Abordagem
Geralmente não há a necessidade de tratamento, uma vez que a doença é autolimitada. Não existem diretrizes específicas para tratamento.[36] As informações a seguir são baseadas em evidências de relatos de casos e no consenso geral entre dermatologistas.
Variante localizada (erupção cutânea anular clássica)
O granuloma anular localizado em geral não é tratado, exceto caso o paciente insista nisso por motivos estéticos. As opções de tratamento incluem crioterapia, corticosteroides tópicos com ou sem oclusão ou corticosteroides intralesionais.[37][38][39] A terapia será ditada pela preferência do médico e do paciente.
Variante generalizada (erupção cutânea macular disseminada)
Pode-se oferecer tratamento para granuloma anular (GA) generalizado se áreas amplas do corpo forem afetadas. O tratamento de primeira linha é a fototerapia e a maioria das evidências originam-se do uso de psoraleno + raios ultravioleta A (PUVA). No entanto, as taxas de recidiva podem ser altas.[40] Nesse caso, pode-se administrar um ciclo longo de PUVA para tentar induzir a remissão ou um tratamento sistêmico. Notavelmente, ultravioleta B (UV-B) de banda estreita pode ser efetiva em alguns pacientes.[41]
Embora haja evidência limitada de boa qualidade para seu uso nessa indicação, a hidroxicloroquina e a cloroquina são os mais amplamente suportados e mais comumente usados em medicamentos de primeira linha.[32][42] A hidroxicloroquina é a opção de primeira escolha, pois há menos risco de toxicidade ocular, comparada à cloroquina. Resultados de uma análise retrospectiva sugerem que a cloroquina pode ser benéfica para pacientes que não tiveram um tratamento bem-sucedido com hidroxicloroquina anteriormente.[42] O monitoramento ocular é necessário com esses medicamentos.
Retinoides sistêmicos como isotretinoína são outra opção. O uso de isotretinoína como tratamento de segunda linha baseia-se em relatos de casos históricos que demonstram melhora significativa.[43] No entanto, não há dados recentes para dar suporte ao seu uso. A isotretinoína está associada a efeitos adversos potencialmente graves e requer monitoramento minucioso.[44] No Reino Unido, a isotretinoína é prescrita sob o Pregnancy Prevention Programme (Programa de Prevenção à Gestação), enquanto nos EUA ela pode ser prescrita somente por meio do sistema iPledge. iPLEDGE: registration scheme for isotretinoin Opens in new window Profissionais, farmácias e pacientes devem se cadastrar no sistema para prescrever o medicamento. A isotretinoína é contraindicada na gestação. Mulheres em idade fértil devem usar contracepção adicional. A melhora pode ocorrer em até 3 meses.[45] Vários relatos de casos demonstraram a eficácia da dapsona no tratamento do granuloma anular generalizado. No entanto, há mais riscos e efeitos adversos associados ao seu uso, comparado com a isotretinoína, mas também parece ser mais eficaz.[36] Ela mostra uma boa resposta inicial, mas apresenta elevadas taxas de recidiva após a cessação da terapia.[46] A contagem de reticulócitos e os níveis de metemoglobina devem ser monitorados semanalmente durante a terapia com dapsona, por causa do risco de anemia hemolítica.
Para a doença recalcitrante, tentou-se o uso de muitos medicamentos, inclusive corticosteroides, metotrexato, pentoxifilina, clorambucila e ciclosporina.[47] Os inibidores do fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa) foram eficazes em estudos de uma variedade de erupções granulomatosas cutâneas, principalmente sarcoidose, mas também necrobiose lipoide. Relatos de caso e séries de caso pequenas sugerem um possível papel para os inibidores de TNF-alfa, como adalimumabe, no tratamento de GA recalcitrante disseminado.[48]
Variante perfurante (lesões com crostas ou ulceração)
O GA perfurante pode ser tratado se for doloroso, e isso pode ser feito com sucesso com a isotretinoína.
Variante subcutânea (nódulos macios)
É comum surgirem preocupações relacionadas à causa desses nódulos subcutâneos. Depois que o diagnóstico foi estabelecido, não há necessidade de tratamento e pode-se tranquilizar o paciente quanto ao fato de se tratar de uma afecção benigna que provavelmente apresentará resolução espontânea.
Variante tipo mancha (placas eritematosas)
A variante tipo mancha é rara e, geralmente, resolve-se espontaneamente. Caso persistente, as abordagens de tratamento podem se basear na terapia para GA generalizado. Pode-se oferecer o uso de corticosteroides tópicos. Uma série de casos sugere que a fototerapia pode ser particularmente eficaz para esta variante.[49]
O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal