Prevenção primária

Síndrome do choque tóxico estreptocócico

A disseminação de todos os tipos de infecções por estreptococos do grupo A pode ser reduzida lavando-se bem as mãos, sobretudo após tossir e espirrar, e antes de preparar os alimentos ou comer.[78]

Os pacientes com faringite estreptocócica confirmada devem seguir as recomendações nacionais para evitar a transmissão. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA recomendam que os pacientes fiquem em casa (não compareçam ao trabalho, escola ou creche) até que estejam afebris e, pelo menos, 12-24 horas após o início do tratamento antibiótico.[77] ​As orientações do Reino Unido recomendam que os pacientes com faringite estreptocócica permaneçam isolados por, pelo menos, 24 horas após o início do tratamento com o antibiótico adequado.[78]

Todas as feridas devem ser mantidas limpas e serem observadas quanto a possíveis sinais de infecção, como vermelhidão, edema, drenagem e dor no local da ferida.

As diretrizes nacionais devem ser seguidas para recomendações sobre a quimioprofilaxia. Em geral, não é necessário que todas as pessoas expostas a alguém com síndrome do choque tóxico estreptocócico do grupo A invasiva recebam antibioticoterapia para prevenir infecção.[79]​ No entanto, os médicos devem alertar todos os contatos próximos sobre os sinais e sintomas da síndrome do choque tóxico e orientá-los a procurar atendimento médico se desenvolverem febre até 30 dias após o paciente índice.

Em algumas circunstâncias, a antibioticoterapia pode ser adequada para um contato próximo de um caso confirmado de infecção invasiva por estreptococo do grupo A, inclusive síndrome do choque tóxico. Um contato próximo pode ser definido como:

  • Uma pessoa que teve contato prolongado com o caso em ambiente doméstico durante os 7 dias antecedentes ao diagnóstico de infecção e até 24 horas após o início da terapêutica antimicrobiana adequada no caso índice. Exemplos desses contatos seriam aqueles com estadia noturna na mesma residência (inclusive residência estendida, se o caso ficou em outra residência), alunos no mesmo dormitório, parceiros íntimos ou estudantes universitários que compartilham a cozinha em uma residência.[78]

  • Aqueles que tiveram contato direto com membranas mucosas ou secreções orais ou nasais[80]

  • Usuários de drogas injetáveis que compartilharam seringa[80]

  • Contatos de creches, contatos hospitalares selecionados e contatos selecionados de unidade de cuidados de longa permanência.[80]

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças só recomendam considerar a profilaxia antibiótica para contatos próximos de pacientes com SCT estreptocócico ≥65 anos de idade.[79]

As diretrizes da Canadian Paediatric Society fazem as seguintes recomendações:[80]

  • A quimioprofilaxia só deve ser oferecida a contatos próximos de um caso confirmado de doença grave invasiva por estreptococo do grupo A que foram expostos por um período de 7 dias antes do início dos sintomas no caso índice até 24 horas após o caso índice iniciar a terapêutica antimicrobiana.

  • A quimioprofilaxia deve ser iniciada assim que possível e, de preferência, até 24 horas após identificar a causa. A quimioprofilaxia ainda é recomendada até 7 dias após o último contato com o caso índice.

As orientações do Reino Unido fazem as seguintes recomendações:[78]

  • A quimioprofilaxia deve ser oferecida aos contato próximos de alto risco. Os contatos próximos de alto risco incluem aqueles com ≥75 anos ou ≤28 dias de idade; mulheres no final da gestação (≥37 semanas) ou ≤28 dias pós-parto; e aqueles com lesões abertas por varicela até 7 dias antes do diagnóstico do caso índice ou até 48 horas após o caso índice iniciar os antibióticos, se a exposição continuar.

  • A quimioprofilaxia pode ser considerada para outros contatos se forem identificados múltiplos casos de infecção invasiva por estreptococo do grupo A provável ou confirmada na mesma escola/creche ou instituição de longa permanência. Caso haja múltiplos casos em uma residência, a quimioprofilaxia deve ser oferecida a todos os habitantes.

SCT estafilocócico

A conscientização sobre o uso prolongado de absorvente higiênico interno e a retirada do mercado de absorventes higiênicos internos de alta absorção reduziram a incidência de SCT estafilocócico.[70]​ A falta de soroconversão após uma doença estafilocócica aguda pode ser usada como marcador para pacientes com risco de doença recorrente.[15] ​Esses pacientes devem ser tratados com uma terapia demorada com anticorpos antiestafilocócicos por pelo menos 2 semanas.

Prevenção secundária

O risco de casos secundários de doença invasiva é baixo, sendo de 2.9 por 1000.[96] Diversos regimes tiveram êxito na erradicação do estreptococo do grupo A da faringe de portadores crônicos (isto é, rifampicina associada à penicilina benzatina intramuscular ou um ciclo de 10 dias de uma cefalosporina de segunda geração ou clindamicina).[125] No entanto, há dados limitados sobre a quimioprofilaxia para infecções invasivas e graves por estafilococos ou estreptococos do grupo A.

Mulheres que tiveram síndrome do choque tóxico devem evitar o uso de absorvente higiênico interno durante a menstruação. Caso o uso seja inevitável, o absorvente higiênico interno deve ser trocado a cada 4-8 horas.[129]

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