A base do tratamento da maioria das síndromes da síncope neuromediada ou reflexa (SNMR) é a educação do paciente.[1]Shen WK, Sheldon RS, Benditt DG, et al. 2017 ACC/AHA/HRS guideline for the evaluation and management of patients with syncope: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on clinical practice guidelines, and the Heart Rhythm Society. Heart Rhythm. 2017 Aug;14(8):e155-217.
https://www.heartrhythmjournal.com/article/S1547-5271(17)30297-7/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28286247?tool=bestpractice.com
Oriente os pacientes sobre técnicas físicas para interromper uma SNMR iminente ou evitar recorrências.
Não há evidências suficientes para apoiar o uso da maioria dos tratamentos farmacológicos para SNMR. Foram propostos vários medicamentos, mas há poucos ensaios clínicos randomizados para dar suporte.[54]Jacobus JR, Johannes BR, Catherine NB, et al. Drugs and pacemakers for vasovagal, carotid sinus and situational syncope. Cochrane Database Syst Rev. 2011 Oct 5;(10):CD004194.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD004194.pub3/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21975744?tool=bestpractice.com
Consequentemente, nenhum agente, exceto talvez a midodrina, pode ser fortemente recomendado no tratamento de desmaios mediados neuralmente.[55]Izcovich A, González Malla C, Manzotti M, et al. Midodrine for orthostatic hypotension and recurrent reflex syncope: a systematic review. Neurology. 2014 Sep 23;83(13):1170-7.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25150287?tool=bestpractice.com
Educação do paciente
A educação do paciente é um importante fator no tratamento de todos os tipos de SNMR.[1]Shen WK, Sheldon RS, Benditt DG, et al. 2017 ACC/AHA/HRS guideline for the evaluation and management of patients with syncope: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on clinical practice guidelines, and the Heart Rhythm Society. Heart Rhythm. 2017 Aug;14(8):e155-217.
https://www.heartrhythmjournal.com/article/S1547-5271(17)30297-7/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28286247?tool=bestpractice.com
Informe os pacientes de que, embora a SNMR raramente represente risco de vida, esses tipos de desmaio tendem a se repetir, e podem ocorrer lesões se não forem adotadas medidas preventivas.[2]Brignole M, Moya A, de Lange FJ, et al; ESC Scientific Document Group. 2018 ESC guidelines for the diagnosis and management of syncope. Eur Heart J. 2018 Jun 1;39(21):1883-948.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/39/21/1883/4939241
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29562304?tool=bestpractice.com
Os pacientes precisam reconhecer e responder aos sintomas de alerta e podem se beneficiar de conhecimentos de fisiopatologia básica; tal compreensão reduz o risco de lesão e pode, em última análise, aumentar a adesão terapêutica ao tratamento. Educar os pacientes sobre como evitar fatores desencadeantes, como ficar em pé por tempo prolongado, ambientes quentes e lidar com ambientes odontológicos e médicos.[1]Shen WK, Sheldon RS, Benditt DG, et al. 2017 ACC/AHA/HRS guideline for the evaluation and management of patients with syncope: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on clinical practice guidelines, and the Heart Rhythm Society. Heart Rhythm. 2017 Aug;14(8):e155-217.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28286247?tool=bestpractice.com
Medicamentos que causam hipotensão podem ser reduzidos ou suspensos quando adequado e seguro.[1]Shen WK, Sheldon RS, Benditt DG, et al. 2017 ACC/AHA/HRS guideline for the evaluation and management of patients with syncope: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on clinical practice guidelines, and the Heart Rhythm Society. Heart Rhythm. 2017 Aug;14(8):e155-217.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28286247?tool=bestpractice.com
Os pacientes suscetíveis a desmaios vasovagais recorrentes devem aprender técnicas para interromper os ataques e reduzir a suscetibilidade a futuros episódios (por exemplo, manobras físicas, hidratação com líquidos ricos em eletrólitos). Esses pacientes também devem ser ensinados quanto à utilidade e aos possíveis riscos da ingestão excessiva de sal. Nos casos de desmaios situacionais, informe os pacientes sobre o potencial de atenuar ou evitar, por completo, os fatores desencadeantes: por exemplo, supressão pelo abandono do hábito de fumar na síncope por tosse e sentando-se para urinar na síncope por micção. Em alguns casos, técnicas de dessensibilização (por exemplo, na síncope associada ao medo de andar de avião) podem ajudar. Os indivíduos com síndrome do seio carotídeo (SSC) devem evitar usar colarinhos ou gravatas apertadas, embora geralmente também seja recomendada a implantação de marcapassos cardíacos.
Técnicas físicas
1. Manobras de contrapressão física
As manobras de contrapressão física são indicadas para interromper uma SNMR iminente ou desmaios ortostáticos quando os sintomas de alerta forem reconhecidos no início. As técnicas úteis incluem agachamento, tensão dos braços, cruzamento de pernas e cruzamento de pernas com tensão dos músculos da parte inferior do corpo.[56]Krediet CT, van Dijk N, Linzer M, et al. Management of vasovagal syncope: controlling or aborting faints by leg crossing and muscle tensing. Circulation. 2002 Sep 24;106(13):1684-9.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/01.CIR.0000030939.12646.8F
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12270863?tool=bestpractice.com
[57]Brignole M, Croci F, Menozzi C, et al. Isometric arm counter-pressure maneuvers to abort impending vasovagal syncope. J Am Coll Cardiol. 2002 Dec 4;40(11):2053-9.
https://www.jacc.org/doi/10.1016/S0735-1097%2802%2902683-9
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12475469?tool=bestpractice.com
No ensaio clínico sobre manobras de contrapressão física PC-Trial (Physical Counter pressure Manoeuvres Trial), as manobras físicas reduziram a carga total e o índice de recorrência dos eventos de síncope.[58]van Dijk N, Quartieri F, Blanc JJ, et al; PC-Trial Investigators. Effectiveness of physical counterpressure maneuvers in preventing vasovagal syncope: the Physical Counterpressure Manoeuvres Trial (PC-Trial). J Am Coll Cardiol. 2006 Oct 17;48(8):1652-7.
https://www.jacc.org/doi/10.1016/j.jacc.2006.06.059
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17045903?tool=bestpractice.com
Consequentemente, as manobras de contrapressão física devem ser uma parte essencial da estratégia de tratamento para os desmaios vasovagais. Faltam dados para a função das manobras de contrapressão física nos pacientes com desmaios situacionais ou com síncope do seio carotídeo, mas elas podem ser usadas em casos selecionados.
2. Treinamento de inclinação (treinamento postural)
O principal objetivo do treinamento de inclinação (mais precisamente chamado de treinamento postural) é aumentar a resposta neurovascular ao estresse ortostático.[59]Ector H, Reybrouck T, Heidbüchel H, et al. Tilt training: a new treatment for recurrent neurocardiogenic syncope and severe orthostatic intolerance. Pacing Clin Electrophysiol. 1998 Jan;21(1 Pt 2):193-6.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9474671?tool=bestpractice.com
O método preferido envolve o treinamento postural (geralmente em casa) para períodos de tempo progressivamente mais longos por 10-12 semanas. A duração recomendada para o início é de 3-5 minutos duas vezes ao dia; a duração da posição ortostática é, então, gradualmente aumentada a cada 3 a 4 dias até 30-40 minutos duas vezes ao dia.
O American College of Cardiology (ACC)/American Heart Association (AHA)/Heart Rhythm Society (HRS) orientam que a utilidade do treinamento ortostático é incerta em pacientes com síncope vasovagal frequente.[1]Shen WK, Sheldon RS, Benditt DG, et al. 2017 ACC/AHA/HRS guideline for the evaluation and management of patients with syncope: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on clinical practice guidelines, and the Heart Rhythm Society. Heart Rhythm. 2017 Aug;14(8):e155-217.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28286247?tool=bestpractice.com
Estudos não randomizados sugerem que o treinamento postural reduz a suscetibilidade à sincope reflexa, se realizado consistentemente.[60]Di Girolamo E, Di Iorio C, Leonzio L, et al. Usefulness of a tilt training program for the prevention of refractory neurocardiogenic syncope in adolescents: a controlled study. Circulation. 1999 Oct 26;100(17):1798-801.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/01.CIR.100.17.1798
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10534467?tool=bestpractice.com
[61]Reybrouck T, Heidbüchel H, Van De Werf F, et al. Long-term follow-up results of tilt training therapy in patients with recurrent neurocardiogenic syncope. Pacing Clin Electrophysiol. 2002 Oct;25(10):1441-6.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12418741?tool=bestpractice.com
[62]Kinay O, Yazici M, Nazli C, et al. Tilt training for recurrent neurocardiogenic syncope: effectiveness, patient compliance, and scheduling the frequency of training sessions. Jpn Heart J. 2004 Sep;45(5):833-43.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15557724?tool=bestpractice.com
Entretanto, a adesão terapêutica frequentemente é um problema, pois o processo é demorado e entediante.[13]Runser LA, Gauer RL, Houser A. Syncope: evaluation and differential diagnosis. Am Fam Physician. 2017 Mar 1;95(5):303-12.
https://www.aafp.org/pubs/afp/issues/2017/0301/p303.html
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Os ensaios clínicos randomizados e controlados têm sido menos animadores, sugerindo que o método possa não ser tão efetivo quanto originalmente se pensava; são necessários estudos adicionais.[63]On YK, Park J, Huh J, et al. Is home orthostatic self-training effective in preventing neurally mediated syncope? Pacing Clin Electrophysiol. 2007 May;30(5):638-43.
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[64]Gurevitz O, Barsheshet A, Bar-Lev D, et al. Tilt training: does it have a role in preventing vasovagal syncope? Pacing Clin Electrophysiol. 2007 Dec;30(12):1499-505.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18070305?tool=bestpractice.com
Farmacoterapia
A expansão de volume é uma recomendação essencial para a maioria dos pacientes que necessita de terapia medicamentosa para desmaios vasovagais, mas as evidências são limitadas.[1]Shen WK, Sheldon RS, Benditt DG, et al. 2017 ACC/AHA/HRS guideline for the evaluation and management of patients with syncope: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on clinical practice guidelines, and the Heart Rhythm Society. Heart Rhythm. 2017 Aug;14(8):e155-217.
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[26]Sandhu RK, Raj SR, Manlucu J, et al; Primary Writing Committee. Canadian Cardiovascular Society clinical practice update on the assessment and management of syncope. Can J Cardiol. 2020 Aug;36(8):1167-77.
https://www.onlinecjc.ca/article/S0828-282X(19)31549-1/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32624296?tool=bestpractice.com
As abordagens convencionais incluem o aumento do sal na alimentação e bebidas esportivas ricas em eletrólitos. A principal preocupação de segurança é o início de hipertensão. Felizmente, isso é raro em pacientes mais jovens, mas constitui uma preocupação em pacientes idosos. As contraindicações para a ingestão excessiva de sal e fluidos incluem história de hipertensão, doença renal, insuficiência cardíaca ou disfunção cardíaca.
Se for necessária a prescrição de um medicamento para a expansão de volume, pode-se usar fludrocortisona.[1]Shen WK, Sheldon RS, Benditt DG, et al. 2017 ACC/AHA/HRS guideline for the evaluation and management of patients with syncope: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on clinical practice guidelines, and the Heart Rhythm Society. Heart Rhythm. 2017 Aug;14(8):e155-217.
https://www.heartrhythmjournal.com/article/S1547-5271(17)30297-7/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28286247?tool=bestpractice.com
Os efeitos adversos incluem hipertensão e hipocalemia. Entretanto, as evidências clínicas da eficácia da fludrocortisona são fracas.[65]Scott WA, Pongiglione G, Bromberg BI, et al. Randomized comparison of atenolol and fludrocortisone acetate in the treatment of pediatric neurally mediated syncope. Am J Cardiol. 1995 Aug 15;76(5):400-2.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7639169?tool=bestpractice.com
[66]Salim MA, Di Sessa TG. Effectiveness of fludrocortisone and salt in preventing syncope recurrence in children: a double-blind, placebo-controlled, randomized trial. J Am Coll Cardiol. 2005 Feb 15;45(4):484-8.
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O estudo Second Prevention of Syncope Trial (POST II) relatou uma redução não significativa em episódios de síncope vasovagal no grupo de fludrocortisona, em comparação com o placebo.[67]Sheldon R, Morillo CA, Krahn A, et al. A randomized clinical trial of fludrocortisone for the prevention of vasovagal syncope (POST II). Paper presented at: Canadian Cardiovascular Congress 2011. Vancouver, Canada. Abstract 903. Can J Cardiol. 2011 Sep 1;27(suppl 5):S335-6.
https://www.onlinecjc.ca/article/S0828-282X(11)01050-6/fulltext
Entre outros medicamentos sugeridos para a prevenção de desmaios vasovagais, os betabloqueadores continuam a ser amplamente usados, apesar da ausência de fortes evidências de suporte. Os betabloqueadores foram inicialmente indicados para evitar a síncope reflexa por diminuírem o impacto do pico adrenérgico que comumente a precede e pode ser parte do gatilho vasovagal. As evidências de suporte positivas são provenientes principalmente de pequenos estudos observacionais e de um único pequeno ensaio clínico randomizado e controlado.[68]Mahanonda N, Bhuripanyo K, Kangkagate C, et al. Randomized double-blind, placebo-controlled trial of oral atenolol in patients with unexplained syncope and positive upright tilt table test results. Am Heart J. 1995 Dec;130(6):1250-3.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7484777?tool=bestpractice.com
Um grande ensaio clínico randomizado e controlado (POST I) não demonstrou nenhum benefício estatisticamente significativo com betabloqueadores em pacientes de todas as faixas etárias.[69]Sheldon R, Connolly S, Rose S, et al; POST Investigators. Prevention of Syncope Trial (POST): a randomized, placebo-controlled study of metoprolol in the prevention of vasovagal syncope. Circulation. 2006 Mar 7;113(9):1164-70.
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Também têm sido considerados vasoconstritores e venoconstritores para a prevenção de desmaios associados à intolerância ortostática. A midodrina é o principal medicamento dessa classe usado para essa indicação. Embora a midodrina tenha sido estudada mais extensivamente em pacientes com hipotensão ortostática, pesquisas sugerem que ela também é eficaz na síncope vasovagal.[70]Jankovic J, Gilden JL, Hiner BC, et al. Neurogenic orthostatic hypotension: a double-blind, placebo-controlled study with midodrine. Am J Med. 1993 Jul;95(1):38-48.
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[71]Ward CR, Gray JC, Gilroy JJ, et al. Midodrine: a role in the management of neurocardiogenic syncope. Heart. 1998 Jan;79(1):45-9.
https://heart.bmj.com/content/79/1/45
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[72]Perez-Lugones A, Schweikert R, Pavia S, et al. Usefulness of midodrine in patients with severely symptomatic neurocardiogenic syncope: a randomized control study. J Cardiovasc Electrophysiol. 2001 Aug;12(8):935-8.
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Em um ensaio clínico randomizado e controlado multicêntrico (POST IV), a midodrina reduziu a recorrência de síncope, em comparação com o placebo, em pacientes saudáveis mais jovens.[73]Sheldon R, Faris P, Tang A, et al; POST 4 investigators. Midodrine for the prevention of vasovagal syncope: a randomized clinical trial. Ann Intern Med. 2021 Oct;174(10):1349-56.
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O metilfenidato também tem sido proposto para pacientes intolerantes à midodrina, embora sua valia não tenha sido estabelecida.[74]Grubb BP, Kosinski D, Mouhaffel A, et al. A. The use of methylphenidate in the treatment of refractory neurocardiogenic syncope. Pacing Clin Electrophysiol. 1996 May;19(5):836-40.
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Foi constatado que a etilefrina, que é um modesto agonista alfa e beta, é inefetivo na prevenção de desmaios vasovagais no estudo internacional vasovagal VASIS (Vasovagal International Study).[75]Sutton R, Brignole M, Menozzi C, et al; the Vasovagal Syncope International Study (VASIS) Investigators. Dual-chamber pacing in the treatment of neurally mediated tilt-positive cardioinhibitory syncope. Pacemaker versus no therapy: a multicenter randomized study. Circulation. 2000 Jul 18;102(3):294-9.
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Diversas outras classes de medicamentos têm sido indicadas, mas sua valia permanece, no máximo, incerta. A mais importante entre essas classes de medicamentos são os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs).[76]Grubb BP, Wolfe DA, Samoil D, et al. Usefulness of fluoxetine hydrochloride for prevention of resistant upright tilt induced syncope. Pacing Clin Electrophysiol. 1993 Mar;16(3 Pt 1):458-64.
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Acredita-se que o pré-tratamento com um ISRS diminua a resposta hipersensível à serotonina hipotética no sistema nervoso central, que pode contribuir para desencadear a SNMR. Entretanto, os resultados dos ensaios clínicos têm sido mistos.
A disopiramida, anticolinérgicos puros (por exemplo, hioscina) e teofilina também foram indicados no passado, mas as evidências não são convincentes.
Faltam dados para os papéis da expansão de volume, da fludrocortisona e da midodrina nos pacientes com desmaios situacionais ou com síncope do seio carotídeo, mas elas podem ser usadas em casos selecionados.
Marcapasso cardíaco
O marcapasso cardíaco pode desempenhar uma função no tratamento da síndrome do seio carotídeo com bradicardia comprovada para evitar desmaios induzidos por bradicardia. Entretanto, os pacientes podem permanecer sintomáticos em virtude de uma resposta vasodepressora persistente.
A utilidade da estimulação cardíaca nos pacientes com síncope vasovagal refratária é menos clara. Intuitivamente, acreditava-se que seria desejável a prevenção de bradicardia grave (síncope cardioinibidora) por meio de estimulação cardíaca. Três estudos não cegos mostraram eficácia para a estimulação, enquanto dois estudos subsequentes que usaram marca-passos em ambos os braços de tratamento não mostraram benefício.[37]Raviele A, Giada F, Menozzi C, et al; Vasovagal Syncope and Pacing Trial Investigators. A randomized, double-blind, placebo-controlled study of permanent cardiac pacing for the treatment of recurrent tilt-induced vasovagal syncope. The Vasovagal Syncope and Pacing Trial (SYNPACE). Eur Heart J. 2004 Oct;25(19):1741-8.
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[75]Sutton R, Brignole M, Menozzi C, et al; the Vasovagal Syncope International Study (VASIS) Investigators. Dual-chamber pacing in the treatment of neurally mediated tilt-positive cardioinhibitory syncope. Pacemaker versus no therapy: a multicenter randomized study. Circulation. 2000 Jul 18;102(3):294-9.
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[77]Ammirati F, Colivicchi F, Santini M; Syncope Diagnosis and Treatment Study Investigators. Permanent cardiac pacing versus medical treatment for the prevention of recurrent vasovagal syncope: a multicenter, randomized, controlled trial. Circulation. 2001 Jul 3;104(1):52-7.
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[78]Connolly SJ, Sheldon R, Roberts RS, et al. The North American Vasovagal Pacemaker Study (VPS). A randomized trial of permanent cardiac pacing for the prevention of vasovagal syncope. J Am Coll Cardiol. 1999 Jan;33(1):16-20.
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[79]Connolly SJ, Sheldon R, Thorpe KE, et al; VPS II Investigators. Pacemaker therapy for prevention of syncope in patients with recurrent severe vasovagal syncope. Second Vasovagal Pacemaker Study (VPS II): a randomized trial. JAMA. 2003 May 7;289(17):2224-9.
https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/196492
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Em um estudo randomizado cruzado de pacientes, saudáveis sob outros aspectos, com síncope vasovagal refratária, a estimulação em malha fechada (CLS ligado) de dupla-câmara reduziu a recorrência das síncopes comparada ao marca-passo normal (CLS desligado).[80]Russo V, Rago A, Papa AA, et al. The effect of dual-chamber closed-loop stimulation on syncope recurrence in healthy patients with tilt-induced vasovagal cardioinhibitory syncope: a prospective, randomised, single-blind, crossover study. Heart. 2013 Nov;99(21):1609-13.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23723446?tool=bestpractice.com
No entanto, uma revisão sistemática encontrou evidências insuficientes para apoiar o uso de tratamentos com marca-passo.[54]Jacobus JR, Johannes BR, Catherine NB, et al. Drugs and pacemakers for vasovagal, carotid sinus and situational syncope. Cochrane Database Syst Rev. 2011 Oct 5;(10):CD004194.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD004194.pub3/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21975744?tool=bestpractice.com
As diretrizes do ACC/AHA/HRS recomendam a consideração de marca-passo de dupla-câmara em um grupo restrito de pacientes com "40 anos de idade ou mais com síncope vasovagal recorrente e pausas espontâneas prolongadas".[1]Shen WK, Sheldon RS, Benditt DG, et al. 2017 ACC/AHA/HRS guideline for the evaluation and management of patients with syncope: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on clinical practice guidelines, and the Heart Rhythm Society. Heart Rhythm. 2017 Aug;14(8):e155-217.
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