Epidemiologia

A doença de Chagas é endêmica em 21 países latino-americanos, e estima-se que 6-7 milhões de pessoas no mundo todo sejam infectados com Trypanosoma cruzi, incluindo 300,000 pessoas que residem nos EUA e 80,000 na Espanha.[11] WHO: Chagas disease (American trypanosomiasis) Opens in new window Também foram relatados residentes infectados na Suíça, França, Itália, Canadá, Austrália e Japão.[2] No mundo todo, há 30,000-40,000 novos casos a cada ano.[27][28]

A doença guarda correlação com a pobreza e com condições precárias de moradia. Como consequência de um programa internacional coordenado que visa a reduzir a transmissão por vetores e via transfusão sanguínea nos países do Cone Sul, dos Andes, da Amazônia e da América Central, a transmissão da doença de Chagas diminuiu de forma significativa. A incidência de novas infecções por T. cruzi no continente sul-americano caiu, de uma estimativa de 700,000 novos casos por ano na região para 29,925 em 2010 (redução de 96%).[27][29]​​ Entretanto, a transmissão oral aumentou de forma significativa em vários países endêmicos.[9]​​[30]

A migração humana e as viagens provenientes de áreas endêmicas contribuem para o aumento da prevalência da doença de Chagas em países não endêmicos, incluindo os EUA, o Canadá e alguns países da Europa e do Pacífico Ocidental.[31][32][33][34][35]​ No entanto, os EUA não podem ser classificados como um país tipicamente não endêmico, pois os estados do sul (da Geórgia à Califórnia) têm ciclos enzoóticos estabelecidos do T. cruzi, envolvendo várias espécies de vetores de triatomíneos e hospedeiros mamíferos como reservatórios (por exemplo, guaxinins, gambás e cães domésticos).​​[36][37]​​ A transmissão enzoótica do T. cruzi também foi relatada em estados do norte, como Virgínia e Maryland. Apesar da presença desses insetos triatomíneos (majoritariamente, o Triatoma sanguisuga), casos humanos de transmissão da doença de Chagas por agentes vetores foram documentados apenas raramente nos EUA.[38] Em geral, a probabilidade de infecção diminuiu (devido a medidas como melhores habitações), mas algumas populações continuam a estar em risco (por exemplo, populações migrantes que vivem em habitações temporárias ao longo da fronteira entre os EUA e o México). Considerando-se a presença crescente de vetores domésticos, a globalização e os possíveis aumentos futuros de temperatura, há a possibilidade de a doença vir a se tornar bem estabelecida nos EUA.[39][40][41]

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