Abordagem

Geralmente, os sintomas da disfunção da tuba auditiva são leves e só persistem por alguns dias. Em pacientes cujos sintomas persistem sem nenhuma causa subjacente óbvia (por exemplo, rinite alérgica), é possível realizar investigações adicionais quanto a obstrução da tuba auditiva, trauma e complicações otológicas crônicas. Não há evidências suficientes para a recomendação de nenhuma intervenção específica, sendo, portanto, necessário continuar as pesquisas.[22]

Tratamento inicial

São administrados corticosteroides intranasais para minimizar o edema e a inflamação no orifício da tuba auditiva. O tratamento pode ser administrado a qualquer momento após a apresentação do quadro clínico. Essa abordagem foi examinada por vários autores. Concluiu-se indiretamente que a disfunção da tuba auditiva é amenizada pelo uso de corticosteroides intranasais, já que se demonstrou que estes melhoram o derrame crônico da orelha média.[23] No entanto, alguns autores não observaram um efeito significativo dos corticosteroides intranasais na doença.[24][25] Os riscos ou as complicações significativas associados ao uso de corticosteroides intranasais são epistaxe e perfuração do septo. Não foi comprovado experimentalmente que os corticosteroides melhoram a disfunção da tuba auditiva na ausência de estados de doença inflamatória coexistente. No entanto, dado o perfil de segurança favorável desses medicamentos, pode-se considerar uma tentativa empírica.

Vários estudos mostraram que tanto os descongestionantes quanto os anti-histamínicos são ineficazes no tratamento da disfunção da tuba auditiva.[26]

Cirurgia

Se os corticosteroides intranasais não forem eficazes, poderá ser considerada uma série de opções cirúrgicas, algumas ditadas pela patologia específica do paciente. Recorre-se ao tratamento cirúrgico para resolver a obstrução do orifício da tuba auditiva ou reparar um trauma. O tratamento é administrado quando a patologia é identificada.

A adenoidectomia é realizada em pacientes com hipertrofia das adenoides e derrame seroso.

A cirurgia para uma neoplasia nasofaríngea obstrutiva dependerá de radioterapia e quimioterapia concomitantes, além da resposta do paciente a esses tratamentos.

Os riscos da cirurgia na área incluem: sangramento, cicatrização da nasofaringe e disfunção persistente da tuba auditiva.

Tubos de equalização de pressão

Um paciente com evidência de retração da membrana timpânica pode se beneficiar da inserção de tubos de equalização de pressão na membrana.

Esse tratamento é mais utilizado em pacientes com complicações otológicas crônicas da disfunção da tuba auditiva, entre elas, otite média crônica, otite média serosa e retração da membrana timpânica. Os tubos são destinados a aliviar o diferencial de pressão negativa entre o espaço da orelha média e a atmosfera. Não há um momento definido para a colocação dos tubos de equalização de pressão, embora geralmente já tenha ocorrido uma experiência de terapia medicamentosa, como antibióticos e, talvez, corticosteroides intranasais.

Os riscos associados à colocação dos tubos incluem infecção, perfuração persistente da membrana timpânica e perda auditiva. Geralmente, ocorre a extrusão dos tubos após 3 a 6 meses. Existem tubos projetados para utilização por períodos mais longos, mas eles estão associados a seus próprios problemas potenciais, entre eles, tecido de granulação e obstrução.

Abordagem para tubas auditivas patulosas

Essa condição geralmente está associada a pacientes que recentemente tiveram perda significativa de peso. O comprometimento da audição só melhora com a posição supina ou a inclinação da cabeça para a frente. Não há tratamento médico. Diversas terapias cirúrgicas foram propostas para o tratamento de tuba auditiva patulosa, mas nenhuma demonstrou ser confiavelmente eficaz.[27][28]

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