Etiologia

O vírus da febre amarela é um arbovírus da família Flaviviridae, gênero Flavivirus. É um vírus de ácido ribonucleico (RNA) de fita simples de sentido positivo do grupo IV, transmitido pelos mosquitos Aedes (principalmente Aedes aegypti) na África e pelos mosquitos Aedes e Haemagogus nas Américas. Um sorotipo e pelo menos 5 genótipos foram reconhecidos. Ele tem um envelope viral que consiste em uma bicamada lipídica com dímeros de uma proteína de envelope (E) que são envolvidos na ligação com os receptores glicosaminoglicanos na parede celular e na internalização do vírus. Anticorpos direcionados contra determinados epítopos de proteína E rompem a internalização viral e são considerados protetores.[2][Figure caption and citation for the preceding image starts]: Um mosquito Aedes aegypti fêmeaCDC/Prof. Frank Hadley Collins, University of Notre Dame [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@7356f32f

Há três ciclos de transmissão bem documentados.

  • Forma silvestre: é mantida entre as populações de macacos nas florestas tropicais, com transmissão esporádica para pessoas em contato próximo com a floresta.

  • Forma intermediária: é mantida por pessoas e macacos em vilarejos rurais, onde o aumento da transmissão humana causa pequenos surtos.

  • Forma urbana: é mantida em áreas urbanas densamente povoadas e envolve mosquitos domésticos, resultando em maior número de pacientes e maior mortalidade.

[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Tipos de transmissão da febre amarelaOMS [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@58884bcc

Fisiopatologia

O período de incubação dura de 3 a 6 dias. Após a inoculação por um vetor apropriado, as proteínas E facilitam a ligação com os receptores glicosaminoglicanos na parede celular e a internalização do vírus. Inicialmente o vírus se replica nos tecidos linfáticos, em seguida há viremia e subsequente disseminação para outros órgãos: em particular, para fígado e rins. Os hepatócitos afetados sofrem degeneração eosinofílica com cromatina nuclear condensada (corpos de Councilman). A distribuição médio-zonal e a conservação de células ao redor dos tratos portais e da veia central é característica.[13] O envolvimento renal é caracterizado por alterações eosinofílicas do epitélio tubular e por alterações adiposas. A albuminúria característica da febre amarela geralmente reflete alterações na função glomerular.

O óbito é precedido por desregulação das citocinas com subsequente choque cardiovascular e insuficiência de múltiplos órgãos.[14] Outro fato importante é que o óbito também é precedido por um pseudoclearance viral durante o período de intoxicação, quando os anticorpos neutralizadores precoces são gerados.[2]

[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Partículas do vírus da febre amarela vistas através de um microscópio eletrônico de transmissãoCDC Public Health Image Library [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@482cd4cf

Classificação

CID-10

A95: febre amarela

  • A95.0: febre amarela silvestre/febre amarela selvagem

  • A95.1: febre amarela urbana

  • A95.9: febre amarela, não especificada.

O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal