Abordagem

Os antibióticos são a base do tratamento para prostatite aguda, sendo a escolha mais comum uma fluoroquinolona.[7][12]​​​[41][42]​​ A escolha do antibiótico e a duração do tratamento são influenciadas pela gravidade dos sintomas do paciente; pelo risco de desenvolver complicações ou de fracasso do tratamento; pela urocultura prévia e pelos resultados de suscetibilidade; pelo uso prévio de antibióticos, que pode ter causado bactérias resistentes; pelos padrões de resistência locais e por fatores específicos do hospedeiro (como alergia).[12][42][43]​​ A terapia empírica inicial deve ser personalizada, pois os resultados da urocultura são disponibilizados com base no organismo causador identificado e na suscetibilidade, usando um pequeno espectro sempre que possível.[12][42]

Abordagem geral

Trate os pacientes com prostatite aguda que apresentam sintomas e sinais de sepse com antibióticos parenterais, orientados por suscetibilidades, quando disponíveis: uma penicilina de amplo espectro, cefalosporina de terceira geração ou fluoroquinolona.[12][26][42][Evidência C]​ Qualquer um desses pode ser combinado com um aminoglicosídeo se o paciente estiver criticamente enfermo. À medida que o paciente melhora, suspenda o tratamento parenteral e substitua-o com um antibiótico oral. O tratamento deve continuar por 2 a 4 semanas no total.[12][26][42]​ Consulte Sepse em adultos.

Ofereça um antibiótico oral para pacientes com prostatite bacteriana aguda menos grave, sem sinais de sepse. A opção de tratamento de primeira linha recomendada é uma fluoroquinolona.[12][26][42][Evidência C]​ Sulfametoxazol/trimetoprima (ou trimetoprima isoladamente) é uma opção secundária; entretanto, Escherichia coli - o patógeno causador mais comum - pode ser resistente a esse medicamento em algumas áreas.[26][27][42]​ Geralmente, o tratamento deve continuar por 2 a 4 semanas.[12][26][42]

A prostatite bacteriana aguda é uma infecção urogenital complicada e, como tal, o tratamento com fluoroquinolonas é indicado.

Os antibióticos fluoroquinolonas sistêmicos podem causar eventos adversos graves, incapacitantes e potencialmente duradouros ou irreversíveis. Isso inclui, mas não está limitado a: tendinopatia/ruptura de tendão; neuropatia periférica; artropatia/artralgia; aneurisma e dissecção da aorta; regurgitação de valva cardíaca; disglicemia; e efeitos sobre o sistema nervoso central, incluindo convulsões, depressão, psicose e pensamentos e comportamento suicidas.[44]

  • Restrições de prescrição aplicam-se ao uso das fluoroquinolonas, e essas restrições podem variar entre os países. Em geral, o uso das fluoroquinolonas deve ser restrito apenas nas infecções bacterianas graves e com risco à vida. Algumas agências regulatórias também podem recomendar que eles sejam usados apenas em situações em que outros antibióticos comumente recomendados para a infecção sejam inadequados (por exemplo, resistência, contraindicações, falha do tratamento, indisponibilidade).

  • Consulte as diretrizes locais e o formulário de medicamentos para obter mais informações sobre adequação, contraindicações e precauções.

Com obstrução urinária

Considere o cateterismo em pacientes com dificuldade de micção; aproximadamente 10% dos homens com prostatite bacteriana aguda apresentam retenção urinária.[12] A inserção de um cateter suprapúbico era recomendada no passado, pois se acreditava que a presença de um cateter na uretra poderia obstruir os ductos uretrais, aumentando o risco de um abscesso prostático. Entretanto, a maioria dos pacientes necessita apenas de um breve período de cateterismo e um cateter uretral é aceitável.

Em pacientes com prostatite crônica, sabe-se que o uso de um agente alfabloqueador concomitante ajuda nos sintomas de prostatite.[45] Estudos urodinâmicos em pacientes com prostatite têm demonstrado aumento da pressão de fechamento uretral.[46] O uso de um alfabloqueador ainda é debatido para o tratamento de prostatite aguda com sintomas obstrutivos; entretanto, períodos mais longos de tratamento têm apresentado maior benefício em pacientes que nunca receberam alfabloqueadores.[41]

Com dor pélvica e perineal

Administre anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) para aliviar a dor, reduzir a inflamação e aliviar espasmos de músculos lisos (bexiga).

Com abscesso prostático

Raramente desenvolve-se um abscesso prostático. Trate com antibioticoterapia intravenosa; a intervenção cirúrgica também pode ser necessária. A aspiração de pus com cultura e sensibilidade pode orientar a escolha do agente. A aspiração pode ser transretal ou perineal, podendo ser guiada por ultrassonografia. Decida o esquema de antibioticoterapia em uma consulta com um especialista em doenças infecciosas.

A intervenção endoscópica por meio de uma pinça de Collins pode ser usada para "desencapar" o abscesso. A ressecção transuretral da próstata e a drenagem da cavidade podem ser necessárias em pacientes com sinais de sepse.[37]

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