Etiologia

A etiologia do TMC é desconhecida, mas várias teorias foram propostas.

Alguns autores encontraram aumento da incidência em partos pélvicos (13% a 17%) e partos cesáreos (16% a 22%) para dar suporte à teoria de mau posicionamento intrauterino ou aglomeração.[8][10][16] Há um aumento da incidência de plagiocefalia em nascimentos de gêmeos e considera-se que, quanto mais baixo o gêmeo A estiver no útero, maior é o risco de desenvolvimento de plagiocefalia decorrente do ambiente intrauterino mais restritivo.[17][18]

Partos complicados, como aqueles que requerem o uso de fórceps ou vácuo, foram associados ao TMC em 22% a 29% dos casos.[8][10][16] A teoria de trauma no nascimento propõe que um músculo esternocleidomastoideo (ECM) congenitamente encurtado é rompido no nascimento, com a formação de um hematoma e subsequente desenvolvimento de contratura fibrosa.[19] No entanto, reações inflamatórias hemorrágicas e rupturas miofibrilares não são encontradas histologicamente com frequência em massas do ECM.[20]

A hipótese isquêmica sugere que uma oclusão venosa provoca alterações isquêmicas no ECM, resultando em uma síndrome do tipo compartimental.[19]

A plagiocefalia pode se desenvolver no nascimento resultante da moldagem no útero ou intraparto ou após o nascimento, resultante da falta de posicionamento supino variado. Embora essas deformidades geralmente apresentem resolução espontânea, elas podem ser perpetuadas na posição supina à medida que a gravidade força a cabeça para virar para o lado do occipício achatado. O torcicolo associado pode então resultar desse posicionamento unidirecional persistente.

Fisiopatologia

O TMC consiste de uma contratura fibrosa unilateral do ECM. Uma massa pode ser sentida no músculo ECM envolvido em até 55% dos casos, e o tamanho da massa varia de 8 mm a 3 cm.[2][19] A fisiopatologia não é clara; no entanto, na avaliação de alterações patológicas no músculo ECM de pacientes com suspeita de TMC, evidências de ultrassonografia mostraram que, no grupo estudado, 15% tinham uma massa fibrosa no ECM, 77% tinham fibrose difusa misturada com músculo normal, 5% tinham músculo normal e 3% tinham um cordão fibroso.[20] A massa no ECM é benigna e autolimitada, com recessão espontânea e desaparecimento em semanas a meses. Um estudo sobre espécimes cirúrgicos de massas no ECM utilizando microscopia óptica e eletrônica mostrou que mioblastos foram encontrados em vários estágios de diferenciação e degeneração no interstício da massa.[21] Acredita-se que o alongamento passivo do músculo envolvido proporcione uma estimulação adaptável e favoreça a miogênese normal da massa.[21]

Classificação

Classificação do torcicolo muscular congênito (TMC)

Vários estudos dividem os pacientes com TMC em grupos clínicos, mas esses grupos não são uniformemente utilizados na literatura, nem formalmente reconhecidos.[1][2] Eles podem incluir:

  • Grupo do tumor esternocleidomastoideo (ECM): pacientes com um tumor palpável (massa) no ECM

  • Grupo do torcicolo muscular: pacientes com contratura do ECM, mas sem tumor (massa) clínico

  • Grupo do torcicolo postural: pacientes com inclinação postural da cabeça, mas sem tumor (massa) ou contratura no ECM.

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