Etiologia

A etiologia da gastrosquise e da onfalocele não é clara, e muitas teorias têm sido propostas para explicar esses defeitos da parede abdominal. Haja vista a compreensão insuficiente sobre a etiologia dessas doenças, é difícil propor fatores modificáveis para a prevenção. Alguns estudos sugerem que o uso materno de drogas recreativas pode ser um fator de risco para a gastrosquise.[11] Outros sugerem que a incidência de gastrosquise é menor em mães jovens que tomam polivitamínicos diariamente durante a gravidez.[12] Por outro lado, a incidência de gastrosquise em bebês de mães adolescentes fumantes está aumentando.[3][4][9][10]

Evidências que respaldam uma associação entre o tabagismo durante a gravidez e o desenvolvimento de defeitos da parede abdominal no feto estão bem descritas para casos de gastrosquise e onfalocele. Foi sugerido que o tabagismo provoca vasoconstrição que contribui para a insuficiência placentária e a falha no desenvolvimento do sistema vascular.[11][13][14][15] Infecções e doenças maternas durante a gravidez são observadas em mães de lactentes com onfalocele e gastrosquise. Propõe-se que doenças maternas possam contribuir para a insuficiência placentária que, por sua vez, pode colaborar para o desenvolvimento de defeitos na parede abdominal.[4] Foi demonstrada também a associação da infecção geniturinária durante a gravidez aos defeitos da parede abdominal.[16]

Fisiopatologia

Várias teorias têm sido propostas para explicar o desenvolvimento da gastrosquise. Uma teoria sugere que os defeitos de espessura total resultam da involução anormal da veia umbilical direita, o que causa a ruptura da parede abdominal anterior no ponto enfraquecido.[17] Outra teoria sugere que a interrupção prematura da artéria onfalomesentérica direita resulta em isquemia da parede abdominal anterior, permitindo a formação de hérnia do conteúdo abdominal.[1][18] Sugeriu-se também que o desenvolvimento de gastrosquise ocorre na ruptura intrauterina de uma onfalocele.[19] No entanto, a ausência de anomalias associadas na gastrosquise não respalda essa teoria. A camada espessa que recobre o intestino na gastrosquise pode ser decorrente da exposição do conteúdo abdominal extrudido à urina fetal ou mecônio no útero ou da obstrução venosa mesentérica que resulta em edema.

Muitas teorias também têm sido propostas para explicar o desenvolvimento da onfalocele. Elas incluem a falha da migração intestinal para o abdome por volta da 10ª à 12ª semana do desenvolvimento embrionário, a falha de migração central das dobras da mesoderme lateral do corpo e a persistência de um pedúnculo corporal após 12 semanas de gestação.[20]

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