Os pterígios pequenos assintomáticos não precisam de tratamento. Os pacientes devem ser aconselhados a proteger os olhos contra a radiação ultravioleta com óculos com proteção lateral de boa qualidade e chapéus com abas largas.
Tratamento sintomático
Se o paciente tiver sintomas de irritação ocular, ardência ou prurido, esses sintomas poderão ser aliviados com preparações tópicas de lágrimas artificiais. Se esses sintomas estiverem associados a inflamação do pterígio, corticosteroides tópicos, como a fluormetolona ou o loteprednol, podem ser prescritos sob supervisão oftalmológica com monitoramento regular da pressão intraocular, inicialmente em 2-3 semanas, devido ao risco de hipertensão ocular/glaucoma induzidos por corticosteroides tópicos.[15]The College of Optometrists. Pterygium. Jun 2024 [internet publication].
https://www.college-optometrists.org/clinical-guidance/clinical-management-guidelines/pterygium
As indicações para intervenção cirúrgica incluem:
Irritação ocular significativa não resolvida com terapia medicamentosa
Cosmese ocular comprometida
Acuidade visual reduzida devido a astigmatismo induzido ou invasão do pterígio em direção ou ao longo do eixo visual
Progressão documentada contínua, com probabilidade assumida de eventual comprometimento visual
Visão dupla devida a restrição ou fixação do músculo reto medial.
Antes da cirurgia, é necessário verificar se a lesão é um pterígio verdadeiro e não uma das condições semelhantes, como um pseudopterígio. O paciente precisa de aconselhamento pré-operatório cauteloso informando que, embora a cirurgia de pterígio seja geralmente bem-sucedida, os sintomas de irritação ocular e ardência talvez não sejam totalmente aliviados, e vermelhidão persistente e cicatrização profunda da córnea sob o pterígio podem indicar que a melhora da cosmese ocular é apenas parcial. Além disso, o paciente precisa saber que recorrências após a remoção cirúrgica não são raras e podem ser agressivas. Por esses motivos, a cirurgia geralmente não é recomendada para pterígios pequenos ou apenas por motivos estéticos.
Existem diversas abordagens cirúrgicas, portanto, nenhum método é totalmente bem-sucedido.
Técnicas cirúrgicas
Excisão simples
Esse procedimento costuma ser simples, com cisalhamento mecânico da cabeça e do corpo do pterígio da córnea subjacente usando fórceps e removendo-o, deixando a esclera exposta embaixo. Se for aderente, poderá ser feita uma dissecção superficial cuidadosa. Embora seja um procedimento simples e rápido, altas taxas de recorrência (>33%) têm sido registradas após a excisão simples.[16]Youngson RM. Recurrence of pterygium after excision. Br J Ophthalmol. 1972 Feb;56(2):120-5.
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Reposicionamento da cabeça do pterígio
Essas técnicas, que envolviam o reposicionamento da cabeça do pterígio, enterrando-o por baixo da borda conjuntival após a dissecção do pterígio da córnea, têm sido abandonadas devido a altas taxas de recorrência.
Autoenxerto e retalhos conjuntivais
Técnica cirúrgica mais usada, que envolve cobrir a área escleral exposta criada após a remoção e excisão do pterígio com retalhos conjuntivais rotacionais acima e/ou abaixo da área ou com um enxerto conjuntival livre retirado da conjuntiva bulbar superior. Além de cobrir a área escleral exposta, acredita-se que o enxerto atue como uma barreira contra a recorrência. As taxas de recorrência publicadas após técnicas de autoenxerto conjuntival são encorajadoras (entre 5% e 15%), e estudos sugerem taxas ainda menores com a inclusão de tecido limbal no enxerto.[16]Youngson RM. Recurrence of pterygium after excision. Br J Ophthalmol. 1972 Feb;56(2):120-5.
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O uso de fibrina como selante, em vez de suturas, não só reduziu o tempo de operação como também melhorou o conforto do paciente no período pós-operatório.[20]Ozdamar Y, Mutevelli S, Han U, et al. A comparative study of tissue glue and vicryl suture for closing limbal-conjunctival autografts and histologic evaluation after pterygium excision. Cornea. 2008 Jun;27(5):552-8.
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Resultados de metanálises sugerem que ela pode reduzir as taxas de recorrência.[22]Shi YJ, Yan ZG, Yue HY, et al. Meta-analysis of fibrin glue for attaching conjunctival autografts in pterygium surgery. Zhonghua Yan Ke Za Zhi. 2011 Jun;47(6):550-4.
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What are the benefits and harms of conjunctival autograft in people with pterygium?/cca.html?targetUrl=https://cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.1408/fullMostre-me a resposta
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How does fibrin glue compare with sutures for conjunctival autografting in primary pterygium surgery?/cca.html?targetUrl=https://cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.1564/fullMostre-me a resposta
Transplante de membrana amniótica
Em vez de conjuntiva, a membrana amniótica pode ser usada para cobrir a área escleral exposta, com alguns estudos demonstrando taxas de recorrência comparáveis às do autoenxerto conjuntival, enquanto outras aumentaram.[16]Youngson RM. Recurrence of pterygium after excision. Br J Ophthalmol. 1972 Feb;56(2):120-5.
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No entanto, nos casos em que o pterígio é extremamente extenso, precisando-se de uma grande área de cobertura, e nos pacientes com glaucoma, quando se deseja preservar a conjuntiva bulbar superior para uma futura cirurgia de drenagem, o transplante de membrana amniótica pode ser muito útil.[24]Ma DH, See LC, Liau SB, et al. Amniotic membrane graft for primary pterygium: comparison with conjunctival autograft and topical mitomycin C treatment. Br J Ophthalmol. 2000 Sep;84(9):973-8.
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Ceratoplastia lamelar
Um transplante corneano de espessura parcial talvez seja necessário quando o afinamento da córnea for significativo. Isso é incomum e geralmente ocorre nos casos de pterígios recorrentes após tentativas prévias de remoção cirúrgica. Em casos extremamente agressivos que envolvem o eixo visual, a cicatrização residual e a irregularidade estromal talvez exijam uma ceratoplastia lamelar ou mesmo penetrante para reabilitação visual.
Ceratectomia fototerapêutica (CTF) com laser excimer
Tipicamente, esses procedimentos são realizados sob anestesia local. A injeção subconjuntival de lidocaína é eficaz, assim como a aplicação tópica de gel oftálmico de lidocaína.[28]Page MA, Fraunfelder FW. Safety, efficacy, and patient acceptability of lidocaine hydrochloride ophthalmic gel as a topical ocular anesthetic for use in ophthalmic procedures. Clin Ophthalmol. 2009;3:601-9.
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[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Olho após excisão de pterígio e autoenxerto conjuntival 1 dia após a cirurgiaDo acervo pessoal de David O'Brart; usado com permissão [Citation ends].
Medicamentos e terapia adjuvantes
Diversos agentes foram usados para tentar reduzir a recorrência após a cirurgia primária e, especialmente, para tratar a doença recorrente. Esses agentes incluem esquemas pós-operatórios de tiotepa e mitomicina, aplicação perioperatória de mitomicina e daunorrubicina, fluoruracila, além de radioterapia beta usando placas de estrôncio-90.[29]Asregadoo ER. Surgery, thio-tepa, and corticosteroid in the treatment of pterygium. Am J Ophthalmol. 1972 Nov;74(5):960-3.
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A disponibilidade desses agentes pode variar de um país para outro. Além disso, embora esses agentes adjuvantes possam reduzir as taxas de recorrência após a excisão simples, seu uso pode estar associado a complicações significativas com risco de perda da visão, como perda de células endoteliais corneanas, ulceração escleral, fusão e até perfuração.[36]Lee BWH, Sidhu AS, Francis IC, et al. 5-Fluorouracil in primary, impending recurrent and recurrent pterygium: systematic review of the efficacy and safety of a surgical adjuvant and intralesional antimetabolite. Ocul Surf. 2022 Oct;26:128-41.
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Em virtude dessas potenciais complicações e da disponibilidade limitada de estudos de acompanhamento para casos em que medicamentos adjuvantes foram usados, o autoenxerto conjuntival é a técnica cirúrgica mais popular.[27]Ozer A, Yildirim N, Erol N, et al. Long-term results of bare sclera, limbal-conjunctival autograft and amniotic membrane graft techniques in primary pterygium excisions. Ophthalmologica. 2009;223(4):269-73.
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Em um estudo de acompanhamento de 10 anos de um ensaio clínico randomizado e controlado, o transplante autólogo de limbo conjuntival reduziu a recorrência de pterígio em comparação com a mitomicina, embora não tenham sido registradas complicações ou perda de células endoteliais em longo prazo no grupo da mitomicina.[40]Young AL, Ho M, Jhanji V, et al. Ten-year results of a randomized controlled trial comparing 0.02% mitomycin C and limbal conjunctival autograft in pterygium surgery. Ophthalmology. 2013 Dec;120(12):2390-5.
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Recentemente, o uso de anticorpos monoclonais tópicos contra fatores de crescimento endotelial vascular (anti-VEGF) foi preconizado como terapia adjuvante pós-operatória, na forma de colírio ou como injeções subconjuntivais.[41]Fallah MR, Khosravi K, Hashemian MN, et al. Efficacy of topical bevacizumab for inhibiting growth of impending recurrent pterygium. Curr Eye Res. 2010;35:17-22.
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Em uma metanálise, o bevacizumabe tópico foi relativamente seguro, associado apenas a um aumento no risco de hemorragia subconjuntival, mas não teve efeito significativo na prevenção da recorrência de pterígio.[42]Hu Q, Qiao Y, Nie X, et al. Bevacizumab in the treatment of pterygium: a meta-analysis. Cornea. 2014 Feb;33(2):154-60.
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Em outra metanálise, o autoenxerto conjuntival combinado com colírios de ciclosporina foi o melhor tratamento adjuvante para prevenir a recorrência após a cirurgia do pterígio primário.[43]Fonseca EC, Rocha EM, Arruda GV. Comparison among adjuvant treatments for primary pterygium: a network meta-analysis. Br J Ophthalmol. 2018 Jun;102(6):748-56.
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O papel desses agentes como terapia primária sem cirurgia adjuvante é questionável.[42]Hu Q, Qiao Y, Nie X, et al. Bevacizumab in the treatment of pterygium: a meta-analysis. Cornea. 2014 Feb;33(2):154-60.
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[44]Mandalos A, Tsakpinis D, Karayannopoulou G, et al. The effect of subconjunctival ranibizumab on primary pterygium: a pilot study. Cornea. 2010 Dec;29(12):1373-9.
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[45]Fallah Tafti MR, Khosravifard K, Mohammadpour M, et al. Efficacy of intralesional bevacizumab injection in decreasing pterygium size. Cornea. 2011 Feb;30(2):127-9.
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Pterígios recorrentes
O tratamento de pterígios recorrentes pode ser problemático, assim como pode ser difícil a dissecção de lesões recorrentes da córnea. Essas lesões geralmente não podem ser cisalhadas mecanicamente da superfície, pois aderem com firmeza ao estroma corneano subjacente e precisam de dissecção agressiva. Pode haver afinamento subjacente da córnea e, ocasionalmente, transplante corneano lamelar talvez seja necessário para restaurar o contorno normal da superfície.
Pterígios recorrentes têm uma taxa de recorrência mais alta após excisão que as lesões primárias. Muitos cirurgiões defendem o uso de terapias adjuvantes, como mitomicina tópica, ao tratar dessas lesões, embora seu uso possa estar associado a complicações significativas com risco de perda da visão, como fusão escleral.[37]Rubinfeld RS, Pfister RR, Stein RM, et al. Serious complications of topical mitomycin-C after pterygium surgery. Ophthalmology. 1992 Nov;99(11):1647-54.
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Em vez de usar esses agentes, o autor prefere realizar uma técnica de autoenxerto conjuntival repetido com a inclusão de tecido limbal no enxerto.[18]Al Fayez MF. Limbal versus conjunctival autograft transplantation for advanced and recurrent pterygium. Ophthalmology. 2002 Sep;109(9):1752-5.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12208727?tool=bestpractice.com
Histologia
É altamente recomendado que todos os pterígios excisados sejam submetidos a exame histológico formal. Entre as características histológicas típicas estão a proliferação de células epiteliais límbicas, a hiperplasia das células caliciformes, angiogênese, inflamação, ruptura da camada de Bowman, elastose e placas estromais. Lesões pré-neoplásicas foram identificadas em pterígios, bem como em relatórios de distúrbios não suspeitados e potencialmente malignos na superfície ocular.[46]Oellers P, Karp CL, Sheth A, et al. Prevalence, treatment, and outcomes of coexistent ocular surface squamous neoplasia and pterygium. Ophthalmology. 2013 Mar;120(3):445-50.
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[47]Chui J, Coroneo MT, Tat LT, et al. Ophthalmic pterygium: a stem cell disorder with premalignant features. Am J Pathol. 2011 Feb;178(2):817-27.
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