Abordagem

O diagnóstico é baseado na história, incluindo parto e qualquer trauma ou queda sobre as nádegas. O exame físico inclui a palpação do sacro e do cóccix e exame retal. A investigação adicional inclui estudos de imagem, incluindo radiografias sacrococcígeas laterais dinâmicas e ressonância nuclear magnética (RNM) do sacro e do cóccix.

História

Pode ter origem pós-traumática, não traumática ou idiopática.[5][7][8] Frequentemente, há uma história de trauma prévio ou parto, possivelmente com um período de latência entre o incidente e o desenvolvimento dos sintomas. Existe uma incidência de 5:1 em mulheres versus homens e a obesidade é considerada um forte fator de risco para o desenvolvimento de coccigodinia.[5]

Os pacientes geralmente se queixam de uma dor lancinante (isto é, pungente ou penetrante), intensa ou terebrante no cóccix, que afeta significativamente as atividades normais. Ela pode ser agravada ao sentar-se, ao fazer a transição entre as posições ortostática e sentada e, ocasionalmente, durante a defecação e as relações sexuais. A dor pode irradiar para o sacro e para a coluna lombar e, ocasionalmente, para a parte posterior da coxa.

A coccigodinia aguda é classificada como sintomas presentes por <2 meses, enquanto a coccigodinia crônica é classificada como sintomas presentes por ≥2 meses.

Exame físico

Na observação, os pacientes com coccigodinia podem sentar-se sobre as mãos ou elevar uma das nádegas para evitar a pressão sobre o sacro (conhecido como "defesa").

O exame físico revela sensibilidade à palpação externa ou transretal e movimento do cóccix. O exame retal tipicamente revela sensibilidade à palpação da ponta do cóccix, ou hipermobilidade do cóccix, ou ambas. O espasmo ou a sensibilidade à palpação da musculatura do assoalho pélvico podem também estar presentes.

Uma tentativa terapêutica com um corticosteroide (por exemplo, dexametasona, metilprednisolona) e um anestésico local (por exemplo, lidocaína, bupivacaína) injetados ao redor da superfície dorsal do cóccix pode ajudar a distinguir a coccigodinia verdadeira da dor referida (pseudococcigodinia), e muitas vezes resulta em alívio rápido dos sintomas.

Investigações laboratoriais

Os exames laboratoriais geralmente não são indicados; no entanto, os leucócitos e a velocidade de hemossedimentação (VHS) podem estar elevados em infecções pélvicas ou afecções inflamatórias e devem ser solicitados se houver suspeita, conforme evidenciado pela vermelhidão e edema da área perineal.

Exames por imagem

Todos os pacientes devem fazer uma radiografia sacrococcígea lateral nas posições ortostática e sentada. Isso revela a configuração coccígea do paciente. Foram descritas diferentes configurações coccígeas:[4][19]

  • Tipo 1: normal, levemente curvada para a frente, observada em 68% da população em geral

  • Tipo 2: curvado 90° para a frente

  • Tipo 3: acentuadamente angulado na primeira ou segunda articulação intercoccígea

  • Tipo 4: subluxação anterior

  • Tipo 5: retroversão coccígea com espícula

  • Tipo 6: deformidade escoliótica.

Os pacientes com coccigodinia têm maior probabilidade de terem configurações dos tipos 3 e 4, e menor probabilidade de terem configuração do tipo 1, do que as pessoas sem coccigodinia.[19][20]​​ Os pacientes com coccigodinia têm maior probabilidade de fusão da articulação sacrococcígea (51% versus 37% em pessoas sem coccigodinia).[19][20]

As radiografias sacrococcígeas laterais dinâmicas são usadas para comparar as alterações entre as posições ortostática e sentada dolorosa. Observa-se instabilidade radiográfica evidenciada por subluxação posterior e hipermobilidade (>20° de angulação sacrococcígea ou intercoccígea) em cerca de 70% dos pacientes com coccigodinia.[16][21] A instabilidade radiográfica é observada em 56% dos casos de coccigodinia pós-traumática e 53% de coccigodinia idiopática.[5] Outras lesões incluem subluxação anterior e uma espícula óssea na ponta dorsal do cóccix (observada em 5% e 14% de pacientes com coccigodinia, respectivamente).[21]

A RNM sem contraste do sacro e do cóccix é recomendada em todos os pacientes para definir a anatomia óssea normal e anormal e para descartar causas menos comuns de coccigodinia, como abscessos ou tumores.[20] Um estudo contrastado pode ser feito se clinicamente indicado.

A TC pode ser superior à RNM na definição da anatomia óssea normal e anormal. A TC deve ser solicitada nos casos de trauma pélvico agudo e como adjuvante à RNM na avaliação da doença neoplásica metastática.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Radiografia sacrococcígea lateral de uma paciente com coccigodinia crônica pós-traumática, mostrando a sinostose sacrococcígea (fusão, variante normal) e a subluxação anterior de Co1-Co2Do acervo pessoal do Dr. R. Schrot [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@5b39e036[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Radiografia sacrococcígea lateral dinâmica de um paciente com coccigodinia crônica idiopática, mostrando 30° de flexão anterior na posição ortostáticaDo acervo pessoal do Dr. R. Schrot [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@389fb9db[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Radiografia sacrococcígea lateral dinâmica de um paciente com coccigodinia crônica idiopática, mostrando 30° de flexão anterior na posição sentadaDo acervo pessoal do Dr. R. Schrot [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@5a8f3471

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