Abordagem

O controle do sintoma é o pilar do tratamento. Agentes tópicos, como corticosteroides, alcatrão de hulha, inibidores de calcineurina e antifúngicos são usados para o tratamento.[19][20][21][22] Xampus e preparações para o couro cabeludo são tratamentos apropriados quando a dermatite seborreica (DS) está confinada ao couro cabeludo.[23] Antifúngicos sistêmicos devem ser reservados para casos graves e evitados em lactentes e crianças.[24]

Doença do couro cabeludo

A crosta láctea em lactentes geralmente pode ser tratada com o uso de emolientes, como azeite de oliva tópico. Muitos dos tratamentos estudados para crosta láctea têm evidências de baixa certeza para comparações e desfechos.[25] A terapia de primeira linha para DS do couro cabeludo em adultos e crianças é um xampu ou uma preparação para o couro cabeludo contendo um dos seguintes componentes: ácido salicílico, cetoconazol, sulfeto de selênio, alcatrão de hulha não refinado ou piritiona zíncica.[26][27] O xampu de miconazol parece ser tão eficaz quanto o xampu de cetoconazol para dermatite seborreica do couro cabeludo.[28] Preparações corticosteroides tópicas como fluocinolona ou hidrocortisona devem ser usadas como tratamento de segunda linha em crianças >2 anos de idade e em adultos.[1]​ O uso de xampu com ciclopirox é considerado um tratamento de primeira linha para a dermatite seborreica do couro cabeludo, principalmente na Europa.[23][26] [ Cochrane Clinical Answers logo ]

Doença que não é do couro cabeludo

Corticosteroides tópicos ou antifúngicos tópicos geralmente são usados em adultos para DS que afeta a face e áreas do corpo.[26] Corticosteroides tópicos de baixa potência são benéficos para DS adulta das áreas flexurais ou para DS recalcitrante persistente em lactentes e crianças.

A potência adequada do corticosteroide tópico a ser usado é determinada pela intensidade e pelo local da DS. Os corticosteroides tópicos podem causar atrofia cutânea, estrias, hipopigmentação e telangiectasia, por isso é importante aplicá-los moderadamente e usar uma preparação de baixa potência quando possível. Os corticosteroides tópicos são classificados com base em uma escala de potência de 1 (potência mais alta) a 7 (potência mais baixa). Corticosteroides com potência alta a media (por exemplo, betametasona) são usados em áreas com pele mais espessa (por exemplo, o tronco e couro cabeludo) ou para doença grave. Corticosteroides de baixa potência (por exemplo, desonida, hidrocortisona) devem ser usados para doença leve ou em áreas com pele mais fina (como dobras da pele, pescoço e face ou na pele de lactentes) para evitar atrofia cutânea, telangiectasia, hipopigmentação e estrias.[29]

Um antifúngico azólico tópico, como cetoconazol, pode ser combinado com 2 semanas de corticosteroides tópicos diariamente para DS facial.[30] O cetoconazol pode ser usado como um creme a 2% ou uma preparação em espuma.[31] O creme de sertaconazol a 2% é outra escolha para DS facial.[32] Existem evidências provisórias sobre a eficácia do gel de metronidazol no tratamento de DS facial, com redução semelhante na intensidade dos escores em comparação ao cetoconazol tópico.[33]

Embora os inibidores da calcineurina tópicos sejam menos efetivos que os corticosteroides tópicos, e o uso a longo prazo tenha sido associado a um possível risco de câncer, eles são usados quando há preocupações quanto a atrofia cutânea.[34] Além disso, a pomada de tacrolimo a 0.1% pode ser benéfica se usada duas vezes por semana para manter a DS facial controlada em remissão.[35]

Doença disseminada ou recalcitrante

O tratamento oral com itraconazol ou cetoconazol diariamente por 2 semanas é indicado para doença disseminada ou recalcitrante, embora em geral deva ser evitado em lactentes e crianças.[8][24] Embora os antifúngicos orais sejam considerados uma opção de última linha neste determinado grupo de pacientes, seu uso permanece controverso e raramente é necessário, exceto em formas graves, como casos explosivos de DS observados na AIDS.[36] Raramente os antifúngicos sistêmicos podem causar erupções medicamentosas graves, incluindo síndrome de Stevens-Johnson e necrose epidérmica tóxica. O cetoconazol pode causar lesão hepática grave e insuficiência adrenal. Em julho de 2013, o European Medicines Agency’s Committee on Medicinal Products for Human Use (CHMP) recomendou que o cetoconazol oral não seja usado para o tratamento de infecções fúngicas, pois os benefícios do tratamento não superam mais os riscos. Como consequência disso, o cetoconazol oral pode estar indisponível ou ser restrito em alguns países. Essa recomendação não se aplica a formulações tópicas de cetoconazol.[37][38] A Food and Drug Administration (FDA) dos EUA recomendou que o cetoconazol oral só deve ser usado para infecções fúngicas que representam risco de vida, em casos em que tratamentos alternativos não estão disponíveis ou não são tolerados, e quando os possíveis benefícios do tratamento superam os riscos. Seu uso é contraindicado em pacientes com doença hepática. Se usado, o fígado e a função adrenal devem ser monitorados antes e durante o tratamento.[39]

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