Epidemiologia

A cistite aguda foi relatada como a infecção bacteriana mais comum e está associada com um número significativo de consultas médicas todos os anos.[3]​​​​[4]​​​[5]​ A cistite aguda é mais comum nas mulheres que nos homens.[3] Estima-se que a prevalência da cistite na comunidade seja de 3% a 12.6% ao ano para as mulheres, em comparação com 0.5% a 3% ao ano para os homens.[3] Classicamente, isso tem sido atribuído ao fato de a uretra nas mulheres ser mais curta. A cistite aguda não complicada é mais comum entre as mulheres na pré-menopausa que em mulheres menopausadas, possivelmente em decorrência de taxas mais altas de atividade sexual.​[4][6]

Em uma pesquisa telefônica com 2000 mulheres com idades >18 anos aleatoriamente selecionadas, 10.8% das mulheres tinham tido uma infecção do trato urinário (ITU) nos 12 meses anteriores, e estima-se que até os 24 anos de idade 33% das mulheres terão tido uma ITU.[7] Estima-se que de 20% a 40% das mulheres com cistite aguda desenvolverão episódios recorrentes.[8]

A alta prevalência da cistite aguda resulta em um grande uso de antibióticos; um estudo realizado em quatro países relata que antibióticos foram prescritos em 88.5% dos casos.[9]​ O uso intenso de antibióticos está associado com o surgimento de resistência a antibióticos. Em um estudo observacional realizado na Alemanha, a Escherichia coli foi o patógeno causador em 86% dos casos de cistite aguda não complicada, com alta resistência (>20%) a ampicilina, amoxicilina, amoxicilina/ácido clavulânico e trimetoprima, mas baixa resistência à nitrofurantoína e à fosfomicina.[6]​ Os achados foram similares em um estudo transversal de infecção do trato urinário (ITU) inferior na Europa, com a nitrofurantoína e a fosfomicina permanecendo altamente ativas contra a E coli.[10]​ Uma tendência geral de crescentes taxas de resistência a antibióticos causou muita preocupação e debates contínuos sobre as boas práticas para o tratamento de primeira linha das ITUs.

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