Abordagem
O diagnóstico da hipertensão gestacional é baseado em pelo menos duas leituras de pressão arterial (PA) elevada (≥140/90 mmHg) na ausência de proteinúria que ocorre após a 20ª semana de gestação. Todas as manifestações de hipertensão gestacional são presuntivas até serem confirmadas retrospectivamente pela remissão completa da hipertensão e de quaisquer outras novas anormalidades no período pós-parto.
Avaliação clínica
As leituras da PA pré-gestacionais ajudam a estabelecer se a elevação da PA é um problema recente. Se o estado da PA prévio da mulher não for conhecido, a leitura inicial será considerada como a linha basal; portanto, distinguir a hipertensão gestacional de hipertensão crônica pode ser possível apenas após a gestação.
As mulheres com hipertensão gestacional geralmente são assintomáticas. A mulher deve ser questionada sobre sintomas que sugiram pré-eclâmpsia, como ganho de peso, edema, cefaleia e dor na parte superior do abdome.
Deve-se obter uma história pessoal e familiar detalhada, e as evidências de doença cardiovascular ou de seus fatores de risco (por exemplo, diabetes mellitus, dislipidemia) devem ser documentadas.
Investigações
O monitoramento de vinte e quatro horas pode ser considerado quando as leituras da PA forem duvidosas.[2] No entanto, são necessárias mais evidências para saber se o monitoramento ambulatorial da PA é benéfico nas mulheres com hipertensão gestacional.[27] Um pequeno ensaio clínico randomizado e controlado não encontrou nenhuma diferença nos desfechos entre o uso de um dispositivo manual (esfigmomanômetro) e um dispositivo automatizado para medir a PA em gestantes com hipertensão (essencial, gestacional ou pré-eclâmpsia).[28]
A urinálise deve ser realizada nas consultas pré-natal, e os resultados devem ser interpretados no contexto de uma revisão clínica para pré-eclâmpsia. A coleta quantitativa de proteína na urina é necessária se a urinálise for positiva ou se houver suspeita de pré-eclâmpsia a partir da avaliação clínica.' A coleta de urina de 24 horas é incômoda para as mulheres e, quando disponíveis, testes químicos alternativos como proporção proteína:creatinina (reação em cadeia da polimerase, em que um resultado de ≥30 mg/mmol é diagnóstico) e proporção albumina:creatinina (ACR, em que um resultado de ≥8 mg/mmol é diagnóstico) são preferíveis.[1][6]
Gestantes com um novo diagnóstico de hipertensão devem fazer exames de sangue para o estabelecimento de seus parâmetros basais (hemograma completo, testes da função hepática, eletrólitos, ureia e creatinina, ácido úrico) para se rastrear a pré-eclâmpsia, tendo-se o cuidado de usar os limiares específicos para a gestação.
No momento do diagnóstico, recomenda-se estimar, por ultrassonografia, o peso fetal e o índice de líquido amniótico, além de realizar a velocimetria da artéria umbilical por Doppler.
Em caso de suspeita de pré-eclâmpsia:
Podem-se recomendar várias investigações na mãe e no feto, inclusive uma cardiotocografia fetal, hemograma completo, função renal e testes da função hepática. Quando disponível, o uso do teste baseado em fator de crescimento placentário pode reduzir o tempo até o diagnóstico de pré-eclâmpsia, com consequente redução da incidência de desfechos adversos maternos graves em mulheres entre 20-36 semanas mais 6 dias de gestação.[6][29][30] Consulte Pré-eclâmpsia (abordagem diagnóstica).
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