Diagnósticos diferenciais

comuns

Pneumotórax

História

início súbito de dispneia e/ou dor torácica pleurítica; mais comum em pacientes com asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), ou aqueles que usam ventilação por pressão positiva

Exame físico

deterioração súbita na troca gasosa e PA; murmúrios vesiculares diminuídos com ressonância aumentada à percussão; desvio de traqueia para o lado oposto ao afetado indica pneumotórax hipertensivo

Primeira investigação
  • radiografia torácica:

    evidência de uma linha pleural além da qual nenhuma marca parenquimatosa ou vascular podem ser observadas

    Mais
Outras investigações
  • TC do tórax:

    linha pleural visceral identificada com facilidade

    Mais
  • ultrassonografia torácica:

    ausência de deslizamento pleural

Pneumonia bacteriana

História

febre, tosse, produção de escarro purulento, rinorreia

Exame físico

murmúrios vesiculares reduzidos na ausculta se houver derrame presente; macicez à percussão; frêmito vocal aumentado sobre o pulmão condensado (diminuído no derrame); egofonia; estertores podem ser evidentes em áreas de derrame com condensação do parênquima próxima; atrito pericárdico pode ser escutado

Primeira investigação
  • radiografia torácica:

    infiltrado; derrame pleural

    Mais
  • ultrassonografia torácica:

    pode mostrar derrame pleural

    Mais
Outras investigações
  • Hemograma completo:

    contagem leucocitária elevada com desvio à esquerda (predominância de polimorfonucleares ou formas jovens)

  • proteína C-reativa:

    elevado

  • hemoculturas:

    crescimento positivo do organismo desencadeante

    Mais
  • culturas de escarro:

    crescimento positivo do organismo desencadeante

    Mais
  • toracocentese:

    derrame exsudativo; culturas de líquido pleural podem mostrar crescimento do organismo desencadeante (empiema)

Embolia pulmonar

História

início súbito de dor torácica; história de imobilidade prolongada; viagem prolongada de avião ou automóvel; síndromes que cursam hipercoagulabilidade; trauma recente na perna; história de neoplasia; história de trombose venosa profunda (TVP) ou embolia pulmonar prévia; cirurgia recente; hemoptise, dispneia, dor pleurítica; pode ser assintomático

Exame físico

taquipneia; hemoptise; síncope; taquicardia; hipotensão; distensão venosa jugular; atrito pleural; o exame pode ser normal

Primeira investigação
  • dímero D:

    > 3.0 nanomoles/L (>500.5 microgramas/mL) usando ensaio de imunoadsorção enzimática (ELISA) rápido

    Mais
  • Angiotomografia pulmonar (APTC):

    presença de falha de enchimento luminal nas artérias pulmonares

    Mais
Outras investigações
  • Cintilografia V/Q:

    presença de um ou mais defeitos segmentares ou subsegmentar na perfusão em áreas correspondentes de ventilação normal[57]

    Mais
  • ultrassonografia com Doppler do membro inferior:

    veias profundas acima da fossa poplítea que não são compressíveis devido a coágulo e sem aumento de fluxo com compressão na análise com Doppler[57]

    Mais

Neoplasia não mesotelioma

História

câncer primário de pulmão, mama, gastrointestinal ou geniturinário; linfoma; sintomas constitucionais como mal-estar, perda de peso, anorexia

Exame físico

específico da neoplasia primária

Primeira investigação
  • radiografia torácica:

    podem-se observar lesões pulmonares primárias ou metastáticas; derrame pleural

    Mais
Outras investigações
  • toracocentese:

    células malignas na citologia; derrame exsudativo com glicose e pH baixos

    Mais
  • TC do tórax:

    derrames, massa(s) pulmonar(es) indicativos de tumor primário do pulmão ou metástases podem ser evidentes

    Mais

Síndrome coronariana aguda

História

pressão na parte central do tórax, aperto ou sensação de peso; irradiação da dor para a mandíbula ou membros superiores; náuseas, vômitos, dispneia, tontura e fraqueza associados; ocorre em repouso ou em tempo acelerado (crescendo); fatores de risco: tabagismo, idade (homens >45 anos, mulheres >55 anos), história familiar positiva de doença arterial coronariana prematura, hipertensão, hiperlipidemia, diabetes, AVC ou doença arterial periférica

Exame físico

distensão venosa jugular, galope B4, sopro holossistólico (regurgitação mitral), estertores bibasilares; hipotenso, taquicárdico, bradicárdico ou hipoxêmico, dependendo da gravidade da isquemia​

Primeira investigação
  • eletrocardiograma (ECG):

    infartos agudos do miocárdio (IAMs) com supradesnivelamento do segmento ST: supradesnivelamento do segmento ST de >1 mm em ≥2 derivações anatomicamente contíguas ou um novo bloqueio de ramo esquerdo; IAM sem supradesnivelamento do segmento ST (IAMSSST) ou angina instável: inespecífico; infradesnivelamento do segmento ST ou inversão da onda T

    Mais
  • radiografia torácica:

    normal ou sinais de insuficiência cardíaca, como marcas alveolares aumentadas

    Mais
  • enzimas cardíacas:

    elevadas em IAMCSST e IAMSSST; não elevadas na angina instável

    Mais
Outras investigações
  • peptídeo natriurético do tipo B (PNB):

    >99º percentil do normal

    Mais
  • angiografia coronariana:

    IAMCSST: oclusão crítica de uma artéria coronária; IAMSSST e angina instável: evidência de estenose da artéria coronária

    Mais

Pleurite viral

História

pródromo de doença viral (mialgias, mal-estar, rinorreia, tosse, congestão nasal, temperaturas baixas); contatos com doente

Exame físico

ruído de atrito pleural com ou sem febre baixa; às vezes sensibilidade reproduzível à palpação do tórax quando a pericondrite ou a pleurodinia acompanham a pleurite

Primeira investigação
  • radiografia torácica:

    geralmente normal, mas raramente pode apresentar derrame

    Mais
Outras investigações
  • Hemograma completo:

    normal ou leucocitose com predominância linfocítica

  • proteína C-reativa:

    pode ser normal ou elevado

  • cultura viral:

    detecção de vírus ou antígeno viral

    Mais

Incomuns

Doença pleural benigna relacionada a asbestos

História

história de exposição a asbestos; ocupação em construção ou construção/reparo de navios

Exame físico

nenhum achado específico distingue doença pleural relacionada a asbestos, como derrame pleural de asbestos benignos, de outras formas de doença pleural

Primeira investigação
  • radiografia torácica:

    placas pleurais, derrame, espessamento pleural

Outras investigações
  • toracocentese:

    derrame exsudativo

Mesotelioma

História

pode ser uma história de exposição ao amianto; dor torácica; tosse; dispneia; perda de peso; fadiga; febres e sudorese

Exame físico

macicez à percussão unilateral na base do pulmão; podem ser linfonodos palpáveis; massas palpáveis da parede torácica

Primeira investigação
  • radiografia torácica:

    massa pleural; derrame pleural unilateral; espessamento pleural irregular

Outras investigações
  • TC do tórax:

    espessamento irregular da pleura; derrame pleural

    Mais
  • toracocentese + biópsia pleural:

    derrame exsudativo; células malignas na citologia e na histologia; níveis elevados de mesotelina

    Mais
  • imuno-histoquímica:

    resultados positivos para certos marcadores (por exemplo, calretinina, ceratinas 5/6 e WT1 nuclear) tornam o mesotelioma mais provável, enquanto resultados positivos de outros marcadores (por exemplo, antígeno carcinoembriogênico [CEA], molécula de adesão de células epiteliais [EPCAM], claudina 4, fator de transcrição da tireoide [TTF-1] tornam o mesotelioma menos provável

    Mais

Tuberculose (TB) extrapulmonar/pulmonar

História

infecção por TB no passado; contato com pacientes com TB ativa; história de ter vivido em abrigos ou prisões; origem de área de TB endêmica; tosse crônica com produção de escarro; febres; sudorese noturna; perda de peso; retardo do crescimento pôndero-estatural; história de positividade de derivado proteico purificado (PPD)

Exame físico

macicez à percussão; murmúrios vesiculares diminuídos em área de derrame; raramente, trato sinusal de drenagem do empiema de necessidade (empiema crônico não tratado que erodiu através da caixa torácica e formou um abscesso subcutâneo)

Primeira investigação
  • radiografia torácica:

    pode demonstrar atelectasia decorrente da compressão das vias aéreas, derrame pleural, condensação, infiltrado pulmonar, linfadenopatia mediastinal ou hilar, fibrose na área superior

    Mais
  • baciloscopia do escarro para detecção de bacilos álcool-ácido resistentes e cultura:

    presença de bacilos álcool-ácido resistentes (coloração de Ziehl-Neelsen) na amostra

    Mais
  • esfregaço e cultura para bacilos álcool-ácido resistentes de amostra de biópsia extrapulmonar:

    positiva

    Mais
  • teste de amplificação de ácido nucleico (NAAT):

    positivos para M tuberculosis

    Mais
Outras investigações
  • broncoscopia e lavagem broncoalveolar:

    positivo para bacilos álcool-ácido resistentes

    Mais
  • ensaio de lipoarabinomanano de fluxo lateral na urina (LF-LAM):

    positiva

    Mais
  • tomografia computadorizada torácica realçada por contraste:

    TB primária: linfadenite tuberculosa mediastinal com atenuação do nódulo central e realce periférico, cavidades delineadas; TB pós-primária: nódulos centrolobulares e padrão de árvore em brotamento; derrame às vezes observado

    Mais
  • toracocentese:

    efusão exsudativa com predominância linfocítica

    Mais

Doenças do tecido conjuntivo

História

diagnóstico prévio de doença do tecido conjuntivo; artrite; deformidades articulares; rash; alopécia; olhos ou boca seca

Exame físico

erupção cutânea malar; alopécia; sensibilidade nas articulações; sensibilidade à palpação muscular (lúpus eritematoso sistêmico [LES]); deformidades articulares; sinovite (artrite reumatoide); membranas mucosas secas (síndrome de Sjögren)

Primeira investigação
  • radiografia torácica:

    derrame pleural

Outras investigações
  • toracocentese:

    para pleurite reumatoide, efusões são exsudativas com glicose baixa <60 mg/dL (< 3.33 millimol/L), pH baixo e LDH elevado > 1000 UI/L;[68] os derrame pleurais do LSE são exsudativos, com glicose superior e LDH mais baixo do que os níveis associados à artrite reumatoide[69]

  • marcadores sorológicos específicos da doença:

    positiva

    Mais

Reações a medicamentos

História

uso recente de hidralazina, procainamida, isoniazida, metildopa ou clorpromazina (pleurite lúpica); uso de minoxidil, betabloqueadores, amiodarona, bleomicina, metisergida, metotrexato, ciclofosfamida, ácido valproico, fenitoína ou nitrofurantoína

Exame físico

inespecífico; essencialmente os sinais observados com algum derrame pleural (macicez à percussão na área do derrame, murmúrios vesiculares diminuídos na mesma distribuição)

Primeira investigação
  • radiografia torácica:

    espessamento pleural; derrame pleural

Outras investigações
  • toracocentese:

    eosinófilos constituindo >10% das células no líquido pleural podem ser encontrados em reações ao medicamento[20]

Dissecção da aorta

História

sensação aguda de rasgo subesternal, com irradiação para a região interescapular do dorso; a dor pode migrar com a propagação da dissecção; acidente vascular cerebral (AVC), infarto agudo do miocárdio devido a obstrução dos ramos aórticos; dispneia devida a regurgitação aórtica aguda; história de hipertensão, síndrome de Marfan, síndrome de Ehlers-Danlos ou sífilis​

Exame físico

pulsos ou pressões arteriais (PAs) desiguais em ambos os braços, hipotensão devida a tamponamento cardíaco; novo sopro diastólico devido à regurgitação aórtica; bulha cardíaca hipofonética se a dissecção for complicada por tamponamento cardíaco; novos achados neurológicos focais decorrentes do envolvimento das artérias carótidas ou vertebrais​

Primeira investigação
  • radiografia torácica:

    mediastino alargado

    Mais
  • tomografia computadorizada (TC) do tórax com contraste:

    falso lúmen ou "flap" na aorta ascendente ou descendente

    Mais
Outras investigações
  • ecocardiografia transesofágica:

    falso lúmen ou "flap" na aorta ascendente ou descendente; regurgitação aórtica de início recente ou tamponamento pericárdico.

    Mais
  • angiografia por ressonância nuclear magnética (RNM):

    falso lúmen ou "flap" na aorta ascendente ou descendente

    Mais

Síndrome da lesão pós-cardíaca

História

febre e dor torácica em 2 a 3 semanas após infarto do miocárdio (IAM) ou de 3 dias a 1 ano após cirurgia de revascularização da artéria coronariana; dores torácicas geralmente precedem febre e podem variar de dor incômoda a dor pleurítica aguda ou mesmo dor torácica intensa semelhante a IAM

Exame físico

atrito pericárdico; aproximadamente 80% terão derrames pleurais concomitante (macicez à percussão e murmúrios vesiculares diminuídos nas bases do pulmão)

Primeira investigação
  • Hemograma completo:

    leucocitose periférica

  • velocidade de hemossedimentação:

    elevada (geralmente acima de 100 mm/hora)[72]

Outras investigações
  • radiografia torácica:

    ocasionalmente sinal da dupla densidade; derrames pleurais em 80% dos casos, geralmente bilateral (50% do tempo); derrame no lado esquerdo quando unilateral[72]

    Mais
  • toracocentese:

    exsudato com pH normal e glicose normal; sanguinolenta em 30% dos pacientes; a celularidade diferencial pode revelar predominância de leucócitos polimorfonucleares ou predominância de células mononucleares, dependendo da acuidade[73]

    Mais

Uremia

História

insuficiência renal conhecida, mal-estar, prurido

Exame físico

pele amarelada, confusão; exame pode ser normal

Primeira investigação
  • perfil metabólico básico (incluindo ureia e creatinina):

    creatinina e ureia séricas elevadas, potássio sérico elevado, acidose metabólica

Outras investigações
  • toracocentese:

    derrame transudativo

Cirrose

História

história de abuso de álcool, uso de drogas por via intravenosa, relação sexual sem proteção, obesidade, transfusão de sangue, infecção por hepatite conhecida; fadiga, fraqueza, perda de peso ou prurido

Exame físico

pode incluir edema, icterícia, ascite, circulação colateral com veias abdominais distendidas (cabeça de medusa), hepatoesplenomegalia, leuconíquia, eritema palmar, aranha vascular (nevo arâneo), telangiectasia, icterícia conjuntival, hálito hepático, estado mental alterado

Primeira investigação
  • alanina aminotransferase (ALT) e aspartato transaminase (AST) séricas:

    elevadas com razão ALT:AST ≥1 se houver dano hepatocelular; normais na colestase

  • fosfatase alcalina e gama-glutamiltransferase séricas:

    elevadas na colestase

  • sódio sérico:

    comumente reduzido em pacientes com ascite associada

  • albumina sérica:

    reduzida

  • contagem plaquetária:

    reduzida (contagem plaquetária <150,000 mm³)

  • tempo de protrombina:

    prolongado

Outras investigações
  • toracocentese:

    derrame transudativo

  • paracentese abdominal:

    líquido ascítico transudativo

  • ultrassonografia abdominal:

    nodularidade na superfície hepática, fígado pequeno, possível hipertrofia do lobo esquerdo/caudado, ascite, esplenomegalia, aumento do diâmetro da veia porta (≥13 mm) ou dos vasos colaterais

Pancreatite aguda

História

pleurite ocorre em pacientes com doença aguda grave associada a insuficiência hepática e/ou insuficiência renal, especialmente aqueles que necessitam de múltiplas transfusões de sangue; fatores de risco: mulheres de meia-idade, homens jovens a de meia-idade, cálculos biliares, alto consumo de álcool, hipertrigliceridemia, drogas, procedimento de colangiopancreatografia retrógrada endoscópica, HIV/AIDS, LES e síndrome de Sjögren; náusea, vômitos, anorexia, dor epigástrica

Exame físico

sinal de Grey-Turner, sinal de Cullen, sinal de Fox, sinal de Chvostek, sinal de Trousseau, taquicardia, hipotensão, distensão abdominal

Primeira investigação
  • lipase e amilase séricas:

    elevada (3 vezes o limite superior normal)

    Mais
Outras investigações
  • ultrassonografia abdominal:

    pode-se observar ascite, cálculos biliares, ducto colédoco dilatado e pâncreas aumentado

    Mais
  • tomografia computadorizada (TC) do abdome com contraste oral e intravenoso (IV):

    pode mostrar inflamação pancreática, estrias peripancreáticas, calcificações ou coleções de fluidos; confirma ou descarta cálculos biliares

    Mais
  • RNM/colangiopancreatografia por ressonância magnética (CPRM):

    os achados podem incluir cálculos, tumores, aumento difuso ou em segmentos do pâncreas com contorno irregular e obliteração da gordura peripancreática, necrose ou pseudocistos

    Mais

Pancreatite crônica

História

história de abuso de bebidas alcoólicas, náuseas, vômitos, dor abdominal epigástrica que irradia para o dorso, esteatorreia, desnutrição, diabetes mellitus

Exame físico

perda de peso, icterícia

Primeira investigação
  • tomografia computadorizada (TC) abdominal:

    calcificações pancreáticas, alargamento focal ou difuso do pâncreas, dilatação ductal e/ou complicações vasculares

Outras investigações

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