Monitoramento

A frequência do monitoramento pós-operatório de pacientes submetidos à cirurgia de tireoide ou paratireoide dependerá de vários fatores:

  • Extensão da cirurgia (os riscos variam dependendo do caso: por exemplo, remoção de adenoma isolado, lobectomia não complicada ou tireoidectomia total com dissecção de linfonodos)

  • Níveis de paratormônio (PTH) intraoperatórios no final da cirurgia de tireoide (após tireoidectomia total)

  • Níveis de cálcio sérico após várias horas da cirurgia

  • Presença e gravidade de sintomas de hipocalcemia, se houver, após a cirurgia.

Se o paciente permanecer internado, os níveis de cálcio sérico deverão ser verificados pelo menos duas vezes durante as primeiras 24 horas, sendo que a última medição deverá ser realizada na manhã seguinte à cirurgia. Se os níveis de cálcio sérico estiverem normais ou apenas leve e temporariamente reduzidos, o paciente poderá receber alta com suplementos de cálcio prescritos conforme a necessidade.

Se o paciente precisar de cálcio intravenoso ou estiver sintomático, poderá ser necessário monitoramento adicional de paciente hospitalizado ou ambulatorial, dependendo das circunstâncias. O calcitriol poderá ser prescrito para uso ambulatorial com suplementos de cálcio.

Duas semanas após a cirurgia, o paciente é atendido no ambulatório, e os níveis séricos de cálcio, albumina e PTH plasmático são repetidos. Se o paciente apresentar testes laboratoriais normais e estiver clinicamente estável, a administração de cálcio e de calcitriol (se usado) será descontinuada. Se o nível de cálcio sérico estiver reduzido nessa consulta, será recomendado monitoramento adicional com obtenção dos níveis plasmáticos de PTH intacto. O tratamento deverá ser prolongado. A recuperação de pacientes com baixos níveis plasmáticos de PTH e de cálcio sérico será mais demorada.

Hipoparatireoidismo crônico

O monitoramento dos pacientes com hipoparatireoidismo crônico em doses estáveis de cálcio e calcitriol pode ser feito com segurança a cada 6-12 meses com:[1]

  • repetir perfil laboratorial (cálcio ajustado para albumina ou cálcio ionizado e magnésio sérico, fósforo, creatinina e 25-hidroxivitamina D)

  • Urina de 24 horas para creatinina e cálcio.

Monitoramento mais frequente é necessário com mudanças nas doses de medicamentos. Os pacientes instáveis são acompanhados mais estritamente perto para se garantir que o cálcio sérico não flutue amplamente e para evitar os sintomas e as complicações de longo prazo do hipoparatireoidismo.[1]

Os pacientes deverão ser orientados a entrar em contato com seu médico imediatamente se desenvolverem algum sintoma (parestesias, cãibras musculares). Se os sintomas forem leves em um paciente que já esteja tomando cálcio com ou sem calcitriol, a dose de cálcio poderá ser dobrada, e exames laboratoriais deverão ser obtidos em 2 a 3 dias. Se os sintomas forem moderados ou graves, exames laboratoriais deverão ser obtidos de maneira imediata para confirmar a gravidade e recomendar o tratamento adequado.

A avaliação da presença de nefrocalcinose ou nefrolitíase pode ser realizada por ultrassonografia ou tomografia computadorizada dos rins. Encaminhe os pacientes que apresentarem sintomas visuais para exame com lâmpada de fenda em busca de complicações oculares.[1]

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