Caso clínico

Caso clínico

Um menino de 12 anos com história perinatal e de desenvolvimento normais apresentou o início de um piscar repetido dos olhos aos 8 anos de idade. Aos 10 anos, ele desenvolveu tiques faciais leves (espasmos da boca e do nariz) que variavam em frequência e em intensidade. Esses sintomas se agravaram ao longo do tempo, mas não interferiram em nenhuma de suas atividades ou função global. Quando sua voz começou a mudar, ele desenvolveu um leve pigarro e "guinchos". Desde que começou a frequentar uma escola nova, seus tiques aumentaram e agora consistem em rotações do pescoço e convergência dos olhos. Além disso, quando assiste à TV, ele sente a urgência de estender as mãos em direção à tela para "chegar o mais perto possível da televisão sem tocá-la". Todos esses movimentos são precedidos por uma urgência de realizá-los, seguida por um sentimento posterior de alívio. Os movimentos desaparecem quando ele joga videogames, mas quando ele está relaxado após a escola, os tiques podem retornar "em um turbilhão". Ele não apresenta nenhum comportamento ritualístico.

Outras apresentações

Na extremidade mais grave do espectro, os pacientes com ST podem manifestar sintomas comportamentais e psiquiátricos significativos, como comportamento desafiador de oposição, ansiedade e sintomas depressivos e tiques e compulsões incapacitantes. Pode ocorrer comportamento autolesivo, tornando necessárias as visitas ao pronto-socorro ou a hospitalização. Uma combinação de tiques motores e/ou comportamentos compulsivos intensos pode resultar em lesões, como mielopatia cervical decorrente de tiques repetidos de flexão-extensão da cabeça, descolamentos da retina e autolaceração.[8][9][10] A "ST maligna", termo que tem sido usado para descrever essa apresentação, parece ocorrer em 5% dos casos e tende a ser refratária a medicações padrão.[11]

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