Abordagem

O terçol (hordéolos) tipicamente é autolimitado e desaparece espontaneamente em 5-7 dias. Compressas quentes e antibioticoterapia tópica ajudam a acelerar a recuperação e evitar a disseminação da infecção.[2][4]​ Os calázios, em virtude da sua natureza inflamatória mais crônica, podem demorar mais a terem resolução espontânea (até 6 meses).[6]

Terçol

Hordéolos internos e externos são tratados de forma semelhante. Gaze com água quente em uma colher e/ou compressas quentes aplicadas à pálpebra podem ajudar a acelerar a resolução e drenagem.[2][4]​ Para os hordéolos externos, a remoção de cílios dos folículos associados pode ajudar. Se houver blefarite associada, são necessárias medidas de higiene das palpebral.[2]​ Consulte Blefarite (tratamento).

Antibióticos típicos que são eficazes contra Staphylococcus aureus são recomendados na presença de secreção mucopurulenta abundante.[2]​ Raramente são indicados antibióticos sistêmicos, a menos que haja celulite adjacente significativa. Pode ser indicada uma cefalosporina de primeira geração ou amoxicilina/ácido clavulânico.​[1][2][13]

Uma revisão Cochrane constatou que não havia evidências de eficácia das intervenções não cirúrgicas (antibióticos tópicos ou sistêmicos, compressas quentes ou frias, esfoliação das pálpebras, corticosteroides) para hordéolos internos.[15]​ Um estudo retrospectivo realizado com 2712 pacientes com hordéolos ou calázios constatou que a adição de antibióticos a medidas conservadoras não melhorou o sucesso do tratamento.[16]

Para hordéolos muito grandes que distorcem a visão ou para os que são refratários à terapia medicamentosa, é adequado o encaminhamento a um oftalmologista ou optometrista para incisão e drenagem.​[1][2]​​​​​​[13]​ A American Academy of Ophthalmology apoia o encaminhamento imediato e apropriado de indivíduos a um oftalmologista quando apresentam comprometimento visual, inclusive devido a inflamação das pálpebras, com ou sem secreção.[17]

Calázios

A maioria dos calázios responde (dentro de 6 meses) ao tratamento conservador de compressas quentes e à higiene palpebral adequada (para a blefarite), a qual inclui a lavagem com gotas de xampu para bebês.[4][6][8]​​[18]​​​​​ O tratamento precoce pode levar à resolução mais rápida.[7]​ Manter as pálpebras livres de secreção, pus ou crostas também ajuda a melhorar a doença. Calázios não são infecciosos; antibióticos não são necessários.​[1]​​[7][13][16]​​​[18]​​​

O encaminhamento para um oftalmologista pode ser recomendado para os calázios recorrentes, grandes ou refratários (interferindo na função da visão, causando distorção da córnea ou afetando a função das pálpebras). Considere o encaminhamento precoce para crianças pequenas com grandes calázios, devido ao risco de ambliopia.[7]​ O calázio persistente pode necessitar de terapias mais invasivas, por exemplo injeção de corticosteroide (por exemplo, triancinolona) ou incisão e curetagem.[3][6][18]​​​ É mais provável que as terapias invasivas sejam necessárias para calázios com mais de 2 meses de duração.[4][18]​​​ A injeção de corticosteroide ou a incisão e curetagem devem ser realizadas por um oftalmologista ou um optometrista devidamente treinado em um cenário clínico adequado.[6] Ambas as opções são parecidas em termos de taxas de recorrência e, geralmente, melhores que compressas quentes e massagem.[3]​​​[19][20][21]​​​​​​​[22][23]​ Pode ser necessária uma biópsia para descartar neoplasia maligna (por exemplo, carcinoma de células sebáceas).[7][8][14]

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