Etiologia
A etiologia do osteossarcoma continua desconhecida. Alguns pacientes relatam uma história de trauma, mas é mais provável que o trauma seja o evento que chama a atenção para o tumor que já existe e que não seja o agente causador. Os fatores a seguir foram associados ao aumento do risco de osteossarcoma, embora esses riscos possam representar apenas uma pequena proporção dos casos:[4]
Doença de Paget do osso
A doença de Paget óssea está associada ao aumento do risco de desenvolver osteossarcoma secundário, comumente associado com idade avançada (acima dos 60 anos).[4] Pode haver uma predisposição genética nesses pacientes, vinculada ao cromossomo 18q23.[8] A perda de heterozigosidade do cromossomo 18q tem sido relatada em pacientes com osteossarcoma primário e associado à doença de Paget.[9][10]
História de radioterapia
O osteossarcoma é a neoplasia maligna pós-radiação mais comum depois de terapia para um câncer sólido na infância.[4][11] Evidências sugerem que o risco de sarcoma ósseo aumenta lentamente até uma dose cumulativa de radiação absorvida pelo órgão de 15 Gy e, em seguida, aumenta muito para doses de radiação mais altas de 30 Gy ou mais, em comparação com pacientes não tratados com radioterapia.[12]
Quimioterapia
Esse é um fator de risco dose-dependente para osteossarcoma secundário, principalmente com agentes alquilantes.[4][13]
Doenças hereditárias
São fortes fatores de risco a síndrome de retinoblastoma familiar, síndrome de Li-Fraumeni e síndrome de Rothmund-Thomson, todas as quais predispõem os pacientes a múltiplos tipos de neoplasia, incluindo osteossarcoma.[4][14]
alta estatura
Globalmente, foi observado aumento do risco de osteossarcoma entre populações mais altas, inclusive nos Países Baixos, Islândia, Eslováquia e República Tcheca.[6][7] No entanto, um estudo que avaliou os escores de risco genético (ERG) não encontrou associação em geral entre osteossarcoma e estatura mais alta inferida geneticamente (razão de chances [RC] = 1.06, IC de 95% de 0.96 a 1.17, P=0.28), embora o ERG para estatura mais alta estivesse associado ao aumento do risco de osteossarcoma em 154 casos com conhecida variante genética de suscetibilidade a câncer patogênico (RC=1.29, IC de 95% de 1.03 a 1.63, P=0.03).[5]
Alto peso ao nascer
O peso mais alto ao nascer inferido geneticamente foi associado ao aumento do risco de osteossarcoma (RC=1.59, IC de 95% de 1.07 a 2.38, P=0.02). Essa associação foi mais forte em casos sem doença metastática.[5]
Fisiopatologia
Foi sugerida uma relação entre rápido crescimento ósseo e osteossarcoma, pelo fato de sua incidência atingir a intensidade máxima na ocasião do estirão de crescimento da adolescência, embora isso não esteja bem definido.[14] A maior incidência de osteossarcoma nas meninas coincide com seu estirão de crescimento mais precoce, em comparação com o dos meninos. Além disso, a incidência dos ossos em que ocorre osteossarcoma coincide exatamente com os índices de crescimento esquelético nas placas epifisárias, a saber, o fêmur distal, a tíbia proximal e o úmero proximal. Essas observações têm induzido diversos autores a sugerir que o osteossarcoma resulta de uma aberração do crescimento ósseo normal e do processo de remodelação. Entretanto, estudos concentrados nesse assunto em particular têm fornecido resultados inconclusivos.[15]
A maioria dos osteossarcomas mostra cariótipos complexos desequilibrados sem translocações cromossômicas ou aberrações moleculares recorrentes. Entretanto, algumas anormalidades moleculares são identificadas mais frequentemente que outras e são representadas por perda de heterozigosidade envolvendo os cromossomos 3q, 13p, 17p e 18q.[16][17]
Novas evidências identificaram um número maior de variantes genéticas de linha germinativa deletéria em pacientes com osteossarcoma, particularmente na faixa etária mais jovem.[18][19][20][21] Aproximadamente um quarto dos pacientes com osteossarcoma relataram ter uma variante patogênica de linha germinativa em um gene de suscetibilidade ao câncer estabelecida, com pacientes <10 anos de idade apresentando maior frequência.[21]
Classificação
Classificação dos sarcomas osteogênicos malignos pela Organização Mundial da Saúde[1]
Osteossarcoma central de baixo grau
Osteossarcoma convencional:
Osteossarcoma condroblástico
Osteossarcoma fibroblástico
Osteossarcoma osteoblástico
Osteossarcoma telangiectásico
Osteossarcoma de pequenas células
Osteossarcoma secundário
Osteossarcoma parosteal
Osteossarcoma periosteal
Osteossarcoma de superfície de alto grau
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