Diagnósticos diferenciais
Doença de Crohn
SINAIS / SINTOMAS
Pode estar presente com fadiga, diarreia, dor abdominal, perda de peso, febre e sangramento retal.
Os outros sinais podem incluir úlceras orais, acrocórdones perianais, fístulas, abscessos e tratos sinusais; o exame abdominal pode revelar uma massa palpável na área ileocecal; não há massa presente ao exame de toque retal.
Investigações
Coprocultura, microscopia e teste de antígeno: negativos.
Sangue oculto nas fezes: positivo.
Séries do trato gastrointestinal superior e do intestino delgado: edema e ulceração da mucosa com estreitamento e estenose luminal.
Tomografia computadorizada/ressonância nuclear magnética (TC/RNM) do abdome: lesões descontínuas e segmentares (skip lesions), espessamento da parede intestinal, inflamação adjacente, abscesso, fístulas.
Colonoscopia: úlceras aftosas, hiperemia, edema, nodularidade mucosa, lesões descontínuas e segmentares (skip lesions)
Colite ulcerativa
SINAIS / SINTOMAS
Pode se manifestar com diarreia hemorrágica, história de dor na parte inferior do abdome, urgência fecal, presença de manifestações extraintestinais (por exemplo, eritema nodoso, artropatia aguda), história de colangite esclerosante primária. Não há massa presente no exame de toque retal.
Investigações
Coprocultura, microscopia e teste de antígeno: negativos.
Histologia: doença distal contínua, depleção de mucina, plasmocitose basal, atrofia difusa da mucosa, ausência de granulomas e preservação anal.
Colonoscopia: envolvimento retal, envolvimento uniforme contínuo, perda dos contornos vasculares, eritema difuso, granularidade da mucosa, íleo terminal normal (ou ileíte "de refluxo" leve na pancolite).
Colite microscópica
SINAIS / SINTOMAS
Diarreia aquosa e não hemorrágica crônica.
Os outros sintomas comuns incluem urgência fecal, incontinência fecal e evacuação noturna.
Mais comum em pacientes com >50 anos e do sexo feminino.
Investigações
Ileocolonoscopia com biópsias dos cólons direito e esquerdo: confirma o diagnóstico.[48] A mucosa do cólon tem aparência macroscópica normal ou quase normal.
Biópsia: demonstra colite colagenosa (ou seja, faixa colagenosa subepitelial espessada de ≥10 micrômetros (normal <5 micrômetros) ou colite linfocítica (ou seja, aumento do número de linfócitos intraepiteliais ≥20 por 100 células epiteliais da superfície (normal <5 micrômetros). Ambos os tipos apresentam aumento de infiltrado inflamatório na lâmina própria.[48]
Doença celíaca
SINAIS / SINTOMAS
Os pacientes com doença celíaca geralmente apresentam perda de peso. O exame físico geralmente é normal. Alguns pacientes com doença celíaca apresentarão osteoporose precoce.
Investigações
Exames laboratoriais básicos: podem mostrar anemia ferropriva, hipocalcemia ou prolongamento do tempo de protrombina, embora muitos pacientes com doença celíaca não apresentem anormalidades na rotina laboratorial.
Anticorpos antitransglutaminase tecidual podem ser detectados na doença celíaca.[44] A biópsia do intestino delgado será anormal com atrofia vilosa parcial na doença celíaca.
Câncer de cólon
SINAIS / SINTOMAS
Às vezes, câncer de cólon pode causar uma alteração nos hábitos intestinais com constipação ou, mais frequentemente, fezes de menor calibre. Alguns, mas não todos, pacientes com câncer de cólon apresentarão sangue nas fezes, e um câncer retal pode ser palpável no exame retal.
Investigações
Hemograma completo: pode haver a presença de anemia ferropriva.
Sangue oculto nas fezes: pode ser positivo.
Teste imunoquímico fecal (FIT) quantitativo: as diretrizes do Reino Unido recomendam encaminhamento urgente para a atenção secundária para um FIT com valores ≥10 microgramas de hemoglobina/g de fezes.
Endoscopia: demonstrará crescimento maligno; o câncer de cólon pode ser diagnosticado pela colonoscopia, enquanto os cânceres do reto, do cólon sigmoide ou da parte inferior do cólon descendente podem ser observados com uma sigmoidoscopia flexível.
Enema de bário: embora menos sensível que a endoscopia, muitos cânceres de cólon podem ser observados no enema opaco de duplo contraste.
A colonografia por TC é uma opção para o rastreamento do câncer colorretal.
Infecções intestinais
SINAIS / SINTOMAS
A maioria das infecções bacterianas e virais em pacientes imunocompetentes é aguda. O parasita Giardia pode estar associado à diarreia, náuseas e distensão abdominal. A giardíase também pode causar esteatorreia.
Investigações
O exame de fezes positivo para ovos e parasitas ou a detecção de antígenos nas fezes positivo para G lamblia podem ser usados para o rastreamento. Várias fezes devem ser examinadas.
Sensibilidade não celíaca ao glúten
SINAIS / SINTOMAS
Os pacientes apresentarão distensão abdominal, cólica abdominal e diarreia de forma semelhante à SII.
Investigações
Os estudos serão negativos, incluindo o anticorpo antitransglutaminase tecidual.
Não há biomarcador.
Os sintomas do paciente melhoram com dieta sem glúten, especialmente sem trigo.[49]
Má absorção de ácido biliar
SINAIS / SINTOMAS
Os pacientes apresentam diarreia persistente. Pode ser clinicamente indistinguível da SII com predominância de diarreia (SII-D). Mais de 25% dos pacientes que atendem aos critérios de diagnóstico de SII-D apresentam má absorção de ácido biliar.[30]
Investigações
Resultado do teste indicando má absorção de ácido biliar: ácidos biliares fecais elevados na coleta de fezes de 48 horas; fator de crescimento de fibroblastos 19 sérico reduzido; <15% de retenção de taurina-ácido homocólico marcado com selênio (SeHCAT) 1 semana após a ingestão.
Há melhora dos sintomas com um ensaio empírico do ligante de ácidos biliares.
Supercrescimento bacteriano no intestino delgado
SINAIS / SINTOMAS
Os pacientes apresentam distensão abdominal, diarreia e cólicas abdominais. A história pode mostrar doenças que alteram a anatomia intestinal, a motilidade e a secreção de ácido gástrico (por exemplo, o uso de inibidores da bomba de prótons ou distúrbios anatômicos no intestino, incluindo fístulas, divertículos e alças cegas criadas após cirurgia).[50]
Investigações
Teste do hidrogênio no ar expirado indica supercrescimento bacteriano.
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