Prognóstico

Os resultados de um estudo sobre a história natural da estenose lombar sintomática mostraram que, após 4 anos, a tolerância à caminhada diminuiu em cerca de 30% dos pacientes, mas os sintomas melhoraram ou continuaram estáveis no restante.[78] Alguns sinais preditivos de que os sintomas clínicos podem apresentar agravamento incluem área transversal do saco dural <50 mm2, presença de sintomas radiculares e dorsalgiam espondilolistese degenerativa e/ou escoliose e duração dos sintomas >1 ano.[23]

O prognóstico em pacientes inicialmente tratados com fisioterapia ou terapia medicamentosa é variável. Estudos mostram que, dentre os pacientes tratados sem cirurgia, cerca de 50% não apresentaram mudanças, 25% melhoraram, e 25% pioraram (o acompanhamento médio foi de 49 meses, variando de 10 a 103 meses).[78]

Diversos estudos prospectivos mostraram desfechos significativamente melhores em longo prazo (4 a 6 anos) em pacientes tratados cirurgicamente em comparação com os tratados não cirurgicamente.[79][80] No estudo Maine Lumbar Spine Study, os pacientes que foram submetidos a cirurgia como tratamento inicial obtiveram maior alívio da dor nas pernas e um melhor status funcional relacionado às costas após 8 a 10 anos de acompanhamento. No entanto, os desfechos favoráveis em longo prazo só foram relatados por cerca de metade dos pacientes, independentemente do tratamento inicial que foi administrado.[81]

Os desfechos cirúrgicos intermediários e em curto prazo geralmente são muito bons a excelentes. Descobriu-se uma taxa de êxito de 78% a 88% de 6 semanas e 6 meses; esta taxa caiu para 70% em 1 e 5 anos.[82] A análise de um acompanhamento de 5 anos de pacientes pós-laminectomia mostrou excelentes resultados em 2 anos (67%), mas essa taxa caiu para apenas 52% em 5 anos, e 18% dos pacientes foram submetidos a outra cirurgia.[83] Os estudos mostram que a cirurgia pode ser realizada com segurança com resultados satisfatórios em muitos pacientes com idades entre 70-89 anos que conseguem tolerar o procedimento.[84][85] Pode haver recorrência da dorsalgia após a cirurgia. Inicialmente, os pacientes obtêm melhora dos sintomas e, em seguida, pioram com o tempo. Um estudo descobriu 27% de recorrência dos sintomas após 5 anos de acompanhamento.[86] A reestenose no nível operacional, a estenose em um novo nível, o desenvolvimento de hérnia de disco lombar e a instabilidade tardia estão entre as razões do insucesso na cirurgia.[86] Geralmente, 75% desses insucessos cirúrgicos respondem a uma cirurgia adicional. Os resultados do estudo Spine Patient Outcomes Research Trial (SPORT) demonstrou que os pacientes não cirúrgicos obtiveram uma melhora mínima, enquanto que aqueles tratados cirurgicamente tiveram uma melhora significativamente maior, em até 4 anos de acompanhamento.[59] Isso foi aparente em todos os desfechos primários e secundários, incluindo a dor corporal no SF-36, função física e no Índice de incapacidade de Oswestry. Achados semelhantes foram observados para pacientes com espondilolistese degenerativa.[59]

O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal