Considerações de urgência
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Apoplexia hipofisária
Uma síndrome rara causada por infarto ou hemorragia (com ou sem infarto) de um adenoma hipofisário preexistente, na maioria dos casos. A massa resultante se expande rapidamente e comprime estruturas vizinhas. A incidência máxima da apoplexia hipofisária ocorre na quinta década de vida, embora possa afetar todas as faixas etárias. Ocorre mais comumente em pacientes com grandes macroadenomas, mas pode ocorrer em tumores de qualquer tamanho ou outras lesões (por exemplo, cisto da fenda de Rathke, tuberculoma selar, hipofisite, abscesso hipofisário ou craniofaringioma).[29] A apoplexia hipofisária também pode ocorrer no tecido hipofisário normal, durante o período peri ou pós-parto, como consequência do choque hipovolêmico (síndrome de Sheehan).[29]
Em aproximadamente 80% dos casos, a apoplexia hipofisária é o sintoma manifesto de um tumor não diagnosticado, particularmente um macroadenoma não funcional.[33]
Em geral, a apoplexia hipofisária manifesta-se com início súbito de cefaleia, perda da visão, náuseas e vômitos, paralisias de nervos cranianos, hemiparesia e comprometimento da função hipofisária. Se a hemorragia acontecer no espaço subaracnoide, a apoplexia hipofisária pode ser acompanhada de irritação meníngea, rigidez da nuca e fotofobia. Hipotensão grave e choque devido à deficiência adrenal secundária (em consequência da deficiência do hormônio adrenocorticotrófico) podem ocorrer.
A terapia de suporte com fluidoterapia intravenosa e corticosteroides (dexametasona, 2-16 mg/dia) resulta em melhora clínica em muitos pacientes. A descompressão cirúrgica transesfenoidal do tumor pode ser realizada dentro de 24 a 48 horas da manifestação, nos casos em que o tratamento conservador não obtém sucesso ou na presença de perda progressiva da visão e/ou de neuropatia craniana. É necessário acompanhamento em longo prazo para tratamento de qualquer tumor residual e/ou disfunção hipofisária.[34]
Compressão aguda do quiasma
Em qualquer paciente com massa hipofisária e evidência de compressão aguda do quiasma (alteração súbita do campo visual, paralisia oculomotora), deve-se considerar a descompressão cirúrgica transesfenoidal imediata com fluidoterapia intravenosa e corticosteroides, se houver suspeita de insuficiência adeno-hipofisária. Nos pacientes com prolactinoma grande, a bromocriptina pode ser tentada antes da cirurgia.
Insuficiência adrenal secundária
Qualquer paciente com massa hipofisária, ou em que se possa supor haver insuficiência adeno-hipofisária, pode apresentar insuficiência adrenal secundária. Os pacientes com suspeita de insuficiência e/ou crise adrenal devem receber corticosteroides e fluidoterapia intravenosa (para corrigir hipotensão e desidratação); quando necessário, deve-se administrar glicose para corrigir hipoglicemia.
Abscesso hipofisário
Deve ser considerado como uma possibilidade nos pacientes com febre, cefaleia, meningismo e adenoma hipofisário já conhecido. O tratamento preferido é a drenagem cirúrgica por meio de abordagem transesfenoidal, com antibioticoterapia intravenosa e reposição de corticosteroides se houver suspeita de insuficiência adeno-hipofisária.
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