Etiologia
As crianças apresentam risco elevado de aspiração de corpo estranho em virtude da capacidade insuficiente de mastigação, da tendência a colocar objetos na boca e da ausência de dentição posterior, além de aspirações vigorosas ao rir ou chorar.[14]
Morbidade e mortalidade significativas são observadas em faixas etárias mais jovens (de 2 meses a 4 anos de idade) em virtude das vias aéreas estreitas e dos mecanismos de proteção imaturos.[15][16] O risco é maior nas crianças com deficiência intelectual com dificuldades de deglutição conhecidas, e também em meninos.[14]
As causas principais de aspiração de corpo estranho em adultos são:[4][7][8][9][17]
Estado mental alterado pelo uso de bebidas alcoólicas ou sedativo
Trauma associado ao nível de consciência reduzido
Procedimentos dentais relacionados ao molde de um único dente ou restaurações pré-fabricadas envolvendo cimentação
Idade avançada
Distúrbios associados à disfagia e ao reflexo de tosse deficiente (por exemplo, distúrbios cerebrovasculares, epilepsia e distúrbios neurológicos degenerativos como esclerose lateral amiotrófica, doença de Alzheimer e doença de Parkinson)
Medicamentos, como anticolinérgicos, antipsicóticos e ansiolíticos
Mastigação ou deglutição inadequada de alimento acompanhada de inalação rápida concomitante decorrente de risadas ou soluços.
Itens soltos introduzidos involuntariamente nas vias aéreas durante a intubação, ventilação ou manejo das vias aéreas avançado podem causar o bloqueio ou obstrução parcial ou completa das vias aéreas.[18]
Fisiopatologia
Uma maior prevalência de doença cerebrovascular e neurológica degenerativa explica o motivo pelo qual a idade avançada é um fator de risco para aspiração. Essas condições resultam em disfagia e reflexo de tosse prejudicado, o que aumenta o risco de aspirar corpos estranhos.[4][7][8] Anticolinérgicos, antipsicóticos e ansiolíticos podem prejudicar o reflexo de tosse e/ou deglutição.
Os sintomas de corpos estranhos aspirados dependem do tamanho, forma e natureza do objeto, bem como da duração, grau e local da obstrução das vias aéreas. Os sintomas podem ser inespecíficos (por exemplo, tosse, sibilância, febre, dispneia ou taquipneia) ou sugestivos de obstrução grave ou com risco de vida das vias aéreas (por exemplo, estridor).[4][19] Um objeto grande pode obstruir completamente a traqueia e resultar em asfixia e morte, enquanto objetos pequenos podem se alojar nas vias aéreas lobares inferiores e provocar sibilância, tosse e, consequentemente, atelectasia, pneumonia pós-obstrutiva, bronquiectasia ou abscesso pulmonar. Em alguns casos, a obstrução de tamanho intermediário pode iludir o profissional a fazer um diagnóstico empírico, como asma, doença reativa das vias aéreas, bronquite ou pneumonia.
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