Considerações de urgência

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Linfoma não Hodgkin

Os sintomas manifestos do linfoma não Hodgkin (LNH) são diversos. Os indivíduos podem apresentar linfadenopatia persistente, que pode ocorrer em associação com sintomas B (febre, sudorese noturna e/ou perda de peso). Os LNHs são um grupo heterogêneo de neoplasias malignas; as formas agressivas podem se manifestar agudamente.

O exame físico pode revelar linfadenopatia localizada ou generalizada, hepatoesplenomegalia ou comprometimento da pele. As investigações iniciais devem incluir hemograma completo, perfil metabólico completo, lactato desidrogenase e sorologia para HIV e hepatite. O paciente deve ser encaminhado com urgência para uma consulta com um hematologista. Recomenda-se realizar uma biópsia excisional dos linfonodos para se estabelecer o diagnóstico.[24]

Linfoma de Hodgkin

O linfoma de Hodgkin pode se manifestar com linfadenopatia cervical ou supraclavicular indolor, geralmente associada a sintomas B (febre, sudorese noturna e/ou perda de peso). A dor pode ocorrer nos locais de linfadenopatia após a ingestão de álcool, provavelmente devido ao efeito vasodilatador do álcool dentro da cápsula do linfonodo. O exame físico pode revelar linfadenopatia localizada ou generalizada. As investigações iniciais podem incluir um hemograma completo. O paciente deve ser encaminhado com urgência para uma consulta com hematologista. Uma biópsia com excisão de linfonodos estabelece o diagnóstico.

Síndrome da veia cava superior

Caso a linfadenopatia esteja associada com sintomas regionais, como constrição torácica, disfagia, dispneia ou edema facial que indique doença mediastinal, deve-se realizar uma TC de tórax para se descartar massa e/ou obstrução da veia cava superior.

A oclusão ou compressão da veia cava superior (VCS) por uma massa pode resultar em síndrome da veia cava superior.[25] O retorno venoso da cabeça, tórax e membros superiores para o átrio direito é interrompido. A pressão venosa elevada acarreta edema da cabeça, pescoço e braços. Geralmente, os pacientes apresentam sintomas de cianose, pletora e vasculatura distendida. Veias colaterais proeminentes podem ser visíveis, abrangendo a parede torácica anterior. Curvar-se para frente geralmente piora o ingurgitamento venoso e é um sinal clínico útil. Edema laríngeo, cianose, papiledema, alterações mentais, letargia e coma podem ocorrer com obstrução grave.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Veia colateral proeminente na parede torácica anterior e na parede abdominal em paciente com síndrome da veia cava superiorDo acervo de E Kempny [Citation ends].com.bmj.content.model.assessment.Caption@2fce1f87

A síndrome da veia cava superior (SVCS) é um diagnóstico clínico e requer alto grau de suspeita. Uma neoplasia maligna intratorácica é responsável na maioria dos casos; o câncer pulmonar de células não pequenas é a causa mais comum, seguido pelo câncer pulmonar de células pequenas e linfoma não Hodgkin.

A preocupação em relação à obstrução das vias aéreas à apresentação requer intervenção imediata. O tratamento consiste em proteger as vias aéreas e aliviar o edema laríngeo ou cerebral com uma combinação de corticosteroides e radioterapia ou colocação de stent percutâneo.

Caso o paciente não tenha um diagnóstico conhecido de neoplasia maligna, a biópsia será necessária assim que o paciente estiver estável, para implementação de terapia efetiva. Caso não seja possível obter amostras de linfonodos periféricos, os linfonodos mediastinais podem ser amostrados com orientação da ultrassonografia endoscópica, ultrassonografia endobrônquica, TC ou mediastinoscopia.[26]

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