A presença de acidose metabólica é um indício da possível existência de condições médicas subjacentes. O pH arterial <7.35 define a acidose. A acidose metabólica é caracterizada por uma diminuição no nível de bicarbonato plasmático e/ou por um aumento acentuado do anion gap (AG) sérico.
A acidose metabólica pode ocorrer pelas seguintes razões:
Adição de ácido forte, que é tamponado pelo íon bicarbonato, o qual é consumido na reação
Perda do íon bicarbonato por meio de fluidos corporais, geralmente através do trato gastrointestinal ou dos rins
Adição rápida de uma solução não bicarbonatada ao líquido extracelular.
A diferenciação entre as causas da acidose metabólica inicia-se com o cálculo do anion gap (AG) sérico. O AG sérico é calculado subtraindo-se a soma dos principais ânions medidos, cloreto (Cl-) e bicarbonato (HCO₃-), do principal cátion medido, o sódio (Na+).
O AG sérico fisiológico é decorrente da diferença entre os ânions não mensurados, como sulfato (SO₄2-), fosfato (PO₄-), albumina e ânions orgânicos, e os cátions não mensurados, como potássio (K+), magnésio (Mg+) e cálcio (Ca2+). As proteínas plasmáticas também desempenham um papel na manutenção do AG sérico normal.[1]Dubin A, Menises MM, Masevicius FD, et al. Comparison of three different methods of evaluation of metabolic acid-base disorders. Crit Care Med. 2007 May;35(5):1264-170.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17334252?tool=bestpractice.com
A acidose metabólica aguda, que dura de minutos a vários dias, é relativamente comum entre pacientes em estado crítico que relataram uma incidência que varia de 6% para acidose mais grave (pH plasmático <7.20) a 64%.[1]Dubin A, Menises MM, Masevicius FD, et al. Comparison of three different methods of evaluation of metabolic acid-base disorders. Crit Care Med. 2007 May;35(5):1264-170.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17334252?tool=bestpractice.com
[2]Jung B, Rimmele T, Le Goff C, et al. Severe metabolic or mixed acidemia on intensive care unit admission: incidence, prognosis and administration of buffer therapy. A prospective, multiple-center study. Crit Care. 2011;15(5):R238.
https://www.doi.org/10.1186/cc10487
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21995879?tool=bestpractice.com
[3]Kraut JA, Madias NE. Treatment of acute metabolic acidosis: a pathophysiologic approach. Nat Rev Nephrol. 2012 Oct;8(10):589-601.
https://www.doi.org/10.1038/nrneph.2012.186
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22945490?tool=bestpractice.com
[4]Gunnerson KJ, Saul M, He S, et al. Lactate versus non-lactate metabolic acidosis: a retrospective outcome evaluation of critically ill patients. Crit Care. 2006 Feb;10(1):R22.
https://www.doi.org/10.1186/cc3987
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16507145?tool=bestpractice.com
A acidose metabólica crônica, que dura de semanas a anos, é muito menos comum, mas é provável que sua frequência aumente com a maior incidência de doença renal crônica entre idosos.[5]Kraut JA, Madias NE. Metabolic acidosis: pathophysiology, diagnosis and management. Nat Rev Nephrol. 2010 May;6(5):274-85.
https://www.doi.org/10.1038/nrneph.2010.33
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20308999?tool=bestpractice.com