Etiologia
Os primeiros isolados do Chlamydia pneumoniae foram obtidos acidentalmente durante estudos de tracoma nos anos 60. Com base na morfologia de inclusão e nas características de coloração na cultura celular, o C pneumoniae foi inicialmente considerado uma cepa do Chlamydophila psittaci, embora não tenha havido exposição aviária. Análises adicionais demonstraram que esse organismo é distinto do C psittaci e do Chlamydophila trachomatis.[4] Foi descrita a disseminação de C pneumoniae dentro de famílias e populações confinadas, como recrutas militares e pessoas em instituições asilares.[5][6][7]
Fisiopatologia
O Chlamydia pneumoniae é um patógeno intracelular obrigatório que estabeleceu um nicho exclusivo dentro da célula hospedeira. Ele causa uma variedade de doenças em espécies animais de praticamente todos os níveis filogenéticos. Cada organismo C pneumoniae é caracterizado por um ciclo de desenvolvimento exclusivo com formas infecciosas e reprodutivas morfologicamente distintas.[4]
Depois da infecção, a partícula infecciosa, chamada de corpo elementar, se liga à célula hospedeira e é introduzida na célula por meio de endocitose que não depende do sistema de microtúbulos. Dentro da célula hospedeira, o corpo elementar permanece dentro de um fagossomo revestido por membrana. O fagossomo não se funde com o lisossomo da célula hospedeira. O corpo elementar se diferencia para a forma replicativa, o corpo reticulado que passa por fissão binária. Depois de aproximadamente 36 horas, os corpos reticulados se diferenciam em corpos elementares novamente. Em aproximadamente 48 horas após a infecção, a liberação pode ocorrer por citólise ou por um processo de exocitose ou extrusão da inclusão inteira, com a célula hospedeira permanecendo intacta. Estudos in vitro demonstraram que o C pneumoniae pode entrar em um estado persistente após tratamento com certas citocinas, como gamainterferona, tratamento com antibióticos ou restrição de certos nutrientes. No estado persistente, a atividade metabólica é reduzida.[4] A capacidade de causar infecções prolongadas e geralmente subclínicas é uma das principais características desse organismo.
A cultura do C pneumoniae requer isolamento na cultura de tecidos. Devido ao ciclo de vida longo, o tratamento da infecção por C pneumoniae requer esquemas de tratamento de doses múltiplas. No entanto, a persistência do organismo ocorre em aproximadamente 20% dos pacientes após o tratamento da infecção respiratória.
A C pneumoniae também foi isolada em espécies não humanas, incluindo cavalos, coalas, peramelemorfos, répteis e anfíbios; embora o papel que essas infecções possam exercer na doença humana seja desconhecido.[8] O modo de transmissão permanece incerto, mas provavelmente envolve secreções do trato respiratório infectado. A aquisição da infecção por gotículas de aerossóis foi descrita durante um acidente de laboratório.[9]O C pneumoniae permanece viável em balcões e prateleiras por 30 horas e pode sobreviver à aerossolização de partículas pequenas.[10]
Classificação
Taxonomia
Ordem Chlamydiales
Família Chlamydiaceae
Gênero Chlamydia
Espécie Chlamydia pneumoniae
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