Etiologia
A escabiose é causada por infecção pelo ectoparasita Sarcoptes scabiei, da variedade hominis. Este ácaro de 0.3 a 0.5 mm faz escavações na epiderme e cria túneis no estrato córneo, colocando de 2 a 4 ovos por dia. Os ovos produzem larvas que eclodem em 2 a 4 dias e se desenvolvem em ácaros adultos em aproximadamente 2 semanas. A carga parasitária média de um indivíduo infestado é de 10 a 12 ácaros. A transmissão ocorre primariamente por contato direto ou prolongado pele-a-pele, embora possa ocorrer transmissão por meio de roupas e cama compartilhadas. Os ácaros podem viver fora de seu hospedeiro por cerca de 24 a 36 horas. A sobrevivência é prolongada em temperatura ambiente mais amena e umidade mais alta. Entretanto, os ácaros perdem a capacidade de infestação quanto mais tempo estiverem fora do hospedeiro. Em adultos jovens, a transmissão geralmente é sexual. Os pacientes com carga parasitária mais elevada são mais infecciosos. Pacientes imunossuprimidos (por exemplo, em decorrência de vírus da imunodeficiência humana [HIV], infecção por vírus-T linfotrópico humano do tipo 1 [HTLV-1], malignidade, supressão iatrogênica ou hanseníase) podem desenvolver a sarna norueguesa ou crostosa. A pele desses pacientes pode conter milhares a milhões de ácaros altamente contagiosos.[6][Figure caption and citation for the preceding image starts]: Ácaro da escabiose em ampliação de 10×Do acervo de Dr. Laura Ferris, MD, PhD [Citation ends].[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Lâmina histológica mostrando Sarcoptes scabiei adulto em sua escavação no estrato córneoDo acervo de Pooja Khera, MD [Citation ends].
Fisiopatologia
As escavações lineares observadas na pele dos pacientes com escabiose são causadas diretamente pelo tunelamento realizado pelos ácaros, embora elas geralmente sejam visíveis apenas quando se tornam eritematosas. O prurido, o eritema, as pápulas e os nódulos observados nos indivíduos afetados são decorrentes da resposta imune do hospedeiro contra o ácaro, explicando por que os sinais e sintomas surgem 3 a 4 semanas após a infestação inicial, mas dentro de um dia após uma reinfestação. A resposta imune é do tipo Th2, caracterizada por produção elevada de interleucina-4 e imunoglobulina E. A imunidade parece oferecer alguma proteção contra a escabiose, já que pode ser difícil haver reinfestação de pacientes sensibilizados em cenários experimentais.[6]
Classificação
Variantes clínicas
A escabiose crostosa (scabies crustosa, sarna norueguesa) é uma forma característica e altamente contagiosa de escabiose que tipicamente ocorre em pacientes com história de imunossupressão, distúrbios neurológicos ou institucionalização. Clinicamente, os pacientes apresentam placas eritematosas descamativas no tronco e membros, além de placas hiperqueratósicas nas palmas das mãos e solas dos pés, com distrofia ungueal associada.[2]
O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal