História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco

Fatores de risco importantes incluem trabalho de parto prematuro espontâneo, infecção intrauterina, ruptura prematura de membranas, pré-eclâmpsia/hipertensão induzida pela gestação, descolamento/hemorragia anteparto, volume anormal de líquido amniótico, vaginose bacteriana grave, gestação múltipla, nascimento pré-termo prévio, anormalidade fetal, incompetência cervical/anormalidade uterina, diabetes gestacional, cirurgia materna durante a gestação e doença materna crônica.

último período menstrual (UPM) materno

A idade gestacional é estimada como o número de semanas desde o UPM, ± 2 semanas. A avaliação da idade gestacional com base no UPM pode ter uma margem de erro de 2 semanas, devido a variações na duração do ciclo menstrual, contracepção hormonal recente, sangramento no primeiro trimestre e memória materna imprecisa em relação a datas.

distância do púbis superior materno ao fundo uterino

A distância em centímetros do púbis superior materno ao fundo uterino é aproximadamente equivalente à idade gestacional fetal. Entretanto, vários fatores, como miomas uterinos ou mal posicionamento, características corporais maternas, gestação múltipla, oligoidrâmnio ou polidrâmnio, restrição do crescimento fetal ou a presença de um bebê pequeno para a idade gestacional (PIG), podem resultar em uma avaliação imprecisa da idade gestacional usando esse método.

índice de maturidade física do bebê

A pontuação de New Ballard usa medidas da maturidade neuromuscular e física para avaliar a idade gestacional.[31]

Fatores físicos incluem exame da pele, lanugo, superfície plantar, mama, olho/orelha e genitais. Cada fator é classificado entre -1 e +4 (ou +5 para as alterações de pele). A classificação da maturidade física deve ser feita juntamente com a classificação da maturidade neuromuscular para avaliar a idade gestacional correta.

índice de maturidade neuromuscular do bebê

A pontuação de New Ballard usa medidas da maturidade neuromuscular e física para avaliar a idade gestacional.[31]

Fatores neuromusculares incluem postura, janela quadrada, retração do braço, ângulo poplíteo, sinal do cachecol e manobra calcanhar-orelha. Cada fator é classificado entre 0 (ou -1 para janela quadrada, ângulo poplíteo, sinal do cachecol, manobra calcanhar-orelha) e +4 (ou +5 para ângulo poplíteo). A classificação da maturidade neuromuscular deve ser combinada com a classificação de maturidade física para avaliar a idade gestacional correta.

índice de maturidade física/neuromuscular combinada <10: idade gestacional <28 semanas

Indicativo de prematuridade extrema (idade gestacional <28 semanas). Esses bebês são os que têm mais risco de complicações decorrentes da prematuridade.[32]​ Na inspeção visual, eles são muito pequenos (peso ao nascer <1000 g).

índice de maturidade física/neuromuscular combinada 11 a 19: idade gestacional 29 a 31 semanas

Indicativo de prematuridade grave (idade gestacional de 29 a 31 semanas). Esse subgrupo tem um peso ao nascer entre 1000 g e 1500 g.

índice de maturidade física/neuromuscular combinada 20 a 24: idade gestacional 32 a 33 semanas

Indica prematuridade moderada (idade gestacional de 32 a 33 semanas). Esse subgrupo tem um peso ao nascer entre 1500 g e 2000 g.

índice de maturidade física/neuromuscular combinada 25 a 33: idade gestacional 34 a 36 semanas

Indica quase termo (idade gestacional de 34 a 36 semanas). Esse subgrupo é o mais comum dos grupos de prematuros. O peso ao nascer é geralmente >2000 g, porém <2750 g.

Outros fatores diagnósticos

comuns

peso ao nascer do bebê (bebês adequados à idade gestacional)

Bebês com idade gestacional <28 semanas normalmente têm um peso ao nascer <1000 g.

Bebês com idade gestacional entre 29 a 31 semanas normalmente têm peso ao nascer entre 1000 g e 1500 g.

Bebês com idade gestacional entre 32 a 33 semanas normalmente têm um peso ao nascer entre 1500 g e 2000 g.

Bebês com idade gestacional de 34 a 36 semanas normalmente têm um peso ao nascer >2000 g, porém <2750 g.

Fatores de risco

Fortes

infecção intrauterina

Pode representar cerca de 40% dos nascimentos pré-termo. Micro-organismos atípicos (por exemplo, Mycoplasma e Ureaplasma) têm sido implicados.[2]

ruptura prematura das membranas fetais pré-termo (RPMpt)

Associada a 25% dos nascimentos pré-termo. Infecção intrauterina simultânea, em alguns casos, pode precipitar o trabalho de parto.[2]

pré-eclâmpsia/hipertensão induzida pela gestação

Um fator de risco para nascimento prematuro.[2]

descolamento da placenta/ hemorragia anteparto

Associados a um risco muito alto de parto prematuro.[2]

volume anormal de líquido amniótico

Níveis altos (polidrâmnio) ou baixos (oligoidrâmnio) de líquido amniótico estão associados ao nascimento pré-termo e à ruptura prematura das membranas fetais pré-termo.[2]

vaginose bacteriana grave

Associada a um aumento de uma a três vezes na taxa de nascimento pré-termo.[2][8]

gestação múltipla

Entre 15% e 20% de todos os nascimentos pré-termo são gestações múltiplas, com aproximadamente 60% dos gêmeos nascidos pré-termo; mais alto a cada número de gestação crescente. A tecnologia de reprodução assistida aumenta o risco de gestação múltipla.[2][8]

nascimento pré-termo prévio

Resulta em um risco duas a três vezes maior de parto prematuro nas gestações futuras. Pode estar relacionado a infecções intrauterinas concomitantes ou recorrentes.[2][8]

anormalidade fetal

Indicações fetais comuns para o nascimento pré-termo incluem restrição do crescimento fetal, estresse fetal e anormalidades congênitas. As anormalidades fetais estão associadas a 30% dos partos prematuros.[2]

incompetência cervical/anormalidade uterina

A incidência de parto prematuro é aumentada devido a razões mecânicas relacionadas ao ambiente uterino anormal ou à ausência de tônus cervical apropriado.[2]

diabetes gestacional

Diabetes gestacional mal controlada está associada a uma maior probabilidade de anomalias congênitas que aumentam o risco de parto prematuro.[2]

cirurgia materna durante a gestação

Cirurgia materna no segundo ou terceiro trimestre pode resultar em trabalho de parto prematuro.[2]

doença materna crônica

Doenças maternas, como diabetes mellitus, asma, doença tireoidiana e hipertensão crônica, podem resultar em nascimento pré-termo provocado por complicações maternas.[2]

Diabetes mellitus mal controlada está associada a uma maior probabilidade de anomalias congênitas associadas ao parto prematuro.

índice de massa corporal (IMC) materno na gestação <19 ou >35

Mulheres abaixo do peso (índice de massa corporal [IMC] <19) têm uma taxa maior de nascimentos pré-termo que mulheres com IMC normal.[2][8]

A associação da obesidade (IMC >35) e nascimentos pré-termo é complexa. Revisões sistemáticas relataram que mulheres obesa apresentam aumento do risco de nascimento pré-termo.[9][10][11] No entanto, a associação difere com a idade e a raça da mãe. Um estudo de coorte realizado nos EUA relatou uma associação inversa entre obesidade materna e nascimento pré-termo em mulheres brancas com <20 anos de idade e mulheres negras <30 anos de idade.[12]

Fracos

intervalo curto entre gestações

O risco de nascimento pré-termo é duas vezes maior se o intervalo entre as gestações for <6 meses; provavelmente relacionado ao tempo inadequado de resolução da inflamação uterina ou ao tempo inadequado para reposição das reservas nutricionais maternas.[2][8]

uso de drogas (tabaco, cocaína, heroína)

Tabagismo durante a gestação aumenta em duas vezes o risco de nascimento pré-termo. O uso de cocaína e heroína também está associado ao parto prematuro.[2][8]

estresse/depressão

A presença desses fatores aumenta em uma a duas vezes o risco de nascimento pré-termo. Pode estar relacionado à inflamação sistêmica aumentada ou ao uso/abuso concomitante de drogas.[2]

extremidades etárias maternas

Estudos mostram que mulheres nos extremos de idade materna (>35 ou <24 anos) correm maior risco de dar à luz a um neonato prematuro.[13][14][15][16][17]​​​​​​​ No entanto, um estudo retrospectivo tipo caso-controle concluiu que, com bons cuidados perinatais, mulheres com 45 anos ou mais podem ter riscos peri e neonatais semelhantes em comparação com mães mais jovens.[18]

raça não branca

mulheres negras têm maior risco de parto prematuro em comparação com mulheres brancas.[4][8]​ Mulheres negras têm 3 a 4 vezes mais probabilidade de ter um nascimento pré-termo muito precoce, em comparação com outros grupos raciais e étnicos. Os mecanismos por trás dessa diferença não estão claros.[2]

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