Etiologia

Os organofosforados são usados como pesticidas em uma ampla gama de cenários, incluindo pulverizadores agrícolas, iscas e inseticidas em spray para uso doméstico, tratamentos contra cupim e produtos contra piolhos e carrapatos.

Eles também podem ser usados como agentes neurotóxicos em armas químicas; no entanto, nesse caso, eles diferem dos pesticidas no sentido de que foram especificamente selecionados em razão de suas características desfavoráveis (ou seja, toxicidade relativamente alta aos humanos, alta potência, rápido início de ação, alta volatilidade, boa absorção por exposição dérmica ou inalatória e resistência a efeitos antídotos).

Fisiopatologia

O modo primário de ação dos organofosforados é inibir a acetilcolinesterase (AchE) neuronal. Isso causa um excesso de acetilcolina nos sistemas nervosos simpático e parassimpático, no sistema nervoso central (SNC), e nas junções neuromusculares. Os efeitos parassimpáticos são predominantes no início da maioria das intoxicações, causando secreções excessivas, broncoespasmo, diarreia e pupilas puntiformes. Os efeitos simpáticos podem causar hipertensão e taquicardia. Os efeitos colinérgicos no sistema nervoso central são relevantes nas intoxicações graves, pois contribuem para convulsões e insuficiência respiratória. A estimulação da junção neuromuscular causa fasciculações inicialmente, e fraqueza que persiste por dias a semanas além dos outros sinais e sintomas. A presença de neuropatia tardia, com comprometimento dos sistemas nervosos central e periférico (predominantemente motora), é incomum, mas pode ser grave e causar incapacidade permanente. A susceptibilidade e os mecanismos subjacentes são pouco compreendidos.[3]

As esterases (como a acetilcolinesterase e a esterase alvo da neuropatia) são inibidas pelos organofosforados através de fosforilação. A acetilcolinesterase inibida é reativada espontaneamente a taxas muito lentas; as oximas aceleram essa reação. No entanto, a acetilcolinesterase fosforilada pode perder uma cadeia lateral alquila não enzimaticamente, deixando um grupo hidroxila em seu lugar (“envelhecimento”). Assim, a regeneração não será mais possível.

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