Abordagem

A apresentação de nádegas é achado normal em gestações prematuras, quando o feto está mais móvel, e não deve ser considerada anormal até o final da gestação. O conhecimento da apresentação fetal é importante no momento do parto (independentemente da gestação) e antes dele, conforme a gestação se aproxime do final, pois é aí que a versão cefálica externa se torna uma opção. O diagnóstico após o início do trabalho de parto está associado ao aumento da morbidade e da mortalidade materna e infantil.[23]

História

A história de eventos de gestação deve ser obtida, incluindo sintomas recentes, paridade e tipos prévios de partos. A confirmação do último período menstrual e da gestação destacarão os fatores de risco de prematuridade e de feto pequeno para a idade gestacional. Além disso, a história deve ser revisada quanto a sangramentos vaginais indicativos de fatores de risco como placenta prévia, pois eles podem complicar o manejo.​​ Sintomas de dor ou sensibilidade específicas sob uma margem costal ou outra podem ser resultado de pressão pela cabeça do feto, que é mais dura. Pode haver uma história de dor por causa dos chutes fetais na pelve ou na bexiga maternas.

Exame físico clínico

A apresentação fetal deve ser avaliada usando-se o exame clínico em cada consulta pré-natal nos finais do segundo e terceiro trimestres. A manobra de Leopold é uma etapa diagnóstica importante no final do segundo trimestre e consiste em quatro estágios distintos:[1]

  • Palpação do abdome para determinar a posição da cabeça do bebê

  • Palpação do abdome para confirmar a posição da coluna do feto de um lado e dos membros fetais do outro

  • Palpação da área acima da sínfise púbica para localizar a apresentação fetal

  • Palpação da parte se apresentando para confirmar a apresentação, para determinar quanto o feto desceu e se está encaixado.

A sensibilidade e a especificidade do diagnóstico da apresentação de nádegas da 35ª à 37ª semana de gestação pelo exame clínico são de 70% e 95%, e os valores preditivos positivo e negativo são 55% e 97%.[4]

A posição do feto é confirmada ainda pela localização do batimento fetal usando estetoscópio Pinard ou Doppler manual. Batimentos cardíacos fetais acima do umbigo materno sugerem apresentação de nádegas.[1]

O exame pélvico (incluindo espéculo e/ou toque vaginal) ajuda a identificar a parte de apresentação; a cabeça fetal é dura e redonda e as nádegas são uma massa mais macia e irregular que cede.[1][24] O exame vaginal, usando técnica asséptica, deve estabelecer o tipo de apresentação de nádegas, a posição do sacro fetal e a posição das nádegas. O prolapso do cordão e o cordão nucal são mais comuns com apresentação de nádegas e deve-se fazer avaliação cuidadosa para descartar a presença de qualquer alça do cordão umbilical.[25] O exame de toque não deve ser realizado se houver qualquer suspeita de placenta prévia.[26]

Ultrassonografia

Ultrassonografia transabdominal ou transvaginal confirmará o diagnóstico de apresentação de nádegas e deve ser realizada por profissionais com habilidades adequadas de ultrassonografia obstétrica.[27]​ Uma ultrassonografia transabdominal também pode estabelecer o tipo de apresentação de nádegas por meio de imagens dos fêmures fetais e sua relação com os ossos distais. É importante descartar qualquer fator causador (por exemplo, polidrâmnio, placenta baixa, anomalia fetal) que possa influenciar as decisões de manejo e o tipo de parto.

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