Algoritmo de tratamento

Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal

CONTÍNUA

índice de massa corporal (IMC) ≥85º ao 94º percentil (sobrepeso)

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mudança do estilo de vida e tratamento de comorbidades

A mudança do estilo de vida é um dos pilares do tratamento para todas as crianças com índice de massa corporal (IMC) ≥85° percentil. [ Cochrane Clinical Answers logo ]

Para crianças <6 anos de idade, o objetivo do tratamento é a manutenção do peso ou um ganho de peso lento. Para crianças de 6-12 anos, o objetivo é a manutenção do peso e, para crianças de 12-18 anos, o objetivo é a manutenção do peso ou a perda de peso gradual.[64]

A modificação do estilo de vida inclui educação sobre dieta e atividade física, além de terapia comportamental, para que as crianças e suas famílias possam fazer e manter as mudanças.[3][57]​​​​​[91]​​​ As intervenções no estilo de vida levam a uma perda de peso significativa e a melhoras dos parâmetros cardiometabólicos, em comparação com a ausência de tratamento: IMC (-1.25 kg/m², intervalo de confiança [IC] de 95%, -2.18 a -0.32) e Z-score do IMC (-0.10, IC de 95%, -0.18 a -0.02).[87]

A intensidade do tratamento com mudança do estilo de vida é variável, mas o principal fator que contribui para a efetividade é a intensidade (ou dosagem) da intervenção, medida em horas de contato presencial. O número de horas oferecidas é diretamente proporcional à probabilidade de que a criança apresentará redução do IMC.[3]​ Por exemplo, a US Preventive Services Task Force constatou que ≥52 horas por ano estiveram associadas com uma diferença na alteração do Z-score do IMC a partir da linha basal de -0.31, enquanto 26 a 51 horas estiveram associadas com uma alteração do Z-score do IMC a partir da linha basal de -0.17 (isso representou 0.01 para 6 a 25 horas e -0.09 para 1 a 5 horas, respectivamente).[83]​ Elas podem ser fornecidas por meio de consultas regularmente agendadas na atenção primária, com a assistência de nutricionistas e médicos com experiência em mudança de comportamento/entrevista motivacional, ou por meio de visitas semanais a uma equipe pediátrica dedicada ao controle do peso, ou como um programa hospitalar/residencial.​​ A escalada para programas de controle de peso mais intensivos depende da idade da criança, da resposta ao tratamento, dos fatores de risco e da motivação, entre outros.[3]​​ Os programas intra-hospitalares de modificação do estilo de vida podem ser efetivos para crianças com loci gênicos de suscetibilidade à obesidade, indicando a importância de se abordarem os fatores ambientais, sociais e comportamentais.[92]

É indispensável que os pais e a família também adotem hábitos de vida saudáveis e uma tomada de decisão compartilhada para que a criança possa ter sucesso na manutenção do peso ou na perda de peso.[93]

Dieta: as crianças devem ser incentivadas a cortar as bebidas açucaradas, diminuir os tamanhos das porções e limitar o consumo de alimentos industrializados e fast foods.[59][94]​​[96][97][98]​​​ Demonstrou-se que a eliminação das bebidas açucaradas reduz significativamente a ingestão calórica e a obesidade.​[3]​​[96] Dietas ricas em frutas e legumes devem ser recomendadas e as escolas devem oferecer opções alimentares saudáveis. As refeições em família devem ser incentivadas. Refeições em família mais frequentes estão associadas a uma maior ingestão de frutas e vegetais e a uma menor ingestão de fast food e comidas prontas em adolescentes norte-americanos.[99] Se possível, os alimentos não saudáveis devem ser retirados de casa.

As diretrizes nutricionais dos EUA incentivam todas as crianças a consumir alimentos ricos em nutrientes, incluindo frutas, vegetais, grãos integrais, feijão, ervilhas, lentilhas, ovos, frutos do mar, nozes e sementes sem sal, laticínios sem gordura e com baixo teor de gordura e carnes magras (preparadas sem adição de açúcar, sal e gorduras saturadas).[98]

Aconselham refeições regulares para evitar petiscar e lanchar, e fornecem educação sobre o controle de porção.[91]

Atividade física: as crianças devem ser incentivadas a fazer pelo menos 60 minutos diários de atividade física.[94][98]​​[100] A fim de encorajar a adesão terapêutica, a atividade deve ser divertida para a criança e apropriada para a idade. Atividades lúdicas como escalar ou brincar de pega-pega são incentivadas.[58]​ Deve ser estimulado o envolvimento da família na promoção da atividade física. Os pais e cuidadores têm um papel essencial na modelagem de comportamentos saudáveis e no estabelecimento de metas realistas.[58] O tempo assistindo televisão e outros tempos de tela discricionários (por exemplo, computador e videogames, internet) devem ser limitados. A American Academy of Pediatrics recomenda não permitir que crianças com menos de 18 meses de idade usem mídias, limitar a 1 hora de uso para crianças de 2-5 anos e traçar um plano de uso de mídias monitorado pelos pais nas crianças maiores.[3]​ A American Heart Association recomenda: remover as telas dos quartos e durante as refeições; encorajar interações sociais diárias e sem dispositivos e brincadeiras ao ar livre; e apoiar os pais para impor limitações no tempo de tela e dar um exemplo de comportamento saudável com relação a telas.[101]​ Muitas vezes as crianças com obesidade apresentam barreiras pessoais ao ato de se movimentar e praticar exercícios, inclusive barreiras à mobilidade. Portanto, geralmente será necessário personalizar e adaptar as intervenções de exercícios pediátricos, principalmente para os pacientes que relatarem dor musculoesquelética, alto nível de fadiga, incontinência urinária, escoriações na pele ou comprometimento das capacidades motoras ou outras condições (por exemplo, distrofia muscular, imobilidade, etc.).[8]

As comorbidades devem ser tratadas de forma concomitante.[86]​ Os problemas psicossociais associados (por exemplo, bullying, provocação, baixa autoestima) ou condições psiquiátricas (por exemplo, ansiedade, depressão) devem ser investigados e tratados.[91]

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entrevista motivacional

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Um estilo de aconselhamento voltado para o paciente, com foco na tomada de decisão compartilhada e nas motivações autoidentificadas dos pacientes para a mudança, em comparação com uma abordagem mais tradicional do profissional da saúde. O objetivo é alcançar uma mudança comportamental em particular, como reduzir o consumo de um alimento específico ou fazer mais refeições em família.

A entrevista motivacional consiste em quatro processos: (1) envolvimento - estabelecer uma relação e um papel colaborativo; entender os problemas dos pacientes; (2) foco - identificar estratégias adequadas para a mudança do peso; (3) interesse: ressaltar as motivações para a mudança; (4) capacitar os pacientes a fazerem a mudança; planejamento - concluir planos de mudança efetivos; lidar de maneira adequada com as recaídas.

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tratamento intensivo de estilo de vida e comportamento saudável

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

O tratamento intensivo de estilo de vida e do comportamento deve ser considerado nas crianças <6 anos de idade, e é recomendado para as crianças de 6 anos ou mais. Ele é mais efetivo com pelo menos 26 horas de tratamento presencial, baseado na família e com múltiplos componentes ao longo de 3-12 meses.[86]

índice de massa corporal (IMC) ≥95º percentil (obesidade) ou IMC ≥120% do 95º percentil (obesidade grave)

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mudança do estilo de vida e tratamento de comorbidades

A mudança do estilo de vida é um dos pilares do tratamento para todas as crianças com obesidade. [ Cochrane Clinical Answers logo ]

Nas crianças <6 anos de idade, o objetivo do tratamento é a manutenção do peso (perda de peso de até 1 lb/mês ou 0.5 kg/mês pode ser aceitável se o IMC for de 21 ou 22 kg/m²). Nas crianças de 6-12 anos de idade, o objetivo é a perda de peso gradual (1 lb/mês ou 0.5 kg/mês).[64]

A modificação do estilo de vida inclui a educação sobre dieta e atividade física, além de terapia comportamental, para que as crianças e suas famílias possam fazer e manter as mudanças.​[3][57]​​​[91]​ As intervenções no estilo de vida levam a uma perda de peso significativa e a melhora dos parâmetros cardiometabólicos, em comparação com a ausência de tratamento.[87]

A intensidade do tratamento com mudança do estilo de vida é variável, mas o principal fator que contribui para a efetividade é a intensidade (ou dosagem) da intervenção, medida em horas de contato presencial. O número de horas oferecidas é diretamente proporcional à probabilidade de que a criança apresentará redução do IMC.[3]​ Por exemplo, a US Preventive Services Task Force constatou que ≥52 horas por ano estiveram associadas com uma diferença na alteração do Z-score do IMC a partir da linha basal de -0.31, enquanto 26 a 51 horas estiveram associadas com uma alteração do Z-score do IMC a partir da linha basal de -0.17 (isso representou 0.01 para 6 a 25 horas e -0.09 para 1 a 5 horas, respectivamente).[83]​ Ela podem ser oferecidas por meio de consultas regularmente agendadas na atenção primária, com a assistência de nutricionistas e médicos com experiência em mudança de comportamento/entrevistas motivacionais, ou por meio de visitas semanais a uma equipe pediátrica dedicada ao controle do peso, ou como um programa hospitalar/residencial. A escalada para programas de controle de peso mais intensivos depende da idade da criança, da resposta ao tratamento, dos fatores de risco e da motivação, entre outros.[3]

Os programas intra-hospitalares de modificação do estilo de vida podem ser efetivos para as crianças com loci gênicos de suscetibilidade à obesidade, indicando a importância de se abordarem os fatores ambientais, sociais e comportamentais.[92]

É indispensável que os pais e a família também adotem hábitos de vida saudáveis e uma tomada de decisão compartilhada para que a criança possa ter sucesso na manutenção do peso ou na perda de peso.[93]

Dieta: as crianças devem ser incentivadas a cortar as bebidas açucaradas, diminuir os tamanhos das porções e limitar o consumo de alimentos industrializados e fast foods.[59][94]​​[96][97][98]​​​​ Demonstrou-se que a eliminação das bebidas açucaradas reduz significativamente a ingestão calórica e a obesidade.[3][96]​​​ Dietas ricas em frutas e legumes devem ser recomendadas, e as escolas devem oferecer opções alimentares saudáveis. As refeições em família devem ser incentivadas. Refeições em família mais frequentes estão associadas a uma maior ingestão de frutas e vegetais, e a uma menor ingestão de fast food e comidas prontas, em adolescentes norte-americanos.[99] Se possível, os alimentos não saudáveis devem ser retirados de casa.

As diretrizes nutricionais dos EUA incentivam todas as crianças a consumir alimentos ricos em nutrientes, incluindo frutas, vegetais, grãos integrais, feijão, ervilhas, lentilhas, ovos, frutos do mar, nozes e sementes sem sal, laticínios sem gordura e com baixo teor de gordura e carnes magras (preparadas sem adição de açúcar, sal e gorduras saturadas).[98]

Aconselham refeições regulares para evitar petiscar e lanchar, e fornecem educação sobre o controle de porção.[91]

Atividade física: as crianças devem ser incentivadas a fazer pelo menos 60 minutos diários de atividade física.[94][98]​​[100]​​ A fim de incentivar a adesão terapêutica, a atividade deve ser divertida para a criança e adequada à idade. Atividades lúdicas, como escalar ou brincar de pega-pega, são incentivadas.[58]​ Deve ser estimulado o envolvimento da família na promoção da atividade física. Os pais e cuidadores têm um papel essencial na modelagem de comportamentos saudáveis e no estabelecimento de metas realistas.[58] O tempo assistindo televisão e outros tempos de tela discricionários (por exemplo, computador e videogames, internet) devem ser limitados. A American Academy of Pediatrics recomenda não permitir que crianças com menos de 18 meses de idade usem mídias, limitar a uma hora de uso para crianças de 2 a 5 anos e traçar um plano de uso mídias monitorado pelos pais em crianças maiores.[3]​ A American Heart Association recomenda: remover as telas dos quartos e durante as refeições; encorajar interações sociais diárias e sem dispositivos e brincadeiras ao ar livre; e apoiar os pais para impor limitações no tempo de tela e dar um exemplo de comportamento saudável com relação a telas.[101]​ Muitas vezes as crianças com obesidade apresentam barreiras pessoais ao ato de se movimentar e praticar exercícios, inclusive barreiras à mobilidade. Portanto, geralmente será necessário personalizar e adaptar as intervenções de exercícios pediátricos, principalmente para os pacientes que relatarem dor musculoesquelética, alto nível de fadiga, incontinência urinária, escoriações na pele ou comprometimento das capacidades motoras ou outras condições (por exemplo, distrofia muscular, imobilidade, etc.).[8]

As comorbidades devem ser tratadas de forma concomitante.[86]​ Os problemas psicossociais associados (por exemplo, bullying, provocação, baixa autoestima) ou condições psiquiátricas (por exemplo, ansiedade, depressão) devem ser investigados e tratados.[3]

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entrevista motivacional

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Um estilo de aconselhamento voltado para o paciente, com foco na tomada de decisão compartilhada e nas motivações autoidentificadas dos pacientes para a mudança, em comparação com uma abordagem mais tradicional do profissional da saúde. O objetivo não é estabelecer e alcançar uma meta específica. Na verdade, o objetivo é alcançar uma mudança comportamental em particular, como reduzir o consumo de um alimento específico ou fazer mais refeições em família.

A entrevista motivacional consiste em quatro processos: (1) envolvimento - estabelecer uma relação e um papel colaborativo; entender os problemas dos pacientes; (2) foco - identificar estratégias adequadas para a mudança do peso; (3) interesse: ressaltar as motivações para a mudança; (4) capacitar os pacientes a fazerem a mudança; planejamento - concluir planos de mudança efetivos; lidar de maneira adequada com as recaídas.

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tratamento intensivo de estilo de vida e comportamento saudável

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

O tratamento intensivo de estilo de vida e do comportamento deve ser considerado nas crianças <6 anos de idade, e é recomendado para as crianças de 6 anos ou mais. Ele é mais efetivo com pelo menos 26 horas de tratamento presencial, baseado na família e com múltiplos componentes ao longo de 3-12 meses.[86]

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mudança do estilo de vida e tratamento de comorbidades

A mudança do estilo de vida é um dos pilares do tratamento para todas as crianças com obesidade. [ Cochrane Clinical Answers logo ]

Nas crianças de 12-18 anos a meta do tratamento é a perda de peso não superior a 0.9 kg (2 lb) por semana.[64]

A modificação do estilo de vida inclui educação sobre dieta e atividade física, além de terapia comportamental, para que as crianças e suas famílias possam fazer e manter as mudanças.[3][57]​​​​[91]​​ As intervenções no estilo de vida levam a uma perda de peso significativa e a melhora dos parâmetros cardiometabólicos, em comparação com a ausência de tratamento: IMC (-1.25 kg/m², intervalo de confiança [IC] de 95%, -2.18 a -0.32) e Z-score do IMC (-0.10, IC de 95%, -0.18 a -0.02).[87]

A intensidade do tratamento com mudança do estilo de vida é variável, mas o principal fator que contribui para a efetividade é a intensidade (ou dosagem) da intervenção, medida em horas de contato presencial. O número de horas oferecidas é diretamente proporcional à probabilidade de que a criança apresentará redução do IMC.[3]​ Por exemplo, a US Preventive Services Task Force constatou que ≥52 horas por ano estiveram associadas com uma diferença na alteração do Z-score do IMC a partir da linha basal de -0.31, enquanto 26 a 51 horas estiveram associadas com uma alteração do Z-score do IMC a partir da linha basal de -0.17 (isso representou 0.01 para 6 a 25 horas e -0.09 para 1 a 5 horas, respectivamente).[83]​ Pode ser entregue por meio de consultas regularmente agendadas na atenção primária, com a assistência de nutricionistas e médicos com experiência em mudança de comportamento/entrevista motivacional, ou por meio de visitas semanais a uma equipe pediátrica dedicada ao controle de peso, ou como um programa hospitalar/residencial. A escalada para programas de controle de peso mais intensivos depende da idade da criança, da resposta ao tratamento, dos fatores de risco e da motivação.[3]​​ Os programas intra-hospitalares de modificação do estilo de vida são efetivos para as crianças com loci gênicos de suscetibilidade à obesidade, indicando a importância de se abordarem os fatores ambientais, sociais e comportamentais.[92]

É indispensável que os pais e a família também adotem hábitos de vida saudáveis e uma tomada de decisão compartilhada para que a criança possa ter sucesso na manutenção do peso ou na perda de peso.[93]

Dieta: as crianças devem ser incentivadas a cortar as bebidas açucaradas, diminuir os tamanhos das porções e limitar o consumo de alimentos industrializados e fast foods.[59][94]​​[96][97][98]​​​​ Demonstrou-se que a eliminação das bebidas açucaradas reduz significativamente a ingestão calórica e a obesidade.[3][96]​​​ Dietas ricas em frutas e legumes devem ser recomendadas, e as escolas devem oferecer opções alimentares saudáveis. As refeições em família devem ser incentivadas. Refeições em família mais frequentes estão associadas a uma maior ingestão de frutas e vegetais, e a uma menor ingestão de fast food e comidas prontas, em adolescentes norte-americanos.[99] Se possível, os alimentos não saudáveis devem ser retirados de casa.

As diretrizes nutricionais dos EUA incentivam todas as crianças a consumir alimentos ricos em nutrientes, incluindo frutas, vegetais, grãos integrais, feijão, ervilhas, lentilhas, ovos, frutos do mar, nozes e sementes sem sal, laticínios sem gordura e com baixo teor de gordura e carnes magras (preparadas sem adição de açúcar, sal e gorduras saturadas).[98]

Aconselham refeições regulares para evitar petiscar e lanchar, e fornecem educação sobre o controle de porção.[91]

Atividade física: as crianças devem ser incentivadas a fazer pelo menos 60 minutos diários de atividade física.[94][98]​​[100]​ A fim de incentivar a adesão terapêutica, a atividade deve ser divertida para a criança e adequada à idade. Atividades lúdicas, como escalar ou brincar de pega-pega, são incentivadas.[58]​ Deve ser estimulado o envolvimento da família na promoção da atividade física. Os pais e cuidadores têm um papel essencial na modelagem de comportamentos saudáveis e no estabelecimento de metas realistas.[58]

O tempo assistindo televisão e outros tempos de tela discricionários (por exemplo, computador e videogames, internet) devem ser limitados. A American Heart Association recomenda: remover as telas dos quartos e durante as refeições; encorajar interações sociais diárias e sem dispositivos e brincadeiras ao ar livre; e apoiar os pais para impor limitações no tempo de tela e dar um exemplo de comportamento saudável com base em tela.[101]​ Muitas vezes as crianças com obesidade apresentam barreiras pessoais ao ato de se movimentar e praticar exercícios, inclusive barreiras à mobilidade. Portanto, geralmente será necessário personalizar e adaptar as intervenções de exercícios pediátricos, principalmente para os pacientes que relatarem dor musculoesquelética, alto nível de fadiga, incontinência urinária, escoriações na pele ou comprometimento das capacidades motoras ou outras condições (por exemplo, distrofia muscular, imobilidade, etc.).[8]

As comorbidades devem ser tratadas de forma concomitante.[86]​ Os problemas psicossociais associados (por exemplo, bullying, provocação, baixa autoestima) ou condições psiquiátricas (por exemplo, ansiedade, depressão) devem ser investigados e tratados.[91]

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entrevista motivacional

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Um estilo de aconselhamento voltado para o paciente, com foco na tomada de decisão compartilhada e nas motivações autoidentificadas dos pacientes para a mudança, em comparação com uma abordagem mais tradicional do profissional da saúde. O objetivo não é estabelecer e alcançar uma meta específica. Na verdade, o objetivo é alcançar uma mudança comportamental em particular, como reduzir o consumo de um alimento específico ou fazer mais refeições em família.

A entrevista motivacional consiste em quatro processos: (1) envolvimento - estabelecer uma relação e um papel colaborativo; entender os problemas dos pacientes; (2) foco - identificar estratégias adequadas para a mudança do peso; (3) interesse: ressaltar as motivações para a mudança; (4) capacitar os pacientes a fazerem a mudança; planejamento - concluir planos de mudança efetivos; lidar de maneira adequada com as recaídas.

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tratamento intensivo de estilo de vida e comportamento saudável

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

O tratamento intensivo de estilo de vida e do comportamento é recomendado para todas as crianças de 12-18 anos de idade. Ele é mais efetivo com pelo menos 26 horas de tratamento presencial, baseado na família e com múltiplos componentes ao longo de 3-12 meses.[86]

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farmacoterapia

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Após medidas conservadoras, o tratamento pode incluir medicamentos, com suporte intensivo continuado para a modificação do estilo de vida. A American Academy of Pediatrics (AAP) recomenda oferecer farmacoterapia para adolescentes a partir de 12 anos de idade com obesidade, de acordo com as indicações e riscos, combinados com tratamento do estilo de vida e do comportamento.[3]

O orlistate inibe a absorção da gordura através da inibição da lipase entérica e está aprovado em alguns países para crianças ≥12 anos de idade.[104] Em ensaios clínicos de orlistate em adolescentes, a variação do IMC foi de -0.55 kg/m² até -4.09 kg/m².[105]​ Os efeitos adversos incluem esteatorreia, urgência fecal e flatulência, o que limita seu uso nas crianças.

A liraglutida, um agonista do peptídeo semelhante ao glucagon 1 (GLP-1), é aprovada nos EUA e na Europa para controle crônico de peso em crianças com 12 anos de idade ou mais com obesidade (ou seja, peso corporal acima de 60 kg e um IMC inicial correspondente a 30 kg/m² para adultos por cortes internacionais), além de dieta hipocalórica e aumento da atividade física. Um ensaio clínico randomizado e controlado concluiu que a liraglutida associada à terapia de estilo de vida é mais eficaz para a perda de peso do que o placebo associado a terapia de estilo de vida.[106] No estudo de 251 adolescentes com obesidade, realizado ao longo de 3 anos, 43% dos participantes do grupo de liraglutida associada a terapia de estilo de vida alcançaram uma redução de 5% no IMC, e 21% alcançaram uma redução de 10% no IMC. No grupo da terapia com placebo associado a estilo de vida, 19% dos participantes alcançaram uma redução de 5% no IMC e 8% alcançaram uma redução de 10% no IMC.[106]

A semaglutida, outro agonista de GLP-1 que está aprovado nos EUA e na Europa para o controle do peso crônico em crianças de 12 anos de idade ou mais com IMC inicial ≥95º percentil para a idade e o sexo, como adjuvante à dieta e aos exercícios. Um ensaio clínico de fase 3 que incluiu 201 participantes (todos exceto um com IMC ≥95º percentil) demonstrou uma diminuição de 16% no IMC nos participantes tratados, em comparação com o grupo do placebo, após 68 semanas. No final do estudo, 73% daqueles tratados com semaglutida perderam pelo menos 5% do seu peso corporal inicial.[107]​ Os efeitos adversos comuns incluem náuseas, vômitos e diarreia.

A metformina inibe a gliconeogênese hepática e é comumente usada no tratamento do diabetes mellitus (DM) do tipo 2 em crianças de 10 anos ou mais. As evidências de eficácia da metformina para a perda de peso em crianças são conflitantes, e ela não está aprovada para o tratamento da obesidade em crianças.[3]​ Alguns estudos demonstram os benefícios de adicionar a metformina para mitigar o ganho de peso observado em crianças e adolescentes.[88]​​[108]​ Esses estudos que demonstraram efeitos normalmente incluíram doses mais altas, tratamento adjuvante do estilo de vida mais intensivo e uso em crianças com obesidade mais grave e/ou um diagnóstico secundário.[3]

Uma revisão sistemática investigou a eficácia da metformina no tratamento da obesidade em crianças sem diabetes mellitus do tipo 2. Aos 6 meses, as crianças com prescrição de metformina apresentaram uma redução média do IMC de -1.38 kg/m² (IC de 95%: -1.93 kg/m² a -0,83 kg/m²). No entanto, a redução no IMC foi considerada modesta e a metformina não foi clinicamente superior a outras opções para o tratamento da obesidade infantil.[109] Um ensaio clínico randomizado e controlado subsequente relatou uma diminuição no IMC com metformina, em comparação com o placebo, em crianças pré-puberdade, mas não em crianças na puberdade.[110] São necessários mais e maiores estudos. A AAP sugere que a metformina pode ser considerada como adjuvante ao tratamento intensivo de estilo de vida e comportamento saudável quando há outras indicações para o uso de metformina.[3]

A combinação de fentermina/topiramato está aprovada nos EUA para o tratamento da obesidade em adolescentes (12-17 anos) com IMC inicial no 95º percentil ou superior padronizado para a idade e o sexo. A fentermina é um anoréxico que diminui o apetite e o topiramato é um anticonvulsivante com atividade fraca de inibidor de anidrase carbônica que induz perda do peso (embora o mecanismo de ação preciso na perda de peso não seja conhecido atualmente). Um estudo das propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas de uma combinação de dose fixa de fentermina/topiramato realizado em adolescentes com obesidade demonstrou perda de peso estatisticamente significativa.[113][114]​​​ Entretanto, os efeitos adversos incluem depressão e dificuldades de concentração e memória, o que pode limitar a sua utilidade em adolescentes. O topiramato pode causar danos fetais nas gestantes, e demonstrou-se um aumento das fendas orais com a exposição ao topiramato no primeiro trimestre.[115] A European Medicines Agency recusou uma autorização de comercialização para fentermina/topiramato.

Opções primárias

orlistate: 120 mg por via oral três vezes ao dia com cada refeição principal que contenha gordura

ou

liraglutida: 0.6 mg por via subcutânea uma vez ao dia por 1 semana, aumentar a dose em 0.6 mg/dia em intervalos semanais, máximo de 3 mg/dia

ou

semaglutida: 0.25 mg por via subcutânea uma vez por semana por 4 semanas inicialmente, aumentar a dose gradualmente de acordo com a resposta e a tolerância a cada 4 semanas, máximo de 2.4 mg uma vez por semana.

Mais

Opções secundárias

cloridrato de fentermina/topiramato: 3.75 mg (fentermina)/23 mg (topiramato) por via oral uma vez ao dia pela manhã por 14 dias, seguidos por 7.5 mg (fentermina)/46 mg (topiramato) uma vez ao dia pela manhã, em seguida, ajustar a dose de acordo com a resposta, máximo de 15 mg (fentermina)/92 mg (topiramato)

Mais

Opções terciárias

metformina: 500-2000 mg/dia por via oral administrados em 2 doses fracionadas

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encaminhamento para especialista para consideração da cirurgia

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Um encaminhamento não significa, necessariamente, que a criança fará a cirurgia, mas proporciona a oportunidade de uma avaliação adicional dos riscos e benefícios e o fornecimento de informações adicionais para que os familiares tomem uma decisão fundamentada. Deve ser feito o encaminhamento para os programas abrangentes de cirurgia bariátrica e metabólica pediátrica, em centros locais ou regionais.

As diretrizes sugerem que a cirurgia deve ser considerada nas crianças com IMC ≥40 com comorbidades leves, ou IMC >35 com comorbidades clinicamente significativas.[3][116]​​ As comorbidades clinicamente significativas incluem: apneia obstrutiva do sono, diabetes mellitus do tipo 2, hipertensão intracraniana idiopática, esteatose hepática não alcoólica, doença de Blount, epifisiólise proximal do fêmur, DRGE e hipertensão.[116]

A cirurgia não afeta de maneira negativa o desenvolvimento puberal e, portanto, um estágio de Tanner específico e a idade óssea não devem ser considerados requisitos para a cirurgia.[117]

As abordagens cirúrgicas usadas com mais frequência são o bypass gástrico em Y de Roux e a gastrectomia vertical.[116] Um estudo de coorte prospectivo constatou que o acompanhamento de longo prazo (7 a 10 anos) após a gastrectomia vertical em crianças e adolescentes demonstra perda de peso durável, manutenção da resolução das comorbidades e crescimento inalterado.[121] A cirurgia deve ser realizada somente por um cirurgião experiente que trabalhe com uma equipe capaz de acompanhar o paciente nos problemas nutricionais ou psicossociais a longo prazo.

Foi demonstrado que vários fatores de risco associados a doenças cardiovasculares melhoraram entre adolescentes com obesidade grave submetidos a cirurgias bariátricas. Um aumento na perda de peso, sexo feminino e menos idade preveem uma maior probabilidade de resolução de fatores de risco cardiovascular específicos.[118] Os desfechos da cirurgia bariátrica na população adolescente estão sendo estudados vigorosamente.[122]​​[123]

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