Caso clínico
Caso clínico #1
Uma menina de 6 anos de idade é trazida ao pediatra para uma consulta de rotina. Ela se sente bem e nunca apresentou dor torácica, palpitações ou síncope. Ela participa ativamente de aulas de dança e relatou conseguir acompanhar suas colegas. Não há história familiar de defeitos cardíacos congênitos. Ela tem aparência saudável, sem sofrimento aparente. Seu impulso ventricular esquerdo é normal e há uma sutil impulsão do ventrículo direito. Há amplo desdobramento da segunda bulha cardíaca, sem variação com a respiração. Ela tem um leve sopro sistólico de ejeção de 1-2/6 auscultado melhor ao longo da borda esternal superior esquerda. O restante do seu exame físico está normal.
Caso clínico #2
Uma mulher de 45 anos de idade busca tratamento para suas frequentes palpitações. A paciente passou bem ao longo das suas 2 primeiras décadas de vida. Por volta dos 25 anos, ela observou que passou a sentir uma ligeira dispneia com esforço físico. Ela recentemente esteve no pronto-socorro do hospital por duas vezes apresentando taquiarritmias atriais. Sua impulsão ventricular esquerda está normal. A impulsão do ventrículo direito é 2+. Ela tem um sopro sistólico de ejeção de 2/6 na borda esternal superior esquerda. O sopro irradia para o seu dorso. O restante do seu exame físico está normal.
Outras apresentações
O quadro clínico depende da idade do paciente e da extensão do shunt esquerda-direita. As crianças podem estar completamente assintomáticas. Ocasionalmente os pacientes com comunicações interatriais apresentam sintomas de insuficiência cardíaca e retardo do crescimento na primeira infância, particularmente os nascidos prematuramente. Esse quadro é mais comum se o paciente tiver uma fonte adicional de fluxo sanguíneo pulmonar, como persistência do canal arterial, ou em associação com uma drenagem venosa pulmonar anômala parcial.
Os pacientes adultos com comunicação interatrial não tratada costumam apresentar insuficiência cardíaca, arritmias atriais, insuficiência ventricular direita, embolização paradoxal, abscesso cerebral ou doença vascular pulmonar obstrutiva. Os adultos geralmente não desenvolvem insuficiência cardíaca até a quinta década de vida. Os pacientes com defeitos do tipo seio venoso são mais propensos a desenvolverem insuficiência cardíaca. A incidência de arritmias atriais aumenta com a idade, especialmente entre a quinta e sétima décadas de vida.[8]
A doença vascular pulmonar obstrutiva se desenvolve em 5% a 10% dos pacientes e é mais comum em mulheres.[9] As manifestações clínicas da hipertensão pulmonar normalmente são inespecíficas, e costumam incluir dispneia; a síncope é incomum. O exame físico pode incluir uma segunda bulha cardíaca alta com desdobramento e sopro de regurgitação tricúspide.[10] Alguns pacientes desenvolvem um shunt direita-esquerda irreversível (fisiologia de Eisenmenger). A maioria das mulheres com comunicações interatriais geralmente tolera bem a gestação, inclusive aquelas com um shunt esquerda-direita considerável. No entanto, as pacientes que tiverem desenvolvido doença vascular pulmonar obstrutiva não toleram bem a gestação. A hipertensão arterial pulmonar idiopática pode coexistir com um defeito do septo atrial. A estenose da veia pulmonar deve ser descartada nos casos de hipertensão pulmonar associada.
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