A decisão de tratar uma ruptura do manguito rotador cirurgicamente ou não deve ser baseada em vários fatores, incluindo tamanho da ruptura, idade do paciente, nível de atividade esperado, grau de retração do tendão e presença de atrofia muscular do manguito rotador e substituição gordurosa.
Uma intervenção cirúrgica precoce pode ser necessária quando há fraqueza e incapacidade funcional substancial ou ainda se a dor continuar apesar de vários meses de fisioterapia e terapia medicamentosa.[30]Oh LS, Wolf BR, Hall MP, et al. Indications for rotator cuff repair: a systematic review. Clin Orthop Relat Res. 2007 Feb;455:52-63.
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Além disso, se o paciente precisar de um braço forte para necessidades vocacionais ou recreativas, o reparo deve ser considerado.
Também é importante considerar o tempo transcorrido desde a lesão, pois a função e a aparência de uma ruptura do manguito rotador geralmente deterioram-se com o tempo. Com rupturas crônicas, o tecido muscular pode atrofiar com o tempo e ser substituído por tecido gorduroso, geralmente chamado degeneração gordurosa. Os fatores de risco para nova ruptura após o reparo artroscópico (minimamente invasivo) do manguito rotador incluem infiltração gordurosa (subescapular e infraespinhal) e duração dos sintomas.[33]Zhao J, Luo M, Pan J, et al. Risk factors affecting rotator cuff retear after arthroscopic repair: a meta-analysis and systematic review. J Shoulder Elbow Surg. 2021 Nov;30(11):2660-70.
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Foi descrita uma correlação direta entre a extensão da degeneração gordurosa do músculo do manguito rotador e o tempo desde a lesão.[34]Goutallier D, Postel JM, Bernageau J, et al. Fatty muscle degeneration in cuff ruptures: pre- and postoperative evaluation by CT scan. Clin Orthop. 1994 Jul;(304):78-83.
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Pesquisadores encontraram desfechos mais favoráveis e uma taxa reduzida de recorrência de ruptura quando o reparo foi realizado no período em que a degeneração gordurosa era mínima. Em pacientes com mais de 60 anos de idade, um desfecho favorável ainda pode ser esperado após o reparo, desde que a qualidade do tecido permaneça suficiente.[35]Downie BK, Miller BS. Treatment of rotator cuff tears in older individuals: a systematic review. J Shoulder Elbow Surg. 2012 Sep;21(9):1255-61.
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Rupturas agudas (identificadas dentro de 6 semanas após um trauma significativo conhecido)
As opções de tratamento para rupturas agudas são determinadas em grande parte pelo tamanho da ruptura e por quão sintomático o paciente se mostra no momento da apresentação. Geralmente, é útil o envolvimento de um fisioterapeuta. Se houver fraqueza da rotação externa, o envolvimento do infraespinhal está presente e há maior probabilidade da cirurgia ser necessária.
Correção cirúrgica de pequenas rupturas agudas
O reparo cirúrgico é o tratamento de primeira linha para pacientes com bom estado funcional, especialmente se as demandas funcionais forem altas. Quando a cirurgia é realizada antes do início da atrofia, resultados mais previsíveis são garantidos. Um ensaio clínico randomizado e controlado de pessoas com ruptura do manguito rotador não superior a 3 cm revelou que o reparo primário do tendão melhorou a dor, o movimento e a força em 10 anos em comparação com a fisioterapia.[36]Moosmayer S, Lund G, Seljom US, et al. At a 10-year follow-up, tendon repair is superior to physiotherapy in the treatment of small and medium-sized rotator cuff tears. J Bone Joint Surg Am. 2019 Jun 19;101(12):1050-60.
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As opções cirúrgicas incluem artroscopia, mini-incisão e reparo por técnica aberta. O objetivo primário é permitir uma articulação indolor e com boa função.
Medidas conservadoras para pequenas rupturas agudas
Opções não cirúrgicas devem ser as primeiras a serem consideradas para pacientes idosos e sedentários com rupturas pequenas com leve perda de amplitude de movimentos (ADM) e força, e para pacientes com baixas demandas funcionais. Gelo, alongamento e anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) são os tratamentos iniciais. Quando a ADM é restabelecida (geralmente em cerca de 4 semanas), podem ser iniciados exercícios de tonificação, enquanto o alongamento continua. Uma única injeção subacromial de corticosteroide poderá ser usada para controlar a inflamação e reduzir a dor se a terapia de reabilitação e os AINEs não forem eficazes.[37]Weber S, Chahal J. Management of rotator cuff injuries. J Am Acad Orthop Surg. 2020 Mar 1;28(5):e193-201.
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A reabilitação pode ser retomada alguns dias após a injeção.[38]Coombes BK, Bisset L, Vicenzino B. Efficacy and safety of corticosteroid injections and other injections for management of tendinopathy: a systematic review of randomised controlled trials. Lancet. 2010 Nov 20;376(9754):1751-67.
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Injeções repetidas devem ser evitadas, pois a cicatrização de um possível reparo cirúrgico pode ser comprometida.[39]Puzzitiello RN, Patel BH, Nwachukwu BU, et al. Adverse impact of corticosteroid injection on rotator cuff tendon health and repair: a systematic review. Arthroscopy. 2020 May;36(5):1468-75.
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Uma revisão sistemática e metanálise sugeriram que os AINEs são menos eficazes do que a injeção de corticosteroides na obtenção de remissão em pacientes com dor no ombro em 4-6 semanas após o tratamento.[40]Zheng XQ, Li K, Wei YD, et al. Nonsteroidal anti-inflammatory drugs versus corticosteroid for treatment of shoulder pain: a systematic review and meta-analysis. Arch Phys Med Rehabil. 2014 Oct;95(10):1824-31.
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No entanto, como esta revisão incluiu um número limitado de pequenos estudos, os resultados devem ser interpretados com cautela.[40]Zheng XQ, Li K, Wei YD, et al. Nonsteroidal anti-inflammatory drugs versus corticosteroid for treatment of shoulder pain: a systematic review and meta-analysis. Arch Phys Med Rehabil. 2014 Oct;95(10):1824-31.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24841629?tool=bestpractice.com
A cirurgia deve ser considerada se o paciente não responder à terapia clínica e de reabilitação após várias semanas, com a maioria dos investigadores recomendando pelo menos 3 meses de tratamento não cirúrgico para rupturas menores ou parciais.
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Injeção subacromial. Insira a agulha bem abaixo da borda posterior do acrômio (x), apontando paralelamente à superfície inferior do acrômioDo acervo do Dr. Daniel J. Solomon, MD; usado com permissão [Citation ends].
Manejo de rupturas reparáveis agudas médias, grandes ou maciças
Reparo cirúrgico é o tratamento de primeira linha para pacientes com bom estado funcional, especialmente se as demandas funcionais forem altas. As opções incluem artroscopia, mini-incisão e reparo por técnica aberta. O objetivo primário é permitir uma articulação indolor e com boa função.
Se o paciente for idoso e sedentário, uma terapia de reabilitação com AINEs, gelo, alongamento e exercícios deve ser considerada antes de cirurgia. O foco deve estar no fortalecimento do manguito remanescente, deltoide e estabilizadores escapulares, bem como no alongamento da cápsula posterior.
Rupturas irreparáveis
O desbridamento pode ser adequado para pacientes com dor como o sintoma predominante e baixas demandas por força no ombro. O paciente ideal para desbridamento apresenta boa função deltoide e um arco coracoacromial intacto.
O desbridamento artroscópico pode incluir bursectomia, ressecção da articulação acromioclavicular e alisamento da tuberosidade maior. A descompressão subacromial para o tratamento da doença sintomática do manguito rotador que apresenta características de pinçamento e sem ruptura total do manguito rotador não fornece benefícios clinicamente importantes em comparação com a cirurgia placebo em relação à dor, função ou qualidade de vida e não é mais recomendada rotineiramente.[37]Weber S, Chahal J. Management of rotator cuff injuries. J Am Acad Orthop Surg. 2020 Mar 1;28(5):e193-201.
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BMJ: subacromial decompression surgery for adults with shoulder pain: a clinical practice guideline
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A transferência de tendão é adequada para pacientes com altas demandas por força no ombro. Os pacientes devem ser capazes e estarem dispostos a realizar uma reabilitação pós-operatória extensa. As transferências de músculo têm sido eficazes em rupturas anterossuperiores envolvendo o subescapular e o supraespinhal e para rupturas posterossuperiores envolvendo o supraespinhal e o infraespinhal. Doadores efetivos são o músculo peitoral maior para rupturas anterossuperiores e o músculo grande dorsal para rupturas posterossuperiores.[43]Warner JJ. Management of massive irreparable rotator cuff tears: the role of tendon transfer. Instr Course Lect. 2001 Feb;50(6):63-71.
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A transferência do trapézio inferior está se tornando cada vez mais popular, porque essa transferência mimetiza rigorosamente a linha de tração do infraespinhal.[45]Wagner ER, Elhassan BT. Surgical management of massive irreparable posterosuperior rotator cuff tears: arthroscopic-assisted lower trapezius transfer. Curr Rev Musculoskelet Med. 2020 Oct;13(5):592-604.
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Artroplastia total reversa de ombro é indicada para alterações degenerativas glenoumerais avançadas secundárias a uma ruptura de manguito rotador de longa duração (artropatia de ruptura do manguito).[47]Beaudreuil J, Dhénain M, Coudane H, Mlika-Cabanne N. Clinical practice guidelines for the surgical management of rotator cuff tears in adults. Orthop Traumatol Surg Res. 2010 Apr;96(2):175-9.
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Uma artroplastia total de ombro padrão não deve ser usada em pacientes com artrite glenoumeral que tenham uma ruptura do manguito rotador irreparável, pois a abdução será previsivelmente limitada.[48]Izquierdo R, Voloshin I, Edwards S, et al; American Academy of Orthopedic Surgeons. Treatment of glenohumeral osteoarthritis. J Am Acad Orthop Surg. 2010 Jun;18(6):375-82.
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Rupturas crônicas
Em geral, as rupturas crônicas devem ser tratadas inicialmente com terapias conservadoras (por exemplo, gelo e alongamento, medicamentos anti-inflamatórios e injeções subacromiais). Geralmente, é útil o envolvimento de um fisioterapeuta.
Se uma ruptura não apresentar resposta clínica ao tratamento não cirúrgico, pode-se buscar uma cirurgia. Pacientes mais jovens geralmente são tratados com uma abordagem mais agressiva, considerando cirurgia precocemente na evolução do tratamento, especialmente se eles se queixam de fraqueza.[30]Oh LS, Wolf BR, Hall MP, et al. Indications for rotator cuff repair: a systematic review. Clin Orthop Relat Res. 2007 Feb;455:52-63.
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A crença do paciente no sucesso da reabilitação é um forte preditor de desfecho não cirúrgico, mais do que o tamanho da ruptura.[49]Dunn WR, Kuhn JE, Sanders R, et al. 2013 Neer Award: predictors of failure of nonoperative treatment of chronic, symptomatic, full-thickness rotator cuff tears. J Shoulder Elbow Surg. 2016 Aug;25(8):1303-11.
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Em um paciente idoso com uma ruptura crônica grande, a qualidade do tecido geralmente é menos ideal para a cicatrização. Frequentemente, esses pacientes e outros com baixas demandas funcionais têm menor interesse em atividades vigorosas acima do nível da cabeça e maior interesse no alívio da dor com um arco de movimento funcional. Um programa de reabilitação não cirúrgico bem desenhado consistente em alongamento e fortalecimento pode alcançar esses objetivos.[49]Dunn WR, Kuhn JE, Sanders R, et al. 2013 Neer Award: predictors of failure of nonoperative treatment of chronic, symptomatic, full-thickness rotator cuff tears. J Shoulder Elbow Surg. 2016 Aug;25(8):1303-11.
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[50]Williams GR Jr, Rockwood CA Jr, Bigliani LU, et al. Rotator cuff tears: why do we repair them? J Bone Joint Surg. 2004 Dec;86(12):2764-76
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O foco dessa reabilitação é o controle da dor, restauração do movimento passivo completo e otimização da força e coordenação do manguito rotador e do músculo periescapular.
A injeção subacromial de corticosteroide pode ser usada se os sintomas limitarem os exercícios de reabilitação, mas deve ser usada com cautela se a cirurgia for uma possibilidade razoável devido aos efeitos adversos dos esteroides na cicatrização do manguito.[39]Puzzitiello RN, Patel BH, Nwachukwu BU, et al. Adverse impact of corticosteroid injection on rotator cuff tendon health and repair: a systematic review. Arthroscopy. 2020 May;36(5):1468-75.
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Os exercícios podem ser retomados alguns dias após as injeções.
Uma metanálise constatou que o bloqueio do nervo supraescapular apresentou eficácia semelhante comparado com injeções intra-articulares de corticosteroides para dor no ombro, e pode ser usado como terapia adjuvante se a injeção de corticosteroide isoladamente não fornecer alívio sustentado da dor.[51]Chang KV, Hung CY, Wu WT, et al. Comparison of the effectiveness of suprascapular nerve block with physical therapy, placebo, and intra-articular injection in management of chronic shoulder pain: a meta-analysis of randomized controlled trials. Arch Phys Med Rehabil. 2016 Aug;97(8):1366-80.
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Para pacientes com dor considerável após 10 a 12 semanas de terapia, as opções cirúrgicas a seguir devem ser consideradas com base em cada caso.[30]Oh LS, Wolf BR, Hall MP, et al. Indications for rotator cuff repair: a systematic review. Clin Orthop Relat Res. 2007 Feb;455:52-63.
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[43]Warner JJ. Management of massive irreparable rotator cuff tears: the role of tendon transfer. Instr Course Lect. 2001 Feb;50(6):63-71.
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Artroscopia, mini-incisão ou reparo por técnica aberta: geralmente, consideradas para pacientes tanto com dor quanto limitações funcionais, que estão prevendo retorno a um estilo de vida ativo.
Desbridamento: geralmente usado para pacientes com mínimas limitações funcionais, mas com dor como queixa primária e para pacientes com objetivos e expectativas funcionais limitados. A tuberoplastia pode ser realizada quando há uma tuberosidade maior proeminente, que pode encostar no acrômio em abdução.
Hemiartroplastia e artroplastia total reversa do ombro: procedimentos de resgate para pacientes com rupturas de longa duração e que desenvolvem artropatia por ruptura do manguito.
Reconstrução da cápsula superior: normalmente usada para pacientes ativos mais jovens com rupturas irreparáveis. O procedimento emprega um enxerto para reconstruir a cápsula superior e pode inibir a migração umeral proximal. Esta técnica não deve ser utilizada na presença de artropatia avançada.
Balão espaçador: indicado para rupturas irreparáveis. Um balão inflável biodegradável é inserido sob o acrômio para atuar como uma barreira física para reduzir o atrito subacromial. Este dispositivo pode ajudar a melhorar a reabilitação do deltoide.
Transferência de tendão: apropriada para pacientes com alta demanda de força no ombro e considerada quando o tecido do ventre muscular é frágil e pode não funcionar, mesmo na presença de um reparo de tendão bem-sucedido.
Artrodese glenoumeral: pode ser considerada como um último recurso para dor intolerável, mas eliminará todo o movimento glenoumeral. Raramente usada em pacientes mais jovens, mas pode ser considerada naqueles que falharam na artroplastia total reversa do ombro, especialmente na presença de infecção persistente.
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Injeção subacromial. Insira a agulha bem abaixo da borda posterior do acrômio (x), apontando paralelamente à superfície inferior do acrômioDo acervo do Dr. Daniel J. Solomon, MD; usado com permissão [Citation ends].
Técnicas para reparo cirúrgico
As opções cirúrgicas incluem artroscopia, mini-incisão e reparo por técnica aberta. O objetivo primário é permitir uma articulação indolor e com boa função.
Em reparos abertos do manguito rotador, o cirurgião fica limitado à área visualizada dentro da incisão para realizar o reparo. A artroscopia, uma técnica minimamente invasiva, permite ao cirurgião abordar e avaliar a ruptura de vários ângulos para melhor definir a ruptura e repará-la anatomicamente. A capacidade de abordar a patologia glenoumeral no momento do reparo do manguito rotador, em conjunto com a visualização aprimorada, é um grande benefício.
Ensaios clínicos randomizados e controlados, revisões sistemáticas e metanálises relatam desfechos semelhantes após reparo aberto, por mini-incisão ou artroscópico.[54]MacDermid JC, Bryant D, Holtby R, et al. Arthroscopic versus mini-open rotator cuff repair: a randomized trial and meta-analysis. Am J Sports Med. 2021 Oct;49(12):3184-95.
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[56]Lindley K, Jones GL. Outcomes of arthroscopic versus open rotator cuff repair: a systematic review of the literature. Am J Orthop (Belle Mead NJ). 2010 Dec;39(12):592-600.
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[57]Huang R, Wang S, Wang Y, et al. Systematic review of all-arthroscopic versus mini-open repair of rotator cuff tears: a meta-analysis. Sci Rep. 2016 Mar 7;6:22857.
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A artroscopia pode estar associada à diminuição da dor em curto prazo.[56]Lindley K, Jones GL. Outcomes of arthroscopic versus open rotator cuff repair: a systematic review of the literature. Am J Orthop (Belle Mead NJ). 2010 Dec;39(12):592-600.
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Os resultados de revisões sistemáticas com metanálises geralmente indicam que os reparos de sutura de fileira dupla facilitam melhores taxas de cicatrização, mas não há diferenças reconhecíveis nos escores dos desfechos.[37]Weber S, Chahal J. Management of rotator cuff injuries. J Am Acad Orthop Surg. 2020 Mar 1;28(5):e193-201.
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O reparo com sutura em fileira dupla é uma técnica mais exigente do que o reparo em fileira única. O reparo de fileira única aumentado com microfratura pode oferecer algum benefício ao melhorar a biologia da cicatrização por microfratura ou abrasão da tuberosidade maior.[63]Pulatkan A, Anwar W, Tokdemir S, et al. The clinical and radiologic outcome of microfracture on arthroscopic repair for full-thickness rotator cuff tear. J Shoulder Elbow Surg. 2020 Feb;29(2):252-7.
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Patologia associada e aumento biológico
Rupturas do lábio superior anterior para posterior (SLAP) e patologia do tendão do bíceps frequentemente acompanham as rupturas do manguito rotador. Rupturas subescapulares também podem estar presentes e muitas vezes são difíceis de reconhecer. O subescapular é o maior músculo do manguito e as rupturas podem estar associadas a dor e disfunção significativas. O reconhecimento e o tratamento concomitante dessas lesões podem contribuir para melhorar a função pós-operatória.[64]Ticker JB, Burkhart SS. Why repair the subscapularis? A logical rationale. Arthroscopy. 2011 Aug;27(8):1123-8.
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O plasma rico em plaquetas (PRP) tem sido usado para aumentar o reparo do manguito rotador após lesões de espessura total com resultados inconsistentes.[65]Longo UG, Loppini M, Berton A, et al. Platelet-rich plasma augmentation in rotator cuff surgery: state of art. Op Tech Orthopaedics. 2012 May 26;22(2):86-90.[66]Moraes VY, Lenza M, Tamaoki MJ, et al. Platelet-rich therapies for musculoskeletal soft tissue injuries. Cochrane Database Syst Rev. 2014 Apr 29;(4):CD010071.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24782334?tool=bestpractice.com
[67]Chen X, Jones IA, Togashi R, et al. Use of platelet-rich plasma for the improvement of pain and function in rotator cuff tears: a systematic review and meta-analysis with bias assessment. Am J Sports Med. 2020 Jul;48(8):2028-41.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31743037?tool=bestpractice.com
[68]A Hamid MS, Sazlina SG. Platelet-rich plasma for rotator cuff tendinopathy: a systematic review and meta-analysis. PLoS One. 2021;16(5):e0251111.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8109792
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As diretrizes práticas concluem que o uso de PRP em pacientes submetidos ao reparo do manguito rotador não melhora os desfechos relatados pelo paciente.[37]Weber S, Chahal J. Management of rotator cuff injuries. J Am Acad Orthop Surg. 2020 Mar 1;28(5):e193-201.
https://journals.lww.com/jaaos/Fulltext/2020/03010/Management_of_Rotator_Cuff_Injuries.4.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31599763?tool=bestpractice.com
As taxas de repetição da ruptura em longo prazo podem ser reduzidas em pacientes que recebem PRP.[67]Chen X, Jones IA, Togashi R, et al. Use of platelet-rich plasma for the improvement of pain and function in rotator cuff tears: a systematic review and meta-analysis with bias assessment. Am J Sports Med. 2020 Jul;48(8):2028-41.
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