Caso clínico
Caso clínico #1
Um homem de 85 anos que vive em uma unidade de cuidados de longa permanência é atendido para um exame de rotina. Nota-se que ele apresenta história de hipertensão, comprometimento cognitivo leve e hiperlipidemia. O acompanhamento tem sido errático no último ano, com inúmeras faltas nas consultas, e o controle da pressão arterial (PA) e dos lipídios que havia sido estabelecido piorou. Sua PA é de 190/110 mmHg, e ele perdeu 15 lb (7 kg) de peso. Ele não dá informações facilmente e geralmente fica quieto durante a consulta. O exame físico não apresenta nada digno de nota. Ao ser questionado, ele revela que seus medicamentos nem sempre são administrados e que um dos membros da equipe tem sido maldoso e verbalmente abusivo com ele.
Caso clínico #2
Uma mulher de 76 anos que mora com sua filha é levada ao consultório do médico de atenção primária para um acompanhamento de rotina. Ela apresenta história significativa de demência de Alzheimer com labilidade humoral e hospitalização em decorrência de uma queda há 3 meses. Desde a última hospitalização, ela apresenta incontinência, mas se recusa a usar fralda geriátrica. Sua filha, que é sua única cuidadora, relata preocupação com o fato de que ela tem ficado acordada à noite e tenta usar o fogão. Durante a consulta, a filha aparenta estar cansada, frustrada e, repetidamente, contradiz o relato de eventos da mãe; ela se recusa a permitir que sua mãe seja entrevistada sozinha. No exame físico, a idosa apresenta múltiplos hematomas de diferentes períodos e uma pequena queimadura no braço direito.
Outras apresentações
A apresentação do abuso de idosos geralmente é sutil, e a evolução é prolongada, o que dificulta o diagnóstico durante uma única consulta. Embora sinais óbvios de lesão (por exemplo, hematomas ou outras feridas) sugiram abuso físico, o diagnóstico de outras formas de abuso geralmente é complicado pela presença de comorbidade, como demência ou AVC. Novas questões, como problemas de sono, ansiedade e depressão podem ser decorrentes do fato do idoso ter sido vítima de fraude financeira, um problema cada vez mais comum. Alguns sinais podem auxiliar os profissionais da saúde a diagnosticar o abuso de idosos. Eles incluem: a presença de marcas de repressão; o idoso estar sub ou supermedicado; a recusa do cuidador em deixar o paciente responder qualquer pergunta durante a entrevista; a recusa do cuidador em deixar o idoso ser entrevistado separadamente; um paciente retraído que não faz contato visual; a presença de agitação ou outro comportamento não apropriado para o nível de demência; múltiplas úlceras por pressão; um paciente que exala odor de urina ou fezes; desnutrição e depleção de volume; e uma aparência geral negligenciada ou desleixada.[6][7]
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