Diagnósticos diferenciais
comuns
Acidente vascular cerebral (AVC)
História
dormência ou fraqueza súbita na face, braço ou perna, especialmente em um lado do corpo; confusão, dificuldade de falar ou compreender a fala (afasia); perda de visão unilateral ou bilateral; dificuldade de caminhar, tontura ou perda de equilíbrio e coordenação; perda de funções corporais
Exame físico
deficit focal hemimotor ou hemissensitivo, sonolência, deficit(s) no nervo craniano
Primeira investigação
- tomografia computadorizada (TC) do crânio:
atenuação diminuída em regiões de isquemia; atenuação aumentada em áreas de hemorragia
Mais
Outras investigações
- ressonância nuclear magnética (RNM) de crânio:
diferenciação de sinal
Mais
Ataque isquêmico transitório
História
sintomas de AVC durando apenas alguns minutos e geralmente <1 hora: dormência ou fraqueza súbita na face, braço ou perna, especialmente em um lado do corpo; confusão, dificuldade de falar ou compreender a fala (afasia); perda de visão unilateral ou bilateral; dificuldade de caminhar, tontura ou perda de equilíbrio e coordenação; perda de funções corporais
Exame físico
pode ser normal fora do ataque; deficit focal hemimotor ou hemissensitivo ou deficits do nervo craniano caso seja agudo
Primeira investigação
- TC cranioencefálica:
normal
Mais
Outras investigações
- ressonância nuclear magnética (RNM)/angiografia por ressonância magnética:
pode exibir estenose nos vasos sanguíneos que irrigam o cérebro
- ultrassonografia de carótidas:
pode exibir estenose significativa das artérias carótidas
- ecocardiograma:
cardiopatia estrutural, trombo, forame oval patente
- ECG, monitoramento por Holter, loop event recording:
podem indicar fibrilação atrial.
Torção/instabilidade de articulação/anormalidade mecânica da marcha
História
lesão prévia da articulação, comumente de atividades atléticas/físicas passadas
Exame físico
fraqueza nos músculos do quadríceps, flexores do quadril, flexores e extensores do joelho, flexões dorsal e plantar do pé; dor em quaisquer articulações dos membros inferiores (inclusive nos pés) com o movimento; crepitação nas articulações envolvidas; menor amplitude de movimentos ou dor na amplitude de movimentos (ou amplitude de movimentos excessiva) devida a lesão prévia
Primeira investigação
- teste de levantar e caminhar cronometrado e não cronometrado:
sinais de fraqueza ao tentar ficar de pé
Mais
Outras investigações
Falta de condicionamento físico
História
falta de exercício regular ou adequado; períodos prolongados de imobilidade/comportamento sedentário
Exame físico
capacidade comprometida para se erguer da posição sentada; menor flexibilidade; fraqueza muscular proximal (quadríceps); contraturas por flexão nos joelhos (devido a períodos prolongados de imobilidade)
Primeira investigação
- teste de levantar e caminhar cronometrado e não cronometrado:
sinais de fraqueza ao tentar ficar de pé
Mais
Outras investigações
Osteossarcopenia
História
número alto de quedas ao ano, história de fratura, força muscular reduzida
Exame físico
características clínicas de osteoporose (ou seja, cifose, perda de altura devido a fraturas) e de sarcopenia (ou seja, fraqueza muscular, disfunção física, medida por força de preensão ou teste ortostático da cadeira)
Primeira investigação
- absorciometria por dupla emissão de raios X:
densidade mineral óssea e qualidade óssea reduzidas; quantidade ou qualidade muscular reduzida
Outras investigações
- TC ou RNM:
quantidade ou qualidade muscular reduzida
- análise de impedância bioelétrica:
quantidade ou qualidade muscular reduzida
Efeitos de medicamentos ou polimedicação
História
uso de medicamentos/suplementos fitoterápicos e/ou medicamentos sob prescrição ou de venda livre (uso de 5 ou mais de qualquer tipo de medicamento é particularmente perigoso): benzodiazepínicos e medicamentos parecidos com benzodiazepínicos (por exemplo, zolpidem), antidepressivos, ansiolíticos, antiepilépticos, opióides; anti-hipertensivos (especificamente betabloqueadores e vasodilatadores periféricos), digoxina, antiarrítmicos classe Ia; anti-inflamatórios não esteroidais; medicamentos para diabetes (por exemplo, insulina, tiazolidinedionas) e hipoglicemia associada
Exame físico
sem achados físicos; a revisão do prontuário pode indicar uso de medicamentos múltiplos ou de alto risco
Primeira investigação
- nenhuma:
o diagnóstico é clínico
Mais
Outras investigações
Riscos ambientais ou domésticos
História
tapetes ou carpetes soltos, fios, cabos; desorganização em casa; má iluminação; superfícies escorregadias; ausência de corrimãos; presença de escadas para garagem/porão, uso recente de bengala ou andador, morar sozinho
Exame físico
avaliação completa além do escopo da visita clínica normal
Primeira investigação
- visita à casa:
normalmente realizado pelo terapeuta ocupacional; pode mostrar causas corrigíveis de quedas
Mais
Outras investigações
Comprometimento visual
História
visão turva, diplopia, perda de visão completa ou parcial
Exame físico
a acuidade visual pode estar prejudicada de acordo com a tabela de Snellen a 6 m ou o cartão de Rosenbaum a 36 cm; a fundoscopia pode indicar degeneração macular; os testes de campos visuais podem indicar deficit na visão periférica
Primeira investigação
- encaminhamento oftalmológico de rotina:
rastreamento de glaucoma e catarata; exame com dilatação para confirmar a presença de degeneração macular ou retinopatia diabética; exame do campo visual para avaliar deficits de visão periférica
Mais
Outras investigações
- encaminhamento oftalmológico de emergência:
para perda súbita de visão
Neuropatia sensorial periférica
História
pode relatar uma sensação de instabilidade quando caminha (especialmente sobre superfícies irregulares, em áreas mal iluminadas); perda de sensação nos pés e mãos; a história pode incluir diabetes ou doença neurodegenerativa (por exemplo, disco herniado); dorsalgia ou dor cervical se houver doença do disco; os medicamentos tomados podem incluir o risco de neuropatia periférica (suplementação com vitamina B6; amiodarona; quimioterapia)
Exame físico
sinal de Romberg; sensibilidade tátil, estímulo doloroso, propriocepção e sensações vibratórias nos membros inferiores podem indicar um padrão de distribuição de deficiência sensorial
Primeira investigação
Outras investigações
Incomuns
Disfunção vestibular
História
tontura, vertigem
Exame físico
nistagmo; sinal de otite média, incluindo abaulamento da membrana timpânica, manobra de Dix-Hallpike
Primeira investigação
- nenhuma:
o diagnóstico é clínico e geralmente não se recomendam exames específicos; a avaliação da marcha pode revelar etiologia subjacente
Outras investigações
- RNM do canal auditivo interno:
pode indicar neuroma acústico
Mais
Anormalidades da marcha
História
história de doença discal, neuropatia periférica (anormalidade proprioceptiva, secundária ao diabetes, por exemplo), artrite, fratura prévia do quadril ou da perna, problemas nos pés, infecção de articulação, parkinsonismo
Exame físico
o tipo de marcha pode sugerir um distúrbio subjacente (por exemplo, marcha arrastada na doença de Parkinson ou distúrbio relacionado, marcha de base ampla na hidrocefalia de pressão normal; marcha escarvante no pé caído); exame neurológico focado: a avaliação de Romberg positiva pode sugerir a presença de neuropatia periférica
Primeira investigação
- nenhuma:
o diagnóstico é clínico e geralmente não são necessários exames específicos; a avaliação da marcha pode revelar etiologia subjacente; o encaminhamento para a ortopedia ou podologia pode ser adequado, com base nos sintomas e achados físicos
Outras investigações
- eletromiografia dos membros inferiores:
pode fornecer informações a respeito de anomalias motoras e sensoriais que estejam causando distúrbio da marcha ou do equilíbrio
Demência
História
alterações de estado mental, tipicamente graduais e associadas com mudanças de estado funcional, como atividades da vida diária (por exemplo, utilizar o telefone, fazer as tarefas domésticas, cozinhar, fazer as compras, administrar medicamentos ou finanças, conseguir transporte); pode haver alterações do humor (apatia, ansiedade) ou sensoriais (alucinações visuais, delírios, paranoia), associadas desenvolvimento de comportamentos novos ou inapropriados, dificuldade de linguagem; pode estar acompanhada por sintomas motores (marcha, problemas de equilíbrio, tremores)
Exame físico
dificuldade para explicar situações (por exemplo, atividades diárias, refeição da noite anterior); incapacidade de realizar funções diárias (por exemplo, abotoar a camisa, amarrar os sapatos, tomar banho, vestir-se, utilizar o banheiro, higiene pessoal, traslado e movimentação, alimentar-se); confusão; incapacidade para lembrar números; achados no exame físico de problemas de marcha e/ou equilíbrio, tremores, bradicinesia, rigidez muscular axial ou anormalidades neurológicas focais
Primeira investigação
- MEEM:
escore 24 ou menor que 30 indica anormalidade (escore que deve ser ajustado por idade e nível de educação)
Mais - exame Saint Louis University Mental Status:
com educação secundária: 27 a 30 (normal), 21 a 26 (transtorno neurocognitivo leve), 1 a 20 (demência); sem educação secundária: 25 a 30 (normal), 20 a 24 (transtorno neurocognitivo leve), 1 a 19 (demência) SLU: mental status exam Opens in new window
Mais - Avaliação cognitiva de Montreal (MoCA):
o escore total possível é 30 pontos; os intervalos a seguir podem ser usados para classificar a gravidade: 18-26 = comprometimento cognitivo leve, 10-17 = comprometimento cognitivo moderado, <10 = comprometimento cognitivo grave (o escore deve ser ajustado de acordo com idade e nível educacional)[96] MoCA Montreal Cognitive Assessment: MoCA test Opens in new window
Outras investigações
- ressonância nuclear magnética (RNM) de crânio:
aumento do sinal da substância branca; áreas focais de atrofia
Mais - tomografia computadorizada (TC) do crânio:
atrofia maior que a normal para a idade
Mais - exames laboratoriais rotineiros (bioquímica sérica, hemograma completo, hormônio estimulante da tireoide, cobalamina, folato, velocidade de hemossedimentação, proteína C-reativa, urinálise, microscopia de urina e cultura):
para rastrear causas reversíveis ou parcialmente reversíveis de demência
Delirium
História
tempo de evolução agudo ou subagudo; doença febril; vômitos ou diarreia (causando distúrbio eletrolítico); uso de drogas
Exame físico
febre, ortostase, oscilação no estado e confusão mentais
Primeira investigação
- eletrólitos séricos:
anormalidade de sódio, potássio ou cálcio e/ou ureia/creatinina elevadas
- glicose sérica:
alta ou baixa
Mais - tomografia computadorizada (TC) do crânio:
normal
Mais - Hemograma completo:
leucócitos ou hematócrito elevados
Mais - análise da urina:
positiva para proteína, nitritos, leucócitos, sangue, glicose ou cetonas
Mais - radiografia torácica:
condensação
Mais - eletrocardiograma (ECG):
arritmia ou outras evidências de distúrbios eletrolíticos
Outras investigações
- Ferramenta 4AT:
consiste em 4 itens (estado de alerta; AMT4 [Abbreviated Mental Test - 4]; atenção; mudança aguda); pontuação de 0 a 12, >4 indica possível delirium, 1-3 indica possível comprometimento cognitivo 4AT Rapid Clinical Test for Delirium Opens in new window
Mais - método de avaliação da confusão:
o diagnóstico requer a presença dos atributos 1 e 2 e do 3 ou 4: o atributo 1 avalia um início agudo e evolução flutuante; o atributo 2 avalia a desatenção; o atributo 3 avalia o pensamento desorganizado; e o atributo 4 avalia o nível alterado de consciência.
Mais
Depression
História
sentimentos de tristeza e/ou falta de valor próprio, pensamentos sobre suicídio, falta de energia, mudança nos hábitos de sono (insônia ou sonolência excessiva), constipação, pode expressar raiva em relação a membros da família ou amigos, mudança de apetite (perda ou ganho de peso), dificuldades de concentração, lentificação psicomotora ou irritabilidade
Exame físico
estado emocional contido ou depressivo, desatenção, andar arrastado
Primeira investigação
- Escala de Depressão Geriátrica:
>5 sugere depressão; >10 sugere fortemente depressão
Mais
Outras investigações
- Escala Cornell de Depressão na Demência:
>10 sugere depressão provável; >18 indica depressão definida
Convulsão
História
a melhor história seria uma convulsão testemunhada pela equipe médica
Exame físico
suspeita clínica necessária para o diagnóstico de convulsão; pode ser observado um estado pós-ictal se o exame for em seguida ao evento da hist´ória de convulsão
Primeira investigação
- eletroencefalograma:
pode confirmar área focal de anormalidade, sugerindo um foco de convulsão, anormalidade persistente para corroborar um diagnóstico de epilepsia
- tomografia computadorizada (TC) do crânio:
geralmente normal ou com sinais de isquemia focal
Mais
Outras investigações
- ressonância nuclear magnética (RNM) de crânio:
pode fornecer pistas mais específicas para o diagnóstico, em comparação com a TC
Mais
Hematoma subdural
História
queda com trauma cranioencefálico associado a uso concomitante de anticoagulação eleva o risco
Exame físico
alteração do nível de consciência ou do estado mental após queda ou trauma cranioencefálico, com ou sem sinais neurológicos focais
Primeira investigação
- tomografia computadorizada (TC) do crânio:
efeito de massa
Mais
Outras investigações
Síncope
História
perda de consciência; os sintomas concomitantes com potencial risco à vida incluem palpitações, dor torácica, dorsalgia, hematêmese e melena; história de fatores desencadeantes, por exemplo, micção, defecação, tosse, deglutição, ambiente quente, posição ortostática prolongada, dor intensa e sofrimento emocional; história de evento ocorrendo ao usar gola apertada ou ao se barbear (especialmente homens mais velhos; sugere síndrome do seio carotídeo); sintomas prodrômicos, por exemplo, náusea, sudorese e tontura; história de doença cardíaca subjacente
Exame físico
bradicardia, taquicardia, pulso irregular, sopro cardíaco; deficits sensorial, motor, visual e discursivo
Primeira investigação
- eletrocardiograma (ECG):
pode indicar arritmia ou bloqueio atrioventricular
Mais - enzimas cardíacas:
elevadas se houver isquemia subjacente ou resultante
Outras investigações
- massagem do seio carotídeo:
resultado positivo se ocorrer reprodução dos sintomas; realizada com cuidado se houver suspeita de síndrome do seio carotídeo.
- Holter ou monitoramento de eventos:
pode definir melhor a arritmia sugerida pelo ECG
- teste ergométrico:
pode indicar isquemia subjacente
Hipotensão ortostática
História
tontura, perda de consciência ou quedas associadas a mudança de posição de supina a sentada ou sentada a ortostática; história de medicamentos produzindo hipotensão ortostática (por exemplo, alfabloqueadores) ou depleção de volume (diuréticos) pode explicar os sintomas; contudo, alguns pacientes não apresentam sintomas de mudanças no pulso ou na pressão arterial ao ir da posição supina para a ortostática
Exame físico
alterações na pressão arterial e no pulso dentro de 3 minutos associadas às alterações na posição de supina a sentada ou de sentada a ortostática; o pulso e a pressão arterial podem ser verificados no momento da mudança de posição e dentro de 1 a 3 minutos para identificar alterações; queda de >20 mmHg na pressão arterial sistólica de uma posição para outra ou queda de >10 mmHg na pressão arterial diastólica de uma posição para outra ou aumento de 20 batimentos por minuto no pulso com ou sem sintomas
Primeira investigação
- teste de inclinação ortostática:
a pressão arterial é medida com o paciente deitado e então em posição ortostática; no teste da mesa inclinável, a pressão arterial e a frequência cardíaca (através de intervalos RR no ECG) são medidas de forma contínua na posição supina e durante inclinação passiva da cabeça para cima (geralmente a 60°)
Mais
Outras investigações
- eletrólitos séricos:
ureia/creatinina elevadas podem indicar depleção de volume
- eletrocardiograma (ECG):
pode descartar arritmia ou bloqueio atrioventricular
- ecocardiografia:
pode revelar doença cardíaca estrutural
Uso indevido de substâncias
História
consumo excessivo de álcool; uso de analgésicos (por exemplo, opioides) e/ou drogas recreativas; exposição a agentes tóxicos (por exemplo, tinta, diluentes, vernizes), possivelmente relacionada a profissão ou recreação
Exame físico
os achados dependerão da substância; os sinais inespecíficos podem incluir aparência descuidada, depressão, desnutrição, incontinência vesical e intestinal, quedas recorrentes e trauma cranioencefálico
Primeira investigação
- triagem de toxina na urina:
negativo ou positivo para substâncias ilícitas detectadas
Outras investigações
Sensibilidade sinusal da carótida
História
pode ser suscitada por atividades como barbear-se, virar a cabeça ou usar golas apertadas
Exame físico
a massagem do seio carotídeo produz assistolia ou redução na pressão arterial sistólica
Primeira investigação
- nenhuma:
o diagnóstico é clínico
Outras investigações
Hipotensão pós-prandial
História
evento com base na história de quedas observadas que coincidem com os horários de refeição
Exame físico
sem achados físicos
Primeira investigação
- nenhuma:
o diagnóstico é clínico
Outras investigações
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