Etiologia

Os cistos de Bartholin surgem no sistema de ductos da glândula de Bartholin e, geralmente, são resultado da oclusão do ducto principal do vestíbulo. Acredita-se que as glândulas apresentem uma função lubrificante durante a relação sexual e um efeito hidratante nas superfícies da vulva.

Embora a obstrução do ducto seja um fator etiológico essencial, a causa da obstrução é geralmente obscura.[6] Ela pode decorrer de muco ou trauma ou de infecção e edema comprimindo o ducto.[12]

O tamanho do cisto depende do acúmulo das secreções na glândula e é exemplificado pelo rápido aumento durante a atividade sexual e encolhimento ou estabilidade do tamanho do cisto em mulheres com atividade sexual diminuída. Geralmente, é identificado quando o cisto tem de 1 a 4 cm de diâmetro.

Um cisto de Bartholin prévio aumenta o risco de outro cisto, principalmente se o tratamento anterior foi incompleto. O tratamento anterior pode causar cicatrização e estenose da abertura do ducto.

Um abscesso de Bartholin resulta, com mais frequência, de infecção polimicrobiana do fluido do cisto, em vez de infecção primária da glândula ou do ducto. Um mecanismo de entrada proposto é infecção ascendente por meio de uma abertura estenótica pequena demais para permitir a emissão da secreção mucosa espessa da glândula de Bartholin.[6] Embora as culturas possam revelar ausência de crescimento ou presença de um "abscesso estéril", as infecções tendem a ser polimicrobianas com membros anaeróbios, facultativos e aeróbios da flora vaginal.[1][13][14] Um estudo que envolveu 219 mulheres revelou que 38.2% dos abscessos da glândula de Bartholin são estéreis, enquanto 61.8% têm cultura positiva, sendo o patógeno mais comum a Escherichia coli, seguida por infecções polimicrobianas, Staphylococcus aureus, estreptococos do grupo B e espécies de Enterococcus. Foram identificados três casos de cepas de E coli que produziam beta-lactamase de espectro estendido.[15] Raramente, o cisto ou o abscesso de Bartholin ocorre após episiotomia, trauma ou cirurgia vulvovaginal. Os isolados comuns dos abscessos da glândula de Bartholin são:[13][14]

  • Staphylococcus aureus

  • Staphylococcus epidermidis

  • Streptococcus faecalis

  • Estreptococos do grupo B

  • Espécies de Enterococcus

  • Escherichia coli

  • Pseudomonas aeruginosa

  • Bacteroides fragilis

  • Clostridium perfringens

  • Espécies de Peptostreptococcus

  • Espécies de Fusobacterium

  • Coliformes

  • Neisseria gonorrhoeae

  • Chlamydia trachomatis.

Fisiopatologia

As glândulas de Bartholin pareadas estão localizadas na parte profunda do compartimento perineal, entre a fáscia profunda e superficial do diafragma urogenital e imediatamente posterior aos bulbos vestibulares.[16] Os ductos atravessam o tecido conjuntivo frouxo do compartimento superficial para sair no vestíbulo distal ao hímen nas posições de 150 e 210 graus.[10][12]

O diagnóstico de cisto de Bartholin é feito com base na aparência clínica, mas a distinção entre os cistos do ducto e da glândula só pode ser feita com base na histopatologia e é mais uma questão teórica que clínica. O ducto é revestido por epitélio transicional, enquanto o revestimento do ácino da glândula é uma única camada de epitélio colunar ou cuboide.[10]

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