Abordagem

A antibioticoterapia com agentes ativos contra Francisella tularensis é o pilar de tratamento em todos os pacientes, independentemente da manifestação clínica. A drenagem cirúrgica dos linfonodos aumentados também pode ser necessária. Práticas de isolamento padrão devem ser seguidas.

A hospitalização e a administração de antibióticos parenterais são necessárias para pacientes com suspeita de tularemia com síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SRIS), com bacteremia ou com as formas pneumônica/tifoide.

Antibioticoterapia

O padrão ouro para a terapia é um aminoglicosídeo. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA recomendam gentamicina como medicamento de primeira escolha com base na experiência e na eficácia, particularmente para casos graves.[16]​ A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a gentamicina como medicamento de primeira escolha, por ser mais amplamente disponível, sendo a estreptomicina uma alternativa se disponível.[18]​ A escolha do agente, em última análise, depende das orientações locais e da disponibilidade desses medicamentos.

As fluoroquinolonas (por exemplo, o ciprofloxacino) parecem ser efetivas nos casos mais leves de tularemia, embora a experiência no seu uso seja limitada. O CDC recomenda o ciprofloxacino como agente adequado para casos não graves de tularemia.[16][21]

A terapia parenteral com um aminoglicosídeo deve ser administrada em qualquer paciente considerado com uma infecção grave o suficiente para precisar de hospitalização. A terapia oral com fluoroquinolona é aconselhada somente para tratamento ambulatorial de casos mais leves.[1]​​[6]

As tetraciclinas e o cloranfenicol são apenas bacteriostáticos, e já ocorreram recidivas após a cessação da terapia. A doxiciclina é uma opção de agente secundário em relação a uma fluoroquinolona ou aminoglicosídeo. No entanto, o CDC recomenda a doxiciclina como agente adequado para casos não graves de tularemia.[16]​ O cloranfenicol não é mais recomendado devido ao seu perfil de efeitos adversos.

Recomenda-se um ciclo de, pelo menos, 10 dias de tratamento para os aminoglicosídeos. Deve-se administrar o ciprofloxacino por 10-14 dias. As tetraciclinas são bacteriostáticas, sendo necessários ciclos de tratamento mais longos, de 14-21 dias. Em infecções mais graves, o período de tratamento pode ser mais longo e depende da resposta clínica.[16][18] A recidiva pode ocorrer e deve ser tratada com uma terapia adicional de 7 a 14 dias.

Embora haja pouca experiência para fornecer orientação, a meningite tularêmica deve ser tratada com uma combinação de ciprofloxacino e um aminoglicosídeo. O tratamento deve ser considerado em consulta com um especialista em doenças infecciosas.[16]

Gestantes são tratadas da mesma forma que pacientes não gestantes, pois os benefícios superam os riscos associados ao uso destes medicamentos na gravidez.

As crianças são tratadas da mesma forma que os adultos. Embora ciclos repetidos de tetraciclina tenham sido associados a manchas nos dentes permanentes de crianças pequenas, não há evidências que sugiram que ciclos curtos de doxiciclina causem qualquer tipo de mancha nos dentes ou enfraquecimento do esmalte dentário em crianças <8 anos de idade.[22][23]

Drenagem cirúrgica

A drenagem cirúrgica dos linfonodos aumentados na tularemia ulceroglandular geralmente é necessária para alívio sintomático.[1]

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