Gravidez molar
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Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
gravidez molar única: pacientes que desejam manter a fertilidade
esvaziamento por sucção
A anestesia geral é alcançada, e o bloqueio beta é administrado se a mulher estiver clinicamente hipertireóidea.[51]Pereira JV, Lim T. Hyperthyroidism in gestational trophoblastic disease - a literature review. Thyroid Res. 2021 Jan 14;14(1):1. https://thyroidresearchjournal.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13044-021-00092-3 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33446242?tool=bestpractice.com Após o colo do útero ser delicadamente dilatado de maneira mecânica com dilatadores Pratt cônicos, a oxitocina por via intravenosa pode ser administrada a fim de facilitar a involução do útero. Uma cânula de sucção deve ser avançada delicadamente para o fundo do útero e girada enquanto a sucção mecânica é aplicada.
A curetagem uterina com cureta afiada não é recomendada devido ao risco de perfuração uterina e aos desfechos equivalentes aos do método de sucção.[53]Padrón L, Rezende Filho J, Amim Junior J, et al. Manual compared with electric vacuum aspiration for treatment of molar pregnancy. Obstet Gynecol. 2018 Apr;131(4):652-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29528932?tool=bestpractice.com
cuidados de suporte
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Mulheres com molas hidatiformes não evacuadas geralmente precisam de estabilização das comorbidades associadas (por exemplo, desconforto respiratório, pré-eclâmpsia/eclâmpsia, hipertireoidismo ou anemia grave) antes do tratamento definitivo.
É adequado usar um cateter intravenoso de grande calibre em mulheres com aumento uterino >14 semanas de tamanho gestacional, prevendo a necessidade de administrar com rapidez fluidoterapia intravenosa e hemoderivados no momento do procedimento de esvaziamento uterino.
Ocitócicos ou outros meios de indução do trabalho de parto não devem ser administrados antes da dilatação cervical intraoperatória.
Antibióticos profiláticos não são considerados obrigatórios e são reservados para casos em que há preocupação clínica quanto a produtos de concepção infectados.
Meias de compressão sequencial como modalidade única são consideradas adequadas como profilaxia para tromboembolismo venoso.
A insuficiência cardíaca de alto débito pode ser secundária ao hipertireoidismo ou tempestade tireoidiana, pré-eclâmpsia grave, hipertensão gestacional, edema pulmonar e, menos comumente, anemia.[50]Soper JT. Gestational trophoblastic disease: current evaluation and management. Obstet Gynecol. 2021 Feb 1;137(2):355-70. https://journals.lww.com/greenjournal/fulltext/2021/02000/gestational_trophoblastic_disease__current.22.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33416290?tool=bestpractice.com Essa afecção é geralmente autolimitada e remite ao longo do tempo após a remoção completa da gravidez molar. Deve ser tratada com cuidados de suporte, incluindo ventilação mecânica adequada para minimizar o barotrauma e o monitoramento hemodinâmico central.
contracepção
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Durante o período de acompanhamento após o esvaziamento uterino da mola, a adesão rigorosa à contracepção deve ser orientada.[3]Horowitz NS, Eskander RN, Adelman MR, et al. Epidemiology, diagnosis, and treatment of gestational trophoblastic disease: A Society of Gynecologic Oncology evidenced-based review and recommendation. Gynecol Oncol. 2021 Dec;163(3):605-13. https://www.gynecologiconcology-online.net/article/S0090-8258(21)01421-9/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34686354?tool=bestpractice.com [34]Tidy, J, Seckl, M, Hancock, BW, on behalf of the Royal College of Obstetricians and Gynaecologists. Management of gestational trophoblastic disease. BJOG 2021;128: e1-e27. https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/1471-0528.16266 [54]Faculty of Sexual & Reproductive Healthcare. FSRH GL on contraception after pregnancy. Jan 2017 [internet publication]. https://www.fsrh.org/standards-and-guidance/documents/contraception-after-pregnancy-executive-summary-document
A menos que contraindicado para afecções clínicas distintas, as mulheres devem iniciar um método contraceptivo hormonal confiável, como um contraceptivo por via oral, imediatamente após o esvaziamento uterino molar.[55]Braga A, Maestá I, Short D, et al. Hormonal contraceptive use before hCG remission does not increase the risk of gestational trophoblastic neoplasia following complete hydatidiform mole: a historical database review. BJOG. 2016 Jul;123(8):1330-5. https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/1471-0528.13617 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26444183?tool=bestpractice.com [56]Dantas PRS, Maestá I, Filho JR, et al. Does hormonal contraception during molar pregnancy follow-up influence the risk and clinical aggressiveness of gestational trophoblastic neoplasia after controlling for risk factors? Gynecol Oncol. 2017 Nov;147(2):364-370. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28927899?tool=bestpractice.com
No entanto, os dispositivos intrauterinos (com medicamento ou não) são contraindicados em mulheres com tumores ativos e invasivos ou níveis de hCG persistentemente elevados, devido ao risco de perfuração uterina.[54]Faculty of Sexual & Reproductive Healthcare. FSRH GL on contraception after pregnancy. Jan 2017 [internet publication]. https://www.fsrh.org/standards-and-guidance/documents/contraception-after-pregnancy-executive-summary-document (consulte Discussões com os pacientes)
imunoglobulina anti-D
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Mulheres com Rho (D) negativo devem receber imunoglobulina anti-D.[52]American College of Obstetricians and Gynecologists. Practice bulletin no. 181: prevention of Rh D alloimmunization. Aug 2017 [internet publication]. https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2017/08/prevention-of-rh-d-alloimmunization
Opções primárias
imunoglobulina anti-D: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
Mais imunoglobulina anti-DA dose varia de uma marca para outra.
reposição de fluidos associada a antiemético e/ou antagonista H2
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os objetivos do tratamento de uma mulher com gravidez molar complicada por hiperêmese envolvem o controle dos sintomas de êmese com um antiemético e/ou antagonista H2 e hidratação intravenosa com reposição eletrolítica, enquanto avança para a remoção imediata da mola hidatiforme. A hiperêmese associada a uma gravidez molar remite imediatamente após a remoção, mais ou menos em paralelo com a queda dos níveis de hCG. A mola hidatiforme completa, por ser acompanhada por níveis significativamente mais altos de hCG, tem maior probabilidade de ser associada a esses sintomas que a mola hidatiforme parcial.[23]Berkowitz RS, Goldstein DP. Chorionic tumors. N Engl J Med. 1996 Dec 5;335(23):1740-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8929267?tool=bestpractice.com [24]Braga A, Moraes V, Maestá I, et al. Changing trends in the clinical presentation and management of complete hydatidiform mole among Brazilian women. Int J Gynecol Cancer. 2016 Jun;26(5):984-90. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26905335?tool=bestpractice.com [25]Sun SY, Melamed A, Goldstein DP, et al. Changing presentation of complete hydatidiform mole at the New England Trophoblastic Disease Center over the past three decades: does early diagnosis alter risk for gestational trophoblastic neoplasia? Gynecol Oncol. 2015 Jul;138(1):46-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25969351?tool=bestpractice.com [26]Ramos MM, Maesta I, de Araújo Costa RA, et al. Clinical characteristics and thyroid function in complete hydatidiform mole complicated by hyperthyroidism. Gynecol Oncol. 2022 Apr;165(1):137-42. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35153074?tool=bestpractice.com
A metoclopramida somente deve ser usada por até 5 dias para minimizar o risco de efeitos neurológicos adversos ou outros efeitos adversos.[65]European Medicines Agency. European Medicines Agency recommends changes to the use of metoclopramide. Jul 2013 [internet publication]. http://www.ema.europa.eu/docs/en_GB/document_library/Press_release/2013/07/WC500146614.pdf
Opções primárias
metoclopramida: 5-10 mg por via intravenosa/intramuscular a cada 8 horas quando necessário por um máximo de 5 dias, máximo de 30 mg/dia
ou
proclorperazina retal: 25 mg duas vezes ao dia quando necessário
Opções secundárias
ondansetrona: 4 mg por via intravenosa/oral a cada 8 horas quando necessário
ou
famotidina: 20 mg por via intravenosa a cada 12 horas
hemoderivados e cessação do sangramento
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Mulheres com anemia grave ou instabilidade hemodinâmica necessitam de transfusão antes do tratamento.
Se ocorrer hemorragia aguda antes ou durante o tratamento cirúrgico, o procedimento deve ser concluído imediatamente, e o benefício da infusão de oxitócicos deve ser considerado, em relação ao risco de embolização e disseminação de tecido trofoblástico pelo sistema venoso.[34]Tidy, J, Seckl, M, Hancock, BW, on behalf of the Royal College of Obstetricians and Gynaecologists. Management of gestational trophoblastic disease. BJOG 2021;128: e1-e27. https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/1471-0528.16266 O uso de agentes oxitócicos ou metilergometrina controlará o sangramento após o manejo cirúrgico na maioria das mulheres.[34]Tidy, J, Seckl, M, Hancock, BW, on behalf of the Royal College of Obstetricians and Gynaecologists. Management of gestational trophoblastic disease. BJOG 2021;128: e1-e27. https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/1471-0528.16266 As prostaglandinas podem ser consideradas se for observado sangramento agudo durante ou após o esvaziamento uterino.
Raramente, a mulher necessitará de um segundo esvaziamento por sucção para controlar a hemorragia sintomática após o esvaziamento molar inicial.[34]Tidy, J, Seckl, M, Hancock, BW, on behalf of the Royal College of Obstetricians and Gynaecologists. Management of gestational trophoblastic disease. BJOG 2021;128: e1-e27. https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/1471-0528.16266
Em mulheres com diagnóstico estabelecido de NTG pós-molar, a quimioterapia geralmente controlará o sangramento.
Muito raramente, mulheres com níveis normais de hCG desenvolvem sangramento tardio após o esvaziamento molar.
A ultrassonografia pélvica transvaginal com Doppler ou a ressonância nuclear magnética com contraste do útero podem ser úteis para descartar malformação arteriovenosa uterina pós-molar.
Medroxiprogesterona e ácido tranexâmico de depósito, embolização seletiva, ressecção e reparo em cunha do miométrio ou histerectomia podem ser necessárias.[58]Braga A, Lima L, Parente RCM, et al. Management of symptomatic uterine arteriovenous malformations after gestational trophoblastic disease: the Brazilian experience and possible role for depot medroxyprogesterone acetate and tranexamic acid treatment. J Reprod Med. 2018; 63: 228-39. https://observatorio.fm.usp.br/handle/OPI/29673?locale=pt_BR
Opções primárias
oxitocina: 10 unidades por via intramuscular em dose única; ou 10-40 unidades em infusão intravenosa a uma taxa que controle a atonia uterina
Opções secundárias
metilergometrina: 0.2 mg por via oral três a quatro vezes ao dia por até 7 dias; ou 0.2 mg por via intramuscular a cada 2-4 horas conforme necessário
betabloqueador ± carbimazol
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A tireotoxicose na gravidez molar é tipicamente autolimitada e mais bem tratada com cuidados de suporte.
Os betabloqueadores devem ser administrados com a indução da anestesia, no momento do manejo cirúrgico, se a mulher estiver clinicamente hipertireóidea. Carbimazol pode ser adicionado, caso seja necessária uma resposta clínica mais rápida ou caso haja uma tempestade tireotóxica.[51]Pereira JV, Lim T. Hyperthyroidism in gestational trophoblastic disease - a literature review. Thyroid Res. 2021 Jan 14;14(1):1. https://thyroidresearchjournal.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13044-021-00092-3 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33446242?tool=bestpractice.com
Opções primárias
propranolol: 60-80 mg por via oral (liberação imediata) a cada 4-6 horas
ou
propranolol: 60-80 mg por via oral (liberação imediata) a cada 4-6 horas
e
carbimazol: 15-40 mg por via oral diariamente, até que a paciente se torne eutireoidiana, seguidos por 5-15 mg ao dia
anti-hipertensivos
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A terapia anti-hipertensiva deve ser iniciada se a PA sistólica estiver persistentemente entre 140 e 159 mmHg e/ou a PA diastólica persistentemente entre 90 e 109 mmHg, ou se houver hipertensão grave (PA sistólica ≥160 mmHg e/ou PA diastólica ≥110 mmHg).[59]American College of Obstetricians and Gynecologists. ACOG practice bulletin no. 222: gestational hypertension and preeclampsia. Jun 2020 [internet publication]. https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2020/06/gestational-hypertension-and-preeclampsia [60]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. 25 Jun 2019 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
Opções primárias
labetalol: 100 mg por via oral duas vezes ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, dose habitual 100-400 mg duas vezes ao dia, máximo de 2400 mg/dia
ou
nifedipino: 30-60 mg por via oral (liberação prolongada) uma vez ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 90-120 mg/dia (dependendo da marca)
ou
metildopa: 250 mg por via oral duas a três vezes ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, dose habitual 250-1000 mg/dia administrados em 2-4 doses fracionadas, máximo de 3000 mg/dia
sulfato de magnésio
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Nos EUA, o sulfato de magnésio é recomendado para todas as mulheres com pré-eclâmpsia grave.[59]American College of Obstetricians and Gynecologists. ACOG practice bulletin no. 222: gestational hypertension and preeclampsia. Jun 2020 [internet publication]. https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2020/06/gestational-hypertension-and-preeclampsia Em outros países, incluindo o Reino Unido, recomenda-se uma abordagem mais específica, permitindo que o médico tome decisões individuais baseadas nos fatores de risco específicos da mulher (por exemplo, presença de hipertensão não controlada ou deterioração da condição materna).[60]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. 25 Jun 2019 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng133 As convulsões refletem a progressão para eclâmpsia e são tratadas e prevenidas com sulfato de magnésio. A Food and Drug Administration (FDA) e a Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency (MHRA) do Reino Unido recomendam que a administração materna de sulfato de magnésio não dure mais de 5-7 dias durante a gestação em decorrência do risco de efeitos adversos esqueléticos, hipercalcemia e hipermagnesemia no neonato.[61]Medicines and Healthcare products Regulatory Agency. Magnesium sulfate: risk of skeletal adverse effects in the neonate following prolonged or repeated use in pregnancy. May 2019 [internet publication]. https://www.gov.uk/drug-safety-update/magnesium-sulfate-risk-of-skeletal-adverse-effects-in-the-neonate-following-prolonged-or-repeated-use-in-pregnancy [62]Food and Drug Administration. Drug Safety Communication: FDA recommends against prolonged use of magnesium sulfate to stop pre-term labor due to bone changes in exposed babies. May 2013 [internet publication]. https://www.fda.gov/media/85971/download Apesar da recomendação, o sulfato de magnésio geralmente só é usado por 24-48 horas na prática clínica.
Opções primárias
sulfato de magnésio: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
Mais sulfato de magnésioA dose depende da indicação, via de administração e diretrizes locais. Os regimes de altas doses podem ser recomendados para o tratamento da eclâmpsia em alguns países, como os EUA, enquanto os regimes de baixas doses podem ser recomendados em outros países. Consulte o formulário de medicamentos ou as diretrizes locais para obter mais orientações.
manejo do cisto
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Cistos teca-luteínicos resultam da estimulação dos ovários pela hCG e podem se apresentar como massas pélvicas ou abdominais, dor ou torção ovariana. A presença de cistos teca-luteínicos não obriga necessariamente a remoção ovariana, pois os cistos são uma resposta à exposição ovariana a níveis elevados de hCG ou à hipersensibilidade dos ovários à hCG. Geralmente, eles involuem com o tempo, após o manejo cirúrgico da gravidez molar, e podem ser drenados ou, excepcionalmente, removidos, caso seja confirmada a torção ovariana com necrose.[50]Soper JT. Gestational trophoblastic disease: current evaluation and management. Obstet Gynecol. 2021 Feb 1;137(2):355-70. https://journals.lww.com/greenjournal/fulltext/2021/02000/gestational_trophoblastic_disease__current.22.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33416290?tool=bestpractice.com
gravidez molar única: pacientes que não desejam manter a fertilidade
histerectomia
A histerectomia pode ser mais desejável que o esvaziamento por sucção para o manejo da gravidez molar em mulheres que tenham concluído o período fértil.[57]Zhao P, Lu Y, Huang W, et al. Total hysterectomy versus uterine evacuation for preventing post-molar gestational trophoblastic neoplasia in patients who are at least 40 years old: a systematic review and meta-analysis. BMC Cancer. 2019 Jan 7;19(1):13. https://bmccancer.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12885-018-5168-x http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30612545?tool=bestpractice.com Ela está associada ao aumento do risco de complicações pós-operatórias, em comparação com o esvaziamento por sucção, mas à redução do risco de NTG no pós-operatório.[57]Zhao P, Lu Y, Huang W, et al. Total hysterectomy versus uterine evacuation for preventing post-molar gestational trophoblastic neoplasia in patients who are at least 40 years old: a systematic review and meta-analysis. BMC Cancer. 2019 Jan 7;19(1):13. https://bmccancer.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12885-018-5168-x http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30612545?tool=bestpractice.com Mulheres submetidas à histerectomia para o manejo da gravidez molar também devem ser monitoradas no pós-operatório com a medição dos níveis séricos de hCG.
cuidados de suporte
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Mulheres com molas hidatiformes não evacuadas geralmente precisam de estabilização das comorbidades associadas (por exemplo, desconforto respiratório, pré-eclâmpsia/eclâmpsia, hipertireoidismo ou anemia grave) antes do tratamento definitivo.
Antibióticos profiláticos não são considerados obrigatórios e são reservados para casos em que há preocupação clínica quanto a produtos de concepção infectados.
Meias de compressão sequencial como modalidade única são consideradas adequadas como profilaxia para tromboembolismo venoso.
A insuficiência cardíaca de alto débito pode ser secundária ao hipertireoidismo ou tempestade tireoidiana, pré-eclâmpsia grave, hipertensão gestacional, edema pulmonar e, menos comumente, anemia.[50]Soper JT. Gestational trophoblastic disease: current evaluation and management. Obstet Gynecol. 2021 Feb 1;137(2):355-70. https://journals.lww.com/greenjournal/fulltext/2021/02000/gestational_trophoblastic_disease__current.22.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33416290?tool=bestpractice.com Essa afecção é geralmente autolimitada e remite ao longo do tempo após a remoção completa da gravidez molar. Deve ser tratada com cuidados de suporte, incluindo ventilação mecânica adequada para minimizar o barotrauma e o monitoramento hemodinâmico central.
reposição de fluidos associada a antiemético e/ou antagonista H2
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os objetivos do tratamento de uma mulher com gravidez molar complicada por hiperêmese envolvem o controle dos sintomas de êmese com um antiemético e/ou antagonista H2 e hidratação intravenosa com reposição eletrolítica, enquanto avança para a remoção imediata da mola hidatiforme. A hiperêmese associada a uma gravidez molar remite imediatamente após a remoção, mais ou menos em paralelo com a queda dos níveis de hCG. A gravidez molar completa, por ser acompanhada por níveis significativamente mais altos de hCG, tem maior probabilidade de ser associada a esses sintomas que a mola hidatiforme parcial.[23]Berkowitz RS, Goldstein DP. Chorionic tumors. N Engl J Med. 1996 Dec 5;335(23):1740-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8929267?tool=bestpractice.com [24]Braga A, Moraes V, Maestá I, et al. Changing trends in the clinical presentation and management of complete hydatidiform mole among Brazilian women. Int J Gynecol Cancer. 2016 Jun;26(5):984-90. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26905335?tool=bestpractice.com [25]Sun SY, Melamed A, Goldstein DP, et al. Changing presentation of complete hydatidiform mole at the New England Trophoblastic Disease Center over the past three decades: does early diagnosis alter risk for gestational trophoblastic neoplasia? Gynecol Oncol. 2015 Jul;138(1):46-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25969351?tool=bestpractice.com [26]Ramos MM, Maesta I, de Araújo Costa RA, et al. Clinical characteristics and thyroid function in complete hydatidiform mole complicated by hyperthyroidism. Gynecol Oncol. 2022 Apr;165(1):137-42. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35153074?tool=bestpractice.com
A metoclopramida somente deve ser usada por até 5 dias para minimizar o risco de efeitos neurológicos adversos ou outros efeitos adversos.[65]European Medicines Agency. European Medicines Agency recommends changes to the use of metoclopramide. Jul 2013 [internet publication]. http://www.ema.europa.eu/docs/en_GB/document_library/Press_release/2013/07/WC500146614.pdf
Opções primárias
metoclopramida: 5-10 mg por via intravenosa/intramuscular a cada 8 horas quando necessário por um máximo de 5 dias, máximo de 30 mg/dia
ou
proclorperazina retal: 25 mg duas vezes ao dia quando necessário
Opções secundárias
ondansetrona: 4 mg por via intravenosa/oral a cada 8 horas quando necessário
ou
famotidina: 20 mg por via intravenosa a cada 12 horas
hemoderivados e cessação do sangramento
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Mulheres com anemia grave ou instabilidade hemodinâmica necessitam de transfusão antes do tratamento.
Se ocorrer hemorragia aguda antes ou durante o tratamento cirúrgico, o procedimento deve ser concluído imediatamente, e o benefício da infusão de oxitócicos deve ser considerado, em relação ao risco de embolização e disseminação de tecido trofoblástico pelo sistema venoso.[34]Tidy, J, Seckl, M, Hancock, BW, on behalf of the Royal College of Obstetricians and Gynaecologists. Management of gestational trophoblastic disease. BJOG 2021;128: e1-e27. https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/1471-0528.16266 O uso de agentes oxitócicos ou metilergometrina controlará o sangramento após o manejo cirúrgico na maioria das mulheres.[34]Tidy, J, Seckl, M, Hancock, BW, on behalf of the Royal College of Obstetricians and Gynaecologists. Management of gestational trophoblastic disease. BJOG 2021;128: e1-e27. https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/1471-0528.16266
Opções primárias
oxitocina: 10 unidades por via intramuscular em dose única; ou 10-40 unidades em infusão intravenosa a uma taxa que controle a atonia uterina
Opções secundárias
metilergometrina: 0.2 mg por via oral três a quatro vezes ao dia por até 7 dias; ou 0.2 mg por via intramuscular a cada 2-4 horas conforme necessário
betabloqueador ± carbimazol
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A tireotoxicose na gravidez molar é tipicamente autolimitada e mais bem tratada com cuidados de suporte.
Os betabloqueadores devem ser administrados com a indução da anestesia, no momento do manejo cirúrgico, se a mulher estiver clinicamente hipertireóidea. Carbimazol pode ser adicionado, caso seja necessária uma resposta clínica mais rápida ou caso haja uma tempestade tireotóxica.[51]Pereira JV, Lim T. Hyperthyroidism in gestational trophoblastic disease - a literature review. Thyroid Res. 2021 Jan 14;14(1):1. https://thyroidresearchjournal.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13044-021-00092-3 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33446242?tool=bestpractice.com
Opções primárias
propranolol: 60-80 mg por via oral (liberação imediata) a cada 4-6 horas
ou
propranolol: 60-80 mg por via oral (liberação imediata) a cada 4-6 horas
e
carbimazol: 15-40 mg por via oral diariamente, até que a paciente se torne eutireoidiana, seguidos por 5-15 mg ao dia
anti-hipertensivos
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A terapia anti-hipertensiva deve ser iniciada se a PA sistólica estiver persistentemente entre 140 e 159 mmHg e/ou a PA diastólica persistentemente entre 90 e 109 mmHg, ou se houver hipertensão grave (PA sistólica ≥160 mmHg e/ou PA diastólica ≥110 mmHg).[59]American College of Obstetricians and Gynecologists. ACOG practice bulletin no. 222: gestational hypertension and preeclampsia. Jun 2020 [internet publication]. https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2020/06/gestational-hypertension-and-preeclampsia [60]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. 25 Jun 2019 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
Opções primárias
labetalol: 100 mg por via oral duas vezes ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, dose habitual 100-400 mg duas vezes ao dia, máximo de 2400 mg/dia
ou
nifedipino: 30-60 mg por via oral (liberação prolongada) uma vez ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 90-120 mg/dia (dependendo da marca)
ou
metildopa: 250 mg por via oral duas a três vezes ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, dose habitual 250-1000 mg/dia administrados em 2-4 doses fracionadas, máximo de 3000 mg/dia
sulfato de magnésio
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Nos EUA, o sulfato de magnésio é recomendado para todas as mulheres com pré-eclâmpsia grave.[59]American College of Obstetricians and Gynecologists. ACOG practice bulletin no. 222: gestational hypertension and preeclampsia. Jun 2020 [internet publication]. https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2020/06/gestational-hypertension-and-preeclampsia Em outros países, incluindo o Reino Unido, recomenda-se uma abordagem mais específica, permitindo que o médico tome decisões individuais baseadas nos fatores de risco específicos da mulher (por exemplo, presença de hipertensão não controlada ou deterioração da condição materna).[60]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. 25 Jun 2019 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng133 As convulsões refletem a progressão para eclâmpsia e são tratadas e prevenidas com sulfato de magnésio. A Food and Drug Administration (FDA) e a Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency (MHRA) do Reino Unido recomendam que a administração materna de sulfato de magnésio não dure mais de 5-7 dias durante a gestação em decorrência do risco de efeitos adversos esqueléticos, hipercalcemia e hipermagnesemia no neonato.[61]Medicines and Healthcare products Regulatory Agency. Magnesium sulfate: risk of skeletal adverse effects in the neonate following prolonged or repeated use in pregnancy. May 2019 [internet publication]. https://www.gov.uk/drug-safety-update/magnesium-sulfate-risk-of-skeletal-adverse-effects-in-the-neonate-following-prolonged-or-repeated-use-in-pregnancy [62]Food and Drug Administration. Drug Safety Communication: FDA recommends against prolonged use of magnesium sulfate to stop pre-term labor due to bone changes in exposed babies. May 2013 [internet publication]. https://www.fda.gov/media/85971/download Apesar da recomendação, o sulfato de magnésio geralmente só é usado por 24-48 horas na prática clínica.
Opções primárias
sulfato de magnésio: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
Mais sulfato de magnésioA dose depende da indicação, via de administração e diretrizes locais. Os regimes de altas doses podem ser recomendados para o tratamento da eclâmpsia em alguns países, como os EUA, enquanto os regimes de baixas doses podem ser recomendados em outros países. Consulte o formulário de medicamentos ou as diretrizes locais para obter mais orientações.
manejo do cisto
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Cistos teca-luteínicos resultam da estimulação dos ovários pela hCG e podem se apresentar como massas pélvicas ou abdominais, dor ou torção ovariana. A presença de cistos teca-luteínicos não obriga necessariamente a remoção ovariana, pois os cistos são uma resposta à exposição ovariana a níveis elevados de hCG ou à hipersensibilidade dos ovários à hCG. Geralmente, eles involuem com o tempo, após o manejo cirúrgico da gravidez molar, e podem ser drenados ou, excepcionalmente, removidos, caso seja confirmada a torção ovariana com necrose.[50]Soper JT. Gestational trophoblastic disease: current evaluation and management. Obstet Gynecol. 2021 Feb 1;137(2):355-70. https://journals.lww.com/greenjournal/fulltext/2021/02000/gestational_trophoblastic_disease__current.22.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33416290?tool=bestpractice.com
feto gêmeo viável: interrupção eletiva não desejada
conduta expectante
O manejo da gravidez molar com um gêmeo viável geralmente implica a observação estrita à medida que a gestação evolui para a interrupção voluntária, o parto forçado devido a complicações médicas (por exemplo, sangramento, pré-eclâmpsia grave, hipertireoidismo ou desconforto respiratório agudo) ou a termo.[34]Tidy, J, Seckl, M, Hancock, BW, on behalf of the Royal College of Obstetricians and Gynaecologists. Management of gestational trophoblastic disease. BJOG 2021;128: e1-e27. https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/1471-0528.16266 O manejo conservador não é recomendado na presença de coriocarcinoma ou aneuploidia fetal.[4]Ngan HYS, Seckl MJ, Berkowitz RS, et al. Diagnosis and management of gestational trophoblastic disease: 2021 update. Int J Gynaecol Obstet. 2021 Oct;155 Suppl 1(suppl 1):86-93. https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ijgo.13877 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34669197?tool=bestpractice.com No pós-parto, a placenta deve ser enviada para avaliação por um patologista experiente na avaliação de DTG e deve-se iniciar a vigilância pós-molar de rotina.[34]Tidy, J, Seckl, M, Hancock, BW, on behalf of the Royal College of Obstetricians and Gynaecologists. Management of gestational trophoblastic disease. BJOG 2021;128: e1-e27. https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/1471-0528.16266 É importante ressaltar que, com o monitoramento clínico cuidadoso, cerca de 60% alcançam nascidos vivos viáveis.[63]Lin LH, Maestá I, Braga A, et al. Multiple pregnancies with complete mole and coexisting normal fetus in North and South America: a retrospective multicenter cohort and literature review. Gynecol Oncol. 2017 Apr;145(1):88-95. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28132722?tool=bestpractice.com Gestações gemelares que compreendem um fato viável e uma mola hidatiforme coexistente têm risco elevado de NTG, com maior proporção de mulheres que desenvolvem doença metastática ou que requerem quimioterapia.[63]Lin LH, Maestá I, Braga A, et al. Multiple pregnancies with complete mole and coexisting normal fetus in North and South America: a retrospective multicenter cohort and literature review. Gynecol Oncol. 2017 Apr;145(1):88-95. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28132722?tool=bestpractice.com
reposição de fluidos associada a antiemético e/ou antagonista H2
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os objetivos do tratamento de uma mulher com gravidez molar complicada por hiperêmese envolvem o controle dos sintomas de êmese com um antiemético e/ou antagonista H2 e hidratação intravenosa com reposição eletrolítica, enquanto avança para a remoção imediata da mola hidatiforme. A hiperêmese associada a uma gravidez molar remite imediatamente após a remoção, mais ou menos em paralelo com a queda dos níveis de hCG. A mola hidatiforme completa, por ser acompanhada por níveis significativamente mais altos de hCG, tem maior probabilidade de ser associada a esses sintomas que a mola hidatiforme parcial.[23]Berkowitz RS, Goldstein DP. Chorionic tumors. N Engl J Med. 1996 Dec 5;335(23):1740-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8929267?tool=bestpractice.com [24]Braga A, Moraes V, Maestá I, et al. Changing trends in the clinical presentation and management of complete hydatidiform mole among Brazilian women. Int J Gynecol Cancer. 2016 Jun;26(5):984-90. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26905335?tool=bestpractice.com [25]Sun SY, Melamed A, Goldstein DP, et al. Changing presentation of complete hydatidiform mole at the New England Trophoblastic Disease Center over the past three decades: does early diagnosis alter risk for gestational trophoblastic neoplasia? Gynecol Oncol. 2015 Jul;138(1):46-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25969351?tool=bestpractice.com [26]Ramos MM, Maesta I, de Araújo Costa RA, et al. Clinical characteristics and thyroid function in complete hydatidiform mole complicated by hyperthyroidism. Gynecol Oncol. 2022 Apr;165(1):137-42. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35153074?tool=bestpractice.com
O Teratology Information Service do Reino Unido recomenda que a ondansetrona seja reservada como agente de segunda linha quando os agentes de primeira linha falharem. Isto se deve ao pequeno aumento do risco de fendas orofaciais observado em um estudo quando a ondansetrona foi administrada durante o primeiro trimestre.[66]UK Teratology Information Service. Official response statement: use of ondansetron in the first trimester of pregnancy. Sep 2019 [internet publication]. https://uktis.org/uktis-response-statements [67]Huybrechts KF, Hernández-Díaz S, Straub L, et al. Association of maternal first-trimester ondansetron use with cardiac malformations and oral clefts in offspring. JAMA. 2018 Dec 18;320(23):2429-37. https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2718793 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30561479?tool=bestpractice.com A Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency (MHRA) do Reino Unido também emitiu uma atualização sobre segurança de medicamentos relativa à ondansetrona que fornece orientações similares.[68]Medicines and Healthcare products Regulatory Agency. Ondansetron: small increased risk of oral clefts following use in the first 12 weeks of pregnancy. Jan 2020 [internet publication]. https://www.gov.uk/drug-safety-update/ondansetron-small-increased-risk-of-oral-clefts-following-use-in-the-first-12-weeks-of-pregnancy
A metoclopramida somente deve ser usada por até 5 dias para minimizar o risco de efeitos neurológicos adversos ou outros efeitos adversos.[65]European Medicines Agency. European Medicines Agency recommends changes to the use of metoclopramide. Jul 2013 [internet publication]. http://www.ema.europa.eu/docs/en_GB/document_library/Press_release/2013/07/WC500146614.pdf
Opções primárias
metoclopramida: 5-10 mg por via intravenosa/intramuscular a cada 8 horas quando necessário por um máximo de 5 dias, máximo de 30 mg/dia
ou
proclorperazina retal: 25 mg duas vezes ao dia quando necessário
Opções secundárias
ondansetrona: 4 mg por via intravenosa/oral a cada 8 horas quando necessário
ou
famotidina: 20 mg por via intravenosa a cada 12 horas
hemoderivados e cessação do sangramento
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Mulheres com anemia grave ou instabilidade hemodinâmica necessitam de transfusão antes do tratamento.
Se ocorrer hemorragia aguda antes ou durante o tratamento cirúrgico, o procedimento deve ser concluído imediatamente, e o benefício da infusão de oxitócicos deve ser considerado, em relação ao risco de embolização e disseminação de tecido trofoblástico pelo sistema venoso.[34]Tidy, J, Seckl, M, Hancock, BW, on behalf of the Royal College of Obstetricians and Gynaecologists. Management of gestational trophoblastic disease. BJOG 2021;128: e1-e27. https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/1471-0528.16266 O uso de agentes oxitócicos ou metilergometrina controlará o sangramento após o manejo cirúrgico na maioria das mulheres.[34]Tidy, J, Seckl, M, Hancock, BW, on behalf of the Royal College of Obstetricians and Gynaecologists. Management of gestational trophoblastic disease. BJOG 2021;128: e1-e27. https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/1471-0528.16266 As prostaglandinas podem ser consideradas se for observado sangramento agudo durante ou após o esvaziamento uterino.
Raramente, a mulher necessitará de um segundo esvaziamento por sucção para controlar a hemorragia sintomática após o esvaziamento molar inicial.[34]Tidy, J, Seckl, M, Hancock, BW, on behalf of the Royal College of Obstetricians and Gynaecologists. Management of gestational trophoblastic disease. BJOG 2021;128: e1-e27. https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/1471-0528.16266
Em mulheres com diagnóstico estabelecido de NTG pós-molar, a quimioterapia geralmente controlará o sangramento. Muito raramente, mulheres com níveis normais de hCG desenvolvem sangramento tardio após o esvaziamento molar. A ultrassonografia pélvica transvaginal com Doppler ou a ressonância nuclear magnética com contraste do útero podem ser úteis para descartar malformação arteriovenosa uterina pós-molar.
Medroxiprogesterona e ácido tranexâmico de depósito, embolização seletiva, ressecção e reparo em cunha do miométrio ou histerectomia podem ser necessárias.[58]Braga A, Lima L, Parente RCM, et al. Management of symptomatic uterine arteriovenous malformations after gestational trophoblastic disease: the Brazilian experience and possible role for depot medroxyprogesterone acetate and tranexamic acid treatment. J Reprod Med. 2018; 63: 228-39. https://observatorio.fm.usp.br/handle/OPI/29673?locale=pt_BR
Opções primárias
oxitocina: 10 unidades por via intramuscular em dose única; ou 10-40 unidades em infusão intravenosa a uma taxa que controle a atonia uterina
Opções secundárias
metilergometrina: 0.2 mg por via oral três a quatro vezes ao dia por até 7 dias; ou 0.2 mg por via intramuscular a cada 2-4 horas conforme necessário
betabloqueador ± carbimazol
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A tireotoxicose na gravidez molar é tipicamente autolimitada e mais bem tratada com cuidados de suporte.
Os betabloqueadores devem ser administrados com a indução da anestesia, no momento do manejo cirúrgico, se a mulher estiver clinicamente hipertireóidea. Carbimazol pode ser adicionado, caso seja necessária uma resposta clínica mais rápida ou caso haja uma tempestade tireotóxica.[51]Pereira JV, Lim T. Hyperthyroidism in gestational trophoblastic disease - a literature review. Thyroid Res. 2021 Jan 14;14(1):1. https://thyroidresearchjournal.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13044-021-00092-3 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33446242?tool=bestpractice.com
Opções primárias
propranolol: 60-80 mg por via oral (liberação imediata) a cada 4-6 horas
ou
propranolol: 60-80 mg por via oral (liberação imediata) a cada 4-6 horas
e
carbimazol: 15-40 mg por via oral diariamente, até que a paciente se torne eutireoidiana, seguidos por 5-15 mg ao dia
anti-hipertensivos
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A terapia anti-hipertensiva deve ser iniciada se a PA sistólica estiver persistentemente entre 140 e 159 mmHg e/ou a PA diastólica persistentemente entre 90 e 109 mmHg, ou se houver hipertensão grave (PA sistólica ≥160 mmHg e/ou PA diastólica ≥110 mmHg).[59]American College of Obstetricians and Gynecologists. ACOG practice bulletin no. 222: gestational hypertension and preeclampsia. Jun 2020 [internet publication]. https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2020/06/gestational-hypertension-and-preeclampsia [60]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. 25 Jun 2019 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
Opções primárias
labetalol: 100 mg por via oral duas vezes ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, dose habitual 100-400 mg duas vezes ao dia, máximo de 2400 mg/dia
ou
nifedipino: 30-60 mg por via oral (liberação prolongada) uma vez ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 90-120 mg/dia (dependendo da marca)
ou
metildopa: 250 mg por via oral duas a três vezes ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, dose habitual 250-1000 mg/dia administrados em 2-4 doses fracionadas, máximo de 3000 mg/dia
sulfato de magnésio
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Nos EUA, o sulfato de magnésio é recomendado para todas as mulheres com pré-eclâmpsia grave.[59]American College of Obstetricians and Gynecologists. ACOG practice bulletin no. 222: gestational hypertension and preeclampsia. Jun 2020 [internet publication]. https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2020/06/gestational-hypertension-and-preeclampsia Em outros países, incluindo o Reino Unido, recomenda-se uma abordagem mais específica, permitindo que o médico tome decisões individuais baseadas nos fatores de risco específicos da mulher (por exemplo, presença de hipertensão não controlada ou deterioração da condição materna).[60]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. 25 Jun 2019 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng133 As convulsões refletem a progressão para eclâmpsia e são tratadas e prevenidas com sulfato de magnésio. A Food and Drug Administration (FDA) e a Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency (MHRA) do Reino Unido recomendam que a administração materna de sulfato de magnésio não dure mais de 5-7 dias durante a gestação em decorrência do risco de efeitos adversos esqueléticos, hipercalcemia e hipermagnesemia no neonato.[61]Medicines and Healthcare products Regulatory Agency. Magnesium sulfate: risk of skeletal adverse effects in the neonate following prolonged or repeated use in pregnancy. May 2019 [internet publication]. https://www.gov.uk/drug-safety-update/magnesium-sulfate-risk-of-skeletal-adverse-effects-in-the-neonate-following-prolonged-or-repeated-use-in-pregnancy [62]Food and Drug Administration. Drug Safety Communication: FDA recommends against prolonged use of magnesium sulfate to stop pre-term labor due to bone changes in exposed babies. May 2013 [internet publication]. https://www.fda.gov/media/85971/download Apesar da recomendação, o sulfato de magnésio geralmente só é usado por 24-48 horas na prática clínica.
Opções primárias
sulfato de magnésio: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
Mais sulfato de magnésioA dose depende da indicação, via de administração e diretrizes locais. Os regimes de altas doses podem ser recomendados para o tratamento da eclâmpsia em alguns países, como os EUA, enquanto os regimes de baixas doses podem ser recomendados em outros países. Consulte o formulário de medicamentos ou as diretrizes locais para obter mais orientações.
manejo do cisto
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Cistos teca-luteínicos resultam da estimulação dos ovários pela hCG e podem se apresentar como massas pélvicas ou abdominais, dor ou torção ovariana. A presença de cistos teca-luteínicos não obriga necessariamente a remoção ovariana, pois os cistos são uma resposta à exposição ovariana a níveis elevados de hCG ou à hipersensibilidade dos ovários à hCG. Geralmente, eles involuem com o tempo, após o manejo cirúrgico da gravidez molar, e podem ser drenados ou, excepcionalmente, removidos, caso seja confirmada a torção ovariana com necrose.[50]Soper JT. Gestational trophoblastic disease: current evaluation and management. Obstet Gynecol. 2021 Feb 1;137(2):355-70. https://journals.lww.com/greenjournal/fulltext/2021/02000/gestational_trophoblastic_disease__current.22.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33416290?tool=bestpractice.com
feto gêmeo viável: interrupção eletiva
esvaziamento por sucção
A anestesia geral é alcançada, e o bloqueio beta é administrado se a mulher estiver clinicamente hipertireóidea.[51]Pereira JV, Lim T. Hyperthyroidism in gestational trophoblastic disease - a literature review. Thyroid Res. 2021 Jan 14;14(1):1. https://thyroidresearchjournal.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13044-021-00092-3 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33446242?tool=bestpractice.com Após o colo do útero ser delicadamente dilatado de forma mecânica com dilatadores Pratt cônicos, a oxitocina por via intravenosa pode ser administrada a fim de facilitar a involução do útero. Uma cânula de sucção é avançada delicadamente para o fundo do útero e girada enquanto a sucção mecânica é aplicada.
A curetagem uterina com cureta afiada não é recomendada devido ao risco de perfuração uterina e aos desfechos equivalentes aos do método de sucção.[53]Padrón L, Rezende Filho J, Amim Junior J, et al. Manual compared with electric vacuum aspiration for treatment of molar pregnancy. Obstet Gynecol. 2018 Apr;131(4):652-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29528932?tool=bestpractice.com
cuidados de suporte
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Mulheres com molas hidatiformes não evacuadas geralmente precisam de estabilização das comorbidades associadas (por exemplo, desconforto respiratório, pré-eclâmpsia/eclâmpsia, hipertireoidismo ou anemia grave) antes do tratamento definitivo.
É adequado usar um cateter intravenoso de grande calibre em mulheres com aumento uterino >14 semanas de tamanho gestacional, prevendo a necessidade de administrar com rapidez fluidoterapia intravenosa e hemoderivados no momento do procedimento de esvaziamento uterino.
Ocitócicos ou outros meios de indução do trabalho de parto não devem ser administrados antes da dilatação cervical intraoperatória.
Antibióticos profiláticos não são considerados obrigatórios e são reservados para casos em que há preocupação clínica quanto a produtos de concepção infectados.
Meias de compressão sequencial como modalidade única são consideradas adequadas como profilaxia para tromboembolismo venoso.
A insuficiência cardíaca de alto débito pode ser secundária ao hipertireoidismo ou tempestade tireoidiana, pré-eclâmpsia grave, hipertensão gestacional, edema pulmonar e, menos comumente, anemia.[50]Soper JT. Gestational trophoblastic disease: current evaluation and management. Obstet Gynecol. 2021 Feb 1;137(2):355-70. https://journals.lww.com/greenjournal/fulltext/2021/02000/gestational_trophoblastic_disease__current.22.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33416290?tool=bestpractice.com Essa afecção é geralmente autolimitada e remite ao longo do tempo após a remoção completa da gravidez molar. Deve ser tratada com cuidados de suporte, incluindo ventilação mecânica adequada para minimizar o barotrauma e o monitoramento hemodinâmico central.
reposição de fluidos associada a antiemético e/ou antagonista H2
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os objetivos do tratamento de uma mulher com gravidez molar complicada por hiperêmese envolvem o controle dos sintomas de êmese com um antiemético e/ou antagonista H2 e hidratação intravenosa com reposição eletrolítica, enquanto avança para a remoção imediata da mola hidatiforme. A hiperêmese associada a uma gravidez molar remite imediatamente após a remoção, mais ou menos em paralelo com a queda dos níveis de hCG. A mola hidatiforme completa, por ser acompanhada por níveis significativamente mais altos de hCG, tem maior probabilidade de ser associada a esses sintomas que a mola hidatiforme parcial.[23]Berkowitz RS, Goldstein DP. Chorionic tumors. N Engl J Med. 1996 Dec 5;335(23):1740-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8929267?tool=bestpractice.com [24]Braga A, Moraes V, Maestá I, et al. Changing trends in the clinical presentation and management of complete hydatidiform mole among Brazilian women. Int J Gynecol Cancer. 2016 Jun;26(5):984-90. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26905335?tool=bestpractice.com [25]Sun SY, Melamed A, Goldstein DP, et al. Changing presentation of complete hydatidiform mole at the New England Trophoblastic Disease Center over the past three decades: does early diagnosis alter risk for gestational trophoblastic neoplasia? Gynecol Oncol. 2015 Jul;138(1):46-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25969351?tool=bestpractice.com [26]Ramos MM, Maesta I, de Araújo Costa RA, et al. Clinical characteristics and thyroid function in complete hydatidiform mole complicated by hyperthyroidism. Gynecol Oncol. 2022 Apr;165(1):137-42. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35153074?tool=bestpractice.com
A metoclopramida somente deve ser usada por até 5 dias para minimizar o risco de efeitos neurológicos adversos ou outros efeitos adversos.[65]European Medicines Agency. European Medicines Agency recommends changes to the use of metoclopramide. Jul 2013 [internet publication]. http://www.ema.europa.eu/docs/en_GB/document_library/Press_release/2013/07/WC500146614.pdf
Opções primárias
metoclopramida: 5-10 mg por via intravenosa/intramuscular a cada 8 horas quando necessário por um máximo de 5 dias, máximo de 30 mg/dia
ou
proclorperazina retal: 25 mg duas vezes ao dia quando necessário
Opções secundárias
ondansetrona: 4 mg por via intravenosa/oral a cada 8 horas quando necessário
ou
famotidina: 20 mg por via intravenosa a cada 12 horas
hemoderivados e cessação do sangramento
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Mulheres com anemia grave ou instabilidade hemodinâmica necessitam de transfusão antes do tratamento.
Se ocorrer hemorragia aguda antes ou durante o tratamento cirúrgico, o procedimento deve ser concluído imediatamente, e o benefício da infusão de oxitócicos deve ser considerado, em relação ao risco de embolização e disseminação de tecido trofoblástico pelo sistema venoso.[34]Tidy, J, Seckl, M, Hancock, BW, on behalf of the Royal College of Obstetricians and Gynaecologists. Management of gestational trophoblastic disease. BJOG 2021;128: e1-e27. https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/1471-0528.16266 O uso de agentes oxitócicos ou metilergometrina controlará o sangramento após o manejo cirúrgico na maioria das mulheres.[34]Tidy, J, Seckl, M, Hancock, BW, on behalf of the Royal College of Obstetricians and Gynaecologists. Management of gestational trophoblastic disease. BJOG 2021;128: e1-e27. https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/1471-0528.16266 As prostaglandinas podem ser consideradas se for observado sangramento agudo durante ou após o esvaziamento uterino.
Raramente, a mulher necessitará de um segundo esvaziamento por sucção para controlar a hemorragia sintomática após o esvaziamento molar inicial.[34]Tidy, J, Seckl, M, Hancock, BW, on behalf of the Royal College of Obstetricians and Gynaecologists. Management of gestational trophoblastic disease. BJOG 2021;128: e1-e27. https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/1471-0528.16266
Em mulheres com diagnóstico estabelecido de NTG pós-molar, a quimioterapia geralmente controlará o sangramento.
Muito raramente, mulheres com níveis normais de hCG desenvolvem sangramento tardio após o esvaziamento molar.
A ultrassonografia pélvica transvaginal com Doppler ou a ressonância nuclear magnética com contraste do útero podem ser úteis para descartar malformação arteriovenosa uterina pós-molar.
Medroxiprogesterona e ácido tranexâmico de depósito, embolização seletiva, ressecção e reparo em cunha do miométrio ou histerectomia podem ser necessárias.[58]Braga A, Lima L, Parente RCM, et al. Management of symptomatic uterine arteriovenous malformations after gestational trophoblastic disease: the Brazilian experience and possible role for depot medroxyprogesterone acetate and tranexamic acid treatment. J Reprod Med. 2018; 63: 228-39. https://observatorio.fm.usp.br/handle/OPI/29673?locale=pt_BR
Opções primárias
oxitocina: 10 unidades por via intramuscular em dose única; ou 10-40 unidades em infusão intravenosa a uma taxa que controle a atonia uterina
Opções secundárias
metilergometrina: 0.2 mg por via oral três a quatro vezes ao dia por até 7 dias; ou 0.2 mg por via intramuscular a cada 2-4 horas conforme necessário
betabloqueador ± carbimazol
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A tireotoxicose na gravidez molar é tipicamente autolimitada e mais bem tratada com cuidados de suporte.
Os betabloqueadores devem ser administrados com a indução da anestesia, no momento do manejo cirúrgico, se a mulher estiver clinicamente hipertireóidea. Carbimazol pode ser adicionado, caso seja necessária uma resposta clínica mais rápida ou caso haja uma tempestade tireotóxica.[51]Pereira JV, Lim T. Hyperthyroidism in gestational trophoblastic disease - a literature review. Thyroid Res. 2021 Jan 14;14(1):1. https://thyroidresearchjournal.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13044-021-00092-3 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33446242?tool=bestpractice.com
Opções primárias
propranolol: 60-80 mg por via oral (liberação imediata) a cada 4-6 horas
ou
propranolol: 60-80 mg por via oral (liberação imediata) a cada 4-6 horas
e
carbimazol: 15-40 mg por via oral diariamente, até que a paciente se torne eutireoidiana, seguidos por 5-15 mg ao dia
anti-hipertensivos
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A terapia anti-hipertensiva deve ser iniciada se a PA sistólica estiver persistentemente entre 140 e 159 mmHg e/ou a PA diastólica persistentemente entre 90 e 109 mmHg, ou se houver hipertensão grave (PA sistólica ≥160 mmHg e/ou PA diastólica ≥110 mmHg).[59]American College of Obstetricians and Gynecologists. ACOG practice bulletin no. 222: gestational hypertension and preeclampsia. Jun 2020 [internet publication]. https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2020/06/gestational-hypertension-and-preeclampsia [60]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. 25 Jun 2019 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
Opções primárias
labetalol: 100 mg por via oral duas vezes ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, dose habitual 100-400 mg duas vezes ao dia, máximo de 2400 mg/dia
ou
nifedipino: 30-60 mg por via oral (liberação prolongada) uma vez ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 90-120 mg/dia (dependendo da marca)
ou
metildopa: 250 mg por via oral duas a três vezes ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, dose habitual 250-1000 mg/dia administrados em 2-4 doses fracionadas, máximo de 3000 mg/dia
sulfato de magnésio
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Nos EUA, o sulfato de magnésio é recomendado para todas as mulheres com pré-eclâmpsia grave.[59]American College of Obstetricians and Gynecologists. ACOG practice bulletin no. 222: gestational hypertension and preeclampsia. Jun 2020 [internet publication]. https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2020/06/gestational-hypertension-and-preeclampsia Em outros países, incluindo o Reino Unido, recomenda-se uma abordagem mais específica, permitindo que o médico tome decisões individuais baseadas nos fatores de risco específicos da mulher (por exemplo, presença de hipertensão não controlada ou deterioração da condição materna).[60]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. 25 Jun 2019 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng133 As convulsões refletem a progressão para eclâmpsia e são tratadas e prevenidas com sulfato de magnésio. A Food and Drug Administration (FDA) e a Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency (MHRA) do Reino Unido recomendam que a administração materna de sulfato de magnésio não dure mais de 5-7 dias durante a gestação em decorrência do risco de efeitos adversos esqueléticos, hipercalcemia e hipermagnesemia no neonato.[61]Medicines and Healthcare products Regulatory Agency. Magnesium sulfate: risk of skeletal adverse effects in the neonate following prolonged or repeated use in pregnancy. May 2019 [internet publication]. https://www.gov.uk/drug-safety-update/magnesium-sulfate-risk-of-skeletal-adverse-effects-in-the-neonate-following-prolonged-or-repeated-use-in-pregnancy [62]Food and Drug Administration. Drug Safety Communication: FDA recommends against prolonged use of magnesium sulfate to stop pre-term labor due to bone changes in exposed babies. May 2013 [internet publication]. https://www.fda.gov/media/85971/download Apesar da recomendação, o sulfato de magnésio geralmente só é usado por 24-48 horas na prática clínica.
Opções primárias
sulfato de magnésio: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
Mais sulfato de magnésioA dose depende da indicação, via de administração e diretrizes locais. Os regimes de altas doses podem ser recomendados para o tratamento da eclâmpsia em alguns países, como os EUA, enquanto os regimes de baixas doses podem ser recomendados em outros países. Consulte o formulário de medicamentos ou as diretrizes locais para obter mais orientações.
manejo do cisto
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Cistos teca-luteínicos resultam da estimulação dos ovários pela hCG e podem se apresentar como massas pélvicas ou abdominais, dor ou torção ovariana. A presença de cistos teca-luteínicos não obriga necessariamente a remoção ovariana, pois os cistos são uma resposta à exposição ovariana a níveis elevados de hCG ou à hipersensibilidade dos ovários à hCG. Geralmente, eles involuem com o tempo, após o manejo cirúrgico da gravidez molar, e podem ser drenados ou, excepcionalmente, removidos, caso seja confirmada a torção ovariana com necrose.[50]Soper JT. Gestational trophoblastic disease: current evaluation and management. Obstet Gynecol. 2021 Feb 1;137(2):355-70. https://journals.lww.com/greenjournal/fulltext/2021/02000/gestational_trophoblastic_disease__current.22.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33416290?tool=bestpractice.com
após o manejo inicial: alto risco de neoplasia trofoblástica gestacional com conclusão do acompanhamento improvável
quimioterapia profilática
A quimioprofilaxia é administrada apenas após o esvaziamento uterino de uma mola hidatiforme e da avaliação dos fatores de risco clínicos e sociais. Uma avaliação de risco clínico é usada para identificar mulheres de baixo ou alto risco de desenvolvimento de NTG pós-molar.[4]Ngan HYS, Seckl MJ, Berkowitz RS, et al. Diagnosis and management of gestational trophoblastic disease: 2021 update. Int J Gynaecol Obstet. 2021 Oct;155 Suppl 1(suppl 1):86-93. https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ijgo.13877 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34669197?tool=bestpractice.com
Em mulheres que apresentam alto risco de desenvolver NTG (por exemplo, idade materna >40 anos, mulheres com mola hidatiforme completa ou níveis de hCG >100,000 mUI/mL) e naquelas para as quais o monitoramento da hCG não está disponível ou provavelmente não será seguido, pode ser possível reduzir o risco de NTG administrando quimioprofilaxia com metotrexato ou dactinomicina.[4]Ngan HYS, Seckl MJ, Berkowitz RS, et al. Diagnosis and management of gestational trophoblastic disease: 2021 update. Int J Gynaecol Obstet. 2021 Oct;155 Suppl 1(suppl 1):86-93. https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ijgo.13877 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34669197?tool=bestpractice.com [64]Wang Q, Fu J, Hu L, et al. Prophylactic chemotherapy for hydatidiform mole to prevent gestational trophoblastic neoplasia. Cochrane Database Syst Rev. 2017 Sep 11;(9):CD007289. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD007289.pub3/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28892119?tool=bestpractice.com
Opções primárias
metotrexato: consulte o protocolo local da especialidade para orientação quanto à dosagem
ou
dactinomicina: consulte o protocolo local da especialidade para orientação quanto à dosagem
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