Exame
O diagnóstico precoce é essencial e deve ser guiado por um elevado índice de suspeita com base na história clínica.[6]American Academy of Orthopaedic Surgeons, Major Extremity Trauma and Rehabilitation Consortium. Diagnosis and management of acute compartment syndrome. Sep 2019 [internet publication].
https://www.aaos.org/globalassets/quality-and-practice-resources/dod/acs-auc-final-report-1-07-2020.pdf
A medição da pressão compartimental é indicada sempre que o exame clínico for duvidoso ou o diagnóstico for incerto em um paciente em risco.[8]Nathanson MH, Harrop-Griffiths W, Aldington DJ, et al. Regional analgesia for lower leg trauma and the risk of acute compartment syndrome: guideline from the Association of Anaesthetists. Anaesthesia. 2021 Nov;76(11):1518-25.
https://associationofanaesthetists-publications.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/anae.15504
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34096035?tool=bestpractice.com
O monitoramento da pressão intracompartimental pode ajudar no diagnóstico de síndrome compartimental aguda, mas estudos de apoio mostram variabilidade nos limiares para fasciotomia, tempo adequado e métodos de monitoramento da pressão.[6]American Academy of Orthopaedic Surgeons, Major Extremity Trauma and Rehabilitation Consortium. Diagnosis and management of acute compartment syndrome. Sep 2019 [internet publication].
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Confiar apenas nos limiares baseados na pressão (sem considerar a suspeita clínica e os achados do exame clínico) para diagnosticar a síndrome compartimental aguda pode resultar em excesso de tratamentos com fasciotomia.[6]American Academy of Orthopaedic Surgeons, Major Extremity Trauma and Rehabilitation Consortium. Diagnosis and management of acute compartment syndrome. Sep 2019 [internet publication].
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[23]Whitney A, O'Toole RV, Hui E, et al. Do one-time intracompartmental pressure measurements have a high false-positive rate in diagnosing compartment syndrome? J Trauma Acute Care Surg. 2014 Feb;76(2):479-83.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24458053?tool=bestpractice.com
[24]Ovre S, Hvaal K, Holm I, et al. Compartment pressure in nailed tibial fractures. A threshold of 30 mmHg for decompression gives 29% fasciotomies. Arch Orthop Trauma Surg. 1998;118(1-2):29-31.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9833101?tool=bestpractice.com
Em um estudo com 64 pacientes, o uso de um valor de pressão compartimental de 30 mmHg como limiar para a fasciotomia levou a uma taxa de fasciotomias de 29% após cirurgias tibiais.[8]Nathanson MH, Harrop-Griffiths W, Aldington DJ, et al. Regional analgesia for lower leg trauma and the risk of acute compartment syndrome: guideline from the Association of Anaesthetists. Anaesthesia. 2021 Nov;76(11):1518-25.
https://associationofanaesthetists-publications.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/anae.15504
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34096035?tool=bestpractice.com
[24]Ovre S, Hvaal K, Holm I, et al. Compartment pressure in nailed tibial fractures. A threshold of 30 mmHg for decompression gives 29% fasciotomies. Arch Orthop Trauma Surg. 1998;118(1-2):29-31.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9833101?tool=bestpractice.com
Frequentemente, é útil obter a pressão intracompartimental inicial dos compartimentos que podem estar em risco, especialmente em pacientes que não podem ser examinados em intervalos de tempo regulares.
Sem um exame clínico confiável (por exemplo, no paciente obnubilado), medições repetidas ou contínuas da pressão intracompartimental podem ser úteis até que a síndrome compartimental aguda seja diagnosticada ou descartada.[6]American Academy of Orthopaedic Surgeons, Major Extremity Trauma and Rehabilitation Consortium. Diagnosis and management of acute compartment syndrome. Sep 2019 [internet publication].
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Há diversos instrumentos disponíveis para a determinação das pressões intracompartimentais. Valores de pressão únicos por si só não são confiáveis para o diagnóstico da síndrome compartimental e podem resultar na não realização do diagnóstico.[6]American Academy of Orthopaedic Surgeons, Major Extremity Trauma and Rehabilitation Consortium. Diagnosis and management of acute compartment syndrome. Sep 2019 [internet publication].
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Todos os compartimentos musculares devem ser medidos, não apenas o compartimento considerado de maior risco.[7]Cone J, Inaba K. Lower extremity compartment syndrome. Trauma Surg Acute Care Open. 2017 Sep 14;2(1):e000094.
https://tsaco.bmj.com/content/2/1/e000094
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29766095?tool=bestpractice.com
Abaixo do joelho, todos os quatro compartimentos devem ser verificados, embora o compartimento anterior apresente o maior risco de síndrome compartimental.[7]Cone J, Inaba K. Lower extremity compartment syndrome. Trauma Surg Acute Care Open. 2017 Sep 14;2(1):e000094.
https://tsaco.bmj.com/content/2/1/e000094
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29766095?tool=bestpractice.com
O monitoramento da pressão compartimental não parece fornecer informações úteis para orientar a tomada de decisão ao se considerar a fasciotomia em adultos com evidência de dano intracompartimental irreversível (neuromuscular/vascular).[6]American Academy of Orthopaedic Surgeons, Major Extremity Trauma and Rehabilitation Consortium. Diagnosis and management of acute compartment syndrome. Sep 2019 [internet publication].
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Vários dispositivos de medição de pressão estão disponíveis para determinar a pressão intracompartimental: por exemplo, sistemas transdutores de acesso arterial com agulhas de porta lateral, cateteres de fenda e sistemas de medição independentes.[8]Nathanson MH, Harrop-Griffiths W, Aldington DJ, et al. Regional analgesia for lower leg trauma and the risk of acute compartment syndrome: guideline from the Association of Anaesthetists. Anaesthesia. 2021 Nov;76(11):1518-25.
https://associationofanaesthetists-publications.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/anae.15504
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34096035?tool=bestpractice.com
Caso não haja equipamentos especializados disponíveis, as pressões compartimentais podem ser medidas com uma cânula intravenosa calibre 16 conectada a um transdutor e a um monitor de pressão arterial (PA) por meio de um tubo de acesso arterial preenchido com soro fisiológico.[25]Wall CJ, Lynch J, Harris IA, et al; Liverpool (Sydney) and Royal Melbourne Hospitals. Clinical practice guidelines for the management of acute limb compartment syndrome following trauma. ANZ J Surg. 2010 Mar;80(3):151-6.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20575916?tool=bestpractice.com
Uma agulha de calibre 18 pode superestimar a pressão compartimental em até 18 mmHg quando comparada com um cateter com fenda ou agulha com porta lateral.[8]Nathanson MH, Harrop-Griffiths W, Aldington DJ, et al. Regional analgesia for lower leg trauma and the risk of acute compartment syndrome: guideline from the Association of Anaesthetists. Anaesthesia. 2021 Nov;76(11):1518-25.
https://associationofanaesthetists-publications.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/anae.15504
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34096035?tool=bestpractice.com
[26]Moed BR, Thorderson PK. Measurement of intracompartmental pressure: a comparison of the slit catheter, side-ported needle, and simple needle. J Bone Joint Surg Am. 1993 Feb;75(2):231-5.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8423183?tool=bestpractice.com
A pressão diferencial (ou seja, a diferença entre a PA diastólica e a pressão compartimental medida: PA diastólica menos pressão compartimental) também pode ser medida.[27]McQueen MM, Court-Brown CM. Compartment monitoring in tibial fractures. The pressure threshold for decompression. J Bone Joint Surg Br. 1996 Jan;78(1):99-104.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8898137?tool=bestpractice.com
Um limiar de PA diastólica menos pressão intracompartimental >30 mmHg (pressão delta) pode ajudar a descartar a síndrome compartimental aguda.[6]American Academy of Orthopaedic Surgeons, Major Extremity Trauma and Rehabilitation Consortium. Diagnosis and management of acute compartment syndrome. Sep 2019 [internet publication].
https://www.aaos.org/globalassets/quality-and-practice-resources/dod/acs-auc-final-report-1-07-2020.pdf
[27]McQueen MM, Court-Brown CM. Compartment monitoring in tibial fractures. The pressure threshold for decompression. J Bone Joint Surg Br. 1996 Jan;78(1):99-104.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8898137?tool=bestpractice.com
[28]White TO, Howell GE, Will EM, et al. Elevated intramuscular compartment pressures do not influence outcome after tibial fracture. J Trauma. 2003 Dec;55(6):1133-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14676660?tool=bestpractice.com
Um resultado de pressão diferencial dentro de 20-30 mmHg da pressão diastólica (pressão delta) é considerado um forte indicador para proceder a fasciotomia.[18]Olson SA, Glasgow RR. Acute compartment syndrome in lower extremity musculoskeletal trauma. J Am Acad Orthop Surg. 2005 Nov;13(7):436-44.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16272268?tool=bestpractice.com
No entanto, deve-se tomar cuidado ao usar esse critério para pacientes que tomam medicamentos vasodilatadores e cuja PA diastólica for baixa.