Não existe uma terapia padrão para a pitiríase liquenoide e há evidências mínimas de alta qualidade para as diferentes opções de tratamento.[1]Khachemoune A, Blyumin ML. Pityriasis lichenoides: pathophysiology, classification, and treatment review. Am J Clin Dermatol. 2007;8(1):29-36.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17298104?tool=bestpractice.com
[24]Bellinato F, Maurelli M, Gisondi P, et al. A systematic review of treatments for pityriasis lichenoides. J Eur Acad Dermatol Venereol. 2019 Nov;33(11):2039-49.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31318465?tool=bestpractice.com
A melhor abordagem para o tratamento da pitiríase liquenoide se dá por terapia combinada: uso de corticosteroides, tacrolimo, fototerapia, antimicrobianos ou terapia sistêmica (na doença recalcitrante).
O tratamento inicial para a maioria dos casos de pitiríase liquenoide consiste na abordagem tópica com corticosteroides ou imunomodulador tópico.[4]Bowers S, Warshaw EM. Pityriasis lichenoides and its subtypes. J Am Acad Dermatol. 2006 Oct;55(4):557-72; quiz 573-6.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17010734?tool=bestpractice.com
Devido à eficácia documentada da fototerapia com luz ultravioleta (UV), uma revisão sistemática sugere que a fototerapia com luz ultravioleta B (UVB) de banda estreita pode ser considerada como terapia de primeira linha.[24]Bellinato F, Maurelli M, Gisondi P, et al. A systematic review of treatments for pityriasis lichenoides. J Eur Acad Dermatol Venereol. 2019 Nov;33(11):2039-49.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31318465?tool=bestpractice.com
Se o médico suspeitar que o medicamento é um potencial causador de pitiríase liquenoide, a descontinuação desse medicamento é uma solução lógica.
Corticosteroides tópicos, imunomoduladores e anti-histamínicos orais
A aplicação tópica de corticosteroides ou imunomoduladores, como tacrolimo, é útil para aliviar pruridos ou inflamação agudos. Emolientes cutâneos gerais podem ser úteis para xerose ocasional. Anti-histamínicos orais podem ser tentados como complemento para reduzir os sintomas de prurido e queimação.[1]Khachemoune A, Blyumin ML. Pityriasis lichenoides: pathophysiology, classification, and treatment review. Am J Clin Dermatol. 2007;8(1):29-36.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17298104?tool=bestpractice.com
No entanto, alguns especialistas acreditam que não são eficazes. A cetirizina é um antagonista H1 minimamente sedativo de segunda geração que pode ser administrado a adultos e crianças.
O tratamento em questão não altera a evolução dessa doença cutânea.[1]Khachemoune A, Blyumin ML. Pityriasis lichenoides: pathophysiology, classification, and treatment review. Am J Clin Dermatol. 2007;8(1):29-36.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17298104?tool=bestpractice.com
Fototerapia
A fototerapia é considerada uma opção de tratamento efetiva para pitiríase liquenoide.[1]Khachemoune A, Blyumin ML. Pityriasis lichenoides: pathophysiology, classification, and treatment review. Am J Clin Dermatol. 2007;8(1):29-36.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17298104?tool=bestpractice.com
[25]Jung F, Sibbald C, Bohdanowicz M, et al. Systematic review of the efficacies and adverse effects of treatments for pityriasis lichenoides. Br J Dermatol. 2020 Dec;183(6):1026-32.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32112390?tool=bestpractice.com
[26]Goulden V, Ling TC, Babakinejad P, et al. British Association of Dermatologists and British Photodermatology Group guidelines for narrowband ultraviolet B phototherapy 2022. Br J Dermatol. 2022 Sep;187(3):295-308.
https://academic.oup.com/bjd/article/187/3/295/6966564
Pode ser usado se não houver resposta ao tratamento de primeira linha. É utilizada em vários métodos, inclusive UVB de banda larga, UVB de banda estreita, psoraleno e UVA (PUVA) e UVA1. A fototerapia, sobretudo a UVB de banda estreita, demonstrou excepcional valor terapêutico, tolerância e segurança.[4]Bowers S, Warshaw EM. Pityriasis lichenoides and its subtypes. J Am Acad Dermatol. 2006 Oct;55(4):557-72; quiz 573-6.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17010734?tool=bestpractice.com
O mecanismo de ação de fototerapia para pitiríase liquenoide é desconhecido. É provável que os efeitos imunomoduladores da radiação ultravioleta desempenhem importante função no alívio dessa doença cutânea. Em virtude da variabilidade relatada, é difícil escolher o método mais apropriado de fototerapia para pitiríase liquenoide. A UVB de faixa estreita é a terapia de primeira escolha na prática clínica.[25]Jung F, Sibbald C, Bohdanowicz M, et al. Systematic review of the efficacies and adverse effects of treatments for pityriasis lichenoides. Br J Dermatol. 2020 Dec;183(6):1026-32.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32112390?tool=bestpractice.com
[27]Pavlotsky F, Baum S, Barzilai A, et al. UVB therapy of pityriasis lichenoides-our experience with 29 patients. J Eur Acad Dermatol Venereol. 2006 May;20(5):542-7.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16684281?tool=bestpractice.com
Terapêutica antimicrobiana
Se o fator desencadeante suspeito for um patógeno infeccioso conhecido, a terapêutica antimicrobiana direcionada a esse patógeno é o tratamento de primeira escolha ideal. Alguns estudos dão suporte ao uso de antimicrobianos independentemente do fator desencadeante.[25]Jung F, Sibbald C, Bohdanowicz M, et al. Systematic review of the efficacies and adverse effects of treatments for pityriasis lichenoides. Br J Dermatol. 2020 Dec;183(6):1026-32.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32112390?tool=bestpractice.com
Antimicrobianos, como tetraciclina, doxiciclina e eritromicina, demonstraram utilidade na pitiríase liquenoide.[1]Khachemoune A, Blyumin ML. Pityriasis lichenoides: pathophysiology, classification, and treatment review. Am J Clin Dermatol. 2007;8(1):29-36.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17298104?tool=bestpractice.com
[4]Bowers S, Warshaw EM. Pityriasis lichenoides and its subtypes. J Am Acad Dermatol. 2006 Oct;55(4):557-72; quiz 573-6.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17010734?tool=bestpractice.com
Estes agentes podem ser especialmente vantajosos na pitiríase liquenoide devido às suas propriedades anti-inflamatórias.[4]Bowers S, Warshaw EM. Pityriasis lichenoides and its subtypes. J Am Acad Dermatol. 2006 Oct;55(4):557-72; quiz 573-6.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17010734?tool=bestpractice.com
A azitromicina é outra opção antimicrobiana; um estudo revelou que a azitromicina era comparável à UVB de banda estreita em termos de eficácia do tratamento entre pacientes com pitiríase liquenoide crônica.[6]Elbendary A, Youssef R, Abdel-Halim MRE, et al. Role of streptococcal infection in the etiopathogenesis of pityriasis lichenoides chronica and the therapeutic efficacy of azithromycin: a randomized controlled trial. Arch Dermatol Res. 2023 Apr;315(3):521-30.
https://link.springer.com/article/10.1007/s00403-022-02398-0
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36129521?tool=bestpractice.com
Para evitar recorrências da doença, aconselha-se a redução gradual desses antibióticos. A eritromicina é uma escolha melhor no caso da população pediátrica, em virtude dos possíveis efeitos colaterais dentários associados à tetraciclina.
Doença grave e resistente a tratamento
A doença grave inclui pacientes com lesões que variam de médias a grandes, lesões pruriginosas e dolorosas e aquelas associadas a sintomas constitucionais. Pacientes com doenças graves devem ser examinados por um dermatologista e tratados com medicamentos sistêmicos como corticosteroides, metotrexato, ergocalciferol, pentoxifilina, tiabendazol, dapsona, imunoglobulina e retinoides.[1]Khachemoune A, Blyumin ML. Pityriasis lichenoides: pathophysiology, classification, and treatment review. Am J Clin Dermatol. 2007;8(1):29-36.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17298104?tool=bestpractice.com
[4]Bowers S, Warshaw EM. Pityriasis lichenoides and its subtypes. J Am Acad Dermatol. 2006 Oct;55(4):557-72; quiz 573-6.
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[28]Pyrpasopoulou A, Athyros VG, Karagiannis A, et al. Intravenous immunoglobulins: a valuable asset in the treatment of a case of septic febrile ulceronecrotic Mucha-Habermann disease. Dermatology. 2007;215(2):164-5.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17684382?tool=bestpractice.com
Os corticosteroides sistêmicos devem ser considerados no tratamento da pitiríase liquenoide com ciclo implacável e crônico, bem como com sintomas constitucionais concomitantes, como febre, artrite e mialgias. A maioria destes agentes imunossupressores sistêmicos não são adequados para a população pediátrica com pitiríase liquenoide predominantemente pediátrica, pelo que deve ser implementada vigilância adequada nas raras ocasiões em que estes medicamentos são administrados.
A terapia imunossupressora em altas doses com cuidados intensivos e de suporte é necessária para controlar a variante doença ulceronecrótica febril de Mucha-Habermann. Há poucos relatos de tratamento efetivo dessa variante com uma combinação de metotrexato e corticosteroide em altas doses e ciclosporina.[4]Bowers S, Warshaw EM. Pityriasis lichenoides and its subtypes. J Am Acad Dermatol. 2006 Oct;55(4):557-72; quiz 573-6.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17010734?tool=bestpractice.com
[22]Kim HS, Yu DS, Kim JW. A case of febrile ulceronecrotic Mucha-Habermann's disease successfully treated with oral cyclosporine. JEADV. 2007 Feb;21(2):272-3.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17243979?tool=bestpractice.com
[25]Jung F, Sibbald C, Bohdanowicz M, et al. Systematic review of the efficacies and adverse effects of treatments for pityriasis lichenoides. Br J Dermatol. 2020 Dec;183(6):1026-32.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32112390?tool=bestpractice.com
A pitiríase liquenoide tipo doença ulceronecrótica febril de Mucha-Habermann fulminante deve ser tratada como emergência dermatológica porque geralmente requer cuidados hospitalares agudos e monitoramento em uma unidade de terapia intensiva ou de queimaduras, com tratamento de feridas adequado para lesões necróticas da pele.