI requer uma equipe multidisciplinar com experiência na área.
Terapia adjuvante
A terapia adjuvante direcionada continua controversa.
Pembrolizumabe está aprovado para uso como terapia adjuvante após a cirurgia para CCR localmente avançada em vários países. Em um ensaio clínico randomizado duplo-cego realizado com pacientes com CCR com alto risco de recorrência após nefrectomia, pembrolizumabe foi associado com uma sobrevida livre de doença consideravelmente maior (em 24 e 30 meses) que placebo.[100]Choueiri TK, Tomczak P, Park SH, et al. Adjuvant pembrolizumab after nephrectomy in renal-cell carcinoma. N Engl J Med. 2021 Aug 19;385(8):683-94.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34407342?tool=bestpractice.com
[101]Powles T, Tomczak P, Park SH, et al. Pembrolizumab versus placebo as post-nephrectomy adjuvant therapy for clear cell renal cell carcinoma (KEYNOTE-564): 30-month follow-up analysis of a multicentre, randomised, double-blind, placebo-controlled, phase 3 trial. Lancet Oncol. 2022 Sep;23(9):1133-1144.
https://www.doi.org/10.1016/S1470-2045(22)00487-9
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36055304?tool=bestpractice.com
Em longo prazo, uma melhora significativa na sobrevida global foi observada com o pembrolizumabe adjuvante, em comparação com placebo (além do benefício contínuo na sobrevida livre de doença). A sobrevida global estimada a 48 meses foi de 91.2% no grupo do pembrolizumabe, em comparação com 86.0% no grupo do placebo (consistente entre os subgrupos).[102]Choueiri TK, Tomczak P, Park SH, et al. Overall Survival with adjuvant pembrolizumab in renal-cell carcinoma. N Engl J Med. 2024 Apr 18;390(15):1359-71.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa2312695?url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori:rid:crossref.org&rfr_dat=cr_pub%20%200pubmed
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38631003?tool=bestpractice.com
As diretrizes recomendam considerar o pembrolizumabe como uma opção para terapia adjuvante nos pacientes com CCR com aumento do risco de recorrência após a nefrectomia, inclusive aqueles com tumores de estádio 3.[63]National Cancer Comprehensive Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: kidney cancer [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
[96]National Institute for Health and Care Excellence. Pembrolizumab for adjuvant treatment of renal cell carcinoma. Oct 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ta830
Os médicos devem discutir os potenciais riscos e benefícios com o paciente antes de tomarem uma decisão compartilhada sobre tratamento adjuvante.[63]National Cancer Comprehensive Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: kidney cancer [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
Os pacientes com um CCR localmente avançado, sobretudo naqueles cuja nefrectomia foi considerada difícil ou malsucedida, devem ser considerados para ensaios clínicos neoadjuvantes disponíveis. A capacidade de diminuir um tumor com agentes moleculares (inibidores de tirosina quinase), como foi avaliado em alguns protocolos, parece estar relacionada ao tamanho inicial do tumor (mais efetiva em lesões menores); no entanto, a terapia neoadjuvante está sob estudo clínico, sendo mais recomendada com mais frequência para tumores irressecáveis verdadeira e localmente avançados.[94]Kroon BK, de Bruijn R, Prevoo W, et al. Probability of downsizing primary tumors of renal cell carcinoma by targeted therapies is related to size at presentation. Urology. 2013 Jan;81(1):111-5.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23153934?tool=bestpractice.com
[95]Hatiboglu G, Hohenfellner M, Arslan A, et al. Effective downsizing but enhanced intratumoral heterogeneity following neoadjuvant sorafenib in patients with non-metastatic renal cell carcinoma. Langenbecks Arch Surg. 2017 Jun;402(4):637-44.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28012035?tool=bestpractice.com
[103]Schrader AJ, Steffens S, Schnoeller TJ, et al. Neoadjuvant therapy of renal cell carcinoma: a novel treatment option in the era of targeted therapy? Int J Urol. 2012 Oct;19(10):903-7.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22640774?tool=bestpractice.com
Doença metastática (estádio 4)
A cirurgia geralmente só é indicada em pacientes com uma boa capacidade funcional, principalmente se os pacientes se apresentarem com poucos sítios isolados de doença à distância e se a nefrectomia citorredutora ainda for uma opção para a doença primária.[63]National Cancer Comprehensive Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: kidney cancer [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
A metastasectomia pode ser realizada ao mesmo tempo em que a cirurgia renal, ou em uma outra ocasião. A doença metastática também poderá ser removida após uma recidiva da nefrectomia original com intenção curativa, principalmente se houver uma baixa carga de recidiva da doença e se o paciente estiver em boas condições clínicas.
A ressecção da metástase é realizada mais frequentemente com intenção curativa, sendo melhor descrita para as lesões pulmonares. Os pacientes em boas condições clínicas com uma doença metastática de baixa carga na apresentação, ou que apresentam recidiva com ela após uma cirurgia curativa original realizada anteriormente há mais de 1 ano, devem ser considerados para a metastasectomia, principalmente se tiverem metástase pulmonar.[104]Ouzaid I, Capitanio U, Staehler M, et al. Surgical metastasectomy in renal cell carcinoma: a systematic review. Eur Urol Oncol. 2019 Mar;2(2):141-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31017089?tool=bestpractice.com
No entanto, a questão do papel e do momento ideal da metastasectomia está em debate e requer pesquisas adicionais. O tratamento com TKI após a metastasectomia total geralmente não é recomendado devido à ausência de benefícios clínicos.[105]Rathmell WK, Rumble RB, Van Veldhuizen PJ, et al. Management of metastatic clear cell renal cell carcinoma: ASCO guideline. J Clin Oncol. 2022 Sep 1;40(25):2957-95.
https://www.doi.org/10.1200/JCO.22.00868
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35728020?tool=bestpractice.com
O papel da nefrectomia citorredutora do tumor primário na doença metastática é controverso. O ensaio clínico CARMENA mostrou que sunitinibe (um inibidor de tirosina quinase) isolado não foi inferior à nefrectomia seguida de sunitinibe em pacientes com CCR metastático de risco intermediário ou baixo.[106]Méjean A, Ravaud A, Thezenas S, et al. Sunitinib alone or after nephrectomy in metastatic renal-cell carcinoma. N Engl J Med. 2018 Aug 2;379(5):417-27.
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Limitações nesse ensaio clínico e alterações nas terapias recomendadas, principalmente o uso de inibidores de checkpoints imunológicos, significam que o papel da cirurgia citorredutora continua evoluindo, pois os melhores candidatos ainda não foram determinados.[107]Bhindi B, Abel EJ, Albiges L, et al. Systematic review of the role of cytoreductive nephrectomy in the targeted therapy era and beyond: an individualized approach to metastatic renal cell carcinoma. Eur Urol. 2019 Jan;75(1):111-28.
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O tratamento combinado com pembrolizumabe associado a axitinibe, ou nivolumabe associado a cabozantinibe, ou pembrolizumabe associado a lenvatinibe é recomendado para pacientes virgens de tratamento com CCR metastático de células claras.[17]European Association of Urology. Renal cell carcinoma. 2023 [internet publication].
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Ipilimumabe associado a nivolumabe é uma opção alternativa em grupos de pacientes de risco intermédio e baixo.[2]Escudier B, Porta C, Schmidinger M, et al. Renal cell carcinoma: ESMO clinical practice guidelines for diagnosis, treatment, and follow-up. Ann Oncol. 2019 May;30(5):706-20.
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Imunoterapia baseada em citocinas (aldesleucina/interleucina-2 [IL-2])
Historicamente, as únicas terapias sistêmicas que tiveram alguma utilidade no CCR metastático. Considerada para pacientes com uma excelente capacidade funcional (escore 0-1 do ECOG [Eastern Cooperative Oncology Group]) e uma histologia de células claras, embora tenha sido sugerido que histologias sarcomatoides também possam trazer benefícios.[115]Cangiano T, Liao J, Naitoh J, et al. Sarcomatoid renal cell carcinoma: biologic behavior, prognosis, and response to combined surgical resection and immunotherapy. J Clin Oncol. 1999 Feb;17(2):523-8.
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Na era atual de tratamentos direcionados, o uso de imunoterapia baseada em citocina é menos comum e limita-se a pacientes altamente selecionados com capacidade funcional excelente e função orgânica normal.[116]Gulati S, Vaishampayan U. Current state of systemic therapies for advanced renal cell carcinoma. Curr Oncol Rep. 2020 Feb 11;22(3):26.
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A terapia molecular direcionada inclui inibidores de fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) e inibidores de alvo da rapamicina em mamíferos (m-TOR).[2]Escudier B, Porta C, Schmidinger M, et al. Renal cell carcinoma: ESMO clinical practice guidelines for diagnosis, treatment, and follow-up. Ann Oncol. 2019 May;30(5):706-20.
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Essas terapias devem ser supervisionadas por oncologistas clínicos com experiência no manejo de perfis de efeitos adversos e na avaliação do benefício contínuo aos pacientes com potencial para uma doença metastática progressiva.
Os inibidores de tirosina quinase desenvolvidos para inibir as vias do receptor de fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGFR) e VEGF revolucionaram o tratamento sistêmico para CCR metastático; no entanto, foram substituídos por inibidores de checkpoints imunológicos, exceto em circunstâncias específicas.
Esses tratamentos geralmente são utilizados em pacientes com boa capacidade funcional (escore 0-2 do ECOG) e histologia de células claras.[2]Escudier B, Porta C, Schmidinger M, et al. Renal cell carcinoma: ESMO clinical practice guidelines for diagnosis, treatment, and follow-up. Ann Oncol. 2019 May;30(5):706-20.
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Há evidências quanto a seu uso para histologias do CCR de células não claras, mas são muito limitadas e dependem do subtipo.[80]Rini BI, Battle D, Figlin RA, et al. The society for immunotherapy of cancer consensus statement on immunotherapy for the treatment of advanced renal cell carcinoma (RCC). J Immunother Cancer. 2019 Dec 20;7(1):354.
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Inibidores do VEGF
A terapia direcionada para VEGF é reservada para pacientes quando as combinações de inibidores de checkpoint imunológico não estiverem disponíveis, não forem tolerados ou forem contraindicados.[2]Escudier B, Porta C, Schmidinger M, et al. Renal cell carcinoma: ESMO clinical practice guidelines for diagnosis, treatment, and follow-up. Ann Oncol. 2019 May;30(5):706-20.
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Sunitinibe, um TKI, foi confirmado como terapia de primeira linha eficaz para pacientes com CCR avançado em vários estudos da vida real.[79]Calvo E, Porta C, Grünwald V, et al. The current and evolving landscape of first-line treatments for advanced renal cell carcinoma. Oncologist. 2019 Mar;24(3):338-48.
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O pazopanibe é outro TKI oral. Dados do estudo COMPARZ, que avaliam o sunitinibe versus o pazopanibe como tratamento de primeira linha, demonstraram que o pazopanibe é não inferior ao sunitinibe com relação à sobrevida livre de progressão (SLP).[117]Motzer RJ, Hutson TE, Reeves J, et al. Randomized open-label phase III trial of pazopanib versus sunitinib in first-line treatment of patients with metastatic renal cell carcinoma (MRCC): results of the COMPARZ trial. ESMO Congress; October 1, 2012; Vienna. Abstract LBA8.
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[118]Motzer RJ, Hutson TE, Cella D, et al. Pazopanib versus sunitinib in metastatic renal-cell carcinoma. N Engl J Med. 2013 Aug 22;369(8):722-31.
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A qualidade de vida pode ser melhorada com pazopanibe de primeira linha, em comparação com sunitinibe, com base em melhor tolerabilidade.[119]Escudier BJ, Porta C, Bono P, et al. Patient preference between pazopanib (Paz) and sunitinib (Sun): Results of a randomized double-blind, placebo-controlled, cross-over study in patients with metastatic renal cell carcinoma (mRCC)-PISCES study, NCT 01064310. J Clin Oncol. 2012;30(suppl):abstract CRA4502).
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Qualquer TKI é uma opção para pacientes no contexto de primeira linha para pacientes com CCR metastático em qualquer nível de risco prognóstico que não podem receber ou não toleram inibição de checkpoints imunológicos, e a escolha deve ser individualizada.
O sorafenibe também é um inibidor multiquinase de moléculas pequenas, que afeta as vias do VEGF, PDGFR e Ras/Raf/ERK.[120]Basso M, Cassano A, Barone C. A survey of therapy for advanced renal cell carcinoma. Urol Oncol. 2010 Mar-Apr;(2):121-33.
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O bevacizumabe é um anticorpo monoclonal contra o VEGF. Em ensaios iniciais, foi demonstrado que ele é ativo como agente único nos pacientes previamente tratados por imunoterapia. Bevacizumabe, isolado ou combinado com outros medicamentos, não é amplamente recomendado devido a alternativas mais atrativas.
O axitinibe é um TKI e um potente inibidor seletivo de receptores de VEGF de segunda geração. A maioria das autoridades licenciadoras aprovou o axitinibe na indicação para o CCR metastático de segunda linha (após ter progredido em um tratamento prévio de uma doença metastática).[121]Rini BI, Escudier B, Tomczak P, et al. Comparative effectiveness of axitinib versus sorafenib in advanced renal cell carcinoma (AXIS): a randomised phase 3 trial. Lancet. 2011 Dec 3;378(9807):1931-9.
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No entanto, a terapia combinada com axitinibe e um inibidor de checkpoints imunológicos (pembrolizumabe ou avelumabe) agora foi aprovada como terapia de primeira linha em várias regiões, mudando as opções de tratamento para CCR metastático significativamente.[2]Escudier B, Porta C, Schmidinger M, et al. Renal cell carcinoma: ESMO clinical practice guidelines for diagnosis, treatment, and follow-up. Ann Oncol. 2019 May;30(5):706-20.
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O cabozantinibe é um TKI oral que inibe o receptor de VEGF, o fator de transição mesenquimal-epitelial (MET) e a tirosina quinase do receptor AXL. Cabozantinibe combinado com nivolumabe em pacientes virgens de tratamento para CCR de células claras melhorou a sobrevida livre de progressão, em comparação com sunitinibe, e foi aprovado para uso em vários países.[112]Choueiri TK, Powles T, Burotto M, et al. Nivolumab plus cabozantinib versus sunitinib for advanced renal-cell carcinoma. N Engl J Med. 2021 Mar 4;384(9):829-41.
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A monoterapia com cabozantinibe é indicada para adultos virgens de tratamento com risco intermediário a baixo, ou como terapia de segunda linha (e subsequentes) preferida para CCR metastático.[122]George DJ, Hessel C, Halabi S, et al. Cabozantinib versus sunitinib for untreated patients with advanced renal cell carcinoma of intermediate or poor risk: subgroup analysis of the alliance A031203 CABOSUN trial. Oncologist. 2019 Nov;24(11):1497-501.
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[123]Choueiri TK, Escudier B, Powles T, et al; METEOR investigators. Cabozantinib versus everolimus in advanced renal cell carcinoma (METEOR): final results from a randomised, open-label, phase 3 trial. Lancet Oncol. 2016 Jul;17(7):917-27.
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Devido à ação nas vias MET e AXL, o cabozantinibe também está sendo utilizado em ensaios em CCR de células não claras.[124]Martínez Chanzá N, Xie W, Asim Bilen M, et al. Cabozantinib in advanced non-clear-cell renal cell carcinoma: a multicentre, retrospective, cohort study. Lancet Oncol. 2019 Apr;20(4):581-90.
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O lenvatinibe, um VEGFR-TKI, está aprovado para uso em combinação com everolimo, para o tratamento de CCR avançado após uma terapia antiangiogênica prévia. A aprovação foi baseada em um estudo de fase 2, no qual os pacientes receberam lenvatinibe como agente único vs everolimo como agente único vs uma combinação de lenvatinibe e everolimo após a progressão de VEGFR-TKI prévio.[125]Motzer RJ, Hutson TE, Glen H, et al. Lenvatinib, everolimus, and the combination in patients with metastatic renal cell carcinoma: a randomised, phase 2, open-label, multicentre trial. Lancet Oncol. 2015 Nov;16(15):1473-82.
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No ensaio clínico CLEAR, pacientes virgens de tratamento com CCR metastático que foram tratados com lenvatinibe associado a pembrolizumabe tiveram uma sobrevida livre de progressão significativamente melhor, em comparação com aqueles no grupo de sunitinibe.[113]Motzer R, Alekseev B, Rha SY, et al. Lenvatinib plus pembrolizumab or everolimus for advanced renal cell carcinoma. N Engl J Med. 2021 Apr 8;384(14):1289-300.
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inibidores de m-TOR
A via do alvo da rapamicina em mamíferos (m-TOR) é um alvo importante no CCR. No entanto, agentes mais recentes, mostraram superioridade ao everolimo, de modo que os inibidores de m-TOR caíram em desuso no uso de primeira linha e segunda linha.
O everolimo, em um ensaio clínico randomizado e controlado de grande porte nos tratamentos de segunda e terceira linhas, demonstrou benefício quanto à SLP de 3 meses em pacientes previamente tratados.[126]Motzer RJ, Escudier B, Oudard S, et al. Efficacy of everolimus in advanced renal cell carcinoma: a double-blind, randomised, placebo-controlled phase III trial. Lancet. 2008 Aug 9;372(9637):449-56.
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Algumas autoridades não o recomendam para a terapia de segunda linha, pois os dados de sobrevida global foram significativos apenas por modelagem.[127]National Institute for Health and Care Excellence. Everolimus for advanced renal cell carcinoma after previous treatment. February 2017 [internet publication].
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O uso de everolimo combinado com lenvatinibe é uma opção potencial para uso em pacientes com CCR avançado se houver evolução com medicamentos de imunoterapia e TKIs.[116]Gulati S, Vaishampayan U. Current state of systemic therapies for advanced renal cell carcinoma. Curr Oncol Rep. 2020 Feb 11;22(3):26.
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Imunoterapia direcionada: inibidores de checkpoints imunológicos
Expressão tumoral de checkpoints de proteínas (PD-L1, PD-1, proteína 4 associada ao linfócito T citotóxico [CTLA-4]) é usado pelas células cancerígenas para evitar a detecção pelo sistema imunológico.[38]Posadas EM, Limvorasak S, Figlin RA. Targeted therapies for renal cell carcinoma. Nat Rev Nephrol. 2017 Aug;13(8):496-511.
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No entanto, essas proteínas podem ser usadas para imunoterapia direcionada.
Nivolumabe, pembrolizumabe, avelumabe e ipilimumabe são inibidores de checkpoint.
O nivolumabe é um anticorpo PD-1 que bloqueia a ligação de PD-1 nas células T com os seus ligantes nas células imunes e tumorais, permitindo o ataque mediado imunologicamente das células cancerosas. No estudo central CheckMate 025, o nivolumabe foi comparado ao everolimo em pacientes com CCR de células claras metastático após progressão da terapia prévia com VEGFR-TKI.[128]Motzer RJ, Escudier B, McDermott DF, et al; CheckMate 025 Investigators. Nivolumab versus everolimus in advanced renal-cell carcinoma. N Engl J Med. 2015 Nov 5;373(19):1803-13.
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O nivolumabe demonstrou uma melhora da SG mediana em relação ao everolimo (25.0 meses vs. 19.6 meses, P = 0.002). O nivolumabe também teve uma TRG mais elevada (25% vs. 5%) e um perfil de efeitos colaterais mais tolerável.
[
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How does targeted immunotherapy compare with standard targeted therapy for people with previously treated metastatic renal cell carcinoma?/cca.html?targetUrl=https://www.cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.2629/fullMostre-me a resposta
Ipilimumabe é um anticorpo que bloqueia CTLA-4. O Checkmate 214 mostrou melhora na sobrevida global e sobrevida livre de progressão com nivolumabe associado a ipilimumabe, comparado com sunitinibe em pacientes com risco baixo ou intermediário; 42% dos pacientes apresentam resposta objetiva e 10% apresentam resposta completa com a terapia combinada.[114]Motzer RJ, Rini BI, McDermott DF, et al. Nivolumab plus ipilimumab versus sunitinib in first-line treatment for advanced renal cell carcinoma: extended follow-up of efficacy and safety results from a randomised, controlled, phase 3 trial. Lancet Oncol. 2019 Oct;20(10):1370-85.
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Esse ensaio resultou em uma mudança de paradigma no tratamento de CCR metastático, e nivolumabe associado a ipilimumabe é uma opção de primeira linha para grupos de pacientes com risco baixo e intermediário.[2]Escudier B, Porta C, Schmidinger M, et al. Renal cell carcinoma: ESMO clinical practice guidelines for diagnosis, treatment, and follow-up. Ann Oncol. 2019 May;30(5):706-20.
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Pembrolizumabe é um inibidor de PD-1. Em um ensaio clínico aberto de fase 3 com pacientes atribuídos de maneira aleatória para pembrolizumabe associado a axitinibe versus sunitinibe, a terapia combinada resultou em um risco 47% mais baixo de morte e um risco 31% mais baixo de evolução; houve 60% de resposta objetiva em todos os grupos de risco.[110]Rini BI, Plimack ER, Stus V, et al. Pembrolizumab plus axitinib versus sunitinib for advanced renal-cell carcinoma. N Engl J Med. 2019 Mar 21;380(12):1116-27.
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Avelumabe é um inibidor de PD-L1. Em um ensaio clínico de fase 3 de avelumabe associado a axitinibe versus sunitinibe, a sobrevida média livre de progressão foi melhorada no grupo de combinação, comparado ao grupo de sunitinibe, na população em geral, independente do fator de risco e do estado de PD-L1. No entanto, nenhum benefício de sobrevida global foi demonstrado para essa combinação.[129]Motzer RJ, Penkov K, Haanen J, et al. Avelumab plus Axitinib versus Sunitinib for Advanced Renal-Cell Carcinoma. N Engl J Med. 2019 Mar 21;380(12):1103-1115.
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Avelumabe associado a axitinibe foi aprovado para uso. Pembrolizumabe associado a axitinibe continua sendo a combinação de primeira escolha.[80]Rini BI, Battle D, Figlin RA, et al. The society for immunotherapy of cancer consensus statement on immunotherapy for the treatment of advanced renal cell carcinoma (RCC). J Immunother Cancer. 2019 Dec 20;7(1):354.
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Como classe, os inibidores do checkpoint imunológico são geralmente bem tolerados, mas os eventos adversos relacionados ao sistema imunológico podem ser insidiosos e ameaçadores se não forem tratados de maneira imediata.[130]Bajwa R, Cheema A, Khan T, et al. Adverse effects of immune checkpoint inhibitors (programmed death-1 inhibitors and cytotoxic T-lymphocyte-associated protein-4 inhibitors): results of a retrospective study. J Clin Med Res. 2019 Apr;11(4):225-236.
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Os principais efeitos colaterais a serem monitorados incluem diarreia/colite, transaminite/hepatite, erupção cutânea/dermatite e hipofisite/anormalidades endócrinas. Geralmente, os efeitos colaterais são tratados com possíveis interrupções de dose e terapia com corticosteroides, embora existam muitos algoritmos de gerenciamento que devem ser cuidadosamente consultados. Um aspecto único da terapia de inibição do checkpoint imunológico é uma duração prolongada do controle da doença. Enquanto a TRG é relativamente baixa, os pacientes que respondem parecem ter controle do tumor mais longo do que o tipicamente observado na terapia molecular direcionada.
Terapia sistêmica subsequente para CCR metastático
Como a abordagem ao tratamento do CCR metastático mudou com a aprovação dos inibidores de checkpoints imunológicos como terapia de primeira linha, há uma incerteza considerável e dados limitados sobre a terapia subsequente.[80]Rini BI, Battle D, Figlin RA, et al. The society for immunotherapy of cancer consensus statement on immunotherapy for the treatment of advanced renal cell carcinoma (RCC). J Immunother Cancer. 2019 Dec 20;7(1):354.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6924043
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31856918?tool=bestpractice.com
Ao tratar pacientes com progressão da doença após a terapia combinada com pembrolizumabe associado a axitinibe, cabozantinibe (ou qualquer outro TKI não usado previamente) é recomendado.[17]European Association of Urology. Renal cell carcinoma. 2023 [internet publication].
https://uroweb.org/guideline/renal-cell-carcinoma
A combinação de nivolumabe associado a ipilimumabe é recomendada como terapia de resgate após a terapia prévia com VEGFR.[80]Rini BI, Battle D, Figlin RA, et al. The society for immunotherapy of cancer consensus statement on immunotherapy for the treatment of advanced renal cell carcinoma (RCC). J Immunother Cancer. 2019 Dec 20;7(1):354.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6924043
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31856918?tool=bestpractice.com
Tivozanibe, um VEGFR-TKI oral de última geração, está aprovado para uso em pacientes com doença refratária ou recidiva que receberam dois ou mais tratamentos prévios.[131]Rini BI, Pal SK, Escudier BJ, et al. Tivozanib versus sorafenib in patients with advanced renal cell carcinoma (TIVO-3): a phase 3, multicentre, randomised, controlled, open-label study. Lancet Oncol. 2020 Jan;21(1):95-104.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31810797?tool=bestpractice.com
[132]Pal SK, Escudier BJ, Atkins MB, et al. Final overall survival results from a phase 3 study to compare tivozanib to sorafenib as third- or fourth-line therapy in subjects with metastatic renal cell carcinoma. Eur Urol. 2020 Dec;78(6):783-5.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32938569?tool=bestpractice.com
Populações de pacientes especiais
Os pacientes com idade mais avançada (acima de 65 ou 70 anos) com CCR metastático têm benefícios semelhantes aos de pacientes mais jovens em consequência de tratamentos moleculares direcionados; no entanto, como em todos os pacientes, deve-se ter uma consideração especial nos casos de doenças comórbidas e de disfunções de órgãos, as quais podem fazer com que determinadas toxicidades medicamentosas se tornem mais prováveis ou mais pronunciadas.[133]Calvo E, Maroto P, del Muro XG, et al. Update from the Spanish Oncology Genitourinary Group on the treatment of advanced renal cell carcinoma: focus on special populations. Cancer Metastasis Rev. 2010 Aug;29 Suppl 1:11-20.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20640588?tool=bestpractice.com
No contexto de primeira linha, uma metanálise determinou que nivolumabe associado a ipilimumabe é o tratamento mais eficaz para pacientes idosos, e cabozantinibe oferece o melhor desfecho de sobrevida no contexto de linha de resgate.[134]Hale P, Hahn AW, Rathi N, et al. Treatment of metastatic renal cell carcinoma in older patients: A network meta-analysis. J Geriatr Oncol. 2019 Jan;10(1):149-54.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29861146?tool=bestpractice.com
Vigilância ativa
Pode-se oferecer uma estratégia de vigilância ativa inicial a alguns pacientes com CCR de células claras metastático, como alternativa à terapia direcionada.[135]Rini BI, Dorff TB, Elson P, et al. Active surveillance in metastatic renal-cell carcinoma: a prospective, phase 2 trial. Lancet Oncol. 2016 Sep;17(9):1317-24.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27498080?tool=bestpractice.com
[136]Kushnir I, Basappa NS, Ghosh S, et al. Active surveillance in metastatic renal cell carcinoma: results from the Canadian Kidney Cancer Information System. Clin Genitourin Cancer. 2021 Dec;19(6):521-30.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34158246?tool=bestpractice.com
[137]Harrison MR, Costello BA, Bhavsar NA, et al. Active surveillance of metastatic renal cell carcinoma: results from a prospective observational study (MaRCC). Cancer. 2021 Jul 1;127(13):2204-12.
https://www.doi.org/10.1002/cncr.33494
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33765337?tool=bestpractice.com
Esses pacientes podem incluir aqueles com IMDC favorável e risco intermediário, com sintomas limitados ou nenhum sintoma relacionado à doença, perfil histológico favorável, intervalo significativo entre a nefrectomia e o desenvolvimento de metástase ou com carga limitada da doença metastática.[105]Rathmell WK, Rumble RB, Van Veldhuizen PJ, et al. Management of metastatic clear cell renal cell carcinoma: ASCO guideline. J Clin Oncol. 2022 Sep 1;40(25):2957-95.
https://www.doi.org/10.1200/JCO.22.00868
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35728020?tool=bestpractice.com
Essa abordagem evita a toxicidade da terapia sistêmica sem comprometer o benefício da terapia, quando iniciada.[135]Rini BI, Dorff TB, Elson P, et al. Active surveillance in metastatic renal-cell carcinoma: a prospective, phase 2 trial. Lancet Oncol. 2016 Sep;17(9):1317-24.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27498080?tool=bestpractice.com
A terapia direcionada para metástase pode ser considerada para pacientes selecionados sob vigilância.[105]Rathmell WK, Rumble RB, Van Veldhuizen PJ, et al. Management of metastatic clear cell renal cell carcinoma: ASCO guideline. J Clin Oncol. 2022 Sep 1;40(25):2957-95.
https://www.doi.org/10.1200/JCO.22.00868
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35728020?tool=bestpractice.com
Os benefícios (preservar a qualidade de vida, protelar ou evitar os efeitos adversos relacionados ao tratamento) versus o potencial de evolução da doença devem ser discutidos com o paciente para incorporar suas preferências no processo de tomada de decisão.[105]Rathmell WK, Rumble RB, Van Veldhuizen PJ, et al. Management of metastatic clear cell renal cell carcinoma: ASCO guideline. J Clin Oncol. 2022 Sep 1;40(25):2957-95.
https://www.doi.org/10.1200/JCO.22.00868
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35728020?tool=bestpractice.com
Imagem abdominal com TC, RNM ou ultrassonografia deve ser realizada pelo menos uma vez ao ano em pacientes submetidos à vigilância.[87]American College of Radiology. ACR appropriateness criteria: post-treatment follow-up and active surveillance of clinically localized renal cell carcinoma. 2021 [internet publication].
https://acsearch.acr.org/docs/69365/Narrative
Consideração para ensaios clínicos relevantes
Os pacientes com CCR de células não claras devem ser considerados para ensaios clínicos relevantes quando possível, pelo menos até que sejam reunidos dados adicionais sobre essas histologias mais incomuns. Alguns desses pacientes ainda podem responder a terapias direcionadas, e a decisão de usar esses tratamentos nesta população de pacientes deve ser individualizada. Diversos artigos de revisão delineiam considerações especiais para cada subtipo de célula não clara, uma vez que demonstram biologias únicas.[138]Malouf GG, Joseph RW, Shah AY, et al. Non-clear cell renal cell carcinomas: biological insights and therapeutic challenges and opportunities. Clin Adv Hematol Oncol. 2017 May;15(5):409-18.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28591094?tool=bestpractice.com
[139]Fernández-Pello S, Hofmann F, Tahbaz R, et al. A systematic review and meta-analysis comparing the effectiveness and adverse effects of different systemic treatments for non-clear cell renal cell carcinoma. Eur Urol. 2017 Mar;71(3):426-36.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27939075?tool=bestpractice.com
Quimioterapia
A quimioterapia mostrou pouca eficácia no CCR metastático. A gencitabina e a doxorrubicina são agentes quimioterápicos que podem ter alguma eficácia, principalmente em tumores com diferenciação sarcomatoide.[140]Haas NB, Lin X, Manola J, et al. A phase II trial of doxorubicin and gemcitabine in renal cell carcinoma with sarcomatoid features: ECOG 8802. Med Oncol. 2012 Jun;29(2):761-7.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3566570
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21298497?tool=bestpractice.com
No entanto, a quimioterapia não resultou em um benefício de sobrevida significativo comparado com outras modalidades terapêuticas.[141]Keskin SK, Msaouel P, Hess KR, et al. Outcomes of patients with renal cell carcinoma and sarcomatoid dedifferentiation treated with nephrectomy and systemic therapies: comparison between the cytokine and targeted therapy eras. J Urol. 2017 Sep;198(3):530-37.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5597336
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28411072?tool=bestpractice.com
Radioterapia
Não há uma função estabelecida para a radiação adjuvante no CCR. Uma metanálise mostrou uma diminuição na falha de resposta regional local com a adição de radioterapia pós-operatória no CCR inicial, mas nenhum impacto na sobrevida global.[142]Tunio MA, Hashmi A, Rafi M. Need for a new trial to evaluate postoperative radiotherapy in renal cell carcinoma: a meta-analysis of randomized controlled trials. Ann Oncol. 2010 Sep;21(9):1839-45.
https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(19)40053-7/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20139152?tool=bestpractice.com
Convencional (radiação por feixe externo) para o tumor primário, se deixada in situ, pode ser considerada para paliação dos sintomas locais.[143]Siva S, Kothari G, Muacevic A, et al. Radiotherapy for renal cell carcinoma: renaissance of an overlooked approach. Nat Rev Urol. 2017 Sep;14(9):549-63.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28631740?tool=bestpractice.com
No entanto, a aplicação precisa de radioterapia corporal ablativa estereotáxica em doses ultra-altas mostrou ser um tratamento eficaz, principalmente nos casos de CCR oligometastático, e é a abordagem de escolha, se disponível.[2]Escudier B, Porta C, Schmidinger M, et al. Renal cell carcinoma: ESMO clinical practice guidelines for diagnosis, treatment, and follow-up. Ann Oncol. 2019 May;30(5):706-20.
https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(19)31157-3/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30788497?tool=bestpractice.com
[64]Lavallée LT, McAlpine K, Kapoor A, et al. Kidney Cancer Research Network of Canada (KCRNC) consensus statement on the role of renal mass biopsy in the management of kidney cancer. Can Urol Assoc J. 2019 Dec;13(12):377-83.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6892686
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31799919?tool=bestpractice.com
[144]Zaorsky NG, Lehrer EJ, Kothari G, et al. Stereotactic ablative radiation therapy for oligometastatic renal cell carcinoma (SABR ORCA): a meta-analysis of 28 studies. Eur Urol Oncol. 2019 Sep;2(5):515-23.
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2588931119300744?via%3Dihub
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31302061?tool=bestpractice.com
[145]Kothari G, Foroudi F, Gill S, et al. Outcomes of stereotactic radiotherapy for cranial and extracranial metastatic renal cell carcinoma: a systematic review. Acta Oncol. 2015 Feb;54(2):148-57.
https://www.tandfonline.com/doi/full/10.3109/0284186X.2014.939298
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25140860?tool=bestpractice.com
Há evidências que sugerem que os TKIs orais (por exemplo, sunitinibe) podem ter um efeito radiossensibilizador, e a combinação dessas modalidades requer estudos adicionais.[143]Siva S, Kothari G, Muacevic A, et al. Radiotherapy for renal cell carcinoma: renaissance of an overlooked approach. Nat Rev Urol. 2017 Sep;14(9):549-63.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28631740?tool=bestpractice.com
[146]He L, Liu Y, Han H, et al. Survival outcomes after adding stereotactic body radiotherapy to metastatic renal cell carcinoma patients treated with tyrosine kinase inhibitors. Am J Clin Oncol. 2020 Jan;43(1):58-63.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6922069
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31651452?tool=bestpractice.com
Terapia com bifosfonato
Em pacientes com CCR metastático e metástases ósseas, a terapia com ácido zoledrônico pode retardar significativamente o surgimento de eventos relacionados ao esqueleto, incluindo dor que requeira aumento da analgesia ou irradiação, fraturas patológicas e lesões ósseas progressivas.[105]Rathmell WK, Rumble RB, Van Veldhuizen PJ, et al. Management of metastatic clear cell renal cell carcinoma: ASCO guideline. J Clin Oncol. 2022 Sep 1;40(25):2957-95.
https://www.doi.org/10.1200/JCO.22.00868
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35728020?tool=bestpractice.com
[147]Saad F. New research findings on zoledronic acid: survival, pain, and anti-tumour effects. Cancer Treat Rev. 2008 Apr;34(2):183-92.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18061356?tool=bestpractice.com
Essa terapia deve ser considerada para os pacientes com função renal adequada e com metástases ósseas e/ou hipercalcemia devido a CCR metastático.