Abordagem

Essa é uma doença leve que causa somente poucos dias de febre, sinais e sintomas relativamente leves. O diagnóstico geralmente é clínico, com base em uma história típica e quadro clínico característico. Exames laboratoriais não são geralmente necessários a menos que a exposição ao enterovírus 71 (EV71) seja uma possibilidade. O EV71 causa uma doença mais grave e requer uma maior vigilância a fim de detectar complicações precocemente.

História

Na maioria dos casos, o paciente tem <10 anos de idade e apresenta um início súbito de febre baixa, perda de apetite, faringite, tosse, dor abdominal, diarreia e mal-estar geral. Artralgia ocorre ocasionalmente. Esse período prodrômico pode durar de 3 a 4 dias e geralmente é seguido por feridas na mucosa oral. Pode haver erupções cutâneas nas palmas das mãos, solas dos pés e nádegas dentro de 1 ou 2 dias. A doença pode causar todos os sinais e sintomas acima ou apenas alguns deles.

Exame físico

A orofaringe fica inflamada, com pápulas dispersas, máculas, vesículas ou úlceras de base eritematosa presentes na língua, faringe, mucosa bucal, gengiva e ocasionalmente nos lábios. Se a criança se apresentar tardiamente, somente ulcerações amareladas serão observadas, já que as vesículas tendem a se romper rapidamente. As úlceras têm de 4 a 8 mm, podendo ter as bordas acentuadas. As lesões geralmente não envolvem o palato mole, e não é comum haver ulceração generalizada na boca. Também pode ocorrer eritema e edema na língua.

Geralmente, há uma erupção cutânea de extremidades envolvendo as palmas das mãos e as solas dos pés, com pequenas vesicopústulas branco-acinzentadas ovais ou lineares. As vesículas são flácidas e de parede fina, com um halo eritematoso. Ocasionalmente, elas podem ser dolorosas ou pruriginosas. Elas tendem a ulcerar e a criar crostas. As lesões saram dentro de 1 semana. Pode-se observar um exantema maculopapular nas nádegas.[12] As crianças menores tendem a apresentar o quadro clínico completo, enquanto as crianças mais velhas podem ter somente lesões orais ou lesões nas extremidades.

[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Doença de mão, pé e boca. Erupção cutânea ao redor da boca de uma criança de 1 ano com doença de mão, pé e boca (DMPB). A DMPB é causada por vírus intestinais da família picornaviridae. As cepas mais comuns que causam DMPB são o vírus coxsackie A16 e o enterovírus 71 (EF-71).Dr P. Marazzi/Science Photo Library [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@7c7e6292[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Doença de mão, pé e boca. Detalhe das bolhas (vesículas) na mão de um menino de 3 anos com doença de mão, pé e boca (DMPB). A DMPB é causada por vírus intestinais da família picornaviridae. As cepas mais comuns que causam DMPB são o vírus coxsackie A16 e o enterovírus 71 (EF-71).Dr P. Marazzi/Science Photo Library [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@783e592d

Na infecção por EV71, a erupção cutânea pode ser mais papular, com petéquias. Áreas difusas de eritema podem ser observadas no tronco e nos membros. Além disso, vômitos e febre alta de >39 °C (>102.2 °F) com duração de >3 dias são mais comuns, acompanhados por cefaleia e irritabilidade. A infecção por este vírus é mais grave, com uma frequência significativamente maior de complicações graves e fatalidade.[7][8][9][10]

Exames laboratoriais

Os exames laboratoriais podem ser necessários e úteis se a exposição ao EV71 for uma possibilidade, como em caso de viagem recente para países do leste ou do sudeste asiático. Para identificar o vírus causador, cultura fecal ou de fluido vesicular são preferíveis, embora também seja possível utilizar um swab da garganta. O ensaio molecular por reação em cadeia da polimerase pode distinguir rapidamente entre o vírus coxsackie A16 e o enterovírus 71, mas ele não está amplamente disponível. O hemograma completo não é uma necessidade de rotina, mas caso seja realizado, revelará uma contagem leucocitária elevada e linfócitos atípicos.

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