História e exame físico

Outros fatores diagnósticos

comuns

náuseas e vômitos

São muito comuns e geralmente ocorrem dentro de algumas horas após a ingestão de uma superdosagem.[1][3]

No entanto, também podem ser um sinal de necrose hepática, a qual ocorre após 2 a 3 dias da ingestão de uma superdosagem.[3]

fatores de risco

História de autolesão

  • Um fator de risco para superdosagem de paracetamol intencional.

História de uso frequente ou repetido de medicamentos para alívio de dor

  • Um excesso terapêutico é quando doses excessivas de paracetamol são tomadas com a intenção de se tratar uma dor ou febre e sem intenção de autolesão.[3]

Deficiência de glutationa

  • Os pacientes com risco incluem os portadores de:

    • Desnutrição (por exemplo, não se alimentando devido a dor de dente, jejuando por mais de um dia)

    • Transtornos alimentares (por exemplo, anorexia, bulimia)

    • Transtornos psiquiátricos

    • Doença crônica (por exemplo, HIV, fibrose cística)

    • Caquexia

    • Transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas.

Tratamento em longo prazo com medicamentos que induzem enzimas hepáticas (indutores do citocromo P450)

  • Esses medicamentos incluem:

    • Carbamazepina

    • Fenobarbital

    • Fenitoína

    • Primidona

    • Rifampicina

    • Rifabutina

    • Efavirenz

    • Nevirapina

    • Erva-de-são-joão.

Peso corporal baixo (<50 kg)

Incomuns

dor subcostal direita

Se um paciente se apresentar >8 horas após uma superdosagem aguda ou no contexto de excesso terapêutico e tiver dor subcostal direita, inicie o tratamento com acetilcisteína sem demora, pois a dor subcostal direita é um sinal de lesão hepática aguda.[3] Discuta o paciente com urgência com um colega mais experiente se o paciente se apresentar <8 horas após uma superdosagem aguda e tiver dor subcostal direita.

Uma dor abdominal geral após 12 a 36 horas pode também estar presente após uma ingestão significativa de paracetamol.[3]

icterícia

Se um paciente se apresentar >8 horas após uma superdosagem aguda ou no contexto de excesso terapêutico e tiver icterícia, inicie o tratamento com acetilcisteína sem demora, pois este é um sinal de lesão hepática aguda.[3] Discuta o paciente com urgência com um colega mais experiente se o paciente se apresentar <8 horas após uma superdosagem aguda e tiver icterícia.

Pode ser difícil de detectar icterícia em pessoas com pele escura.

Na prática, é mais facilmente observada na esclera e melhor observada com luz natural puxando-se para baixo a pálpebra inferior e pedindo-se ao paciente que olhe para cima.

hepatomegalia

Discuta o caso do paciente com um colega mais experiente com urgência, pois este é um sinal de lesão hepática aguda.[34]

Certifique-se de percutir as bordas superior e inferior do fígado. Na prática, às vezes uma patologia pulmonar, como a DPOC, pode empurrar o fígado para baixo e dar uma falsa impressão de hepatomegalia.

nível de consciência alterado

Inicie imediatamente o tratamento com acetilcisteína pois pode ser um sinal de encefalopatia hepática. Consulte Encefalopatia hepática.

Envolva o suporte de cuidados intensivos se houver encefalopatia de grau 3 ou 4, pois pode ser necessária intubação traqueal para proteger as vias aéreas.[28][29] Cuidados intensivos devem também ser envolvidos se houver encefalopatia de grau 2, pois esses pacientes correm risco de descompensação e necessitam de monitoramento intensivo.[28][29] A classificação clínica mais comum usada para descrever a gravidade da encefalopatia hepática são os critérios de West Haven:[35]

  • Grau 4: coma, com ou sem resposta a estímulos dolorosos.

  • Grau 3: sonolento, mas despertável, incapaz de realizar tarefas mentais, desorientação no tempo e no espaço, confusão acentuada, amnésia, acessos ocasionais de raiva, fala presente, mas incompreensível.

  • Grau 2: torpor, letargia, deficits graves na capacidade de realizar tarefas mentais, alterações óbvias da personalidade, comportamento inadequado, desorientação intermitente. A presença de asterixis (flapping) é evidente.

  • Grau 1: confusão leve, euforia ou depressão, diminuição da atenção, lentificação da capacidade de realizar tarefas mentais, irritabilidade, distúrbio do padrão do sono, como ciclo do sono invertido. O asterixis (flapping) pode ser detectado.

  • Grau 0: subclínico; estado mental normal, mas alterações mínimas na memória, concentração, função intelectual, coordenação.

asterixis (flapping)

Discuta o caso do paciente com um colega mais experiente com urgência, pois este é um sinal de encefalopatia hepática e lesão hepática aguda.[36]

Realizar exame para asterixis (flapping) estendendo ambos os braços do paciente, dorsiflexionando os punhos e abrindo os dedos para observar o "abano" no punho.[37]

dor lombar ou nos flancos

Discuta o caso do paciente com um colega mais experiente com urgência, pois a dor na região lombar após as primeiras 24 horas pode indicar lesão renal aguda.[3]

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