Critérios

Os critérios de diagnóstico para SCT estafilocócico e estreptocócico foram estabelecidos para fins de pesquisa, e a sensibilidade e especificidade desses critérios não foram validados no ambiente clínico. A otimização dos desfechos do paciente normalmente requer tratamento antes de o paciente atender à definição de caso do CDC.

Definição de caso do CDC: síndrome do choque tóxico estreptocócico

Manifestações clínicas:[2]

  • Hipotensão: PA sistólica ≤90 mmHg para adultos ou inferior ao quinto percentil para a idade para crianças com menos de 16 anos de idade

  • Envolvimento multissistêmico com 2 ou mais dos seguintes:

    • comprometimento renal (creatinina ≥2 mg/dL para adultos ou acima ou igual a duas vezes o limite superior do normal para a idade; em paciente com doença renal preexistente, uma elevação mais de 2 vezes acima do nível basal)

    • coagulopatia (plaquetas ≤100,000/mm³ ou coagulação intravascular disseminada definida por tempo de coagulação prolongado, baixo nível de fibrinogênio e presença de produtos de degradação da fibrina)

    • comprometimento hepático (alanina aminotransferase, aspartato aminotransferase ou níveis totais de bilirrubina acima ou igual a duas vezes o limite superior do normal para a idade do paciente; em pacientes com doença hepática preexistente, um aumento mais de 2 vezes acima do nível basal)

    • síndrome do desconforto respiratório agudo (definida pelo início agudo de infiltrados pulmonares difusos e hipoxemia na ausência de insuficiência cardíaca ou por evidências de extravasamento capilar difuso, manifestado por início agudo de edema generalizado ou por derrames pleurais ou peritoneais com hipoalbuminemia)

    • uma erupção cutânea eritematosa generalizada que pode descamar

    • necrose dos tecidos moles, incluindo fasciite necrosante, miosite ou gangrena.

Critérios laboratoriais:

  • Isolamento do estreptococo do grupo A.

Caso provável: um caso compatível com a definição do caso clínico na ausência de outra etiologia identificada para a doença e com o isolamento do estreptococo do grupo A de um local não estéril.

Caso confirmado: um caso compatível com a definição do caso clínico e com o isolamento do estreptococo do grupo A de um local normalmente estéril (por exemplo, sangue ou líquido cefalorraquidiano [LCR] ou, menos comumente, líquido pericárdico, pleural ou sinovial).

Definição de caso do CDC: síndrome do choque tóxico não estreptocócica

Manifestações clínicas:[3]

  • Febre: temperatura ≥38.9 °C (102.0 °F)

  • Rash (eritrodermia macular difusa)

  • Descamação 1 a 2 semanas após o início do rash

  • Hipotensão: PA sistólica ≤90 mmHg para adultos ou inferior ao quinto percentil para a idade para crianças com menos de 16 anos de idade

  • Descamação 1 a 2 semanas após o início da doença, envolvendo sobretudo as palmas das mãos e as solas dos pés

  • Envolvimento multissistêmico com 3 ou mais dos seguintes sistemas de órgãos:

    • gastrointestinal (vômitos ou diarreia no início da doença)

    • muscular (mialgia grave ou nível de creatina fosfoquinase pelo menos duas vezes o limite superior do normal)

    • membrana mucosa (vaginal, orofaríngea ou hiperemia conjuntival)

    • renal (ureia ou creatinina pelo menos duas vezes o limite superior do normal para laboratório, ou sedimento urinário com piúria na ausência de infecção do trato urinário)

    • hepático (níveis de bilirrubina total, enzima alanina aminotransferase ou enzima aspartato aminotransferase pelo menos duas vezes o limite superior do normal para laboratório)

    • hematológico (plaquetas abaixo de 100,000/mm³)

    • sistema nervoso central (desorientação ou alterações na consciência com sinais neurológicos focais quando há ausência de febre e hipotensão).

Critérios laboratoriais:

  • Culturas de líquido cefalorraquidiano (LCR) ou de sangue negativas (a hemocultura pode ser positiva para Staphylococcus aureus)

  • Sorologias negativas para febre maculosa das Montanhas Rochosas, leptospirose ou sarampo.

Caso provável: um caso compatível com os critérios laboratoriais e no qual haja a presença de 4 ou 5 achados clínicos.

Caso confirmado: um caso compatível com os critérios laboratoriais e no qual todos os 5 achados clínicos estejam presentes (incluindo descamação, a menos que o paciente morra antes da descamação).

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