Etiologia

A infecção do trato urinário (ITU) resulta de organismos patogênicos que obtêm acesso ao trato urinário e não são efetivamente eliminados. As bactérias sobem para a uretra e geralmente têm uma origem intestinal; portanto, a Escherichia coli causa a maioria das ITUs em homens e mulheres.[5][12][13][14]

No entanto, os homens, mais frequentemente, têm a ITU classificada como complicada e associada a um variado grupo de organismos causadores. Outras bactérias Gram-negativas que causam ITU em homens incluem Klebsiella, Proteus e Providencia.[3][6][12][13][14] Infecções Gram-positivas também ocorrem em pacientes com ITU complicada. Um estudo de 5 anos, envolvendo homens veteranos de guerra, demonstrou que 40% das infecções adquiridas na comunidade e 55% das infecções em pacientes hospitalizados resultaram de organismos como Enterococcus e Staphylococcus.[15] Quando a ITU se desenvolve em pacientes em hospitais ou unidades de cuidados de longa permanência, ou como resultado do cateter de demora, devem-se considerar Pseudomonas, Candida e organismos resistentes.[16][17]

Fisiopatologia

A infecção do trato urinário (ITU) se desenvolve quando o equilíbrio entre os mecanismos de defesa do hospedeiro e a virulência do organismo invasor é distorcido.[18] Por exemplo, homens com imunodeficiência decorrente da infecção por vírus da imunodeficiência humana (HIV) adquirem ITU com mais frequência.[3][19] Outro importante mecanismo de defesa é o fluxo da urina. O distúrbio desta defesa frequentemente contribui para o desenvolvimento da ITU em homens e resulta em uma classificação de ITU complicada. Em geral, a ITU complicada resulta de anormalidades estruturais ou funcionais do trato urinário que prejudicam o fluxo da urina, como:[1]

  • Distúrbios da próstata

  • Cálculos alojados no sistema coletor ou no rim

  • Dispositivos de drenagem externos ou dispositivos internos como endopróteses

  • Cirurgias de derivação urinária

  • Refluxo vesicoureteral

  • Distúrbios neurogênicos da bexiga, incluindo diabetes mellitus.

Os estudos disponíveis em homens frequentemente identificam o fluxo de urina comprometido por hiperplasia da próstata, cálculos urinários ou estenose uretral como um fator relacionado à ITU.[16][20][21][22] Além disso, a revisão da epidemiologia da ITU em homens corrobora a hipótese de que o fluxo da urina alterado é significativo para a fisiopatologia.

Com o envelhecimento, aumenta a incidência dos problemas que causam ITU complicada, e isso corresponde à incidência elevada de ITU em homens de idade mais avançada. Anormalidades estruturais ou funcionais do trato urinário ocorrem com mais frequência em homens com idade avançada.[13] A incidência de ITU em homens é mais alta entre os residentes de unidades de cuidados de longa permanência.[9]

Outros fatores de risco incluem história de penetração anal, que está associada a sintomas urológicos e infecção em homens e mulheres.[23] Em um estudo, a ITU foi mais comum entre homens que fazem sexo com homens, em comparação com homens que fazem sexo exclusivamente com mulheres.[24]

A penetração vaginal também pode resultar em ITU se a vagina for colonizada por organismos patogênicos.[19]

Em resumo, os fatores que contribuem para o desenvolvimento da ITU em homens incluem as alterações das defesas do hospedeiro, com contribuição significativa do fluxo da urina alterado.

Classificação

Associada aos serviços de saúde versus adquirida na comunidade

A ITU associada a serviços de saúde (nosocomial) implica na aquisição do organismo patogênico em uma unidade de saúde, ao passo que a infecção adquirida na comunidade ocorre sem a exposição em tal unidade.

Complicada

A ITU complicada implica a presença de outros fatores que dificultam a eficácia do tratamento, como:[1][2][3]

  • Anormalidades estruturais ou funcionais do trato urinário

  • Imunodeficiência (por exemplo, infecção por vírus da imunodeficiência humana [HIV])

  • Cateter de demora

  • Infecção por organismos resistentes.

A ITU em homens é frequentemente complicada.

Recorrente

A ITU recorrente é o resultado da persistência de uma infecção tratada inadequadamente ou da aquisição de uma nova infecção.

Bacteriúria assintomática

Pacientes com ≥10⁵ unidade formadora de colônia (UFC)/mL na cultura de uma única amostra, mas sem disúria, polaciúria, urgência ou dor suprapúbica ou no ângulo costovertebral (ACV), são classificados como tendo bacteriúria assintomática.[4]

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