História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

dor aguda somente na pálpebra

Os pacientes mais comumente se queixam de dor unilateral aguda na pálpebra superior ou inferior. Não há dor no globo ocular. A dor na pálpebra geralmente se localiza na margem, no hordéolo externo, ou um tanto mais difusa, apontando na direção da conjuntiva tarsal, em um hordéolo interno.

Os pacientes podem se queixar de dor ocular, mas, após um questionamento adicional mais detalhado, constata-se que a queixa se refere apenas à pálpebra. Dor envolvendo o globo ocular, principalmente com o movimento do olho, deve levantar a preocupação de celulite orbitária.

pústula na margem da pálpebra

No exame físico, os pacientes com hordéolo externo costumam apresentar uma pústula facilmente identificável na margem da pálpebra. A ausência de uma pústula na margem, com pálpebra dolorosa, deve levar o médico a considerar a ocorrência de hordéolo interno ou calázio.

pústula na conjuntiva tarsal

Ao contrário do hordéolo externo, pacientes com hordéolo interno frequentemente apresentam uma pústula facilmente identificável ao virar a pálpebra para fora. O processo de um hordéolo interno é diferente do hordéolo externo, pois ele envolve a glândula meibomiana, que se localiza mais profundamente na placa tarsal.

nódulo palpável sem sensibilidade

Um calázio apresenta um nódulo subcutâneo bem definido com 2 a 8 mm de diâmetro na placa tarsal.[6]​ Este nódulo é insensível à palpação, e não tem dor ou eritema associados.

ausência de sintomas constitucionais

Os pacientes não apresentam sintomas constitucionais ou sistêmicos, já que a formação do terçol e do calázio são processos localizados.

ausência de dor ocular

Os pacientes podem se queixar de dor ocular, mas, após um questionamento adicional mais detalhado, constata-se que a queixa se refere apenas à pálpebra. Dor envolvendo o globo ocular, principalmente com o movimento do olho, deve levantar a preocupação de celulite orbitária.

ausência de patologia intraocular

O médico pode encontrar pequena hiperemia conjuntival secundária à irritação mecânica ou manipulação do olho pelo paciente. Entretanto, um exame cuidadoso não deve revelar qualquer outra patologia do globo ocular. Outros achados no olho ou dor com a amplitude de movimentos do olho devem levar o médico a considerar outros diagnósticos.

Outros fatores diagnósticos

comuns

inchaço crônico da pálpebra

Na presença de inchaço mais crônico da pálpebra, o clínico deve considerar a ocorrência de calázio. Os pacientes frequentemente apresentam um nódulo palpável sem sensibilidade longe da margem da pálpebra.

30-50 anos de idade

Os adultos têm maior probabilidade de ter hordéolos e calázios. Blefarite e rosácea são mais comuns em adultos e estão associadas aos hordéolos. Teoriza-se que a viscosidade elevada do sebo em adultos aumenta o risco de calázios.

Incomuns

história de blefarite e rosácea ocular

Ambas as doenças criam inflamação na margem da pálpebra, que pode potencialmente criar obstrução mecânica das glândulas e uma predisposição à infecção.[8]

astigmatismo e visão turva

No calázio, às vezes o astigmatismo induzido (normalmente contra a regra ou oblíquo) pode causar visão turva. O astigmatismo ou a hipermetropia induzidos podem causar alterações na refração (particularmente se forem grandes ou em crianças). Os calázios grandes ou múltiplos envolvendo toda a pálpebra superior apresentam maior risco de induzirem uma alteração na topografia corneana. Os calázios grandes também podem obscurecer a visão ou impactar o fechamento das pálpebras.[6]

Fatores de risco

Fracos

30-50 anos de idade

A incidência em crianças geralmente é menor que em adultos. A viscosidade mais elevada do sebo, a maior incidência de disfunção das glândulas meibomianas e a maior incidência de rosácea em adultos teoricamente são responsáveis por essa diferença.

blefarite e rosácea ocular

A inflamação crônica da margem da pálpebra provavelmente acarreta uma maior incidência de terçóis (hordéolos) em decorrência de fatores mecânicos. A obstrução dos ductos que drenam as glândulas meibomianas e ciliares pode causar uma maior incidência de estase e colonização bacteriana, ocasionando a formação de hordéolo. O bloqueio da drenagem sebácea também pode causar o aumento da incidência de calázios.[2][4]​​[6][7][8]

dermatite seborreica

Alterações na composição e deposição do sebo podem causar aumento dos níveis de estase e, finalmente levando a um aumento na taxa de disfunção da glândula meibomiana e calázio.[6][8]

colesterol sérico elevado

Altos níveis de colesterol sérico podem aumentar o risco de bloqueio das glândulas sebáceas das pálpebras, predispondo a terçóis e calázios.[9]

diabetes mellitus

Diabetes mellitus pode ser um fator de risco para terçol e calázios.[6]​ No entanto, um grande estudo não encontrou associação entre diabetes mellitus, controle glicêmico e o desenvolvimento de terçol e calázios.[10]

higiene precária das pálpebras

Os fatores que contribuem para terçol e calázios incluem higiene precária e cuidados com lentes de contato.[2]

origem étnica

Indivíduos hispânicos, norte-americanos nativos e asiáticos apresentam taxas mais altas de calázios que outros grupos étnicos/ancestrais. No entanto, o aumento do risco de desenvolver calázios não foi associado ao aumento na porcentagem de calázios que requerem cirurgia.[11]

tuberculose

Embora seja rara, a tuberculose extrapulmonar pode afetar o olho e os tecidos orbitais circundantes. A tuberculose palpebral pode se apresentar como blefarite crônica ou calázios recorrentes.[12]

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