Abordagem

Os achados históricos e de exame físico geralmente são suficientes para fazer o diagnóstico de rugas. A macrofotografia digital, a microscopia confocal in vivo, réplicas de borracha de silicone negativas e o exame histológico das rugas raramente são indicados ou necessários.

História clínica

A idade do paciente deve ser anotada e uma história social completa colhida. Informações sobre ocupação, passatempos e atividades recreativas do paciente devem ser obtidas, prestando atenção especificamente ao grau de exposição ao sol recebido e às medidas de proteção contra o sol tomadas. O grau de tabagismo e os hábitos alimentares do paciente também devem ser investigados.

Exame físico

As rugas podem começar com pouca idade, mas ficam evidentes principalmente nas pessoas com mais de 40 anos. Elas geralmente começam como linhas finas, evoluindo para sulcos profundos e dobras com a idade, e ficam mais evidentes na pele das áreas expostas do corpo (isto é, rosto, pescoço, dorso das mãos).

O rosto deve ser observado em repouso e em movimentação. Deve-se observar se as rugas são óbvias em movimento ou em repouso, e se são superficiais ou profundas, poucas ou muitas, localizadas ou dispersas.[36]

Na quarta década, rugas aparecem principalmente com a movimentação do rosto; na quinta década, as linhas de expressão resultam em sulcos permanentes; e na sexta e sétima décadas, toda a pele do rosto pode estar coberta por rugas. As linhas gravitacionais são rugas em forma de dobras flácidas, que ficam mais óbvias entre os 40 e os 50 anos de idade, e ocorrem por todo o rosto e pescoço.[23][Figure caption and citation for the preceding image starts]: Mulher de trinta anos com rugas leves mostrando algumas rugas em repousoDa coleção pessoal do Dr. Dimitrios Dionyssiou; usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@6b09793a[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Mulher de trinta anos com rugas leves mostrando rugas moderadas com grande atividade facialDa coleção pessoal do Dr. Dimitrios Dionyssiou; usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@5a01eca6[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Mulher de cinquenta anos com pele fotoenvelhecida mostrando rugas avançadas, descoloração da pele, ceratoses actínicas e forças dinâmicas que afetam a peleDa coleção pessoal do Dr. Dimitrios Dionyssiou; usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@26cf9baa[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Mulher de oitenta anos com rugas graves, fotoenvelhecimento e forças gravitacionais que afetam a peleDa coleção pessoal do Dr. Dimitrios Dionyssiou; usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@5c48d322

O local e a distribuição das rugas também devem ser observados.[37] Rugas geralmente se manifestam como linhas horizontais na testa, linhas glabelares entre as sobrancelhas, linhas cantais laterais ("pés de galinha"), sulcos nasolabiais, linhas no lábio superior, linhas radiais no lábio inferior, linhas verticais no canto da boca que viram para baixo em direção ao queixo ("linhas de marionete"), sulco labiomental, linhas da bochecha e dobras horizontais no pescoço, além de linhas nas pálpebras inferiores, no dorso da mão e no punho, e na área pré-auricular.

Contrações hiperdinâmicas repetitivas dos músculos responsáveis pela expressão facial puxam diretamente os tecidos sobrejacentes, provocando dobras na pele e o desenvolvimento de linhas dinâmicas. Entre as primeiras linhas desenvolvidas (na terceira década) estão os sulcos horizontais na testa, causados pelas contrações do músculo frontal, e as linhas cantais laterais, ou "pés de galinha", causadas pelas contrações do músculo orbicular ocular. Linhas glabelares se desenvolvem em idades variadas como resultado do repuxamento dos músculos prócero e corrugador.[11] A contração crônica do músculo orbicularis oris induz dobras e linhas ao redor da boca, perpendiculares à borda vermelha, que ficam mais evidentes a partir da quinta década. A contração forçada dos músculos zigomáticos contribui para a formação dos sulcos nasolabiais.

Rugas resultantes do envelhecimento intrínseco são profundas e geralmente acompanhadas por frouxidão da pele. Rugas causadas pela exposição ao sol (fotoenvelhecimento ou fotodanos) geralmente são finas e costumam ser acompanhadas por outros sinais como discromia (petéquias hepáticas, lentigos), dermoelastose (frouxidão avançada da pele), eritema, telangiectasia, alterações de textura (aparência rígida) e ceratoses actínicas.[38][39][40]A pele velha e fotoprotegida pode ter mais frouxidão e acentuação das dobras, mas não há sinais de danos causados pelo sol.[41]

Investigações especializadas

O diagnóstico de rugas é clínico e, portanto, investigações adicionais raramente são necessárias.

Macrofotografia é uma forma padronizada de qualidade de fotografia digital de alta resolução que demonstra rugas faciais com precisão. Ela deve ser realizada antes de qualquer tratamento e fornece imagens precisas pré e pós-tratamento.[25]

A biópsia de pele com exame histológico só deve ser realizada para descartar outras entidades no diagnóstico diferencial.[42] A epiderme afina e atrofia com a idade. Desmoplaquinas que destacam os contornos celulares dos ceratinócitos são confirmatórias. Sob as rugas, o colágeno (tipos IV e VII) é reduzido na junção dermoepidérmica, e as fibras de oxitalana também são reduzidas. Há um depósito de tecido elastótico anormal na derme, com interrupção sob as rugas. Juntamente com a atrofia de colágeno, isso aumenta a profundidade da ruga. Há diminuição de sulfatos de condroitina na derme papilar. Os glicosaminoglicanos são alterados com variação assimétrica na borda da ruga. Ocorre atrofia da hipoderme com espessamento das linhas fibrosas. Isso deixa a profundidade da ruga mais pronunciada.

Um perfilômetro mecânico ou óptico e um computador para análise de imagens são usados para medir a profundidade da ruga. Essas medidas são feitas somente em rugas superficiais, não em dobras ou sulcos faciais.[37] Réplicas de borracha de silicone negativas das rugas faciais são transformadas em impressões rígidas de resina positivas e analisadas diretamente com um microscópio óptico simples.

A microscopia confocal in vivo fornece dados quantitativos sobre fotodanos em curto e longo prazo na pele.[43][44] Essa técnica não é utilizada na prática clínica, e é usada somente para fins de pesquisa.

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