Abordagem

A RA é mediada por uma resposta associada à imunoglobulina (Ig)E a alérgenos em ambientes internos e externos. No entanto, nenhum desses achados isoladamente é muito sensível ou específico, de modo que sua presença é incapaz de diferenciar a doença nasal alérgica da não alérgica. De modo semelhante, a ausência de achados pertinentes não descarta a ocorrência de doença alérgica e, assim, a determinação da reatividade específica da IgE com testes de punção cutânea ou a determinação da IgE específica in vitro representam os únicos meios capazes de diagnosticar a RA.

Sinais e sintomas

Sinais e sintomas nasais:

  • Prurido

  • Espirros

  • Rinorreia

  • Congestão nasal, geralmente o mais incômodo.

Sinais e sintomas associados:

  • Prurido em palato, garganta, ouvido e olhos

  • Vermelhidão dos olhos, edema e lacrimejamento.

Sinais e sintomas constitucionais:

  • Fadiga

  • Irritabilidade.

O diagnóstico de RA pode ser feito de modo presuntivo com base nos tipos de sinais e sintomas e na história de alérgenos desencadeantes. Também se deve perguntar aos pacientes sobre a presença de sintomas respiratórios, alergias alimentares e dermatite atópica (eczema).

Rinorreia unilateral requer uma avaliação imediata quanto a extravasamento do líquido cefalorraquidiano. A presença de doença unilateral, exceto na congestão nasal relacionada a um desvio de septo, requer encaminhamento para um otorrinolaringologista.

Exame físico

O exame físico do nariz é necessário. Os achados podem incluir edema dos cornetos e da mucosa nasal, presença de muco transparente e/ou palidez da mucosa nasal e prega nasal (uma prega transversal resultante de esfregação e manipulação repetitivas do nariz).

O exame físico da face pode identificar olheiras alérgicas (descoloração azulada na região infraorbital), hiperemia conjuntival, secreção ocular mucoide e, menos comumente, linhas de Dennie-Morgan (pregas presentes sob as pálpebras inferiores).

Teste terapêutico

Um teste de farmacoterapia orientada por sintomas com corticosteroides intranasais ou anti-histamínicos orais ou intranasais pode ser uma primeira opção razoável e pragmática. Deve-se considerar um teste terapêutico com um corticosteroide intranasal como tratamento de primeira escolha preferencial na RA moderada ou grave, sobretudo se os sintomas forem persistentes ou se a obstrução nasal for um problema. Uma resposta suficiente à medicação escolhida deve ser avaliada após 1 a 2 semanas de terapia (pelo menos 2 semanas após o corticosteroide intranasal).

Como os sintomas de RA geralmente são muito subjetivos, a melhora percebida pelo paciente nos sintomas e na qualidade de vida é fundamental para determinar se houve uma resposta adequada ou se serão necessárias investigações adicionais. Questionários validados de qualidade de vida específicos para a RA podem ser utilizados para avaliar a resposta à terapia (por exemplo, Rhinoconjunctivitis Quality of Life Questionnaire [RQLQ] e Rhinitis Control Assessment Test [RCAT]).[50][51][52]

Teste de alergia

Se a resposta ao teste terapêutico for inadequada, recomenda-se obter a determinação da reatividade da IgE específica com um teste de hipersensibilidade imediata por punção cutânea ("prick test") ou a determinação da IgE específica in vitro.[53]

  • O uso do teste alérgico cutâneo por puntura ou da determinação de IgE in vitro geralmente são suficientes, embora, em algumas ocasiões, ambos os testes sejam utilizados para o manejo ideal.

  • A escolha do teste frequentemente depende da disponibilidade. A determinação da IgE in vitro tende a ser mais amplamente disponível, porém é mais cara e apresenta menor sensibilidade e especificidade que o teste cutâneo. No entanto, a determinação da IgE in vitro pode ser preferível nos pacientes com eczema grave que afete a área do teste cutâneo, naqueles com dermografismo significativo ou para os que não desejarem ou não puderem interromper a administração de anti-histamínicos ou medicamentos com propriedades anti-histamínicas (por exemplo, antidepressivos tricíclicos).

  • A maioria dos laboratórios clínicos oferece uma variedade de painéis de alérgenos que devem incorporar os alérgenos perenes mais importantes como pelos/penas de animais e ácaros, além de pólens locais geograficamente importantes como grama, ervas daninhas e árvores. No entanto, os exames devem ser solicitados de maneira sensata, com base nos sintomas e exposições do paciente; a "abordagem de disparar para todos lados" - solicitando inúmeros testes para ver se algum volta positivo - é inadequada.

  • Os painéis que incluem alimentos não desempenham nenhum papel no diagnóstico da RA na ausência de sintomas sistêmicos (por exemplo, urticária ou anafilaxia) que ocorram em conjunto com o consumo de certos alimentos.

  • Os resultados podem não somente confirmar a presença de doença alérgica, mas também ajudar a orientar as intervenções de controle ambiental e determinar se um paciente pode ser adequado à imunoterapia.

  • Aproximadamente 26% dos pacientes antes considerados não alérgicos, com base em testes negativos para IgE específica, podem ter um teste de provocação de alérgeno nasal positivo.[54] Embora incômodos, os testes de provocação com alérgenos pode ser uma opção para confirmar o diagnóstico nos pacientes com sintomas de RA e testes de IgE específica in vitro ou in vivo negativos e que não reajam à terapia empírica para RA com base nas características dos seus sintomas.

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